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História Fuck the Shame - Skam - Almost


Escrita por: NREM

Notas do Autor


Já falei por aqui que vocês são os melhores? Melhores leitores, melhores comentários, melhores motivacionários (? isso existe ?)
Quero deixar uma motivação também: “Quando você achar que tudo está ruim, péssimo, não pode piorar; olhe em sua volta e lembre que todos passam/passamos por desafios. Mas a escolha é sua se ele vai ser difícil ou fácil.”
Todos convivem com seus problemas, defeitos. Você não é o único no mundo. Estou aqui para e por vocês. Chama no contatinho BB; se precisar, estou aqui.
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Façam uma boa leitura ❤️

Capítulo 24 - Almost


                     SEGUNDA 7:30

Eu corri. Minha mochila quase caia do meu ombro e a minha calça caia. Na hora em que encostei meu nariz na porta, o professor fechou a mesma. Bufei. Senti minha testa úmida de suor, o verão já estava sendo sentido. 

Arrumei minha mochila, sequei rápido meu suor e abri a porta devagar. Sorri. Sorriso de menina boa. Meti minha cabeça para o professor ver.

- Eva! Que surpresa! - meu professor de matemática me amava em alguns dias e me odiava em outros. Ele parecia ser meio bipolar, então aquela recepção podia não ser tão amigável quanto o começo dela.
- Tive que ajudar minha mãe a levar as malas para o carro... - que mentira besta Eva! Com pressão eu não conseguia mentir.
- Pode entrar Eva. - pulei internamente. Se você não entrar em mais de duas aulas por semana, fica em detenção a semana seguinte inteira. Isso quer dizer: ajudar a limpar todo o refeitório. Me dirigi até uma cadeira no fundo, perto da janela. - Ah Eva, - eu estava quase chegando - Você fez a tarefa? - fechei os olhos. Aquilo não poderia estar acontecendo comigo. Fechei os olhos com força e respondi com os dentes cerrados.
- Não tive tempo...
- Tudo bem. Venha aqui pra frente. Você fará a resolução de todas as perguntas comigo para os seus colegas. - ele realmente era bipolar. Me virei e quase, passou pela minha mente com força, implorei de joelhos para ele não fazer isso comigo. - Vamos! Venha. Você gabaritava todas as minhas provas! - seu sorriso calmo me deu raiva.

Caminhei meio encolhida até o quadro. Ele me passou o giz e deu um tapinha em minhas costas, tipo um “vai dar tudo certo”. Ele começou a ler a primeira questão e eu evitava olhar para a sala. Uns podiam estar com pena, mas a maioria estava rindo. Certeza. Levei a sério o desafio dele e enquanto ele lia, eu começava a pôr todos os dados na lousa.

As dez torturas/questões haviam acabado. Minha última resposta no quadro. Bufei e olhei com tédio para o professor.

- Acertei? - ele ajeitou seus óculos e começou a conferir. Esperei esperançosa pelo “parabéns, você é boa.” Ele limpou a garganta e se virou para a sala. 
- Certo. Espero que tenham feito as anotações necessárias. Estão dispensados! - ele foi para a mesa dele e apenas me ignorou. Quase fui atropelada pela avalanche de alunos adolescentes querendo fugir da sala de matemática. Peguei minha mochila, que nem foi aberta, e passei pela sua mesa. - Você só precisa de puxão ou precisa de um guindaste? - virei com a face franzida. Abri a boca para lhe responder de maneira correta. Mas desisti. Poderia levar suspensão.
- Até semana que vem professor. - estava quase longe do seu veneno. Estava tão perto da porta.
- Vou lhe mandar por email sua tarefa de casa para semana que vem. - ainda bem que eu não tinha nenhuma arma comigo. Uma vida foi poupada.   

                                 9:47

- Te achei! - Noora me vira e segura meus ombros. - Você precisa ir comigo no banheiro. Agora! - ela da um olhar sério. Concordo com a cabeça e saio dali sendo puxada. Noora me leva até o banheiro do ginásio, onde não há ninguém. Ela abre a torneira e lava seu rosto. Estranho sua atitude. Não consigo segurar.
- Desenbucha Noora!
- Ok! - espero - Ahn...
- Noora!
- O William pediu para eu morar com ele. - arregalei os olhos. Vi que agi estranho e tentei amenizar. Mas não conseguia falar nada. - E o pior: eu apenas falei “já volto” e sumi. Eu estou muito assustada. 
- Bem... - o que eu falo? - Por que você está assustada?
- Ahn... Acho que, quer dizer. Espera. - ela se olhou no espelho - Eu apenas não esperava. 
- Mas tipo... Aquele apartamento dele é grande. E você já meio que mora sozinha.
- Mas isso, ISSO seria um casamento! 
- Você pode falar que não. Que acha muito cedo. - foi a coisa mais óbvia que eu pensei - Ou... Você quer muito ir, mas tem medo do que podem pensar de vocês.
- Eu quero muito ir. - ela confessou. 
- Porra! - alguém falou. A voz não veio de perto, mas dava para escutar. Noora deu passos firmes até a porta e quando abriu, Chris estava caído no chão e William estava de joelhos. Noora botou a mão na cintura e William deu um sorriso de inocente. Conti o riso com a mão. Passei pelo casal e ajudei Chris a se levantar do chão.
- Você quer ouvir a briga deles? - ele sorriu sapeca e eu tampei a boca dele com a mão. Ouvimos a porta se fechar como um estouro. Me aproximei dele pelo susto. Sua mão em minha cintura. Seu nariz na minha bochecha. Senti sua respiração quente. Respirei fundo. - Acho que quero fazer outra coisa. - sua ágil mão segurou meu rosto e ele me beijou. Não era do tipo ardente, era do tipo: estou aqui com você, sem pressa. Segurei sua blusa com força. Nos afastamos e ele fez carinho no meu rosto. - Eu acho que essa semana eu não vou mais te ver. Quer dizer... Sexta-feira eu vou. Mas tipo, vou ter que resolver uns problemas.
- Uhmm, que tipo de problemas? - ele riu. Demorou para responder. Afrouxei minhas mãos de sua roupa e comecei a me afastar. Ele me puxou de volta com força, me abraçando. 
- Minha vó. Ela precisa procurar médicos. Não está se sentindo bem. - olhei para seus olhos. Ele estava falando a verdade. O sinal soou, fazendo eu e ele levarmos um susto. Chris arfou e se afastou. - Não chora enquanto estiver longe de mim. 
- Eu nunca vou chorar por você Christoffer. - falei baixo, porque ele já estava correndo para a sua aula. Por que ele correu de mim? Ele correu de mim? Por que eu estou tão preocupada? 
- Aí! - me virei para o grito. Noora e William riam de alguma coisa. Me aproximei e limpei a garganta para eles se afastarem. - Eva! - Noora estava risonha e boba.
- Eu vou pra aula...
- Vou com você! - ela beijou William com paixão. Demorou mas desgrudou. No momento em que saímos do ginásio, eu abri a boca.
- O que você vai fazer? - ela sorriu para o nada.
- Vamos fazer um teste. Ele falou que só me convidou porque pensou em uma maneira de ficarmos mais tempos juntos. E...
- E vocês falaram que se amam, e blábláblá. - ela me deu um empurrãozinho e rimos.
- E você com o Chris ein! - Noora arqueou uma sombrancelha.
- Nada mudou. - falei tentando me conter. Não queria falar nada demais, por que às vezes é melhor deixar quieto aquilo que está dando certo. Quer dizer, quase certo.



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