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História Frio como o inverno - Jelsa - Capítulo XI


Escrita por: Skycore

Notas do Autor


Oi pessoal! Desculpa ter demorado tanto pra postar, vocês sabem, eu sou lerda blah, blah, blah. Por falar nisso um feliz ano novo atrasado. Espero que gostem do capítulo, levaram vários dias pra conseguir terminar ele.
Boa Leitura!

Capítulo 12 - Capítulo XI


Elsa tinha essas vontades que vinham de repente. Vontade de tomar alguma bebida. Vontade de fazer alguma coisa que te fizesse mal. Vontade de fugir de casa e nunca mais voltar. Vontade de ir pra praia. Vontade de comer chocolate até passar mal. Mas, dessa vez Elsa estava com vontade de fazer algo que não fazia a bastante tempo.

Patinar.

Desde a queda ela não tinha a mínima vontade de voltar pra perto de um rinque de patinação, quanto mais patinar. Mas agora, seu corpo tremia e se arrepiava todo ao imaginar voltar a deslizar pelo gelo. E era algo bom. Sentir o ar gelado, a ponto de ser cortante, entrando e saindo de seus pulmões. Sentir o gelo sendo cortado habilidosamente pelos seus patins enquanto ouvia a audiência gritar extasiada. Era incrível. Era sua paixão ou ao menos costumava ser. E nada que ela fizesse conseguiria passar a mesma sensação. Nada.

Então seu corpo doía de vontade e sua cabeça viajava em dúvida. Ela havia se prometido que nunca mais patinaria de forma competitiva. Além disso, seu corpo já não estava do mesmo jeito de antes. Suas pernas não estavam do mesmo jeito de antes.

Por outro lado, várias pessoas já lhe prometeram coisas e nunca cumpriram. 

Seus pais prometeram que iriam deixá-la morar com Anna quando era criança se ela desse tudo de si pra patinação. Ela deu tudo de si, mas a promessa parecia ter sido esquecida e descartada conforme os anos passavam e Elsa via Anna cada vez menos. Pensando assim, a queda trouxe algo bom. Podia até ter te tirado bastante coisa, mas deixou com que ela se aproximasse de Anna. 

Seus "amigos" lhe prometeram que lhe apoiariam não importava o que acontecesse. Eles jogaram aquela promessa no chão, pisaram e então jogaram no lixo.

E Astrid, bem, Astrid lhe prometeu que ficaria do seu lado não importava o que acontecesse e veja só. Promessa esquecida e descartada em meio de tantas outras.

Elsa não deveria prometer nada, porque na realidade, pessoas nunca cumprem promessas.

Não deveria doer tanto, mas doía. E Elsa se sentia culpada por sua própria dor, afinal não deveria acreditar tão firmemente naquelas palavras. Não deveria colocar significados em promessas vazias.

Então ali estava ela, com o endereço do rinque anotado no bilhete no bolso e com uma mochila nas costas, carregando os patins velhos e gastos que estavam guardados em uma das caixas dentro do armário. Ao pega-los, teve que ignorar os troféus, medalhas e fotos. Era quase meia noite e por sorte, o rinque não era muito longe de seu apartamento.

Uma caminhada rápida de 10 ou 5 minutos. Além disso, a este horário o rinque deveria estar vazio ou fechado. Ela poderia desistir pra sempre daquilo caso ele realmente estivesse fechado.

Infelizmente, o fluxo das coisas não funcionava bem como ela queria e o rinque estava aberto. 

Ela engoliu em seco, fechou os olhos e então suspirou preparando para a onda de memórias na qual ela se afogaria. Fechou a mão, apertando as unhas na palma e deixando marcas temporárias.

Ela entrou.

• • •

Jack sempre se arrependia quando era tarde demais. Se arrependia de ter brigado tanto com o pai embriagado na frente da irmã caçula. Se arrependia de dormir tão tarde nos dias seguintes em que estava com muito sono. Se arrependia de não ter comprado aquele livro que queria quando ele estava naquele preço tão bom. Se arrependia de ter desistido do piano quando era pré-adolescente. Se arrependia de ter prometido pra sua irmã caçula, Flee, que se ela fosse bem naquela prova de matemática na escola dela, ele iria levar ela pro rinque de patinação quando ela quisesse. 

Ela tirou um 9,9 — o que segundo a ela foi injusto já que ela não tinha errado nada na prova, apenas a data — e promessa era dívida. E bem, isso explicava o porque de ele ter pegado o carro do pai no meio da noite — sorrateiramente é claro — e estar dirigindo morrendo de sono rumo ao rinque de patinação com a irmã caçula perguntando lhe incessantemente se já haviam chegado e gritando que se ele desse mais uma freada ambos acabariam morrendo. Não era culpa dele ser tão mal motorista, afinal, a carteira de motorista havia sido recém adquirida. Fruto de várias economias do seu trabalho na livraria e outros bicos que havia feito nos últimos dois anos. Além disso, o carro não ajudava. Era basicamente uma merda com rodas. Não, na verdade era pior. Era uma diarreia com rodas. 

— Caramba, vamos morrer! - gritou novamente a garota de cabelos castanhos.

— Não vamos morrer, eu vou morrer se você não parar de gritar. Você é muito dramática. - resmungou Jack.

— "Você é muito dramática." - ela imitou a voz de Jack zombando.

— Eu te compro sorvete na volta se você calar a boca. 

— Eu não vou calar, todas as sorveterias devem estar fechadas a essa hora. - Flee bufou.

— Não a Dino's. 

— Dino's! - gritou Flee, gerando uma carranca em Jack — Ok, ok, vou calar minha boca. 

— É bom mesmo.

• • •

Elsa patinou ao som da música que explodia em seus fones. O seu coração batia descompassado, como se reencontrasse alguém que não via a muito tempo. Era Sweater Weather de The Neighbourhood que tocava em seu celular. Era a música que ela sempre ouvia com Astrid. Era a música que aparecia em todas as Playlists que Astrid enviava pra Elsa. Era a música pra qual elas sempre patinavam antes de alguma competição importante que Elsa tinha que ganhar. Era a música que elas escutavam juntas de madrugada quando Astrid fugia da própria casa porque o som dos pais gritando um com o outro a mantinham acordada. 

Era a música delas.

Talvez por isso doesse tanto ouvir a música. Lembrava ela de tudo que ela nunca mais teria.

" 'Cause it's too cold
For you here and now
So let me hold
Both your hands in the holes of my sweater "

Elsa fechou os olhos sentindo o ar gelado do rinque em contraste com a temperatura quente em seu corpo. Ela lembrou-se, daquela vez em que ela estava com Astrid no telhado da casa dela, ouvindo a música nos fones de ouvido, Elsa com um lado e Astrid com o outro. Os pais de Astrid brigando eram abafados pelo som tranquilo da música. Ela lembrou-se da voz de Astrid cantando sincronizada com a música, Astrid fechando os olhos como se estivesse escapando para algum lugar distante. Elsa se lembrou de Astrid sorrindo e segurando na mão dela. Elsa se lembrou de como Astrid olhou nos olhos dela e aproximou seu rosto. Ela sussurrou no ouvido de Elsa, como se tivesse medo que seus pais ouvissem. Como se fosse possível que eles notassem, mesmo que estivessem ocupados demais jogando coisas um no outro.

"Que promessa seria essa, Hofferson?"

Astrid respirou fundo e expirou colocando as mãos entrelaçadas dela e de Elsa no bolso do casaco que vestia. Uma tentativa de aquecer as duas mãos quase congeladas.

"Promete que vai ficar do meu lado? Mesmo que você enjoe de mim e nós briguemos que nem meus pais fazem todo dia?"

Astrid falou num tom tão sério e firme que Elsa estranhou. Elsa puxou as mãos entrelaçadas e deu um curto beijo, mais como um encosto de lábios na mão de Astrid.

"Nós nunca vamos brigar que nem seus pais."

Astrid suspirou balançando a cabeça.

"Promete que vai ficar do meu lado?"

Elsa suspirou e então sorriu de lado.

"Você está sendo melosa, isso é um pouco estranho porque geralmente esse é o tipo de coisa que você odeia."

Elsa soltou uma risada.

"Eu prometo, Astrid."

"Então é justo que eu te prometa que ficarei do seu lado. Aconteça o que acontecer."

Astrid sorriu quebrando a faceta séria.

"Então, minha "melosidade" derreteu o seu coração de gelo, Ice Queen?"

Astrid zombou gargalhando.

"Isso nem é uma palavra, Hofferson."

Ambas riram juntas por um bom tempo, a música já estava acabando e seu tempo também conforme o sol nascia. 

"Eu tenho que ir, Hofferson. Se meus pais descobrirem que eu saí escondida no meio da noite vão me fazer engolir as lâminas dos meus patins."

Elsa ia levantar-se, mas Astrid não soltou sua mão como esperava.

"Fique mais um pouco, por favor. Me distraia dos meus pais brigando. Eu me sinto melhor quando estou com você, como se todos os meus problemas desaparecessem."

Elsa sorriu.

"Eu ficarei então, Astrid."


Notas Finais


Eu queria contar pra vocês de que há algum tempo eu queria escrever uma nova fanfic Jelsa, brincando com os clichês de bad boy e nerd e ao invés disso deixasse uma Elsa Bad Girl e talvez um Jack mais nerd ou introvertido. Porque eu realmente detesto o clichê de garota inocente e boba, acho idiota, foi mal. E eu realmente queria dar uma invertida nos papéis, com um toque de Jelsa e é claro bastante angst e fluff no meio pra sofrencia de vocês. Então, o que acham? Vocês leriam?


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