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História Fugitivo - Faremos isso juntos.


Escrita por: lavegass

Capítulo 3 - Faremos isso juntos.


Carolina já havia aberto a boca varias vezes, mas nenhum som saia dela. Provavelmente ainda estava processando tudo o que tinha acabado de ouvir. Eu não poderia julga-la porque tive exatamente a mesma reação. Aquilo parecia loucura, ou melhor, era loucura.

- Então você roubou um banco porque o mundo esta acabando? – Perguntou por fim.

- Não exatamente por isso, mas...

- Vocês estão fazendo alguma brincadeira comigo? – Carolina nos olhou desconfiada.

- Acredite, eu gostaria que isso fosse apenas uma piada de mau gosto. – Respondi sincera e Fernando sorriu nervoso.

- Isso é ruim... Isso é muito ruim. – Disse levantando-se do sofá. Ela andava de um lado para o outro. Depois de mim Carolina sempre foi a mais sensata do nosso grupo e eu sabia que não conseguiria engolir aquilo com tanta facilidade. E eu apenas consegui porque se tratava de Fernando. – O que você vai fazer quando eles te acharem?

- Eles não vão...

- Como não? Você pegou muito dinheiro vão fazer de tudo para recupera-lo.

- Como eu disse antes esse dinheiro veio de juros, rapidamente vão recupera-lo. Além disso, eles não possuem nenhuma pista de quem eu sou. Apenas uma gravação ruim de um homem alto.

- Por que você está tão calmo?

- Isso é o que eu estou sempre perguntando para ele. – Falei.

Fernando suspirou impaciente e se abaixou ficando de joelhos próximo ao sofá onde Carolina estava sentada. Ele pegou sua mão e sorriu com ternura.

- Eu sei que o que eu fiz foi errado e que talvez os meus motivos não sejam justificativas suficientes para vocês. – Ele me olhou e eu me mexi inquieta. – Mas tudo o que eu peço é que não deixe que isso interfira na nossa amizade. Eu voltei, e estava morrendo de saudades. Tudo o que eu quero é poder passar um tempo com vocês, assim como fazíamos na época da faculdade. Prometo não arrasta-los para a minha bagunça e se por acaso essa bomba explodir eu estarei bem longe e não ira atingir vocês. E então, posso contar com você?

Carolina o encarou por um tempo, mas eu melhor do que ninguém sabia exatamente qual seria sua resposta, porque eu já havia dado a ele a mesma resposta. Durante toda a minha vida ainda não conheci ninguém que fosse capaz de dizer “não” a Fernando.

- Tudo bem. – Disse rendendo-se. Fernando a abraçou comemorando e eu não pude evitar em sorrir. Ele havia conseguido de novo. – Eu realmente preciso ir. – Completou afastando-se dele. – Omar deve estar impaciente me esperando lá em baixo. Você quer descer e... Contar tudo isso para ele?

- Não é necessário. Liguei para ele na parte da tarde e expliquei tudo. – Olhei surpresa para Fernando. Por essa eu não esperava. – O que foi? Ele é meu melhor amigo, não poderia deixa-lo de fora.

- E como foi que o Omar reagiu? – Questionei curiosa.

- Gritou um pouco, mas depois acabou aceitando. Vamos beber uma mais tarde.

Revirei os olhos impaciente e Carolina segurou o riso.

- Muito bem, depois combinamos algo para poder conversar melhor. Agora eu preciso ir, tenho muitas provas para corrigir. – Tchau Lety. – Falou Carol dando-me um beijo na bochecha. – Tchau Fernando. – Completou fazendo o mesmo com ele. – Foi um prazer revê-lo.

- O prazer foi todo meu.

...

- Tem certeza que não quer ir? – Insistiu Fernando.

- Não estou no clima. – Respondi. Estava sentada em frente à TV, já com a roupa de dormir.

- Desde que eu te conheço você nunca esta no clima para sair. A não ser que seja para ir a algum teatro ou cinema. – Fernando sentou-se ao meu lado, mastigando algo. Nem mesmo cogitei em perguntar o que era, afinal, Fernando passava o dia inteiro comendo.

- Isso não é verdade, eu já fui a várias festas com vocês.

- Sim, claro. Mas tínhamos que implorar para que você fosse. Eu até me ajoelhei para convencê-la a ir à nossa formatura.

- Eu sou uma pessoa caseira.

- Até demais! Você precisa aproveitar melhor os seus dias. Ainda mais agora que o mundo esta acabando. – Fernando fez uma pausa e me olhou. - Por favor, vem comigo essa noite. Eu prometo que iremos nos divertir.

- Você sabe que eu não acredito nessa história de fim do mundo, certo?

- Sim, e prometo que não irei insistir para que você acredite, mas quero que você aproveite cada dia como se fosse o ultimo. Faça tudo que você sempre teve vontade de fazer, mas não teve coragem.

- É tem algumas coisas que...

- Eu sabia! – Fernando tirou um bloquinho do seu bolso e pegou uma caneta. – Comprei isso acho de manhã. É para sua apocalista.

- Apocalista? Você realmente deu um nome para isso? – Perguntei de forma divertida. Ele me olhou parecendo envergonhado e apenas assentiu.

- Não julgue. Apenas faça a sua.

- Eu não sei... – Falei entregando-o o bloquinho, mas Fernando me impediu.

- Não custa nada. Eu prometo que vai ser divertido.

O olhei hesitante, mas acabei cedendo tomando a caneta de suas mãos. Primeiro porque eu adorava listas e segundo porque Fernando havia me pedido e como já deu para notar para mim era impossível dizer “não” a ele.

Surpreendi-me ao notar que em menos de dez minutos já havia colocado quase 30 itens na minha lista. Definitivamente tinha muito que eu queria fazer, mas a minha sanidade me impedia.

- Posso ver? – Pediu Fernando.

- Não! – Neguei rapidamente. - Se eu não posso ver a sua você também não pode ver a minha.

- Justo! – Respondeu levantando-se do sofá. No mesmo instante o celular dele tocou. – É uma mensagem do Omar. Esta perguntando se eu não me importo que leve uma amiga.

- O que? Pensei que ele e a Carolina estivessem saindo.

- Eles estão. A amiga é para mim.

- Oh. – Respondi simplesmente. Mas senti o meu sangue ferver. Como Omar podia fazer uma coisa dessas comigo? Tudo bem que eu já havia negado varias vezes meus sentimentos por Fernando. Mas pensei que ele fosse esperto o suficiente para notar que eu estava mentindo.

- Melhor eu ir me arrumar para não me atrasar. Tem certeza que não quer ir? – Perguntou já encostado na porta do banheiro. – Vai ser divertido.

- Eu vou. – Falei conseguindo surpreender a mim mesma por essa atitude. Fernando arregalou os olhos e depois sorriu animado.

- È sério?

- Acho que sim... – Raspei a garganta, queria soar mais convincente. – Sim.

- Ótimo! Tenho certeza que você vai gostar. – Falou adentrando o banheiro.

Suspirei pesadamente e me afundei no sofá. Não tinha ideia do que estava fazendo, mas sabia exatamente o porquê de ter feito.

...

Ainda estávamos a caminho do bar e eu já me sentia arrependida por ter ido. Mas ao ouvir Fernando dizer que Omar levaria uma amiga para que ele conhecesse o meu raciocínio falhou e tudo o que eu conseguia pensar era que não poderia deixar Fernando a sós com outra mulher. No entanto, enquanto olhava a cidade toda iluminada pela janela do carro percebi que aquela decisão foi estúpida. Minha presença não impediria Fernando de ficar com ninguém, afinal, já o presenciei várias vezes com suas namoradinhas na época da faculdade.

Ele nunca seria meu, e eu precisava aceitar isso.

Assim que chegamos logo avistei a nossa mesa a qual para a minha surpresa Márcia e Carolina também estavam. Além de uma mulher a qual eu logo reconheci, era Natália, uma prima segunda de Omar que além de antipática se achava a ultima cerveja da festa.

Meu sangue ferveu ao perceber que ela era a mulher que Omar queria apresentar para Fernando. Claro que eu ficaria chateada até mesmo se fosse uma senhora de 70 anos, mas Natália me tirava do serio pelo simples fato de existir e Omar sabia muito bem disso o que fazia com que eu desconfiasse que ele houvesse feito apenas para me implicar.

Márcia já sabia de toda a história pelos relatos de Omar e Carolina, e como ela depois do Fernando era a mais louca de nos conseguiu aceitar tudo aquilo facilmente e levar em uma boa. Além é claro de ter ficado totalmente interessada na absurda teoria de Fernando que o mundo acabaria em três meses. Isso por um lado me deixou feliz, pois Fernando estava tão entretido explicando isso a Márcia que nem se quer havia dado atenção a Natália que se mexia inquieta na cadeira parecendo desconfortável.

- Eu vi. – Sussurrou Carolina.

- O que? – Falei fazendo-me de desentendida.

- Esse sorrisinho de deboche. Você claramente não gosta dela e nem disfarçar conegue.

- Isso não é verdade. – Menti.

Carolina apenas revirou os olhos e voltou a se concentrar na bizarra conversa de Márcia e Fernando.

- 3 de dezembro, nosso ultimo dia na terra.

- Preciso fazer uma apocalista. – Falou Márcia. Ela realmente parecia ter acreditado em toda aquela história.

- Você deveria. A Lety já fez a dela. – Soltou Fernando e todos se viraram para mim olhando-me surpresos.

- Foi só por diversão. – Disse tentando me defender.

- Isso é realmente algo que a Letícia faria. Uma lista por diversão. – Brincou Natália e para o meu azar todos riram do seu desnecessário comentário. O ódio que tínhamos uma pela outra era mutuo. Desde o ultimo aniversario do Omar que ela levou um fora de um cara que estava interessado em mim. Como Natália estava acostumada em ser o centro das atenções quando alguém parecia não se interessar nela, era quase um crime.

- A diversão vai começar mesmo quando ela finalmente fizer o que colocou na lista. – Falou Fernando.

- Eu duvido que ela faça. – Continuou Natália, falando como se me conhecesse melhor do que ninguém. Revirei os olhos e nem se quer me dei o trabalho de disfarçar.

- Ela vai. Vamos fazer juntos. – Fernando segurou na minha mão e sorriu. Eu o olhei assustada, mas sorri de volta. Carolina deu uma cotovelada em Márcia e as duas riram daquela situação.

...

Para a minha sorte Natália não continuou com as implicâncias e o melhor de tudo foi que ela e Fernando não trocaram mais nenhuma palavra se quer. Ao perceber que estava totalmente excluída naquele ambiente, pois nem mesmo Omar dava atenção a ela por passar a maior parte do tempo com a língua na boca de Carolina, ela se levantou e foi embora. Márcia riu ao ouvir o meu suspiro de alivio.

- Mal posso acreditar que estamos fazendo isso de novo. – Falou Omar.

- O que? – Perguntou Fernando.

- Nos cinco, juntos. Sentimos sua falta cara.

- Eu também senti a de vocês. Mas você melhor do que ninguém sabia que eu precisava de um tempo para mim. – Falou Fernando. Omar apenas assentiu e eu os olhei curiosa. Para mim a única razão da viagem de Fernando havia sido porque ele queria conhecer o mundo, mas aparentemente as coisas eram mais complicadas. Pensei em perguntar do que eles estavam falando, mas achei melhor deixar isso de lado, pelo menos por enquanto.

- A conversa esta ótima, mas eu preciso ir. – Falou Márcia levantando-se. – Vocês sabem muito bem que eu ainda não me acostumei em acordar cedo. Se eu não for agora, não consigo trabalhar amanhã. – Ela deu um beijo no rosto de todos nos para se despedir. – Foi muito bom ver você de novo, Fernando. Vê se não some dessa vez.

- Prometo que não irei a lugar nenhum.

Márcia sorriu. Omar e Carolina levantaram-se em seguida.

- Vocês também já vão? – Perguntei desapontada. Normalmente eu era a primeira a querer ir embora, mas aquela noite estava tão agradável que eu queria que durasse mais.

- Sim, me surpreende você ainda não querer ter ido. – Disse Carolina, olhando para Fernando em seguida. – Ok, talvez não surpreenda tanto.

Minhas bochechas coraram e Fernando sorriu de forma divertida percebendo exatamente o que estava acontecendo.

- Bom, acho melhor nos irmos também – Sugeri.

- Não, nada disso. Eu quero levar você a um lugar.

- Onde? – Perguntei desconfiada, enquanto os outros três nos olhavam sorridentes.

- Não posso contar. É uma surpresa.

Olhei para Carolina e Márcia na esperança de que as duas me tirassem daquela situação, mas a única coisa que recebi delas foi um sussurro de Márcia dizendo “Vai”.

- Tudo bem. – Falei um pouco nervosa.

...

Fernando pediu para dirigir o meu carro e mesmo hesitante eu deixei. Por sorte ele não passou por nenhum caminha que eu não conhecesse e isso já me deixou um pouco aliviada. Não, eu não tinha medo de Fernando. Sabia que ele jamais faria algo para me machucar ou algo que eu não quisesse, afinal era difícil eu não querer qualquer coisa com ele. No entanto, Fernando tinha a arte em se meter em confusões. E eu não queria terminar aquela noite na delegacia assim como terminei na noite da minha formatura.

- Esse é o lugar que você queria me levar? – Perguntei um pouco decepcionada.

- Sim! – Respondeu ele sorridente.

- Mas esse é o shopping Fernando, eu já estive aqui um milhão de vezes.

- Eu sei. Mas tem um lugar lá o qual eu tenho certeza que você nunca foi.

- A única loja que eu não entrei ali foi a de roupa para gestantes.

Fernando riu, e sacudiu a cabeça.

- Não é uma loja.

- Então o que é?

- Dá para você parar de fazer pergunta e só vir comigo?

Eu o olhei apreensiva, mas acabei concordando. O que para vocês já não é nenhuma novidade.

Entramos no shopping e subimos até o ultimo andar, ao entrar lá Fernando aproximou-se de uma portinha, ele estava prestes a abri-la, mas eu o impedi.

- O que é isso? – Perguntei.

- O lugar onde eu vou leva-la. Você nunca entrou aqui, certo?

- É claro que não! Talvez você não tenha percebido, mas tem uma placa na porta que proíbe a entrada.

- Sim, mas enquanto você estava escrevendo a sua lista eu vi que uma das coisas era entrar em um lugar proibido.

- Então você esta me espionando? – Falei colocando as mãos na cintura tentando parecer brava.

- Espionando não. Eu vi acaso.

- Sei.

- Vamos? – Insistiu enquanto abria a porta. Olhei para todos os lados certificando-me de que ninguém estava olhando e acabei entrando.

Era um lugar estreito e aberto. Devido a altura batia sobre nos um vento extremamente refrescante.

- Ok, agora diga. Por que me trouxe aqui?

- Sabe aquela foto da cidade que eu tirei há dois anos e te dei?

- Sim. Ela esta pregada na parede da minha sala. – Falei.

- Sim eu percebi. – Respondeu de forma divertida. Eu me senti uma idiota, é claro que ele havia percebido, afinal, tinha passado o dia todo trancado na minha casa. Deve ter revistado até a minha gaveta de calcinhas por causa do tédio. O que eu esperava que não tivesse acontecido, pois lá tem umas relaxadas que estão passando da hora de serem queimadas. – Aparentemente você gosta dela. – Continuou Fernando despertando-me dos meus pensamentos absurdos. – Por isso gostaria de mostrar a você o lugar de onde a tirei.

- Foi aqui? – Perguntei surpresa.

- Não exatamente aqui. Precisamos subir aquela escada para ir ao lugar exato.

Olhei para a escada e o medo me dominou, ela era velha e parecia estar enferrujada, além do lugar para onde ela daria ser extremamente alto e sem nenhuma segurança.

- Acho melhor ficarmos por aqui.

- Por favor, Lety, não vai me dizer que esta com medo!

- Não é isso é só que... – Fiquei pensativa e Fernando riu.

- Vamos. Eu seguro a escada para você. Prometo que nada vai acontecer.

- Tudo bem. – Falei em meio a um suspiro. Fernando me ajudou a subir e mesmo morrendo de medo eu o fiz. Quando sentei lá em cima e olhei para tudo aquilo na minha frente não pude evitar em sorrir. Era lindo, mais ainda do que na fotografia.

As luzes da cidade mesmo forte não atrapalhavam o brilho das estrelas e aquela era provavelmente a noite mais linda que eu já havia visto em toda a minha vida.

Fernando se juntou a mim sentando-se ao meu lado.

- O que achou?

- É incrível! – Respondi sincera sem olha-lo. Ainda estava hipnotizada com aquela vista.

- Fico feliz que tenha gostado.

Notei que Fernando estava me olhando, mas dessa vez não disse nada. Queria apenas apreciar meu tempo naquele lugar em silêncio, sentindo sua companhia a qual tornava as coisas melhores ainda.

- Acho que já pode riscar um dos itens. – Falou entregando-me uma caneta.

- Como você sabe que eu trouxe a lista? – Perguntei.

- Eu vi você colocando ela dentro da bolsa.

- Você precisa parar de me espionar senhor Fernando.

- Não faço por querer. - O olhei desconfiada, mas peguei a caneta enquanto procurava o bloquinho. Risquei e o guardei novamente. – Tem mais alguma coisa que podemos fazer hoje? – Sim tinha. Não apenas uma, mas sim várias, no entanto não teria coragem de dizer a ele o que era.

- Talvez tenha uma. – Falei e ele me olhou de forma curiosa.

...

- Você realmente nunca fez isso?

- Não! Você já?

- É claro que sim! Uma porção de vezes. Principalmente quando era criança.

- E não é perigoso?

- Para falar a verdade sim. Eu cai uma vez e ralei até a cara.

- Serio? É melhor irmos embora então. – Virei em direção a saída.

- Nada disso. – Falou puxando meu braço. – Agora você vai fazer.

- As pessoas vão ficar nos encarando...

- Não tem quase ninguém aqui Lety. E se você não se apressar vão nos fechar aqui dentro.

Eu olhei para frente e encarei aquela escada rolante. Um dos itens da minha lista era tentar subir uma escada rolante que estava descendo. Fernando tentou me encorajar dizendo que bastava ser rápida. No entanto quanto mais ele falava sobre sua experiência com isso mais desencorajada eu ficava.

- Eu vou com você. Vamos fazer isso juntos.

- Esta bem.

Caminhei em frente à escada e rapidamente iniciei aquela cena ridícula. Que acabou se tornando muito divertida. Era como correr em uma esteira, mas se eu conseguisse ser rápida o suficiente era possível sair do lugar. Estava quase chegando lá em cima quando me desequilibrei e cair. Fiquei um pouco zonza e minhas vistas se escureceram.

...

- Finalmente! – Falou Fernando em meio a um suspiro de alivio. – Como se sente?

- O que aconteceu? Onde eu estou? – Questionei ignorando sua pergunta.

- No hospital. Você caiu da escada rolante e desmaiou. Mas não se preocupe já fizeram os exames e esta tudo bem. O médico disse que assim que você acordasse poderíamos ir embora. Na verdade ele queria que eu te levasse embora desacordada mesmo, porque aqui é um hospital grátis e bom... Você sabe como funcionam as coisas. Mas eu fiquei com medo e insisti que ficássemos ate que você acordasse. – Falou Fernando e eu sorri ao notar que ele estava preocupado.

- Minha cabeça dói um pouco, mas estou me sentindo ótima. – Disse tranquilizando-o. – Já podemos ir embora.

- Esta bem. – Ele levantou da cadeira onde estava sentado e me ajudou a sair da cama. Eu conseguia andar normalmente, mas não podia perder a oportunidade de ter Fernando segurando em minha cintura enquanto me ajudava a caminhar, então acabei forjando uma dorzinha no pé. Nada muito grave capaz de me mandar para o inferno.

Ele abriu a porta do carro para mim e perguntou varias vezes se eu me sentia confortável e tinha certeza de que estava bem. E eu é claro estava mais do que bem, principalmente em vê-lo tão preocupado.

Quando chegamos ao meu prédio após deixarmos o carro na garagem Fernando me carregou para subir as escadas mesmo eu dizendo que conseguia. Resolvi não insistir muito, pois aquilo era ainda melhor do que ter as mãos dele na minha cintura.

- Tem certeza que se sente bem? – Perguntou pela vigésima vez enquanto afofava o meu travesseiro.

- Sim. – Respondi puxando o cobertor.

- Estou me sentindo culpado. Se eu não tivesse insistido...

- Ei! Não precisa se sentir assim. Eu queria fazer e fiz. Mesmo indo parar no hospital eu não me arrependo. Na verdade foi até divertido.

- Sério?

- Sim! E você estava certo.

- Sobre o que?

- Eu posso não acreditar que o mundo vai acabar daqui três meses, mas preciso começar a aproveitar mais a minha vida.

- Fico feliz que tenha conseguido fazer você pensar dessa forma. – Disse em meio a um sorriso colocando a mão no meu joelho. – Bom, acho melhor eu ir dormir. Você precisa descansar porque não quiseram te dar um atestado, ou seja, vai ter que ir trabalhar amanhã de todo jeito. - Ele sorriu ao ver sorrir e se aproximou da porta. – Boa noite Lety.

- Fernando. – Chamei antes que ele deixasse o meu quarto. – Posso te perguntar uma coisa?

- Claro. – Respondeu ainda perto da saída.

- Por que você voltou? Ou melhor, por que veio para a minha casa?

Fernando me olhou e deu um sorriso tímido.

- Porque quando eu soube que o mundo iria acabar você foi a primeira pessoa em que eu pensei que gostaria de passar os meus últimos dias.

 


Notas Finais


Já que OV acabou, como eu tinha prometido continuarei com essa. Espero que estejam gostando (=


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