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História Futatsu no Tamashii - Shakkin


Escrita por: Icunha e Patsuan

Notas do Autor


Fala meu povo!
Nem demorou tanto assim, foi suave até.
Só queria deixar claro aqui que: nunca assistam um episódio vazado da sua série preferida pois no lugar de esperar 7 dias para o próximo episódio, você terá que esperar 12.
E ainda estou sem estruturas mas é a vida que segue.
Aproveite...

Capítulo 16 - Shakkin


Fanfic / Fanfiction Futatsu no Tamashii - Shakkin

Dívida

09 de Dezembro.

 Sentiu-se estranha quando acordou e percebeu que estava sozinha. Estava meio zonza pelo balanço da balsa e procurou Sasuke por entorno do cômodo.

Pegaram aquela balsa de madrugada, já que era a única disponível, o único problema é que ela faria várias pausas em outros portos. Levaria algumas horas até chegarem ao porto em Osaka, então não teria problemas em ter que esperar.

Saiu do quarto, indo em direção a parte de fora da balsa e sentiu a brisa do mar bater em seu rosto e achou aquilo tranquilizante. Quando pegaram a balsa, lembrou-se do que Sasuke disse sobre os redemoinhos, mais tarde, o mesmo desmentiu o que falou, mas alegou que não era toda uma mentira.

Pensou em ir até uma das pontas da balsa, para sentir melhor a brisa, quando o avistou. Estava sentado encostado na embarcação com os olhos fechados, mas pôde ouvir um ruído sair dele ao mesmo tempo em que dobrou as pernas e posicionou a cabeça entre elas, escondendo o rosto.

Aproximou-se calmamente, já sabia o que estava acontecendo com ele. Nos minutos que se passaram quando pegaram a balsa, Sasuke logo apresentou sinais de que não se sentia nada bem, mais tarde descobriu que ele estava enjoado pelo balanço do mar.

— Ainda não melhorou? — perguntou, sentando-se ao seu lado e recebeu um breve olhar dele que não tardou a voltar para sua posição anterior.

Sem saber muito que fazer passou as mãos nas costas dele, tentando mostrar segurança e que estava ali com ele. Sentiu que ele começou a relaxar, porque os pequenos sons que ele emitia começaram a se tornar mais baixos. Algum tempo depois, ele mudou de posição, e agora ele se encostava novamente na madeira da balsa, agradecendo minimamente pela ação dela.

— Espero que não demore para chegarmos, me sinto estranha ao vê-lo assim. — comentou, encostando-se na madeira atrás de si.

— Estou bem.

— Você não está bem, está com uma cara horrível — retrucou.

— Por favor, não vamos brigar agora.

— Não estamos brigando. — devolveu novamente, mas ao perceber o olhar de retruca em Sasuke, continuou. — Estou zelando pelo seu bem estar.

Ele nada respondeu, apenas voltou a encará-la, mas com olhar diferente. Já recebeu vários olhares dele quando não queria proferir palavras, mas esse tinha algo, definitivamente, diferente.

— Ahm... Eu sei que não é uma boa hora, mas...

— Pergunte logo.

— Bem, por onde posso começar. —remexeu as mãos no próprio colo. — Eu sei que o que sou, digo, em tese, mas não tenho certeza disso. Eu como e durmo, mas não sinto fome ou sono, faço isso mais por influência sua. Algumas coisas nesse mundo são claras para mim, mas outras não. Parece que é muito... Breve. Poderia me ajudar a entender isso?

Sasuke não sabia como começar esse assunto, afinal, nem ele sabia direito o que ela era. O que sabia eram apenas coisas superficiais as quais Kakashi lhe contava, mas nunca achou que existia mesmo por serem histórias referentes à Deuses. Nunca acreditou que existia um, afinal, o mundo viva em conflito, que Deus iria fazer isso com os mesmos de sua imagem?

— Uma vez... — começou, mas sentiu um pequeno enjoo no estomago que o fez parar brevemente. — Kakashi me falou que regalias eram objetos de Deuses, que existiam vários e cada um tinha a sua função.

— Com objetos você quer dizer...

— Que poderiam ser de armas até um brinco, dependeria muito. Eu era cético sobre isso tempo atrás.

— Então... Quando me pediu para ficar parada e me chamou, você já sabia que eu seria uma arma?

— Não. — respondeu, fechando os olhos. — Eu não sabia.

— Mas como...

— Eu fui por uma tese. Eu tinha noção do que você era no dia que eu vi o ideograma em seu ombro, mas não sabia o que você seria. Aquele dia foi apenas um teste.

Sakura encolheu as pernas e apoiou os braços nos joelhos, pensando sobre o que ele havia dito. Queria aproveitar o momento já que Sasuke estava disposto a responder suas perguntas.

— E o que você sabe sobre mim?

— Kakashi também disse que regalias não são espíritos, mas também não são humanos. Eles andam na linha tênue entre as duas coisas.

— Por isso que não sinto sono, mas consigo dormir.

— Quem sabe... Mas acho que seja como você disse.

— O que?

— Por influência... Ou você já andou por aqui anos atrás. — continuou, abrindo os olhos e direcionando seu olhar para o céu. — Me pergunto por que não funcionou aquele dia.

— Acho que a base era a confiança. — comentou em voz alta, recebendo o olhar atento dele, que a fez se assustar ao perceber que pronunciou em voz alta. — Digo... Eu não confiava em você e nem você em mim. Quando Orochimaru estava disposto a te machucar, eu senti que não poderia permitir isso, do mesmo jeito que você tentou chamar a atenção dele para si assim me tirando do foco da atenção dele.

— Pensou em tudo isso?

— Aquela noite que você desmaiou me fez pensar bastante. — coçou a cabeça, sem jeito.

A conversa chegou ao fim quando Sasuke novamente se curvou e proferiu um pequeno resmungo de desconforto, fazendo Sakura dar um sorriso mínimo, assim, continuando a esfregar suas costas novamente.

 Horas mais tarde, já com o sol aparecendo aos poucos, trazendo o amanhecer, chegaram ao porto de Osaka. As pessoas começavam já montando barracas e trazendo caixas para seus respectivos serviços. Como o propósito de ambos era outro, seguiram caminho, depois de pagarem a outra parte para o dono da balsa.

 Andavam por entre as pessoas no centro. Era uma cidade grande, precisavam reconhecer. O comércio era grande e o fluxo de pessoas só aumentava. Vez ou outra Sasuke parava para pedir informações e sempre voltada com a cara fechada.

Ao perceberem que já era meio dia pararam para almoçar em um dos estabelecimentos. Sasuke pediu um prato leve com algumas rodelas de tomates cortados e Sakura preferiu pedir comida apimentada, a qual o rapaz não interviu na opção da garota. Como a ensinou a usar os hashis apenas uma vez, pensou que poderia ter que ensinar novamente, mas ao ver a facilidade dela em manusear os pauzinhos, decidiu por apenas comer suas rodelas de tomate em silencio.

Continuaram o caminho depois de se alimentarem. Estavam na parte afastada da cidade, com pequenas casas e alguns dojos que ainda sobreviviam a nova era. Quando saíram de um dos dojos, o fluxo de pessoas ali era devidamente maior que das outras casas e só então perceberam que estavam perto de um dos quarteis generais da Shinsengumi. Sasuke alertou para Sakura não se afastar dele, caso contrário, isso causaria problemas.

Quando viraram uma esquina mais a frente, Sasuke grunhiu de dor e se apoiou em uma árvore ao seu lado. Sakura rapidamente atentou-se em ajudá-lo, percebeu um leve rastro de sangue manchar a bandagem que escondia o olho de Sasuke, entendendo a origem da dor do rapaz. Tentou consola-lo e o viu direcionar o olhar para um homem que vinha logo à frente.

Ele usava um yukata de cor vermelha e calças brancas, e mantinha uma katana em sua cintura. Seu cabelo era escuro e comprido, presos por uma tira de couro, mas algumas partes do cabelo pendiam nas laterais de seu rosto. Seus olhos também eram escuros e ele tinha duas linhas que marcavam seu rosto.

Ele apenas os olhou, mas sua expressão mudou no mesmo momento que ele levou sua mão ao peito, apertando uma parte de seu yukata. Apenas Sakura manteve seu olhar sobre ele, já que Sasuke gemia baixo de dor.

Não entendia o que estava acontecendo então decidiu desviar seu olhar do homem e se atentar novamente para Sasuke.

Quando o homem já se encontrava alguns metros longes, Sasuke conseguiu retornar a si, conseguindo respirar normalmente.

— Está melhor? — Sakura perguntou.

— Esse homem... Ele tem alguma ligação comigo.

— Como assim? — perguntou novamente.

— A mesma intensidade que meu olho ardeu... A marca da minha mão ardeu também. — respirou fundo, pensando sobre o assunto — E sempre que isso acontece, é um sinal.

As horas do dia passaram rapidamente e a noite finalmente chegou, junto com a chuva. Caminhava calmamente com seu chapéu de palha protegendo seu rosto, até sentir uma presença mais a frente e sua cicatriz arder novamente, exatamente como foi quando passou por aquele garoto no centro da cidade, mais cedo.

Respirando fundo, colocou os pensamentos em ordem e levantou o olhar, vendo uma sombra parada a alguns metros de distancia.

Estava chovendo mais forte que momentos atrás, o que ocasionou em uma imagem borrada da pessoa, mas ele sabia quem era.

Quando sua visão se acostumou com o ambiente, pôde ver com clareza a imagem do rapaz. Ele estava parado, apenas o encarando de longe, mas seu olhar transmitia muitas coisas. Estava com o braço direito estendido, empunhando uma katana que ele não tinha quando se encontraram antes.

Perguntou-se se ele havia escondido devido às novas leis ou apenas não tinha reparado nesse detalhe. No fim confiou em seu olhar perspicaz. Tinha certeza que ela não estava com ele antes.

Podia sentir com clareza a aura emanada pelo rapaz, o que fazia o cenário ficar mais pesado. Resolveu finalmente parar sua caminhada, mas mantendo uma distância segura do rapaz que continuava parado e o encarando.

— O que você quer? — perguntou, com sua voz sendo levemente abafada pelo som da chuva.

— Respostas... — respondeu o garoto.

Ele sentia que existia algo em comum no garoto. Sentiu mais uma fisgada em sua cicatriz, fazendo-o encostar a mão esquerda no peito e tentou apaziguar o incomodo.

Lembrou-se do que aconteceu com ele anos atrás e ponderou sobre aquilo. Será que sua hora havia chegado?

Retirou o chapéu de sua cabeça, jogando-o ao lado. Sabia que não conseguiria passar adiante sem começar aquela luta e vendo o olhar no rosto do garoto, tinha mais certeza disso.

Posicionou-se e afastou minimamente, com o polegar esquerdo, a katana da bainha. Viu o rapaz posicionar sua katana em frente ao corpo, segurando-a com apenas uma mão, mostrando que aceitava o desafio.

Ficaram assim por alguns minutos. Um estudando o outro. Nenhum dos dois moveu um musculo, estudavam qualquer reação que cada um poderia ter.

Não saberia dizer quanto tempo ficaram assim, até que veio o primeiro movimento, partindo de seu adversário. Desviou-se com facilidade do primeiro ataque, até o rapaz virar seu tronco, já direcionando o segundo, forçando-o a se defender com o antebraço, pois o golpe teria acertado a lateral de seu corpo caso tivesse deixado.

Sentiu uma leve ardência no braço, mas não se importou com isso, pois sabia que fora um corte superficial. Quando o garoto veio novamente pra cima de si, conseguiu desviar com um salto por cima dele, pousando suavemente no chão sem quase emitir ruídos.

— Vejo que não poderei pegar leve com você. — comentou em voz alta.

— É isso o que eu espero. — retrucou com a voz áspera.

Respirou fundo, posicionando seu corpo levemente inclinado para frente e retirou novamente a katana da bainha, enquanto mantinha a mão direita em frente ao corpo, pronto para contra-atacar.

O rapaz veio novamente em sua direção, e ele retirou totalmente a lâmina da bainha, direcionando o golpe para frente e em seguida devolvendo para bainha. Sabia que se continuasse com o golpe, não teria como acertar o rapaz, então com o pé direito posicionou o corpo mais para frente, aumentando sua área de ataque.

Percebera que conseguiu atingir o rapaz, quando direcionou seu golpe. Ele havia conseguido esquivar o rosto da lâmina, mas mesmo assim acabou sendo atingido. Deu dois saltos para trás, colocando a mão no rosto. Notou pequenos fios da franja escura do garoto cair lentamente no chão e continuou apenas observando e esperando um novo ataque.

Ouviu resmungos vindos dele, que retirou a bandagem de seu olho direito, as jogando para o lado. Focou no rosto do mais novo e viu um pequeno corte na testa dele, que só não foi pior porque ele havia conseguido se esquivar a tempo, então soube que ele não era um samurai qualquer, como geralmente os adolescentes da mesma idade são.

Prendeu o ar, quando viu o olho direito abrir, mostrando a coloração lilás que curiosamente brilhava em contraste com o escuro da noite. Reconheceu aquele olhar, já fazia 17 anos que tinha o visto pela última vez e seria um olhar que ele lembraria até o fim de sua vida. O mesmo olhar do homem que o salvou e que lhe deu uma segunda chance.

Então era isso. O pedido do homem finalmente seria realizado e sua missão começaria, finalmente. Mas não sem antes ter certeza que o rapaz estaria apto para aceitar seu destino.

— Qual o seu nome garoto?

— E isso importa?

— Se quiser continuar com isso, sim.

— Uchiha Sasuke... E o seu?

— Se você sobreviver até o final, eu me apresentarei.

Ouviu uma risada abafada vinda dele, enquanto montava uma pequena analise do garoto. Pela estatura e fisionomia, tinha em volta de 17 anos. Era de certa forma impaciente, mas podia perceber claramente sua genialidade, o que levaria à sua arrogância.

O garoto, de nome Sasuke, veio para cima de si novamente, comprovando sua impaciência. Ele mirou a lâmina da katana em direção ao seu pescoço, mas conseguiu contra-atacar com o cabo da sua, acertando o pulso do garoto.

Um segundo se passou e ao mesmo tempo em que o cabo acertou o pulso, o garoto direcionou o punho da outra mão, acertando de raspão seu rosto, fazendo-o recuar.

Tinha que concordar, o garoto era voraz e o fazia lembrar-se de si mesmo, quando tinha a mesma idade.

Já estava na hora de deixar a defensiva e partir para o ataque, queria sair dessa chuva logo. Enquanto o garoto movia o pulso, provavelmente, sentindo-o levemente machucado, partiu para cima. Foi em linha reta, para atacar o garoto de frente que não tardou a tomar a posição de defesa.

Em um movimento rápido, deu um último passo à frente, sumindo do ataque que Sasuke havia lhe dado, agora parando atrás dele. Retirou a katana da bainha e acertou as costelas do garoto, arremessando-o para o lado.

Rolou apenas uma vez e na segunda já se apoiava com a mão no chão para parar a força do impacto.

 — Eu o acertei com as costas da minha katana... Não terei piedade na segunda vez. — advertiu.

Mesmo o alertando-o sobre suas intenções, ele continuou vindo pra cima. Posicionou-se para se defender, vendo jogar sua espada em sua direção e conseguiu desviar facilmente o rosto, porém quando voltaria a fitar o garoto, ele sumiu de seu campo de visão e posicionou-se abaixo de si, acertando-o com um chute no queixo.

Deixou ser acertado, apenas para ver até aonde o garoto iria. Subiu alguns metros no ar, vendo o garoto rolar e pegar novamente sua katana, usada momentos antes como distração.

Acompanhou atentamente o mesmo saltar em sua direção com a lâmina em uma posição que acertaria seu braço, que empunhava a katana, e assim deixou acontecer.

Ao ser atingido no braço, encurtou a distância entre os dois. Soltou a katana de sua mão direita, fazendo-a cair, mas ao mesmo tempo a segurou com a esquerda direcionando o golpe para o pescoço do garoto. A lâmina encostou a pele dele ao mesmo tempo em que o garoto empurrava seu peito, forçando-o a se afastar para longe.

Segurou-se ao chão, fincando a lâmina na terra molhada. Estava um pouco tonto pela onda que o acertou e quando recobrou a lucidez, tratou de mirar a sua frente onde o garoto estava ajoelhado ao chão, usando a katana como apoio enquanto respirava pesadamente, em uma pequena cratera, feita pela mesma onda que o jogou para longe.

Caminhou s pequenos passos, até chegar à cratera onde o outro, visivelmente exausto, estava. Adentrou a pequena cratera, sentindo os olhos o seguindo, e decidiu então devolver com o mesmo olhar, intimidador. Aproximou-se o suficiente e se abaixou, também usando sua katana como um leve apoio já que seu braço começava a latejar.

— Você é bom. — comentou.

— Tsc... — resmungou o rapaz, encarando-o. — Eu sobrevivi, agora pode me falar seu nome.

— Não tem jeito mesmo. — respondeu, balançando a cabeça, seguido de uma lufada de ar. — Meu nome é Himura Itachi.


Notas Finais


Dojo - é o local onde se treinam artes marciais japonesas.
Shinsengumi - foi um grupo de samurais que pertenciam ao shogunato de Tokugawa. Formavam uma unidade especial de auxílio à polícia para abafar atividades anti-shogunato em Kyoto.

Primeiro, sim, Itachi não será irmão do Sasuke nessa história mas não irá perder sua parte de ser "o irmão mais velho", não se preocupem.
Segundo, o sobrenome escolhido para ser usado ao invés de "Uchiha" é homenagem ao nosso personagem amado do coração, o queridon Himura Kenshin, de Rurouni Kenshin ou mais conhecido como Samurai X.
Até mais!


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