História Fuga - Epílogo

O dia transcorreu tranquilamente. Além de ter ido ao mercado comprar o jantar, passei a manhã e a tarde dentro do apartamento, dormindo e assistindo TV. Tinha que comprar um livro novo, o último devo ter lido no mínimo umas cinco vezes. Após ter acordado de mais uma soneca, levanto cambaleando com a missão de caçar algo na geladeira. O prédio é pequeno e nessa hora da tarde escuto apenas a vizinha de baixo. Ela está chateada, praguejando contra o marido. Estou aqui faz um pouco mais de uma semana e nunca vi alguém xingar tanto quanto essa mulher. Agarro um iogurte e empurro a porta da geladeira delicadamente. Como. Sento na sala. Programa de culinária. Mais pessoas entram no prédio.
Como estou cansado... Que dia terrível no escritório.
Tomo um banho, penteio os cabelos.
Será que a Suzy fez o dever? Preciso relembrá-la
Essa hora é particularmente barulhenta. O relógio marca sete e vinte e três da noite. Talvez dar uma volta por um lugar mais calmo na cidade me ajude. Pego as chaves do carro, cato a carteira e giro a maçaneta.
No mesmo instante eu congelo. No corredor, milhares de rosas vermelhas estão espalhadas pelo carpete, todas lindas e frescas. Algumas foram presas aos quadros também. O cheiro das flores me deixa tonta e o significado que elas trazem também.
Ele me encontrou.