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História Fullmoon - STEREK - Capítulo II


Escrita por: Cinder_Dargor

Notas do Autor


Olá! Estou tão feliz com o feedback dessa fanfic que estou de volta em menos de uma semaninha ^^ Queria agradecer a todos que comentaram e favoritaram o último capítulo! É a minha primeira fic aqui, gente, valeu mesmo!
Espero que gostem desse aqui também e que deixem comentários ^^

Capítulo 2 - Capítulo II


A volta para casa foi marcada por um silêncio que mais soava como um réquiem. Enquanto percorria a pequena estrada de barro que ligava sua casa a Beacon Hills, Stiles Stilinski revivia seu breve encontro com Derek Hale e imaginava como poderia ter mudado pequenas coisas que revelariam o consagrar de um final distinto daquele. Se era culpa dele e de sua incapacidade de segurar a própria língua? Claro, o que mais poderia ter sido? Bem, talvez Hale tivesse uma namorada ou algo do tipo... Mas, Stiles apenas queria conversar com um lobisomem e isso independia da atração assombrosa que ele sentira por Derek, certo? Ah, eram tantas indagações e tantas possibilidades...

Ele não estava muito longe de casa quando aconteceu. Guiando seu estimado jipe pelo caminho escuro, esburacado e ladeado por afiadas rochas, Stiles começou a escutar pequenos zumbidos que ganhavam força com a passagem das areias do tempo. De início, o jovem apenas pensou que pudessem ser os animais que habitam aquela região... Todavia, os zumbidos atingiriam um patamar de intensidade que apenas os pensamentos humanos poderiam ter.

Stiles suspira. Perdera o seu autocontrole novamente. Ele para o veículo, já que não há sinal de vida atrás dele, e deixa que suas mãos passeiem por seu semblante puído. Tudo certo para seguir viagem, porém, sem o barulho de seu veículo de estimação algumas palavras ganharam clareza em sua mente.

Lobo. Prata. Morte. Dinheiro.

O garçom do Whittemore´s se assusta um pouco, respirando fundo e jogando a cabeça para fora do jipe a fim de obter mais alguma informação.

As linhas de pensamento, no entanto, cessam-se. O que se segue, na verdade, é um urro de dor. Dor de um homem, de um lobisomem.

— Derek! - Stiles brada, enquanto volta-se para seu bebê e procura algo para ajudar Derek Hale.

O garoto treme, seu coração acelera novamente. Derek foi sequestrado por um grupo de traficantes de lobisomens, claro! Não havia melhor explicação. Esses ataques vem se tornando cada vez mais frequente naquela região, fomentado por uma onda de desemprego que leva humanos, armados com objetos banhados em prata, a sequestrar lobos para vender seu sangue, possuidor de propriedades alucinógenas, e vender as próprias criaturas como escravas que se tornarão lutadoras em ringues de batalhas ilegais, onde, na forma de animal, se luta até a morte.

Certamente, um destino muito trágico para alguém como Derek Hale. Certo que pode salvá-lo de um destino tão cruel, Stiles arma-se com seu velho taco da baseball e segue pela esquerda, esgueirando-se e escondendo-se pelas árvores. O garoto segue seu caminho de olhos fechados, deixando que suas habilidades telepáticas lhe mostrem onde se escondem aqueles que fazem mal a Derek.

Não demora muito e Stiles alcança uma clareira. Está escuro, porém os meliantes atuam com o auxílio dos faróis de uma caminhonete coberta por ferrugem. Stiles consegue visualizar Derek, preso ao capô, e um casal encapuzado se movimentando em sua frente.

— Mais um pouquinho de sangue para a titia aqui, hein? Você é um garotão forte, eu sei que você aguenta. - A mulher praticamente berra as sentenças, deixando que uma risada maquiavélica escape de seus lábios.

Aquela voz... De onde Stiles conhecia aquela voz? Bem, não importava muito, pois ele rapidamente foi consumido por um misto de raiva e imprudência, fazendo com que tivesse continuação a sua trajetória pelas árvores, até chegar o momento de correr e acertar a mulher com seu bastão. Strike. Ela vai ao chão.

O homem vira-se para Stiles e em seguida observa sua companheira desacordada. Ele demora para reagir... Provavelmente, deveria estar sob o efeito de alguma droga. Já Derek, aproveita que não há mais aquele corpo que pressionava correntes de prata em suas pernas e acerta um chute na barriga do seu agressor.

— Derek! - Stiles clama, largando seu bastão e correndo até o SEU lobisomem e retirando as correntes de prata com bastante cuidado.

Tempo suficiente para que o homem se erguesse e puxasse Stiles pela cintura. 

— Quietinho... Putinha de cachorro.. - ele cospe em escárnio, enquanto Stiles se rebatia contra seu corpo opulento.

Parecia estar tudo perdido, principalmente quando foi possível ouvir um leve gemido vindo da mulher desacordada. Entretanto, como já estava livre de metade das correntes de prata, Derek conseguiu se desvencilhar com certa facilidade e, pouco tempo depois, estava erguendo o traficante pelo pescoço, enquanto Stiles foi largado no chão, caindo de bunda.

— Ai... -  é impossível não resmungar e não fazer cara feia, mas podia ser pior.

— Por favor... Por favor não... - o homem pede, contudo Stiles considera ser muito tarde para lamentações.

— Eu quero que você pegue sua amiguinha e sumam da minha frente agora. Ou eu vou arrancar sua garganta com os meus dentes. - Derek profere, sua voz mais calma até que o normal.

O homem assente, tomando o corpo desacordado no colo, acomodando-se em sua caminhonete e praticamente evaporando em seguida.

Derek respira aliviado. Foi realmente um grande susto, embora seu corpo já tivesse iniciado o processo de cicatrização. Stiles não se contém, deixando escapar um sorrisinho orgulhoso.

— E você... Podia ter acabado com sua vida, sabia? E se eles tivessem mais alguém dentro do carro? Quer dizer, você realmente achou que fosse derrotar duas pessoas usando apenas um taco de baseball? 

— Eu salvei sua vida, não salvei, sourwolf?

A luz era muito parca, mas se Stiles pudesse ver o rosto de Derek, se depararia com uma expressão incrédula... O maior estava realmente surpreso... Nunca vira tamanha audácia em toda sua vida! Quem aquele garoto pensava que era?

— Muito bem. Agora andando. - Derek resmunga, batendo palmas para Stiles.

— Andando?

— Eu vou te levar em casa, claro. Ou acha que eu vou deixar uma criança sozinha na floresta apenas com um bastão de baseball?

— Eu tenho dezessete. Não sou mais uma criança. - Stiles retruca, arrancando uma risada sarcástica de Derek.

É a primeira vez que ele escuta aquele som, já que o outro está sempre com a mesma carranca séria. Uma melodia agradável e que certamente merece ser compartilhada mais uma vez.

Stiles começou a guiar Derek pelo caminho de volta, enquanto murmurava algumas coisas desconexas a fim de puxar algum assunto. Foi quando o recém-chegado o cortou, pela milésima vez naquela noite.

— Como sabia onde eu estava?

— O que?

— Você veio praticamente do nada, Stilinski... E eu sei que você não estava me seguindo na saída do restaurante, pois eu certamente teria sentido seu cheiro. Você simplesmente surgiu na floresta. Do nada.

Argh. Derek e essa história do cheiro de novo.

— Meu cheiro é tão ruim assim? Para você poder sentir a quilômetros? 

— Eu nunca disse que era ruim. Você que assumiu isso. Tem um cheiro diferente, Stilinski. E nós, lobos, temos um faro diferenciado dos humanos... Mas, isso não responde a minha pergunta.

Então... O deus grego Derek Hale achava seu cheiro bom? Foi um elogio? A cabeça de Stiles dava voltas.

— Você vai rir de mim se eu disser como... - Stiles murmura tristonho, um tom que Derek desconhecia no menor. 

— Não sou um palhaço de circo, não vivo rindo das coisas com facilidade. - Derek afirma com uma seriedade da dar calafrios em qualquer um.

O mais novo para sua caminhada e tenta encarar, mesmo com toda a escuridão, a face do maior.

— Eu leio mentes, Derek.

— Sério? - o lobo duvida.

— Sério. - Stiles mantém-se firme.

— Então... Pode dizer no que eu estou pensando agora?

— Só leio mentes humanas. Na verdade escuto pensamentos humanos perdidos quando não estou me controlando para não fazer isso. Estava voltando para casa e ouvi os burburinhos agitados das cabeças dos seus sequestradores. Quer dizer, eu acho que só leio mentes humanas, porque você é a primeira pessoa que eu conheço não-humana e eu não posso ler sua mente.

— Intrigante. O que você é, Stilinski?

— Honestamente, prefiro que você me chame de Stiles. Praticamente só o treinador Finstock me chama de Stilinski e eu não gosto muito. Eu sou um quase adulto de dezessete anos que estuda na Beacon Hills High School e trabalha no Whittemore´s como garçom algumas vezes na semana. Eu tenho transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e sempre falo bastante. 

Derek não consegue acreditar... Ele realmente é impossível de ser controlado.

— Eu perguntei que tipo de entidade sobrenatural você é.

— Oh. Bem, eu achava que você pudesse ter essa resposta. Desde o dia em que eu descobri que os lobisomens são reais eu imagino o momento em que um de vocês, acostumados com criaturas sobrenaturais, me diria o que eu sou. Gosto de pensar que eu sou um telepata... Apenas... Mas, quem sabe eu não sou meio lobisomem e essa habilidade.... - ele certamente prosseguiria, mas Derek novamente atua como uma faca.

— Não. Lobisomens não leem mentes. E, mesmo se lêssemos, você definitivamente não cheira como um de nós.

Stiles fuzila aquele ser com o olhar. Era muita insistência para aquele detalhe. Claro, como um apreciador da cultura licantrópica, ele sabia da importância dos sentidos na vida de um lobisomem... Sabia, inclusive, que eles são capazes de encontrar os amores de suas vidas apenas com um leve farejar... Seria esse o caso? Não, claro que não... Afinal, quem iria querer namorar alguém como ele?

Depois de uma caminhada não tão extensa, a dupla chega ao jipe. Stiles entra no carro sem cerimônias, por um segundo ele esquece estar acompanhado. Já o filho do meio da família Hale, aproveita o momento para sentir-se inundado num mar almiscarado pelo menor, entrando tão rapidamente no tesouro de Stiles que este nem ao menos percebe.

Orbes castanhos e verdes se cruzam, experimentando uma proximidade inédita. Era muito mais que uma mera explosão nas narinas de Derek, era também poder ouvir o pequeno coração de Stiles batendo nervosamente em resposta a sua presença.

— Minha casa não fica muito longe. Aproximadamente meia hora se você contar desde quando o asfalto termina e começa o barro. - Stiles fala, voltando-se para o volante e quebrando o contato visual que o deixara suando frio.

— Muito bem... Eu te acompanho até sua casa, é o mínimo que eu posso fazer... Depois eu volto para a minha.

— Espera um segundo... Você mora em Beacon Hills?! - o Stilinski não aguenta e pergunta em euforia... Um lobisomem MORANDO em Beacon Hills... Era o melhor dia da sua vida sim ou claro?

— Na verdade eu acabei de mudar. As coisas ainda estão no meu carro e a casa está toda virada... Mas, como você deve saber, não preciso de muita coisa para garantir minha sobrevivência. 

— Isso é tão legal! Um lobisomem vivendo em Beacon Hills... Ainda nem acredito nisso... E essa sua casa é perto da floresta?

Derek apoia seu braço direito na janela, sem deixar de olhar para o moreninho em nenhuma parte do processo.

— Interessante... Achava que todos daqui iam se lembrar... A mansão Hale basicamente no coração da floresta.

— Wow, mas a mansão Hale foi destruída por um incêndio... Não tem como uma pessoa morar ali. 

— Uma pessoa não, um lobo talvez. De qualquer jeito, eu pretendo reformar tudo... Me traz muitas lembranças.

— Você não morava nela, morava?

— Não, mas posso ter passado uma ligeira parte da minha infância por ali... É propriedade da parte humana da família Hale há séculos.

— O que me leva a uma excelente pergunta! Você nasceu assim ou alguém te transformou?

Derek revira os olhos.

— Nasci. O que me leva a uma pergunta mais excelente ainda! - Derek imita Stiles, sarcástico. - Por que tanto glamour para nós lobos? Essa vida tanto pode ser tanto uma dádiva quanto uma maldição, sabia?

E assim, pela primeira vez, o Hale conseguia calar a boca do Stilinski. Pelo menos por cinco segundos.

— Ok... Talvez realmente eu veja vocês com os olhos errados... Quer dizer, por conta da minha telepatia eu acabo por ver todos que são um pouco diferentes com outros olhos... Eu era a única criança não humana da escola... Fora que eu sempre falo mais do que eu devo... Se isso te ofende de alguma forma... Peço desculpas.

O lobo interior de Derek uiva um não estrondoso. De forma alguma Derek não pode ser a razão de tanta tristeza para aquele humano tão frágil... Era como se o Hale tivesse um instinto de proteção ao menor quase que absoluto.

— Eu que peço desculpas, Stiles. Não estava tentando te ofender... Apenas estou acostumado com pessoas que nos veem de uma forma completamente equivocada. Eu sei que você é especial.

À essa altura, Stiles já havia parado em frente ao jardim de casa e olhava fixamente para Derek. O mais velho, pós concluir sua fala, não resistiu e levou as costas de sua mão até as bochechas levemente coradas no mais novo. O pequeno garçom apenas fecha os olhos, tentando aproveitar o máximo aquela sensação. Aquelas batidas ligeiras no coração do menor eram a prova que Derek precisava... Stiles o queria.

— Boa noite, Stiles Stilinski. - o Hale dita em voz baixa, decidido a partir apenas com um leve beijo na testa.

O desejo, o impulso e aquele cheiro forte que o outro emanava fizeram com que Derek mudasse de ideia e puxasse aquele corpo trêmulo para um leve selar de lábios. As duas bocas se encostaram, num carinho quase que fraternal, todavia Stiles deixa escapar um gemido singelo no processo. Derek sente seu membro enrijecer.

Findado o ósculo, o Hale praticamente some do jipe, deixando para trás um garoto confuso, porém convicto de que aquela só poderia ser a melhor noite de sua vida.

Ou quase isso. Passada a euforia do beijo, Stiles volta-se para sua pequena casa e percebe que as luzes da sala estão acesas. Ele olha para o relógio e vê que já passam das duas da manhã. Estranho... Seu pai não tem o costume de ficar esperando por seu retorno do trabalho.

A alegria cede espaço para a preocupação... Acontecera alguma coisa ao Xerife Stilinski, seu progenitor? Stiles abre a porta com urgência, deparando-se com duas figuras nervosas. O velho patriarca, cuja vista estava marejada em um misto de alívio e tensão, e o seu melhor amigo Scott McCall que, logo após irromper-se em alívio, puxa Stiles para um abraço apertado.

— Gente...? - Stiles interpela, buscando ar.

— Estávamos preocupados, Stiles, por Deus! Você some logo após a chegada de um lobisomem em Beacon Hills! O que você queria? Me dar um ataque do coração? - O seu pai diz firme, porém ele ainda não consegue esconder o alívio que sente.— E você está todo sujo de terra, meu filho... O que aconteceu? - ele indaga ao aproximar-se dos amigos.

Scott larga Stiles, que solta um muxoxo de dor.

— Pai... Você precisava mesmo ligar para o Scott?

Acontece que o jovem Stilinski odiava o fato de seu pai confiar mais em seu amigo responsável que nele por sua fama de estabanado.

— Ele ligou porque achou que eu fosse um dos últimos a te ver, Stiles. E eu vim. Por Deus! Estávamos loucos de preocupação! Você sabe melhor do que ninguém que os lobisomens são capazes de tudo.

— Vejam bem, antes de acusarem o Derek de qualquer coisa que seja. - Stiles fala com um tom de voz alterado, prestes a explicar o mal entendido.

—Derek, meu filho? Já estão tão próximos assim? - O xerife pergunta, cruzando os braços e balançado o corpo.

O rosto de Scott se contorce em um esgar.

Stiles estava prestes a responder os dois com algum protesto, porém mais uma vez ele perde o controle sob suas habilidades telepáticas.

Cláudia... Onde quer que você esteja, me ajude com essa criança...

Lágrimas escorrem pelo rosto de Stiles involuntariamente... Até que ele escuta a mente de Scott.

Merda! Não posso perder o Stiles assim como eu a perdi...

Claro, Stiles compreendia que aquilo não passava de uma preocupação exagerada embasada em uma série de preconceitos que estavam encrustados à sociedade americana, contudo, em um lapso de rebeldia, ele acaba gritando:

—Eu não sou uma criança!

Seu pai e seu melhor amigo trocam olhares. Stiles começa a desabar em um pranto desesperado.

– Stiles...

—Me escutem! Eu cheguei tarde porque o Derek foi atacado por traficantes de lobos... Deus sabe o que teria acontecido com ele se eu não tivesse ouvido os pensamentos daqueles nojentos. Eu não me joguei no colo dele... Eu não fiz nada de errado... Ele apenas é importante para mim... Já pararam para pensar que talvez eu não goste de ser a única aberração de Beacon Hills? - ele soluça compulsivamente. - E não, Scott, você não vai me perder assim porque eu não sou a Allison! 

O Stilinski mais velho apenas abaixa sua vista... Aquele nome ainda lhe dava pesadelos.

- Não se atreva a falar da Allison! - Scott berra, fuzilando Stiles com o olhar.

O pranto de Stiles apenas se intensifica. Cansado e frustrado, ele corre pela escada e tranca-se no seu quarto, jogando-se na cama e chorando copiosamente. Seu gatinho, Wolf, mia preguiçosamente no parapeito da janela e quando o garoto levanta a vista para o animal, ele percebe que a lua cheia tomou o lugar das nuvens de chuva naquele fim de noite.


Notas Finais


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