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História Fuck Boy - Fake me, Fake friends, Fake life


Escrita por: izzybee

Notas do Autor


perdoa a demora, eu tava viajando (de novo)

Capítulo 8 - Fake me, Fake friends, Fake life


Fanfic / Fanfiction Fuck Boy - Fake me, Fake friends, Fake life

Acordo de manhã com o cheiro de panquecas. As panquecas que só minha mãe sabe fazer. Desço correndo e vejo que não fui a única a perceber que mamãe voltou de viagem. Michael já está sentado no balcão comendo sua montanha de panquecas.

–Que saudade, mãe. – falo ao abraça-la – Achei que voltaria só no fim da semana!

–Ora, mas é sexta feira. – ela diz enquanto despeja massa de panqueca na frigideira – Já estamos no fim da semana.

Que loucura. Acho que fiquei tão ocupada com o êxito do plano que acabei perdendo a noção do tempo.

Luke não apareceu na escola ontem. Me deu um certo alívio não precisar lidar com ele ao menos por um dia. Isso me deu tempo para colocar outras partes do plano em dia. Depois do treino de torcida, fui com a Emma e a Sara até o shopping fazer compras. Tirei o dia para me aproximar delas e aprofundar a amizade. Sara é uma comédia e seria impossível não querer ser amiga dela. Com a Emma, já é diferente; ela tem um leve complexo de superioridade, mas nada que eu não passe a me acostumar com o tempo. Seremos melhores amigas, afinal.

–Cher, eu estou falando com você. – minha mãe me tira de pensamentos – Cher?

–Sim, sim. – falo um pouco perdida e ela derrama mel nas minhas panquecas – Desculpa, eu estava distraída.

–Ela só atende por Cherry agora.

Reviro os olhos para Michael e mostro a língua.

–É mesmo? – minha mãe pergunta ao se sentar com a gente – Até que gosto de Cherry, mas não combina muito com você. 

Não respondo. Termino de comer minhas panquecas e subo ao meu quarto para me arrumar.

Coloco uma regata preta decotada, um short bem curto desfiado e o meu tênis branco de torcida. Quando me olho no espelho para checar se está tudo em ordem, sinto uma pontada de culpa.

Da última vez que que eu vi minha mãe, eu não estava tentando ser alguém que eu não sou. Mas não é por isso que me sinto culpada. Me sinto levemente culpada por, na verdade, gostar de quem sou agora. No geral, pelo menos. Eu tenho amigos agora. Eu me arrumo e me sinto bonita. Me sinto relevante.

Antes eu ia para escola quase de pijama e não falava com ninguém. Sendo essa pessoa diferente, eu tenho a certeza que, quando passo no corredor, as pessoas sabem pelo menos o meu nome. Pode até ser que elas achem que eu sou uma básica líder de torcida, mas isso não é de todo ruim. Na verdade, comparando com a minha situação anterior, estou consideravelmente bem. Em uma semana, alguns meninos chegaram até a pedir meu telefone.

A única coisa que me incomoda são essas roupas.

Decido fazer uma mistura do antigo eu com o atual. Pego no meu guarda roupa uma camiseta da minha banda preferida que é cortada nos ombros e coloco por cima da própria regata. Ela é dois tamanhos maior que o meu, quase cobre o short por inteiro. Mesmo a mudança sendo pouca, sinto que consigo respirar melhor.

Esqueço minha crise de identidade quando descubro que minha mãe vai fazer a gentileza de me levar para a escola de carro.

***

 

 

–Tenho duas péssimas notícias. – Emma começa falando para o time – A primeira é que Jenna quebrou o pé.

As meninas começam a choramingar juntas e lamentar o acidente da amiga. A situação é triste, claro; mas é a chance que eu precisava para me tornar uma flyer.

–A segunda é que o jogo de estreia é semana que vem. – ela diz como se fosse a pior coisa que poderia acontecer – E nós perdemos nossa melhor flyer!

O barulho que o time faz em sincronia parece sair daquelas trilhas sonoras de espanto de filmes.

Ugh... – levanto a mão para ter atenção – Posso ser a flyer substituta de vocês.

Novamente, elas fazem um som de alívio provavelmente retirado da mesma trilha sonora do filme anterior.

–Eu aprendo rápido. – dou um sorriso amarelo – Não vou decepcionar, prometo.

Emma concorda e as garotas ficam animadas com a decisão.

Fazemos o treino normalmente, só que agora eu estou na posição desejada.

Luke estava na aula hoje, mas não tivemos contato. Nos sentamos longe um do outro e nem trocamos olhares. Tenho medo de que ele tenha desistido de mim.

–Você vai na festa hoje, né? – Sara me pergunta enquanto trocamos de roupa no vestiário – Você precisa ir.

Ashton vai fazer uma festa na casa dele. Todas as pessoas da escola que são consideradas “legais” estarão lá. Luke vai estar lá; é claro que eu vou.

–Estarei lá.

Aaaaaaah! Isso é tão legal. – ela comemora – Vai ser sua primeira festa como líder de torcida!

***

 

 

Sara me dará carona para irmos juntas até a casa de Ashton.

– Ótimos sapatos. – minha mãe diz me observando do topo da escada – Tem certeza que está confortável?

–Sim, mãe. – rio. Peguei o salto emprestado dela, já que não tenho nenhum – Acho que consigo aguentar.

Fico conversando um pouco com ela sobre coisas aleatórias. Uma delas é sobre o meu pai. Faz duas semanas que ele sumiu de casa. A gente não sabe onde ele está e não recebemos notícias. Para piorar tudo, ele levou o meu cachorro. Quando descobri, fiquei mais brava com ele ainda. Ele e mamãe estavam brigando demais, então ele resolveu dar um tempo de nós – como se isso fosse resolver alguma coisa. Já minha mãe, nunca faria uma besteira dessas; ela estava viajando por conta do trabalho.

Ela insiste em dizer acha incrível que eu esteja saindo um pouco de casa e que eu deveria curtir a adolescência. Falou também para eu me divertir ao máximo e me deu permissão para fazer loucuras ilegais (tomar álcool, no caso) desde que eu tenha responsabilidade.

Recebo uma mensagem da Sara dizendo que ela chegou. Me despeço da minha mãe e vou para o carro dela. É um daqueles carros grandes e chiques que usam para fazer trilha.

–Adorei o estilo da sua roupa, Cherry. – ela diz quando entro no carro e eu agradeço – É diferente.

Estou usando uma calça jeans de cós alto toda rasgada/destruída e um cropped branco de renda. Por cima, como sempre, uso minha jaqueta de couro preta.

Sara estaciona o carro alguns quarteirões antes da casa de Ashton. A casa dele é grande. Não tanto quando a de Luke, mas é grande. Na varanda, algumas pessoas conversam tomando latinhas de cerveja. Logo eu e Sara entramos dentro da casa. Quase tenho um troço aqui mesmo; essa festa tem mais pessoas por metro quadrado do que eu esperava.

No centro da sala vejo uma galera dançando e bebendo. Um pessoal no corredor se pegando e umas meninas loucas tirando a roupa em cima da sala de jantar. Não vejo Ashton nem Emma. Acredito que estejam em algum quarto fazendo sabe-se lá o quê.

–Eu vou na cozinha pegar bebidas, tá? – aviso Sara, que nem deve ter entendido por conta da música alta – Não vou demorar.

Ando entre as pessoas tentando não esbarrar em seus copos. Derrubo apenas um drink no percurso. Por ser minha primeira vez em uma festa, acho que isso é um sucesso.

Finalmente chego na cozinha e, para a minha surpresa, vejo Luke preparando alguma bebida. Sinto um pouco de receio em falar com ele, já que as condições da última vez que conversamos não eram muito boas.

–Quero um igual ao seu. – falo para Luke, que me olha de cima a baixo – Se não for incomodo, claro.

Ele sorri sem falar nada e me entrega a bebida que ele acabou de chacoalhar.

–Eu não quero essa. – lembro da dica da minha mãe de nunca beber algo que você não tem pleno conhecimento – Não sei nem o que colocou aqui.

–Cherry, você pode me achar idiota o quanto quiser. – ele dá um gole na bebida que eu recusei e me oferece de novo – Mas eu não sou trapaceiro.

Rio de lado e pego a bebida da mão dele.

O gosto é indescritível. Isso porque só sinto minha garganta arder. Consigo notar apenas um leve toque de maracujá. Acho que Luke percebeu a minha dificuldade em tomar isso.

–Cuidado. – ele ri enquanto prepara outra bebida para ele – Tá um pouco forte.

–Percebi. – rio junto e tomo mais da bebida. Parece que a cada gole ela fica mais suportável. Por alguns minutos, fico observando como ele mistura o conteúdo das diferentes garrafas – Ei, Luke?

Ele olha para mim me incentivando a continuar. Para ser sincera, nem sei o que eu queria falar. Só abro a boca e as palavras saem.

–Você não me odeia, né?

–Ainda não. – ele ri – Mas acho que, se eu passar tempo suficiente com você, posso começar.

Eu riria disso, mas por algum motivo fico muito triste. Luke nota que minha expressão muda drasticamente e ri enquanto gira seu piercing com a língua. Que cena linda.

–Você já está bêbada?

–O quê? – falo e dou uma gargalhada – Não!

 Ele continua brincando com o piercing e bebe metade de seu copo direto.

–Não sei como você consegue beber essa coisa ruim tão rápido. – falo admirada e ele ri mais – Parabéns.

–Chama-se prática. – ele explica orgulhoso – E meus drinks são ótimos.

Paro de dizer qualquer coisa e começo a balançar no ritmo da música com os olhos fechados. Eu nem sei o que estou fazendo. Acho que eu teria vergonha de mim, mas não é como se realmente importasse agora.

Não estou bêbada, mas essa sensação de estar mais feliz e solta do que o normal é ótima. Sinto que posso fazer qualquer coisa. E, de todas as coisas, escolho tentar decifrar Luke Hemmings.

Alguns pontos estranhos: os amigos dele estão todos na sala se divertindo e aproveitando a festa enquanto ele está encostado na cozinha brincando com seu piercing. Algo me diz que a relação entre Luke e o time de futebol não está nada boa.

–Você podia estar com os seus amigos. – quebro o silencio – Mesmo assim, está aqui na cozinha. Por quê?

–Você é mais interessante que eles.

Depois de dizer isso naturalmente, ele termina de virar seu copo. Sinto minhas bochechas queimarem. Parte porque a bebida está subindo (ou algo assim) e parte porque ouvir esse tipo de coisa me deixa envergonhada. Mesmo eu sabendo que é só Luke Hemmings tentando me conquistar descaradamente.

–Você deveria saber que eu não vou cair na sua lábia tão fácil. – falo e tomo o resto de bebida do meu copo. Coloco ele vazio no balcão na frente de Luke, que está com um olhar provocador no rosto – Tô indo dançar.

Viro de costas e saio andando/dançando até a sala. Durante o caminho, esbarro em umas três pessoas. Aviso importante: eu não sei dançar.

Vejo Sara no meio das pessoas e me junto a ela.

Tento copiar seus movimentos, mas acabo sentindo vergonha alheia de mim mesma. Decido fechar os olhos e sentir a batida da música. Mexo os quadris e o corpo da maneira mais sensual que consigo. Eu provavelmente não cheguei nem perto de “sensual”, mas a verdade é que todo mundo aqui está bêbado e ninguém presta muita atenção nisso. Se a garota estiver usando uma roupa curta e balançar a bunda, os caras já ficam animadinhos.

Sinto um desses caras animadinhos começar a se esfregar em mim. Abro os olhos com repúdio e me distancio do aglomerado de pessoas. Dou uma olhada geral na casa a procura de qualquer conhecido e vejo Luke subindo as escadas sozinho enquanto mexe no celular.

Luto mais uma vez para passar entre as pessoas até chegar na escada. Tento subir rapidamente para alcança-lo. Já no corredor do andar de cima, vejo Luke entrando em um dos quartos discretamente.

Sigo-o e entro no mesmo quarto que ele, mas deixo a porta aberta dessa vez. Quando ele me vê, percebo a decepção em seu olhar. Acho que ele estava esperando por outra pessoa. Ele parece ansioso para alguma coisa.

–Foi mal a demora, Lukey. – vejo Emma entrando rapidamente meio de lado e fechando a porta. Ela não reparou que eu estou aqui também – Não sei porque fui arrumar um namorado tão grudento, credo.  

Sua fala arrastada só me faz ter mais nojo do que ela acabou de dizer. Mesmo nesses poucos dias, já de saber que Ashton é o ser mais gentil desse planeta.

–Ashton? – falo puxando a atenção dela para mim. Ela e Luke estão boquiabertos; olho suas expressões de “fudeu” e tenho vontade de vomitar – Eu acho que não preciso dizer o quão ridículo vocês são.

–Não é o que parece. – Luke começa – Eu só ia...

–Cherry, por favor. – Emma interrompe Luke em tom de súplica – Você não pode nem pensar em contar isso para alguém.

Ela está com as mãos em meus ombros. Nunca imaginei que Emma fosse capaz de implorar algo à alguém.

–Sei lá. – dou de ombros – Não me parece certo fazer isso com Ashton. Ele deveria saber que as pessoas mais próximas dele são imundas.

A verdade é que a única que aparenta estar atormentada é a Emma. Luke até ficou surpreso, mas não está tentando nada. Fica só olhando Emma se humilhar ao implorar agachada no chão enquanto balança a cabeça em negação com a mão na testa. 

–Tá, Emma. – impeço ela de continuar pedindo com sua voz insuportável de taquara rachada – Pare com isso.

–Você não vai contar?

–Não. – ela se levanta esperançosa – Vocês vão. Não quero me meter nessa história mais ainda.

–Eu não posso fazer isso!

–Por que não, Emma? – Luke intervém.

–“Por que não?” – ela se aproxima dele com raiva – Ele vai terminar comigo!

Não sei o que é pior nesse caso: traição de relacionamento ou traição de amizade. Na real, acho que Emma e Luke se merecem.

–Sabe, vocês são perfeitos um para o outro. – falo debochando – Façam o que quiser.

Saio do quarto e bato a porta com toda a minha força. Descer as escadas é quase uma tarefa impossível. A bebida não me deixa andar em linha reta e essa discussão me deu dor de cabeça. Eu não sei porque continuo acreditando que Luke não é tão ruim quanto parece; só me frustro e me sinto cada vez mais idiota.

Procuro Sara e vejo que ela está de papinho com um garoto qualquer. Resolvo não atrapalhar e simplesmente saio da casa.

Conforme me distancio da festa, o som alto da música vai diminuindo, dando espaço para um zumbido extremamente irritante dentro da minha cabeça. Depois de andar alguns quarteirões, me sento na sarjeta para tirar o salto.

De repente, um carro preto de faróis altos com vidros escuros se aproxima devagar e para na minha frente. Nesse momento, tenho certeza: é o meu fim.


Notas Finais


esse capítulo ficou bem grandinho, vcs gostam mais assim?


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