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História Fuck Boy - Aftermath III - We kissed. That's it.


Escrita por: izzybee

Capítulo 14 - Aftermath III - We kissed. That's it.


Fanfic / Fanfiction Fuck Boy - Aftermath III - We kissed. That's it.

Abro os olhos com dificuldade. A janela, entreaberta, permite que feixes de luz iluminem o quarto vagamente. Quando me acostumo com a claridade, viro-me e descubro ser a única ainda na cama. Sento na beirada e passo a encarar a parede, incrédula com o que aconteceu noite passada. 


Eu e Luke nos beijamos.
Eu e Luke nos beijamos, mas foi só um beijo.
Eu e Luke nos beijamos e foi só um beijo, nada demais.
Eu e Luke nos beijamos. Foi só um beijo, não deveria ser nada demais.
Eu e Luke nos beijamos; é só um beijo, mas foi demais.

 

Chacoalho a cabeça, tentando afastar os pensamentos que me sinto culpada em ter. Eu não devia ter feito isso. Não era a hora certa. Na verdade, era sim a hora certa. E eu deveria ter feito isso; faz parte do plano. O que eu não deveria é ter gostado. Minha cabeça lateja com as reflexões confusas. Não sei nem que horas são.

Ainda estou com as roupas de ontem, uma camiseta preta larga e um short rasgado qualquer. Maquiagem nos poros, rímel e delineador borrados e os restos mortais do batom escuro no travesseiro.

Saio do quarto, meio abalada pela mistura de pensamentos, ações e possíveis sentimentos. Sinto as pontadas na cabeça aumentarem a cada degrau que desço. Ando pela cabana, devagar, procurando por qualquer sinal de vida. Acabo encontrando as meninas no balcão da cozinha, conversando sobre alguma coisa que eu não me preocupo em dar importância.

–Oi. – falo, me aproximando. – Que horas são?

Seus olhares são diversos. Sara me olha surpresa, feliz com a minha presença. Lexa me olha com um sorriso malicioso no rosto. Emma me olha desconfiada, como sempre. Uma hora dessas eu vou acabar surtando com essa perseguição, a garota não me dá um descanso. De qualquer forma, minha cabeça está cheia demais para sequer fazer esforço de me incomodar com isso.

 –16h30. – Emma responde, rabugenta.

Imediatamente, arregalo os olhos, pasma. Eu nem sabia que conseguia dormir por tanto tempo. Sinto a ponta dos dedos dos meus pés formigarem.

–Não é nem onze horas da manhã. – Sara desmente, rindo. Depois, percebe minha cara pálida e minha reação de alívio exagerada ao saber das horas corretas. Quer dizer, acordar tarde não é grande coisa, mas, mesmo assim, eu fiquei chocada. – Cherry? Você está bem?

–Um pouco tonta, só isso. – relevo meus sintomas paranoicos, fingindo estar no mais belo humor (como se alguém fosse acreditar nisso).

Sara assente e elas ficam em silêncio de novo. Minha cabeça agradece, mas dura pouco.

–Isso aí é tontura de ter passado a noite toda com Luke Hemmings. – Lexa dispara, em zoação, mas falando sério – Anda, conta para gente como foi! Selvagem, aposto.

Agora entendi o motivo do sorriso malicioso quando cheguei.

–Não tem nada para contar. – falo, dando de ombros – Não aconteceu nada.

–Corta essa, Cherry! – ela persiste – Vocês subiram para os sete minutos e não voltaram mais! Não é possível que não tenha rolado nada.

Sem ofensas, adoro a Lexa, mas adoraria que alguém enfiasse um tijolo na boca dela agora mesmo. Já tenho minha própria consciência, não preciso dela para me fazer reviver todo o acontecido.

–É, Cherry. – Emma se intromete, perversa, instigando o meu evidente desconforto – Corta essa!

–Nós não transamos, se é isso que querem saber.

Minha resposta é curta e meu tom é grosseiro, para ter certeza de que elas percebam que estou sem nenhum pingo de vontade de continuar uma conversa, especialmente sobre esse assunto. Sara, como sempre, me dá reforço. Ela ignora a pequena desarmonia e continua falando sobre o que estavam conversando antes de eu chegar. Presando, sempre, a paz mútua.

Depois de um tempo ouvindo a conversa delas sobre futuras viagens que pretendem fazer, decido dar uma volta na varanda. Talvez um pouco de ar fresco tire esse sentimento de culpa das minhas costas.

Encostada em um dos pilares de madeira, observo a vista. Respiro fundo, tentando eliminar Luke dos meus pensamentos. Noto que os garotos estão no píer do lago, mas Luke não está com eles. Droga. Pensei nele de novo.

Eu e Luke nos beijamos e foi só um beijo, nada demais.

Fico repetindo isso a mim mesma até Matt me ver e vir correndo em minha direção.

–Bom dia, Cherry. – ele diz, ofegante, me lançando um olhar feliz. Sorrio em resposta. – Luke me pediu para te avisar que ele está no depósito.

Ugh... – pareço tão confusa quanto estou incomodada pelo fato de assumirem que eu queira saber onde Luke está – Okay?

–Ele quer que você vá lá. – Matt franze a testa, como se fosse óbvio, mantendo o semblante alegre e bem-humorado.

Apenas forço um sorriso e concordo, pedindo direções de como chegar no tal depósito logo em seguida.

Dou a volta por trás da cabana e vejo a pequena casa localizada a alguns metros da estrada de terra que nos trouxe aqui. Ando devagar, criando coragem de encarar Luke depois de ontem. Observo o campo extenso de grama com calma, tentando relaxar.

Eu e Luke nos beijamos. Foi só um beijo, não deveria ser nada demais.

Ao me aproximar mais, consigo ver Luke através do grande portão. Ele limpa sua testa de suor e logo se abaixa, passando a mexer em uma lataria qualquer.

Oh, não tinha te visto aí. – Luke diz ao perceber minha presença, o espiando – Foi mal.

Sua camiseta branca está suja e combina com as manchas também presentes em seu rosto. Isso não deveria ser atraente, mas, ainda assim, Luke consegue ficar ainda mais interessante.

–Tudo bem. – falo, quieta, dando de ombros.

Ele olha para mim, curioso, como se percebesse a incerteza no meu tom de voz. Em seguida, se aproxima de mim devagar. Segura minha mão, gelando o meu corpo e me deixando sem reação. Aos poucos, vai deixando nossos rostos mais próximos, até tentar juntar nossas bocas.

Antes que ele possa me beijar, viro o rosto. Por mais que eu queira, não posso. Não posso fingir que isso não terá consequências. Já passei dos limites do aceitável.

Luke... – começo, insatisfeita e desapontada com as minhas próprias palavras – Você não pode fazer isso.

–O quê? – sua voz é suave – Te beijar?

Eu e Luke nos beijamos; é só um beijo, mas foi demais.

Volto a olhar para ele. Seus olhos brilham e, mesmo estando todo sujo e suado, ainda posso sentir o leve cheiro de seu perfume. Embora eu não responda nada, ele pega o recado.

–Eu não te entendo mesmo. – ele volta a repetir a frase dos dias anteriores, sem paciência – Vai dizer que não sentiu nada ontem?

Fico quieta.
Eu não quero fingir, mas preciso ignorar qualquer faísca antes que isso exploda.

–Eu senti. – Luke coloca seu polegar no meu rosto, levantando meu queixo – Você sabe do que estou falando.

Se eu não soubesse, teria parado de te beijar quando os sete minutos chegaram ao fim. Se eu não soubesse, não teria te observado até você cair no sono. Se eu não soubesse, não teria brevemente cogitado largar todo o plano. Mas tenho que acreditar que foi só um beijo e nada mais. Tenho que acreditar nisso porque ouvi mais histórias sobre garotas sentindo o mesmo depois de passar a noite com você do que posso contar nas mãos. E, por mais que o que eu tenha sentido seja real, eu nunca teria certeza de que está falando a verdade sobre o que você sentiu. Você é Luke Hemmings e cair na sua manha não é parte do plano.

–A gente se beijou. – falo, seca – Só isso.

Me afasto dele e cruzo os baços, tentando conter a agitação. Precisei de muita coragem/confiança/certeza para concluir isso. Luke me fita, desacreditado. Depois, ele volta à lataria e, como se nada tivesse acontecido, toma impulso para vira-la.

–É um pedalinho. – ele explica, ignorando a tensão evidente – Mas, sabe, os pedais não estavam funcionando direito. – Luke pula dentro do grande cisne, que, por incrível que pareça, eu não tinha identificado – Aí, passei a manhã tentando achar um jeito de arrumar. Achei que você gostaria de dar uma voltinha.

Ele bate na lateral do cisne, me incentivando a se juntar a ele. Luke abre um sorriso de canto, fazendo aquela cara-de-cachorro-que-acabou-de-cair-da-mudança. Eu gosto muito de andar de pedalinho, então isso não teria nada a ver com Luke, certo? Estaria ligado, simplesmente, ao fato de eu gostar muito de andar de pedalinho.

–Só uma volta, né? – abro mão da pose de paranoica, sorrindo involuntariamente.

***

Respiro fundo, cansada, ao chegarmos no local desejado. Pedalamos até o meio do extenso lago e, mesmo tendo feito isso juntos, estamos ofegantes. O sol não é muito forte, apesar de o relógio marcar meio dia.  A brisa balança meus cabelos e sinto vontade de prende-los, mas meus fios não são compridos o suficiente para isso.

Cara, ainda bem que você aceitou vir no pedalinho. – Luke quebra o silêncio, descontraído – Foi bem difícil arrumar isso aqui.

Reviro os olhos ao ser chamada de “cara”. Teve uma época que meu irmão chamava todo mundo de cara. No começo, eu nem ligava. Mas, depois, passou a ser irritante.

–Não me chame assim. – retruco, em tom de brincadeira – Não sou cara, sou Cherry.

–Cherry, Cherry. – ele repete, lentamente, parecendo assimilar alguma coisa – Qual é o seu nome mesmo?

Ugh... – rio – Cherry?

–Tô falando do seu nome de verdade. – Luke insiste – Não apelido.

Faz muito tempo que sou questionada sobre meu nome verdadeiro. Assim como meu nome não é Cherry, também não é Cher. Minha mãe me nomeou em homenagem à minha vó e, por mais que eu ame a minha vó, não sou a maior fã de seu nome. E, diga-se de passagem, não acho que alguém seja.

–Sem chance. – nego, rindo ao lembrar das minhas origens – Não vou contar, é vergonhoso. Além do mais, ninguém me chama assim.

–Se você me contar, pode me perguntar qualquer coisa. – ele continua – Prometo que vou responder, sem mais nem menos.

Analiso a proposta: essa pergunta pode me ajudar futuramente. Se eu responder, Luke vai criar um falso senso de intimidade comigo em sua cabeça. Talvez seja útil.

 

 

Ou, no fundo,
 eu que queira criar esse senso de intimidade
e descobrir se Luke realmente sentiu alguma coisa
quando nos beijamos.

 

 

–Tudo bem, mas não ria. – respiro fundo, tomando coragem – É Cherilyn.

–Seu nome é Cherilyn? – ele pergunta, sério. Faço que sim com a cabeça, levemente admirada por ele não achar meu nome engraçado. Mas é claro que dura pouco. Depois de alguns segundos, ele não consegue conter a risada. – Foi mal, é que... Cherilyn!

Ele continua rindo. Sabe, eu não o culpo. Meu nome é mesmo um desastre.

–Certo, já deu. – falo, fingindo estar farta de sua gargalhada. O que não é verdade, nem mesmo de longe. Sua risada é uma das coisas mais reconfortantes que eu já presenciei. – Vamos voltar, depois faço a minha pergunta.

Quando coloco os pés no pedal, o giro uma vez e, na segunda volta, escuto algo estalar. Imediatamente, olho para Luke, que continua rindo. Sinto que algo acabou de dar muito errado. Resolvo tirar meus pés do pedal e, ao fazê-lo, outra coisa estala, só que mais alto. Luke ouve e percebe que há algo de estranho. Por impulso, ele tenta pedalar do seu lado, mas isso só piora as coisas. Ao girar seu pedal, algo acontece fazendo com que os parafusos que prendem o pedal no pedalinho se soltem, abrindo o grande espaço no qual ele estava encaixado.

–Não, não, não. – Luke diz, apreensivo – Isso não é bom!

Em segundos, o pedal já está afundando no lago.

Cacete. – seu rosto rege várias expressões ao mesmo tempo – A gente vai ter que nadar.

–Nadar? – arregalo os olhos, não entendendo nada. Sem responder, ele fica de pé, dentro da lataria, parecendo medir a distância entre nós e o píer. – Luke?

–Espera. – ele respira fundo e se senta de novo – Tá vendo a água entrando por onde o pedal estava? – faço que sim – Ela vai continuar entrando. O cisne vai afundar.

A cada segundo que passa, o pedalinho vai se enchendo mais de água e, sem que percebamos, começa a ser engolido pelo lago. A água, que já molha nossos pés, começa a subir até a canela.

–O que nós vamos fazer? – pergunto, completamente perdida – Esse lago é muito fundo!

–Espero que saiba nadar. – ele olha para mim, sorrindo tranquilamente, como se não estivéssemos prestes a nos afogar – Segura a minha mão.

Sem pensar muito, faço o que ele pede. De volta, recebo um aperto forte, que me passa certa segurança. Luke me puxa e caímos juntos no lago.

A água é mais fria que o vento. Sem demorar muito, começamos a nadar em direção ao píer. Bato as pernas, tentando ganhar velocidade, mas a impressão é de que quanto mais me esforço, mais a distância aumenta.  Aos poucos, sinto meu corpo pesar e fica cada vez mais difícil de continuar nadando. Paro um pouco para tomar folego e vejo que Luke está se saindo bem. O problema é que não estamos nem na metade.

Bato os braços o máximo que posso, mexendo o corpo na intenção de acelerar meus movimentos. É inútil. Tento manter qualquer padrão de impulso, mas minha energia é quase inexistente. Lembro que a última vez que comi foi na tarde do dia interior; é lógico que eu não teria nutrientes suficientes. Acontece que agora é tarde demais para pensar no café da manhã que eu deveria ter tomado.

Luke! – tento gritar, enquanto meu corpo afunda e eu luto para ficar na superfície – Não vou conseguir!

Ele, que estava na frente, vê que estou afogando e começa a nadar em minha direção. Seu rosto, preocupado, é a única coisa que vejo ao engolir grandes quantidades de água. Minha cabeça vai afundando cada vez mais e a última coisa que sinto é algo agarrar meu corpo, tentando me trazer à tona.

Vamos, Cherry. – a voz de Luke entra em minha cabeça, à medida que percebo estar sendo carregada com dificuldade – Estamos quase lá, por favor.


Notas Finais


OIE LINDAS QUE SAUDADE SZ
me contem o que acharam e eh noisssss

tô triste que as férias tão acabando e vcs


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