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História Fun Boys - 7 The End


Escrita por: yrajkumari

Notas do Autor


Antes de tudo, gostaria de pedir desculpa por ter demorado mais que comeback do 2ne1, mais que beijo em dorama, mais que prologue do BTS, mais que début na JYP... Acho que deu pra entender. Mas sério, desculpa mesmo, teve tantos fatores que contriburiam pra demora, como o fato de eu ter feito não dois, mas sim três finais. O que me levou a escrever três capítulos e me dedicar ao que mais gostava. Admito que foi mais pela procrastinação mesmo ahsuaha. Foquem nas notas finais.

Capítulo 29 - 7 The End


"Amar pode doer, amar pode doer às vezes..."

–Você é o pior bêbado do mundo. – alguém cochichou baixinho.

Abri os olhos com dificuldade, eles doiam, assim como minha cabeça. Olhei ao redor procurando o relógio na cabeceira. Demorei para perceber que não estava no meu quarto, e sim, numa praia.

–Juro que só tomei uma. – sentei ainda meio tonto.

–Se lembra da noite passada? – confirmei com a cabeça, logo depois neguei. – Então se lembra do que falei sobre Miami?

–Que teria que ir pra lá daqui duas semanas? Tinha esperança que fosse um sonho ruim. – resmunguei cabisbaixo.

–Só vou ficar fora alguns meses. Meu pai acha que quanto mais treinarmos mais rápido podemos debutar, então ele vai nos mandar para academia do tio Eythan. – explicou andando de um lado para o outro.

–Nós? Até ontem não existia nenhum "nós" – balbuciei.

–Eu e os outros nove trainees.

Gostaria de parecer apático a situação, mas a ideia de tê-la perto do que passei a chamar de P.A.P.E.N.S, me deixou nervoso.

–Isso inclui seu primo-primeiro-amor-ex-namorado-sinistro? – fiz uma cara feia, semelhante as que Hoseok costuma fazer.

–O que? Não confia em mim perto dele? – perguntou indignada, me tacando um saco de papelão de uma loja de bebidas.

–Depois do "eu te amo" de ontem, confio em você até perdida em uma ilha com os garotos do Exo. – puxei-a para a areia comigo.

–Foi o álcool falando, não eu.

–Sendo assim... – dei lhe um beijo na bochecha e sussurrei: – Eu te amo.

–Sabe que não está mais bêbado, né? E ninguém é confiável perdido em uma ilha com os garotos o Exo.

–De todas as formas, não foi eu quem disse primeiro.

–"Eu te amo, seja você como for". – tentou imitar minhar voz.

Tinha dito isso no hotel, depois de minha conversa com Troy.

–Estava acordada... – arregalei os olhos.

–Tecnicamente, não, achei que estivesse sonhando, mas depois de ontem tudo passou a fazer muito sentido. – apertou meu rosto. – Você é o namorado mais fofo que já tive.

–Já teve muitos namorados? – segurei-lhe as mãos.

–Depende da sua concepção de muitos.

–Aigoo! – esbravejei.

–Viu? Por isso que eu amo beber – Myn pareceu lembrar de alguma coisa, pois passou a rir consigo mesma. –, as conversas de antes, durante e depois são as melhores.

–Você é uma ovelha negra.

–A ovelha negra aqui está de partida, o que o anjinho vai fazer a respeito?

Sorri travesso, como se tivesse tudo planejado, mas só "como se", não tinha nada em mente.

"A única coisa que eu sei, é que quando fica difícil; você sabe que pode ficar difícil algumas vezes, é a única coisa que nos faz sentir vivos..."

Devo ter passado mais tempo com Myn nos poucos dias antes da viagem do que desde o dia em que ela chegou. Fazíamos praticamente tudo juntos, passamos a fotografar cada momento e até compramos coisas de casais. Os meninos se sentiram excluídos, então, na noite antes da viagem saímos todos juntos para jantar. Nem precisamos explicar o motivo da viagem repentina, eles sabiam o mesmo que nós, graças a Bryan e sua "reunião de extrema importância".

–Um brinde a volta do Yoongi de antigamente e a partida do nosso mascote. – Namjoon levantou e ergueu a taça no ar.

Fizemos o mesmo que ele, mas na hora dos brindes sempre tem uma surpresa. Jimin saltou da cadeira.

–Um brinde, amigos, aeou. – entoou como um pirata.

–Esse micão que você tá pagando é no crédito ou no débito? – Hoseok puxou-o pela manga. – Estamos em um restaurante, se controla.

–Não te dei essa autoridade. – Jimin estava um pouco bêbado.

–Tem muitas coisas que quero que você me dê, e autoridade não é uma delas. – Hoseok também.

–Isso soou b-e-e-e-e-m estranho. – Tae estava, bem... como posso dizer? Alegre.

"Nós mantemos este amor numa fotografia, nós fizemos estas memórias para nós mesmos. Onde nossos olhos nunca se fecham, nossos corações nunca estiveram partidos, e o tempo está congelado para sempre..."

–Psiuuu – assoviei para Myn.

Assim que ela olhou indiquei o lado de fora do restaurante e fui me levantando. Esperei que ela entendesse e me seguisse.

Andamos em silêncio para a área externa, até chegarmos em uma cabaninha bem iluminada.

–Daebak! Aqui é lindo.

–Não tão lindo quanto você. Me daria a honra de uma dança? – arrisquei, estendendo a mão.

–Mas... não tem música. – falou mais em forma de pergunta do que de afirmação.

–A batida dos nossos corações já não é música suficiente? – tentei com todas as forças não rir. Pelo menos uma noite tinha que ser um bom namorado.

Myn por fim pegou minha mão, e passamos a balançar de um lado pro outro, em uma valsa desajeitada.

–Quando ficou tão....

–Cavalheiro? – interrompi.

–Piegas. – riu.

–Quando percebi que você vai passar três meses com um novo grupo de garotos, e talvez se apaixone por um deles, pois percebeu que sou um bruto que não sabe expressar os sentimentos.

–Um grupo de garotos composto por meus primos e dois garotos com namoradas... que ameaçadores.

–Só quero que dê certo. – suspirei.

–Que o quê dê certo?

–Você vai embora amanhã e ainda não falamos sobre isso. Namoro a distância.

–São só três meses, não é o fim do mundo. – tentou me tranquilizar.

–Três meses pode ser o fim do mundo para um relacionamento de semanas. – falei sem pensar.

–Me chamou aqui pra termos uma despedida descente ou pra vomitar tudo isso em mim? – indagou irritada.

Myn deu um passo pra trás, nos separando.

–Desculpa, achei que fosse um bom momento pra falar sobre isso.

–Não, não é um bom momento. – enlaçou meu tronco, apertando-o forte. – Só vamos ficar assim por alguns instantes... em silêncio...

E esses alguns instantes em que ficamos ali, abraçados, sem fazer nada passaram num piscar de olhos, tão rápido. Myn com a cabeça enterrada em meu ombro, o cheiro de chiclete vindo de seus cabelos me fez lembrar das diversas vezes que reclamei desse cheiro, que passou a fazer parte do odor natural da casa. Sem dúvidas sentiria falta disso.

–Por que você tem que ir? – falei com a voz embargada.

–Está chorando?

–Claro que não, só estou rouco.

–Que estranho, – me soltou e começou a analisar meu rosto, que com certeza estava vermelho, não importa o quão pouco eu chorasse, ele sempre ficava assim. – posso jurar que senti algo pingando em mim.

–Foi baba, não lágrimas.

–"Meu namorado é um buldogue" daria um bom título de filme. Vamos pra dentro Mr. Buldogue, esta começando a fazer frio aqui.

Algumas horas depois eu era o único legalmente qualificado para dirigir. Então, assim que ajudamos Jimin, que estava sem condições de se guiar por conta própria a chegar no carro fomos pra casa.

Quando trocava de roupa senti algum coisa em um dos meus bolsos. Droga, esqueci de entregar. Corri até o quarto de Myn, e bati de leve na porta. Ela provavelmente já está dormindo.... ou não.

–Só um minuto... – um olho apareceu na frestinha recém aberta. – Ah, é você.

A porta foi completamente aberta e eu imediatamente tapei meus olhos. O que ela está pensando em me deixar vê-la só com roupa íntima? Antes fossem as roupas da vovó ou as com personagens, mas não, eram aquelas que as garotas usam em comerciais e em vídeos educativos.

–Desculpa, desculpa, desculpa. Vou voltar quando você se vestir.

–Minhas roupas estão todas na mala, com excessão da que irei viajar. Melhor falar logo, não vou me vesti tão cedo.

–E-eu queria te en-entregar isso. – gaguejei estupidamente.

Nervoso tirei o colar do bolso e o estendi para que ela pegasse, não tinha coragem de descobrir os olhos.

Mandei fazer um colar em forma de câmera com nossas iniciais gravadas. Nada convencional. Ouvi dizer que aquarianos não são convencionais.

–Yoongi?...

–Ham? – Myn me fez tirar as mãos do meu rosto, o que só me fez precionar mais os olhos.

–Entra.

–O que? – assustado abri os olhos involuntariamente.

–Entra. – seu olhar se assemelhava ao de um leão preste a atacar a presa.

–Err... não acho uma boa ideia... Talvez eu devesse voltar e...

Meu colarinho foi puxado, um beijo foi iniciado, uma porta foi batida. E esses são os detalhes mais superficiais de uma das melhores noites da minha vida.

[...]

É hoje. Nunca pensei que a possibilidade de ficar três meses longe de qualquer pessoa pudesse me fazer sentir assim. Ou devo dizer, ficar longe de quem gosto por três meses, os quais ela vai estar frequentemente em contato com o primo-primeiro-amor-ex-namorado-sinistro.

Todos haviam se despedido na recepção, já eu insisti em acompanhá-la até o portão de embarque.

–Não esqueceu de pegar nada?

–Só você... quer dizer, de te colocar na mala, não pegar daquele outro jeito. – gaguejou sem graça. – Desculpa, não sou boa com despedidas, normalmente, começo a fazer piadas tentando tornar a situação engraçada.

–As pessoas costumam se abraçam em despedidas. – fiz um biquinho e abri os braços, recebendo um abraço apertado e um beijo demorado. – Adeus por enquanto.

–Adeus por enquanto.

Nada memorável, nada épico, nada digno de Shakespeare. Não foi nem um pouco parecida com as despedidas de filmes e doramas, na vida real não acontece assim.

Nos primeiros meses conversavamos todos os dias, fosse por mensagem, ligação, chamada de vídeo ou até mesmo por músicas.  Finalmente entendi o que Hoseok queria dizer com "tesão musical", uma semana depois de lançar meu mixtape com minha prometida música de aniversario, ela postou uma música de pré-debut cheia de referências.

As coisas começaram a ficar estranhas depois de nossa última chamada de vídeo a algumas semanas. Lembro de que já havíamos desligado a webcam, mas acho que ela esqueceu do microfone ligado. Ouvi uma voz masculina dizer "Essa foi a última vez, se não ele vai ficar sabendo". Desde então, Myn parece distante, sempre com presa. Tentei diversas vezes pergunta o que havia de errado, mas só recebia "está tudo bem". Imaginei que fossem os treinos, não havia mais tratamento especial, a pressão é a mesma para todos.

Resolvi escrevê-lhe uma carta em forma de música, expressando tudo que sentia, toda minha indignação com nosso distanciamento e minha preocupação com ela.

Com o bom funcionamento dos correios, a carta seria recebida em três dias. Passado esse tempo, quando terminava de arrumar os equipamentos na empresa, meu celular começou a tocar. Era ela. Imaginei que fosse pela carta, tendo em vista que ela não me ligava a tempos.

Y: –Oi amorzinho, está ligando por causa da carta? Sei que sou um poeta nato, mas podia ter esperado amanhacer. – Pelos meus calculos eram cinco da manhã em Miami.

M: –Yoongi, e-eu sinto muito... mas não posso continuar com você. – a voz dela estava embargada, como a de alguém que acaba de chorar.

Parei por um momento para processar a informação, mas acho que meu cérebro entrou em colapso.

Y: –O que está dizendo?

M: –Não espere que eu explique, é só que... aconteceram tantas coisas. Tambem estou mal com isso, mas é melhor pra nós dois.

Y: –Vamos conversar sobre isso quando você voltar, podemos...

M: –Já me decidi, espero que entende. – desligou sem me dar chance de protestar.

–Não, não, não. – tentei ligar de novo várias vezes e nada. – Você não pode fazer isso comigo.

Quem em sã consciência termina o namoro pelo telefone? Melhor, quem ela pensa que é pra fazer com que eu me apaixone pra simplesmente terminar? Eu não queria respostas, não queria uma explicação plausível, pois não queria acreditar. Queria que ela ligasse pra dizer "É brincadeira, seu bobo". Eu esperei, mandei mensagens, liguei, Nada.

Não poderia fazer muita coisa a centenas de quilômetros de distância. Só me restava aceitar, pelo menos por enquanto.

"Você pode me guardar no bolso do seu jeans rasgado, me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem. Você nunca estará sozinha, me espere voltar pra casa..."

Apertei violentamente os botões do elevador. Não via a hora de chegar em casa e contar tudo, pedir uns conselhos pro Hoseok e ouvir os absurdos do Jimin. Já estava até vendo "Pega o primeiro vôo pra Miami, no estilo dorama.", "Vai render uma música, eu tô sentindo no rim."

Antes de sair chequei se não tinha deixado nada. Celular, garrafa, casaco, chave... Cadê a chave?

–Droga. – voltei correndo para sala de dança, onde pensei tê-la deixado.

Por sorte, lá estava ela. E, infelizmente, não encontrei só a chave.

–Vejo que você supera bem rápido. – Jay se separou de Myn quando notou minha presença, olhando-me atônito.

Seul, Korea, a alguns minutos atrás.

–Ele parecia triste – desliguei o celular. –,não acredito que fui capaz de fazer isso.

–Você me amava e continua me amando, Yoongi era só uma tentativa de me esquecer, ambos tinham consciência disso. – Jay enlaçou minha cintura, me puxando para próximo de si.

–Sabe – empurrei-o. –, eu te amei de todos os modos possíveis de amar. Entreguei meu tempo, meu corpo, meus sentimentos sem nem mesmo pensar nas consequências. Por Deus, eu girava em torno de você, como a Terra gira em torno do Sol. E, por um bom tempo, achei que fosse recíproco. Mas, naquela noite, esperava encontrar a mesma coisa de sempre, ouvir a bronca costumeira dos finais de semana "Por que chegou tão tarde? Com quem estava? Nem deveria ter celular se não usa". Naquela noite, tinha mais alguém lá, e ver aquilo doeu, uma dor tão grande que conseguiu corromper todo o amor de antes. Me senti tão traída, estúpida e o pior, não perdi só um namorado, perdi um amigo, confidente e irmão.

Parei um pouco tentando conter o choro.

–Fui tão estúpida de acreditar no nosso sonho adolescente: morar juntos, montar nossa própria empresa, casar, ter filhinhos lindos e um coelho. Quanta merda, não é mesmo? Olha onde estamos agora.

–Você já parou pra pensar no que eu sinto? Eu também perdi coisas, e sofro por quem amo me odiar e sei que não posso fazer nada.

–Só que eu não trai o Yoongi, e sinceramente, estou cagando pro que você sente. Aqui eu consegui encontrar uma pessoa que deixa meu coração em paz, como se ele estivesse sendo colocado para dormir com uma canção de ninar. Eu amo essa pessoa, assim como eu amei você um dia, só que não amo mais. Vamos acabar com isso, a partir de hoje voltaremos a ter um relacionamento saudável e inocente, como quando tínhamos nove anos.

Jay me imprensou contra a parede, prendendo meus braços ao lado da cabeça.

–Você sempre esquece que quando você tinha 9 eu tinha 13, e pra mim nosso relacionamento já não era saudável e inocente. – havia uma ponta de raiva em seu olhar. Eu estava com medo. Sabia o que vinha depois de ser colocada contra parede. – Só mais uma vez.

Meus braços foram soltos e a distância estre nós diminuiu até se tornar inexistente. A sensação de beijá-lo não era a mesma, falta alguma coisa, mas ainda era tão... bom.

Não consegui não comparar. Yoongi era mais delicado e preferia manter as mãos em minha cintura, nuca e rosto, Jay era controlador e suas mãos sempre iam descendo, descendo e descendo. Como agora. Estúpida! Pare já com isso.

–Vejo que você supera bem rápido. – parei o beijo bruscamente, tendo a visão de um Yoongi choroso.

"E se você me machucar, tudo bem, querida, apenas as palavras sangram. Dentro destas páginas você me abraça, e eu nunca vou te deixar ir. Me espere para voltar pra casa..."

Fiquei completamente paralisada, não sabia o que falar, o que fazer. Ele está sentindo o mesmo que já senti. Ele me odeia.

–Yoong... – gritei quando o mesmo saiu da sala.

–É melhor assim, nos poupa de muito trabalho.

Sentei no canto da sala e comecei a chorar continuamente, murmurando coisas que nem mesmo eu conseguia entender. Fui envolvida em um abraço familiar e reconfortante, um abraço que senti tanta falta.

–Com toda sinceridade, não vim aqui com a intenção de arruinar seu relacionamento, só queria esclarecer algumas coisas.

–Sei que a ideia do termino não foi sua, somos todos vítimas do furacão Kwan. Aconteceu melhor do que o esperado, não é mesmo? Agora Yoongi me odeia. Só queria saber por quanto tempo Kwan ainda vai me punir, espero que ele algum dia possa me perdoa.

–A culpa não foi sua, quantas vezes vou ter que dizer? A gravidez era de risco, Giselle sabia disso, mesmo assim escolheu ter você.

–E morreu, por caisa disso meu próprio pai faz de tudo para tornar minha vida um inferno. Torço tanto para Rose engravidar de um menino, talvez assim o ódio dele diminua e eu posso viver bem.

–Parou de chamar ela de mãe?

–Definitivamente. Mas vamos deixar isso pra lá, já estou pra baixo o suficiente, me conta, o que veio esclarecer?

–Não é um bom momento.

–Nunca é um bom momento. – suspirei. – Conta logo cacete.

–Só que... desculpe pelo beijo, e por toda aquela história, mas foi esclarecedor. Você também sentiu, não é, quando nos beijamos? O sentimento acabou, somos criaturas com o coração livre.

–O seu pode até ser, o meu no entanto, está preso a alguém.

–Então vá atrás dele. – olhei-o incrédula. – Não se preocupe, seu pai não vai ficar sabendo.

–Disse a mesma coisa sobre a chamada de vídeo.

–Achei que estava fazendo o certo, afinal, se eu não cuidar de você, ninguém mais vai. Agora vem, macaquinha, você tem que procurar um coração partido. – levantou e segurou minhas mãos, me puxando pra cima.

–Para onde vão os corações partidos?

–Pense aonde eles não iriam e achara a resposta.

[...]

O vento gelado fez minhas lágrimas ficarem incomodamente geladas, mesmo com frio continuei a buscar pelo que vim fazer. Está perdido entre centenas. Pensei.

–O que faz aqui a essa hora? – Myn parou do meu lado, olhando para o mesmo que eu.

–Você me perguntou o que os casais faziam com os cadeados se terminassem – olhei para a chave em minha mão. –, seria sensato tirá-los.

–Me deixe explicar o beijo.

–Isso não é só pelo beijo, é por tudo. Ouvi cada palavra depois de "com toda sinceridade", sei que não queria terminar, sei que foi coisa do seu pai, sei que estamos fadados a não dá certo. Isso me deixa frustrado.

–Yoong.. antes de nascer eu já tinha toda a vida planejada, gostar de você foi uma das poucas coisas que fiz por mim mesma, sem pressão, sem influências, sem sentir que precisava agradar alguém. Mas até no suposto "término" do meu relacionamento Kwan conseguiu interferir. O combinado era que acontecesse antes da viagem, ao contrário, poderíamos sair prejudicados. Sinto muito por tê-lo colocado em risco.

–É exatamente sobre isso que falo – finalmente virei para olhá-la. – está com você é um risco, nunca sei o que pode acontecer. Eu espero, pergunto e fico sem resposta, eu me machuco. Não é de hoje que estamos nessa inconstância, parece que sou o único se esforçando pra isso dá certo. Você realmente me ama ou eu sou só uma distração? Você sequer hesitou em seguir tudo que seu pai mandava? Poderia ter simplesmente dito não.

–Não, não hesitei, porque eu estou em um labirinto, do qual não consigo sair, qualquer caminho que posso me levar pra saída, mesmo com uma chance mínima, eu vou seguir. Sinceramente, já tentei todos, agora estou depositando minhas esperanças em você, para me ajudar a achar a saída, então me diz, o que você quer?

Demorei para entender a metáfora, mas quando entendi me senti triste. Myn viveu boa parte da vida seguindo ordens, se tornou tão normal que agora as segue sem questionar. Está perdida. Só quer uma luz que a leve ao fim do túnel, um lugar seguro. Ela espera que eu seja esse lugar seguro? A luz no fim do túnel? A saída do labirinto?

–O que eu quero import...

–ME DIZ O QUE VOCÊ QUER!

Eu deveria facilitar? Mesmo que me tornasse o vilão da história e a magoasse? Lhe pedir para ir embora seria o certo a fazer, não é? É disso que ela precisa, ficar longe desses doidos que ela chama de família.

–O que eu quero? – soprei uma risada rouca. – Bom, desde que você apareceu as coisas se complicaram, se você simplesmente fosse embora, alegando que quer viver sua própria vida seria muito mais fácil. Porque não é só seu pai querendo te atingir, eu fiz um contrato que consta claramente que não posso me envolver emocional e fisicamente com qualquer ser vivente, principalmente trainees e idols. E caso aconteça preciso fazer uma declaração para talvez receber aprovação da empresa. Se receber aprovação, o que é muito raro, devo agir com total descrição, acha que escrever nossos nomes em árvores e andar por aí juntos é descrição? Não importa em que ângulo e modo seja analisado, nosso relacionamento é errado em todos. Começando pelo fato de termos começado a namorar quando você ainda era menor, depois vem eu ser legalmente proibido de me relacionar com qualquer ser vivente. – atuei tão bem, deveria ganhar um prêmio por isso.

–O que sugere que eu faça? Que fuja, diga não temos mais nenhum envolvimento, mesmo que seja mentira, meu pai acredita e sai tanto do seu pé quanto do meu. E depois de anos, quando seu contrato acabar, nos reencontramos e vivemos felizes para sempre? – sarcasmo on.

–É uma ótima ideia. – murmurei baixinho, olhando para baixo, pensando como poderíamos fazer isso.

–Não estava falando sério.

–O que? Mas é uma ótima ideia, não sei como não pensei nisso antes.

–Por acaso esqueceu tudo o que falou? Praticamente disse que sua vida seria melhor se eu sumisse.

–Era isso que esperava ouvir, não é? Esperava que eu dissesse que queria terminar e tornasse tudo mais fácil, mas veja só, não sou nada convencional. Só disse isso por achar que fosse a melhor opção.

–E é.

–Não, não é, podemos ir para Daegu, estou pagando um apartamento lá tem um tempo.

"Me espere voltar pra casa, me espere voltar pra casa, me espere voltar pra casa..."

–Podemos? No plural? Nós?

–É, meu contrato acaba em três anos, você pode ficar lá enquanto isso.

–Três anos? Se eu ficar ainda podemos nos encontrar, não como namorados, mas, pelo menos como amigos. Então, prefiro esperar por aqui mesmo, agradecida.

–Eu já esperei por você.

–Por três meses, não três anos. – riu seca. – Sabe, não importa qual ângulo ou modo eu olhe, a probabilidade de tudo dá errado e eu me machucar é grande. Vamos ser realistas, você já tem vinte e três anos, um apartamento, uma boa renda, amigos com quem pode contar. E eu? – fungou.

Fiquei olhando para a cidade, sem coragem para encará-la. Percebi que não era um pergunta retórica quando Myn segurou meu rosto entre as mãos, me obrigando a olhá-la nos olhos. Só aí parei e vi o quão mudada ela estava. Mais linda que nunca.

–Não sabe responder? Deixa que eu dou uma dica. Nada. – sussurrou. – Se você se apaixonar por outra pessoa? Afinal, você é Min Yoongi, quantas garotada não devem gostar de você? Como você mesmo disse, três meses podem ser o fim pra um relacionamento de trFim
semanas, então, o que seria três anos pra um relacionamento de três meses? Aprendi com meu último relacionamento, não posso cometer o mesmo erro duas vezes. – se afastou devagar, com um sorriso doce, que não fazia jus ao que ela acabara de falar. – Seria estupidez

–Dessa vez não seria um erro... – sussurrei vendo-a correr dali.

"Você poderia me colocar dentro do colar que você ganhou quando tinha 17 anos perto das batidas do seu coração, onde eu deveria estar. Mantenha isso no fundo de sua alma..."

[...]

–Está querendo dizer que recusou não por não querer se comprometer, mas por amá-lo e ter medo que ele faça o mesmo que eu? – não queria falar, muito menos sair dessa posição confortável para concordar com a cabeça, então me limitei a fazer positivo com o polegar.  – Seu complexo de inferioridade é um grande problema. – confirmei de novo. – É totalmente visível que Yoongi é meu total oposto, duvido que ele fizesse isso. E se acontecesse, ele não te trairia, vocês terminariam e aí sim. – deitou a cabeça no balcão, ficando de frente para mim. – Não dá pra comentar isso com sim ou não.

–É disso que tenho medo, se terminamos o que eu vou fazer? – fiz bico.

–Quantas vezes já se arrependeu de ter feito algo? – tentei pensar de forma seria na pergunta, porém lembrei de momentos que me fizeram ter um ataque de riso.

–Grande parte das coisas fiz fora do meu estado normal, e também não lembro da maioria e levo muito a sério o ditado de "não lembro, não aconteceu", diria que poucas.

–E quantas vezes se arrependeu de não ter feito algo?

–Posso fazer uma lista. – olhei para ele que arqueava a sombracelha vitorioso. – Droga, entendi onde quer chegar, mas ainda não estou convencida.

–Então, terei que tomar medidas drásticas. – Jay levantou e foi até sua mala, trazendo consigo uma carta. – Isso chegou em Miami pouco antes de virmos pra cá. – entregou-me a carta, e foi pra seu quarto, me deixando sozinha na cozinha.

Dei um suspiro sofrido assim que vi o remetente. De Min Yoongi. Para Mylan Houston Segatti. Caíram alguns papeis quando puxei a carta do envelope, papéis que levei um tempo para perceber que eram, na verdade, fotos em formato polaroid. Uma foto nossa, uma minha e uma dele. Não pude conter um sorisso ao lembrar da nossa bebedeira na praia, onde as fotos foram tiradas, a noite em que falamos mal dos inúteis que se acham super importantes. Fiquei mais radiante ao ler o que se encontrava no verso das fotos, na dele, se li: Vê esse garoto? Os anjos presentes afirmam que ele estava absorto pela fotógrafa, por isso sorri feito bobo, ou seria pela bebida? Já não sei dizer. Revirei os olhos.

–É claro que era por mim, você não tinha nem começado a ficar alto. – parei para apreciar a estranheza do momento, eu estava falando com uma fotografia.

Passei para a minha foto: Vê essa garota? Os anjos presentes afirmam que ela estava absorta pela bebida, por isso sorri feito boba, ou seria pelo fotógrafo? Já não sei dizer.

–O que? Por que eu sou sempre a insensível da história? – bufei frustrada.

Li o último texto com esperança que ele compensasse sendo super fofo: três fotos, três dias, três semanas, três meses, três palavras. Eu te amo. Um mais inesquecível que o outro. Três anos de espera... não pude deixar de acrescentar mentalmente.

Se a intenção era me fazer ficar emocionada, objetivo concluído, e o pior ainda está por vir.

Eu honestamente posso dizer que você esteve na minha mente, desde que chegou até hoje. Eu olho para sua fotografia o tempo todo, as memórias com você voltam a tona e eu não me importo.

Se em algum segundo pensei que não sentiria sua falta, peço perdão, estava errado. Sem você aqui, meu coração quebrou como uma onda, tremeu como uma ventania, desapareceu como fumaça. Suspiro profundamente como se o chão estivesse desabando, apenas poeira se amontoa em minha mente.

Tentei enganar, tentei ganhar você desesperadamente. Alguém que não se importa, que não sente. Isso não é quem eu deveria ser. Estou preocupado, fico ansioso porque não posso me aproximar nem para tentar conversar com você, passo longas noites sozinho apagando os meus pensamentos milhões de vezes. Percebi que não sou nada sem você. Eu choro e choro, você é meu tudo. Sem você, eu sou um ninguém, perdendo tempo.

Achei que não seria capaz de viver um dia sequer sem você, mas de alguma forma consegui viver mais do que eu esperava. Achei que pudesse suprimir esse sentimento de dependência, mas todos meus esforços foram falhos, ele sempre volta mais forte.

Você não responde nada enquanto choro gritando "sinto sua falta", minhas  esperanças são inúteis agora? Querida você pode ao menos me ver ou se esqueceu completamente? Espero que você não enterre a nossa promessa de estarmos juntos para sempre.

Porque eu me lembro quando nos beijamos, eu ainda sinto isso nos meus lábios. O tempo que você dançou comigo sem nenhuma música tocando. Eu me lembro das coisas simples.

Acordei essa manhã e coloquei nossa música. Eu cantei sozinho. Peguei o celular e então coloquei lá, porque sei que estou perdendo meu tempo e eu não me importo.

Você lembra de quando nos beijamos, você ainda sente isso nos seus lábios? A vez que você dançou comigo sem nenhuma música tocando? Você se lembra das coisas simples? Você sente o mesmo que eu? Poderia me deixar saber o que se passa em sua mente e em seu coração?

Quando se sentir só, lembre-se: nós mantemos este amor numa fotografia, nós fizemos estas memórias para nós mesmos. Onde nossos olhos nunca fecham, nossos corações nunca estiveram partidos, e o tempo está congelado para sempre. Então você pode me guardar no bolso do seu jeans rasgado, me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem. Você nunca estará sozinha

E se você me machucar, está tudo bem, querida, apenas as palavras sangram. Dentro destas páginas você me abraça e eu nunca te deixarei ir.

Involuntariamente peguei o telefone e retornei a última ligação. Paralisei quando o ouvir exclamar meu nome, deveria está tão surpreso em receber a ligação quanto eu em fazê-la. Por que eu fui fazer isso? Estou sem palavras. Deve haver uma coisa ou duas para se falar.

–Primeiro, alguém acostumado a beber como eu não fica sorrindo feito boba com meia garrafa de soju. Segundo, o motivo de tanta felicidade era único e exclusivamente o fotógrafo. Terceiro, faz muito frio em Daegu?

"Quando eu estiver longe, me lembrarei de como você me beijou embaixo do poste de luz da 6ª rua. Ouvindo você sussurrar pelo telefone. Te esperarei voltar pra casa."

Fim


Notas Finais


Gostaria de dizer que 1°Tô bem agoniada em ter encerrado a fic com um número ímpar de capítulos, mas a gente supera. 2° (Nunca te pedi nada, lê esse) Tem uma fanfic chamada Love, Blood e Fangs, gostaria de pedir, implorar (não sei tô loka) que dêem uma passada lá. Relaxa galeura, não é jabar, é só uma leitora que necessita de uma continuação. Se você começar a ler, vai entender meu sentimento e vai sair panfletando com a esperança de motivar a autora. Gente, aproveita e comenta "YasCapope me trouxe aqui, #precisamosdeumfinal." Faça parte você também do Squad ressuscitando fics ahsuaha. 3°Não sei bem como finalizar, então... Comam seus vegetais, e doce só depois da comida, se não uma fada morre, e o papai noel não dá presentes pra quem mata fadas. Beijinhos de algodão. Obrigada por todos os feels♥♥♥


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