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História Gadreel: O Colapso Existencial - Super-herói


Escrita por: MoraeSunbae

Capítulo 3 - Super-herói


Toco a campainha, logo em seguida me arrependo, naquele mesmo instante em que quis procurar ajuda notei o quanto seria babaquice e viro as costas para ir embora e esquecer esse meu momento de fraqueza, ouço a porta abrir e uma pequena garota abre a porta, aparentemente tinha seus quinze anos e trajava uma jeans rasgada com camiseta preta de banda de rock, seu cabelo loiro e batom de cor vibrante, uma rebelde mirim.

- O que você quer? - Pergunta a garota emburrada.

- Estou procurando a Sabrina. - Respondo pra rockeira. - Ela se encontra em casa?

- Por que você procuraria por ela? São namorados? - Pergunta a garota atrevidamente.

- Não estamos namorando, somos apenas amigos, ela disse que poderia me ajudar caso precisasse. - Respondo, já começando a perder a paciência.

- Ah tá. Sei! - Exclama a garota.

- Filha quem é na porta? - Ouço a voz de Sabrina.

E ela aparece na porta, deslumbrante e charmosa, deveras simples que era sua maior característica, porém de beleza exuberante, não havia reparado isso quando nos encontramos, acho que eu estava muito bêbado para notar, eu estou a tanto tempo me lamentando e sendo solitário  que esqueci dessa sensação de notar a existência de outra pessoa com essa intensidade.

- Tobias fico feliz que tenha me procurado. - Diz Sabrina dando um largo sorriso. - Pode entrar!

- De onde conheceu essa figura ai mãe? - Pergunta a pequena garota atrevida.

- Lexi! Tobias é um policial e merece respeito! - Diz Sabrina chamando a atenção da filha.

- EX - Corrijo - Ex policial, estou afastado do cargo a um bom tempo.

- Que patético. - Diz Lexi. 

Sabrina me leva até o sofá e me manda sentar, Lexi se joga no sofá maior e ocupa todo o espaço dele, ela pega uma revista, posso ver na capa uma fotografia de Raion e o titulo ao lado "Super heróis existem!".

- Eu conheci esse cara, o Raion. - Digo a Lexi.

Ela pareceu interessada e pela primeira vez me olhou com respeito e não com rebeldia.

- Sério? E como ele é? - Lexi me pergunta.

- Quando nos encontramos pela primeira vez eu fui enviado para captura-lo e acabamos numa briga, mas depois ele provou que eu estava errado e o ajudei na lita contra Hendrix - Respondo a ela.

- Isso é incrível! Você esteve na guerra? Por que as pessoas não te consideram um herói também? - Pergunta Lexi.

Essa garota estava mechendo com minhas emoções, tods sua empolgação falando de heróis me fez lembrar de meu filho, ela agia da mesma forma e sempre me tratava como o herói dele.

E começou tudo de novo, aquela agitação, minhas veias pareciam querer saltar, como se minha correntes sanguíneas esquentassem, meu coração palpitava mais forte, o monstro que matou minha família repetia a morte deles num looping infinito que acontecia na minha mente.

Sabrina segura meus braços e começa a falar algumas coisas, não pudia ouvi-la e fui abraçado, o peito dela encostou no meu corpo e senti a frequência dos batimentos de seu coração, calmo, como numa sinfonia perfeita meus batimentos cardíacos se igualaram ao dela e me senti calmo, finalmente consegui ouvi-la.

- Acalme-se, eu estou com você - Diz Sabrina calmamente.

- Foi justamente por isso que eu vim - Digo a ela. Preciso acabar com meus surtos psicóticos.

- E vamos acabar com isso, vou te ensinar tudo o que precisa saber, primeiro você precisa de um banho quente e dormir. - Responde Sabrina.

Aquele calor familiar e aconchegante me acalmaram e pude ter a melhor noite de sono que não tenho a tempos.

No dia seguinte tomei café da manhã com as duas e pedi para usar um computador, Lexi me deixou ir pro quarto dela usar o notebook.

La notei mais semelhanças dela com meu filho, eles gostavam dos mesmos personagens de ficção e fantasia, deve ser dai que surgiu o fascínio de Lexi por super-heróia.

Ligo o notebook e começo a estudar os arquivos de Renayla, ela estava sendo torturada e mantida como refém para algum tipo de experimento, o governo financiou tudo para o General Victor Brutus, com a idéia de que estariam pagando por uma máquina capaz de investigar outras nações para roubar informações e tecnólogias, nos documentos não detalhavam que usariam uma cobaia humana.

Em outros arquivos falavam sobre a evolução e mudanças no sistema cerebral da Renayla, os estímulos não respondiam mais aos limites da física e estavam em algum tipo de contato espiritual, o que levou Renayla a um coma, ainda não sabiam como trazê-la de volta.

Ela foi a primeira que se impôs no meu caminho contra Raion e me fez mudar de idéia, salvou minha vida e sentia a obrigação de tira-la disso.

- E ai, como vamos ajuda-la? - Pergunta Lexi.

Levo um susto, não notei quando ela chegou no quarto e quanto tempo estava lá.

- Isso é confidencial - Digo pra ela.

- E esse é meu quarto, tenho direito sobre tudo aqui dentro - Ela me responde com ignorância.

- Não comente sobre isso com ninguém, esta me entendendo? Pode colocar sua vida em risco - Digo a Lexi.

- Tabom, tanto faz. - Lexi responde - E como vamos resgata-la, evidentemente ela precisa de ajuda.

- Ninguém vai busca-la, é perigoso demais - Respondo pra Lexi.

- Achei que você seria um herói, me enganei - Diz Lexi demonstrando estar muito desapontada. - Você é como as outras pessoas que vêem que podem fazer algo para ajudar e não fazem.

- Eu nunca fui um herói - Afirmo pra ela.

Lexi me olha e não consigo não ver meu filho refletido nesse olhar, ele sempre dizendo pra eu ser o maior herói de todos.

- Mas isso não quer dizer que eu não vá ser agora. - Completo.

- Nós podemos ter codinomes e você pode me ensinar a usar armas, vamos formar uma bela equipe! - Diz Lexi animada, noto o brilho em seu olhar.

- Você ficará aqui em segurança, eu vou sozinho, conte todos os detalhes para sua mãe, vamos precisar de cuidados especiais para Renayla. - Digo a Lexi.

Podia ser a maior estupidez de toda e a maior infantilidade da minha parte cair nesse papo de super-heróis, mas eu sabia que era a coisa certa a se fazer, volto pra minha casa e pego as armas que preciso e coloco silenciadores em todas, cubro meu corpo com colete a prova de balas e volto para o laboratório, derrubo os seguranças da entrada sem dificuldade e destruo as câmeras de monitoramento, entro com facilidade  e vou até a sala de Renayla e desconecto o corpo dela das maquinas e tiro o soro de suas veias, carrego ela com o braço esquerdo e mantenho minha arma apontada pra frente, anos atrás eu jamais me imaginei numa situação dessas, onde qualquer que me visse me consideraria um bandido, agora que sei a verdade, o verdadeiro vilão sempre esteve do meu lado, e eu o faria pagar por todos os seus crimes.

O alarma dispara e corro o mais rapido que posso pro meu carro, algumas viaturas se aproximam em alta velocidade e dou partida, aqueles nos outros carros podiam ser colegas de trabalho e não poderia feri-los, dirijo na contra mão na tentativa de despista-los, um carro preto enorme me fecha e me faz capotar no momento do impacto vi quem era motorista, Victor dirigia ferozmente com intenção de me matar e acho que ele também me viu, minha perna doia e me arrastei um pouco do carro, tiro o corpo de Renayla lá de dentro e outro carro para perto de mim, Sabrina estava dentro dele e me ajuda na fuga, antes que Victor pudesse se recuperar da batida Sabrina já nos levava pra longe.

- Você é louca de fazer isso poderia morrer! - Brigo com ela.

- LOUCA EU? Você começa seu primeito dia de tratamento ja querendo cometer um suicídio desses? Passa um dia com minha filha e já acha que é um super-herói, esse tipo de coisa não se faz - Grita Ssbrina.

Ela tinha razão, não sei onde estava com a cabeça.

- E a garota esta bem? - Pergunta Sabrina.

- Acho que sim, ela esta desacordada ainda - Respondo pra ela.

Sabrina nos leva pra casa dela e arruma um lugar pra Renayla.

- Gente, vocês foram incríveis! - Diz Lexi empolgada.

- Isso não é incrível, é perigoso e você não deveria ta gostando disso - Responde Sabrina ainda brava com tudo.

- Ao menos podemos salva-la, eu devia isso a ela - Respondo.

- Não sabemos se ela esta a salva, não sou uma médica, não sei como ajuda-la. - Diz Sabrina.

Não importava mais, ja estava feito e eu me sentia bem com isso, esse negócio de ser herói, me ajudava a não pensar em tudo, mantinha minha sanidade, sem monstros, sem alucinações, sem mortes, me sentia uma pessoa normal de novo e feliz pelo que fiz, mas não poderia ir muito longe com isso, agora que Victor sabe do que fiz no dia seguinte eu já serei tratado como um criminoso e ele colocará as autoridades contra mim.

Por vezes as escolhas certas nem sempre são as que podem acabar bem pra nós, mas uma coisa não posso negar, não me arrependo de fazer o certo!




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