História Fuck the Shame - Skam - É insuficiente.

                  DOMINGO 13:15

É. Ele tinha conseguido desviar do assunto. Ele sabia muito bem fazer eu pensar em outra coisa e, ainda depois, ficar cansada demais para poder brigar. 

Quando acordei, nós estávamos diferentes. Do jeito que fomos dormir, acordamos. Os braços dele agarrados na minha cintura, sua cabeça na altura do meu peito e minha mão pousada na sua cabeça, como eu estivesse fazendo cafuné nele. 

Soltei um de seus braços de mim. Me esforcei com os braços para me levantar. Tentativa falha. Chris me pegou pela cintura e me fez deitar de novo.

- Eu não gosto quando você sai da cama e me deixa sozinho. - ele falou de olhos fechados enquanto se arrumava para tentar dormir de novo. Eu sorri. Quando ele estava confortável, abriu um olho pra ver se eu ainda existia - Você sempre me deixa sozinho. - que dramático! Passei meus dedos, com suavidade, pela sua testa, seu nariz.
- Do que mais você não gosta?
- Hmmm... - ele ainda tentava dormir - Não gosto quando você fala tudo pela metade, achando que eu entendo todos os sinais. - belisquei o nariz dele - Wow!
- Você que faz isso! - exclamei.
- Aé? Você que faz!
- Christoffer, você é a pessoa que não sabe se comunicar aqui! - falo calma e ele abre os olhos. Sobe em cima de mim. Analisa meu rosto.
- Ok. Acho que nós dois não nos comunicamos muito bem... - ele me deu um selinho e voltou para o meu lado. Me arrumei entre os travesseiros até ficar de frente para ele novamente. Nós ficamos nos encarando até ele dar uma risada para o nada.
- O que foi? - ele encarou o teto e passou a mão no rosto.
- Sabe... Essa noite eu tive um sonho muito maneiro. - ele virou o olhar para mim - Com você. 
- E sobre o que que era? - me arrumei sobre minhas mãos esperando a história.
- Tinha uma garota no ensino fundamental que eu namorava. Nós éramos tipo o casal da escola - levantei minhas sombrancelhas e pisquei os olhos - Nós dois estávamos no recreio e eu vi uma menina vindo. Cabelo meio ruivo. Comprido. E com caminhar firme. Dai eu falei: “wow”.
- Aham...
- Era você. Interrompi seu desfile e pedi você em namoro ali na frente da minha namorada.
- E o que eu respondi? - meu dente pressionava meu dedo, enquanto eu sorria.
- Que sim. É claro. - dei uma gargalhada e virei de barriga para cima. Ele era muito bom em conquistar uma garota. - Você quer namorar comigo? - ele era mestre em jogar bombas atômicas sem justificativa alguma. Virei para ver se ele estava falando sério. Estava sério.
- Por que?
- Por que o que?
- Por que você acha que quer namorar comigo?
- Ah... Você é muito legal. Me faz bem estar com você. Eu sou feliz quando estou com você e não estamos brigando. - me sentei com perna de índio e encarei ele.
- São justificativas boas. - ele sorriu largo - Mas são insuficientes para mim.
- Como assim? - ele piscou várias vezes, tentando entender a situação, e sentou se apoiando na cabeceira.
- Você e eu só transamos. - ele revirou os olhos - Isso não é ruim. O que quero dizer é que só transamos até agora, isso que você ainda transou com outras. Eu não conheço você. Você não me conhece. Você mal sabe meu filme favorito... - ele olhava para o nada com uma feição indecifrável - E o que eu mais sei sobre você é o se jeito fuckboy. Então não Chris. Não vou namorar com você. - se instalou um silêncio no quarto. Vários minutos pareciam horas. Bufei. Me aproximei do seu rosto e passei, suavemente, todo meu nariz pela sua face. Parei em sua boca e dei um selinho. Ele estava quieto. Fiquei colado em seu rosto enquanto fazia cafuné nele.
- Mesmo... - ele começou a falar mas foi interrompido.
- Eva!? Eva? - a voz da minha mãe ecoava.
- Merda... merda! - tentei empurrar Chris, mas ele ficou duro e não se mexeu. - Se esconde! - passos da minha mãe na escada.
- Por que?
- Eva, você viu que tem um carro estacionado na nossa garag... - ela parou quando viu um garoto na minha cama.
- Oi mãe. - ela piscava varias vezes tentando entender - Eu tenho um hóspede. - sorri amarelo. De repente PChris estava ao meu lado oferecendo a mão para minha mãe. 
- Chris... - minha mãe apertou sua mão.
- Chris...?
- Seu nome também é Chris?
- Ahn? - ele se deu por si - Não! Meu nome é Anne Marit.
- Ah sim! - ele assentiu entendendo.
- Não sabia que Eva estava namorando...
- Não! Não estamos namorando. - minha mãe ficou olhando de mim para Chris sem parar.
- Por enquanto. - ele falou vitorioso com um sorrisinho. Juntei minhas sombrancelhas e olhei para ele.
- Mas tenho certeza que vocês podem resolver isso sozinhos. - minha mãe saiu dali. Não. Ela fugiu dali. Dei um tapa no seu braço.
- “ Por enquanto “ - imitei ele fazendo careta. Seus braços me puxaram para si e eu cruzei os braços, dificultando qualquer investida.
- Eu sei que você me ama! - ele tentava me beijar, mas eu me afastava. Até que consegui fugir de seus braços e sentar no meu sofá. Puxei o joelhos contra o peito e fiquei imaginando o que minha mãe podia estar pensando sobre mim. - Então... - Chris me tirou dos meus devaneios. Ele já estava vestido. Pronto. - Vou embora, pra te deixar em paz. - fiz uma careta. Ele era muito dramático. Me ofereceu a mão para me ajudar a levantar. - Então... - ele estava nervoso? - Lembra que eu estou te devendo uns 800 kroners? - me lembrei do dia do hospital - Quer gastar parte dele comigo sexta depois da aula? 
- Acho que não... Quero todo ele pra mim mesma. - o queixo dele caiu.
- Eu não acredito que você vai recusar a poha de um encontro comigo depois de falar tudo aquilo de a gente se conhecer melhor!
- Calma aí - abracei seu corpo duro rindo - Você não falou que era um encontro! - mordi sua orelha e voltei para ver sua face.
- Você é vacilona! - sorri para ele. Emburrado, ele rugiu algo e mordeu meu queixo. - Te vejo amanhã. - me deu um beijo no canto da boca e saiu pela janela. Penetrator Chris iria ao um encontro. Não estou com grandes expectativas, deve ser o primeiro que ele está indo.