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História Game Of Thrones - Capítulo 20


Escrita por: Dhampir

Capítulo 22 - Capítulo 20


Fanfic / Fanfiction Game Of Thrones - Capítulo 20

Tallon

Vi um garoto brincando com pai, a mesma idade que ele deveria ter agora.

Alguém pulou sobre mim e quase me fez cair no chão, escutei a risada dela.

– Eles parecem felizes. – Comentou. – No que está pensando?

– Em ser pai.

Desviei o olhar para ela, tinha um sorriso no rosto, mas não consegui devolve.

– É mais que isso.

– É uma longa história.

– Que bom que temos tempo.

Ela me puxou para um canto, mas mesmo assim não era uma história fácil para se contar.

– Lisa...

– Confia em mim. – Segurou minha mão.

Só tinha contado essa história para uma pessoa, apenas três pessoas vivas sabiam o que tinha acontecido e iria fazer Lisa se a quarta.

– Meu mestre tinha uma filha, ela começou a dormir comigo. Ela tinha um marido mais velho, então eu me tornei seu alívio. Em uma das noites que passamos ela ficou grávida. Eu sempre soube que nunca seria um pai para essa criança, só um escravo e minha vida poderia acabar em uma arena, mas ainda seria meu filho. A criança nasceu e no dia seguinte o marido dela apareceu segurando ele. Uma coisa pequena. – Soltou minha mão e tocou meu rosto. – No primeiro momento achei que ele ia me matar ou falar que ele seria o pai, essas coisas. Enquanto ele ficou falando eu percebi que alguém ia morrer, e mais tarde percebi que ia matar meu filho. Ele não assumia criar o filho de um escravo, então ele achou uma criança órfã de amigos. Eu lutei, tinha três deles e poderia chegar no meu filho. Derrubei dois, mas Varro me impediu, ele sabia que não ia assistir silenciosamente e por isso ele estava preparado para alguma atitude minha, eu vi meu filho beber o veneno.

Lisa me fez parar naquele momento, me puxou para um abraço.

– Varro pegou a criança e deu para mim. Eu fiquei com ele até morrer. O homem queria que ele sofresse para mim sofrer, mas Varro deu algo mais tranquilo para o bebê. Então ele morreu dormindo e a última que viu foi eu. – Minha garganta começava a queimar, lembrava daqueles olhos parecidos com da minha mãe. – Eu enterrei o corpo com ajuda de Varro, nunca contei para o meu mestre ou para sua filha.

– Então ela criou uma criança achando que era o filho?

– Ela sabe, mas não sabe assumir para si mesmo.

Algo molhado percorreu meu rosto e percebi que estava chorando.

Lisa limpou minhas lágrimas e me beijou.

Ela não sabia o quanto precisava dela, principalmente agora.

Alguém me puxou e acertou meu rosto, por instinto devolvi o soco.

Olhei para ver quem era, Tyler Snow.

Em algum momento ele puxou uma espada, fez um movimento para me acertar, mas minhas duas mãos seguraram a lâmina e puxei dele.

Minhas mãos sangravam, mas a dor não me incomodava.

Ele fez um movimento para me bater novamente, mas Lisa se colocou na frente e alguém o chamando o fez parar.

– O que foi isso, Tyler? – Era a voz de Lisa.

Não prestei muita atenção no que ele disse, talvez algo falando que amava ela.

Selmy se aproximou tentando entender a situação, mas também não me importava com isso.

“Você vai morrer em uma arena como um animal, sangrando enquanto as pessoas vão rir. Como vou rir ao lembrar que seu filho morreu em agonia. ”

Me preparei para ir em cima de Tyler, mas Lisa me segurou.

– Ela leve daqui, Lisa. – A voz de Selmy. – Mande alguém cuidar da mão dele.

Ela me chamou, mas não acompanhei, então ela começou a me puxar.

– Precisar cuidar da sua mão, Tallon.

– Estou bem.

Lisa só continuou me puxando.

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Acordo

Jon explicou a situação para Baelor, da melhor maneira que ele conseguia.

Baelor entendeu, mas tinha muito mais em jogo do que um trono.

– Ainda vou para Dorne, não posso mexer meu exército agora.

– Achei que entendia.

– Eu entendo, mas existe muito mais que guerra, Jon. Não posso mover meus homens agora.

– Achei que fosse melhor, mas pelo visto me enganei.

– Quando eles chegarem eu vou ajudar, mas não posso agora. Sei que não entende, mas cada homem luta suas próprias batalhas.

– Quando eles vieram talvez não precisaremos de você.

Baelor se limitou ao um sorriso, levantou da cadeira e seus homens estavam prontos para sair com ele.

– Espere! – Val falou. – Por que voltou para Westeros?

– É o meu lar.

– Então ajude a salvar seu lar.

– Não posso mover meu exército. Quando me mover todos vão saber minha posição, vão saber sobre Dorne e talvez sobre os Tyrell. Essas casas têm inimigos feitos quando Aegon chegou, inimigos que se provaram todas as vezes que os Blackfyre se levantaram. Não posso trazer o exército de minha irmã até certeza que Essos não vai ter problemas. Sou o líder da minha família, mas não significa que eu tomo todas as decisões sozinhos. E o mais importante, os meus homens não vão aguentar marchar no frio e vamos em direção do desconhecido.

– Eu entendo que pensa na sua família e homens, eu também penso nos meus. – Val começou. – Sei que temos que pensar neles em primeiro, eles lutam e morrem por nós. Você diz que quando os mortos chegarem vai estar aqui, mas que certeza vamos ter?

– Sor Selmy vai ficar aqui, ele pode enviar qualquer notícia e no sinal de qualquer ameaça, mesmo que pequena, vamos marchar em direção ao Norte e vamos estar prontos para derrubar essa ameaça. Até mesmo peço para minha irmã trazer seus dragões e homens.

Jon percebeu que naquele momento Val estava lidando com as negociações.

– E se não der tempo?

– Tem algo que posso fazer, trazer um grupo pequeno de Imaculados. Não vão fazer falta para minha irmã e podem ser úteis aqui. Porém eles vão seguir unicamente as ordens de Selmy, ninguém mais. – Baelor parou por um tempo. – Talvez as de minha mulher. Mas você me convenceu, Lady Val.

– Selvagens e Targaryen, talvez tenham algo comum entre nós, Lorde Targaryen.

– Talvez tenha, Lady Val.

Baelor deixou a sala.

Jon olhou para Val e ela sorriu para ele.

– Acho que devo agradecer você.

– Aprendi algumas coisas com Mance.

Val sorriu, era um começo.

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Anezka Bolton

– Theon, não pode ficar aqui e nem voltar para casar. Seu tio vai lhe matar se voltar para casa.

Abaixou a cabeça quando se sentia envergonhado, se culpava todos os dias o que tinha acontecido com os meninos Stark, com os meninos que ele matou.

– Preciso pedir desculpas, isso tudo é minha culpa.

– Em parte, traiu Robb e isso teve um preço. Mas se continuar aqui é questão de tempo até alguém cortar sua garganta. É o momento de se perdoar, Theon, já pagou pelos seus pecados.

O Greyjoy não conseguiu dizer mais nada, apenas Tyler sobre ele e socando seu rosto.

Dizia que eles podiam ter morrido, que tudo o que aconteceu foi culpa dele.

Homens observaram por um tempo, até alguns tomarem atitude e separaram Tyler de Theon.

Ajudei o Greyjoy a se levantar, seu rosto estava sangrando.

– Ele podia ter morrido, Theon! – Tyler berrou. – E você anda por aqui como tudo estivesse bem.

Comecei a levar Theon para longe, ele tinha que limpar seus ferimentos.

Estava repetindo desculpas inaudíveis.

Qualquer coisa que ele tenha feito Ramsay garantiu que ele pagasse.

– Você vai comigo hoje para Forte do Pavor, Theon, se ficar aqui vão te matar.

– Não me importo.

Parei, segurei pelos seus ombros.

– Quer recompensar tudo que fez? Não vai fazer isso se culpando pelo passado. Vai fazer isso ajudando a derrubar os inimigos que vão surgir, Theon. Mas não pedindo desculpas.

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Helena Tyrell

O Norte estava com um clima diferente, parecia que eles sentiam que os dragões estavam indo embora.

Tyler passou por mim violentamente, parecia machucado.

Ia segui-lo, mas Yunk segurou meu pulso.

– O que está fazendo? – Perguntei, tentei me soltar.

– Essa é sua vida? Correr atrás de Tyler? Deixar ele usar você? Você merece mais, Helena.

Consegui me soltar dele, mas ele conseguiu minha atenção.

– Você é esse “mais”? – Ele se surpreendeu. – Eu sei que você sente alguma coisa por mim, mas isso não te dá o direito de achar que é o dono da verdade.

– Acha que isso se trata de sentimentos? Sim, eu tenho uma merda de sentimento por você. Mas não corro até você, deixo me usar, choro. Vai lá, faça o que quiser, não sou seu pai e nem mãe.

– O que vem agora? Não vai ficar esperando por mim? Vai seguir sua vida e se casar com minha prima?

– Estou seguindo minha vida, estou sempre seguindo minha vida, Lady Tyrell. Vou se casar com sua prima, tentar ser um bom marido e ser feliz. Porque eu percebo que você está longe de ser minha felicidade.

– Agora posso ir?

– Pode, converse e beba vinho com ele. Talvez ele comece a pensar que você é Lisa e transe com você. – Minha mão acertou seu rosto, ele apenas sorriu. – Obrigado, Lady Tyrell.

– Você deve voltar para Highgarden, não quero ver você.

– Não é você que decide, quem decide é sua avó e irmão. – Seu rosto ficou vermelho do tapa. – Claro que não precisa me ver, se precisa de algo procure Wyman. Mas não me procure, para nada.

– Acha que ia procurar por você? Só considero meu amigo. Porém acho que não somos mais.

Abanou a cabeça e começou a se afastar, não sei se ele esperou que eu falasse alguma coisa. Não tinha o que dizer, não pedi para se intrometer na minha vida, só lamento por uma amizade perdida.

Comecei a procurar Tyler, mas só ouvi os homens comentarem que ele tinha arrumado uma briga com Theon e ninguém sabia para onde ele tinha ido.

Algo tinha acontecido para ele ficar assim, só não podia dizer o que tinha saído de tão errado para ele ficar desse jeito. Ele só fica com raiva quando ele não está no comando da situação.

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Barristan Selmy

Ele tinha que respeitar a ordem dada por Baelor, mesmo que ele não estivesse de acordo.

Iria ficar no Norte e fazer a guarda de Lydia, entendia que o Targaryen não confiava em ninguém lá para proteger sua esposa.

Mas ficar no Norte significava que não poderia ver o filho de Rhaegar e Elia, não estaria ao lado de Ashara e ela estaria ao lado de Baelor.

Era conveniente que Lydia ficasse no Norte e Baelor fosse para Dorne junto com Ashara, alguém que ele já chegou ter um caso. Ashara não teve medo de confidenciar isso, confidenciar o amor que sentiu pelo Targaryen.

Parou na frente de Tallon e socou o rosto dele, esperou alguma reação vindo dele, mas ele não fez nada.

– Fique longe de Lisa, você não é homem para ela.

Tyler tinha contado que viu o homem beijando Lisa, a última coisa que Lisa precisava era se apaixonar por alguém como ele.

Tallon ia começar a andar, mas Selmy impediu.

– Ela não é um brinquedo. Eu vou ficar aqui, mas eu conheço pessoas em Dorne. Se eu souber que está brincando com ela vou para Dorne cortar sua garganta.

– Acabou?

– Deveria bater em você novamente.

– Se bater em mim novamente vou devolver. Não devolvi o primeiro soco por respeito a Lisa, porque me ensinaram a apanhar e devolver. Pode me chamar do que quiser, eu não me importo. Mas tem uma coisa que eu não aceito que diga sobre mim. Eu não brinco com as pessoas, não trato como brinquedos. Nunca diga o que não sabe sobre mim. Tem mais uma coisa para dizer?

– Pode ir.

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Yrios Sand

Arianne sentou-se ao meu lado, estava com mais problemas que eu.

– Anima-se, logo Lisa vai estar aqui e vão poder apontar novamente. – Comentei, uma tentativa de fazê-la sorrir.

– Tenho um noivo e não sei se vou me casar. Mas Lisa voltando para casa é uma boa notícia. – Sorriu para mim, mas ainda não era Ashara.

Tinha algo que lhe incomodava, talvez pensasse em Arys Oakheart. Não o amava, mas se culpava pela morte dele.

Muito coisas estavam confusas, Arys correu para sua morte.

– Vi você conversando com um homem. – Mudou a conversa para mim.

– Skuli. Um homem misterioso, mas não me importo com os mistérios.

– Eu sei, é só sexo. – Sorriu maliciosamente. – O que acha que vai acontecer com Gerold Dayne?

– Quem sabe os planos dos Targaryen? E eles não tem líder. Baelor ou Aegon?

Ashara jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada, o garoto é metade de seus problemas.

– Meu pai quer que ele seja Aegon, mas não acredito. Alguém trocou os bebês, cresceu em segredo e agora aparece como mágica. Uma bela história e sabemos que histórias assim só acontecem nas músicas e poesias.

– Se eles acharem que é Aegon Targaryen vai ter que se casar com ele.

– Se ele não considerarem Aegon Targaryen?

Não respondi nada, não tinha uma resposta para isso.

Um silêncio se formou, não ousamos quebrar ele.

– Sinto falta de Oberyn. – Arianne falou. – Se for Aegon ele iria querer conhecer o filho mais novo de Elia.

Crescemos unidos, os filhos de Obeyrn junto com Arianne e Lisa. Éramos primos, mas parecíamos irmãos.

– Pelo menos ele cumpriu o que prometeu. Ele matou a montanha, vingou Elia.

Lembrei dele falando sobre Elia, todas as vezes ele sorria e seus olhos se iluminavam, parecia que ele conseguia ver ela na sua frente e escutar sua risada.

Sentia falta de Oberyn Martell, meu pai, desde que soube da sua morte um pedaço de mim foi arrancado.

Os Lannister tiraram Elia e seus filhos dele, deixando apenas Lisa, depois os Lannister tiraram ele de nós.

Arianne segurou minha mão, devia pensar a mesma coisa que eu.

– Vamos vingá-lo, isso está muito longe de terminar, Yrios.

– Sabem o que vão fazer com Myrcella?

– Eu ouvi Daemon dizendo que vão deixar ela voltar para casa, como uma forma de mostrar que eles não são monstros. – O sorriso em seu rosto sumiu. – Eles querem dizer para Lannister: Vocês mandam matar crianças, a gente escolhe devolver para suas famílias.

– Isso é bom, mas não significa que eles vão deixar ela ir com vida, Arianne.

– Ela vai ainda se casar com meu irmão, não existe um motivo para matá-la. Ela é uma criança e não matamos crianças em Dorne.

Apertei a mão de Arianne.

– Sentiu que algo de ruim vai acontecer?

– A guerra está vindo, Yrios, dificilmente vai vir algo bom.

– Não é isso, outra coisa.

 

Skuli aproximou-se, seu rosto parecia cansado.

– Vou precisar da sua ajuda. – Falou baixo, parecia preocupado. – Preciso de um motivo para sumir e ninguém desconfiar.

– O que isso me envolve?

– Meu cavalo não pode sumir, mas preciso de um cavalo. A maioria precisa achar que estou um quarto fazendo algo, mas ninguém pode saber que tenho que ir nesse lugar.

– Que lugar?

Ele não respondeu.

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Lisa Targaryen

Tyler começou a se aproximar, desviei o olhar.

– Vim me desculpar.

– Esse não é o momento, Tyler. – Senti ele parar de andar na minha direção. – Se desculpar não muda nada.

– Eu sei disso. Mas quando eu vi ele te beijando, eu apenas...

– Tentou matá-lo? – Soltei uma risada sem emoção. – Ficamos, mas isso não lhe dá motivo de atacar cada pessoa que eu ficar.

– Fiquei com ciúmes, eu achei que poderíamos...

Levantei a mão para ele parar, não precisava ouvir tudo.

– Você não gosta da minha família, você não gosta do meu tio. – Olhei para ele, tinha o olhar fixo e seguro. – Acha que poderíamos ficar juntos? Minha família é tudo para mim, meus tios são tudo para mim. E você não gosta deles.

– Isso não envolve você, Lisa, você é diferente deles.

– Não sou diferente, sou uma Targaryen. Acha que é apenas dizer que me ama, Tyler? Nunca vou abandonar minha família dos dois lados: Martell e Targaryen, serpente e o dragão.

Comecei a andar para longe dele, mas segurou meu pulso e me trouxe para perto dele.

– Eu sei que sente o mesmo que eu.

– Não sabe o que sinto, Tyler. Ninguém sabe como realmente me sinto. – Consegui me soltar dele. – Sabe o que é engraçado? Todos que eu conheço querem adivinhar o que sinto, mas nunca perguntam o que realmente estou sentido. E se olhar ao redor, vai perceber que está ignorando o sentimento de outras pessoas.

– Lisa...

– Não, Tyler, não quero conversar com ninguém agora.

– O que ele sente por você?

Eu queria conversar com alguém, mas não podia falar com ela. Minha mãe não está aqui para me aconselhar, para me abraçar e falar que tudo ia ficar bem.

Não tinha minha mãe, meu pai, Oberyn, estava no Norte longe das serpentes e rodeadas por lobos.

Para eles o problema é estar cercado por dragões, mas para mim o problema é estar cercada de lobos. Dragões e serpentes não me machucavam, eles me protegem.

Meu tio estava vindo na minha direção e tentei esconder as lágrimas, mas foi em vão.

Ele perguntou o que tinha acontecido e significava que Selmy não havia contado para ele, talvez para proteger Tyler.

Apenas o abracei e ele devolveu.

– Vamos embora amanhã, Lisa. – Falou, queria evitar que chorasse. – Vamos para Dorne, sua casa. Vai ver sua família, amigos e espero que nenhum garoto.

– Nenhum garoto, tio.

– Vai me contar o problema? Conversou com Selmy?

– Não, por quê?

– Nada.

Afastei dele, mas ele continuou me olhando e beijou minha testa.

– Qual é o problema, Lisa?

– Vou ficar bem.

O abracei e esperei que fosse suficiente para ele.

Não tinha ninguém para conversar no Norte, ninguém que realmente poderia contar meus medos interiores. Sempre tinha Arianne ou as filhas de meu tio para conversar.

Envolver Lydia com meus problemas não é uma opção, não ia fazer ela esconder coisas de meu tio.

Tinha Helena, minha aminha, mas não para revelar minhas dúvidas.

Agora eu vou voltar para casa e com uma pergunta: O que Tallon sente por mim?

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Eddard Baratheon

Mindinho se aproximou perto da mesa, ele parece inofensivo, mas sabia que confiar demais nele vai custar minha cabeça.

– O exército está vindo, já pode se preparar para o ataque.

Foquei minha atenção na taça, Mindinho sabe vender mentiras.

– Sei que está procurando um casamento, alguma senhorita apropriada?

– Nenhuma.

– Asha Greyjoy pode ser útil, trazer o apoio da casa Greyjoy. Seu pai preparava o casamento com Eleanor Tully, ele queria garantir uma aliança com os Tully.

– Eleanor Tully? Meu pai ia arranjar esse casamento para mim?

– Não sei muito, Vossa Majestade. Ou poderia arranjar um casamento com Sansa.

– Sansa Stark? Irmã de Lydia Stark? Não, obrigado.

– Sei que é estranho, Lydia se casou com um Targaryen, mas não significa nada. O Norte não tem apreço por ele e talvez uma nova aliança seja apropriada.

– Ou estou entregando minha cabeça para os Targaryen. Não acho que esse seja o melhor momento para confiar nos Stark, apenas no que eu tenho e vejo, Lorde Baelish.

Ele sorriu, não parecia convencido.

Todos queriam que escolhesse uma noiva, entregar suas filhas, mas apenas Mindinho colocou o nome de Sansa na lista.

A Stark é bonita, encontrei ela algumas vezes e é bela, mas não conseguia confiar no resto de sua família.

– Nada sobre Aegon?

– Não, não sei onde ele está. Parece que Baelor não se importou com os comentários ou está ciente sobre esse garoto.

– Algo saiu errado.

– Talvez ele saiba de algo que não sabemos, alguém pode ter contado para ele. – Fez uma pausa. – Uma mulher procurou Baelor, não a conheço, mas ela pode ter contado sobre Aegon e contado a situação evitando surpresas.

– Quando seu exército chegar a primeira coisa que vamos fazer é matar Jon Connington. Vamos ver como os Targaryen lidam com isso. A morte de Jon Connington.

Baelish sorriu para mim, ele planejava algo e não ia contar para mim.

Um olho aberto para meus inimigos e um mais ainda para Mindinho.

Estou lidando com um homem que não posso confiar, um homem que estou dividindo vinho.

Ele pode me dar o trono ou minha cabeça de presente para alguém.

– Sabe que depois disso vai ser inimigo oficial de Cersei Lannister.

– Eu fiz minha escolha, Cersei não pode oferecer nada para mim. Ela é um veneno para o reino. Você deve ser o novo rei e precisa de uma rainha adequada.

– Deve conhecer Eleanor Tully, fale sobre ela.

Sobre seu sorriso escondia algo, não parecia contente em falar sobre a Tully. Ele quer que eu escolha Sansa, mas isso me deixa com um pé atrás.

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Lydia Stark

Deite-me ao lado de Bran, ele sorriu timidamente.

– Estou brava com você, deveria ter procurando Jon na muralha. Sabe, algo ruim poderia ter acontecido com você, Bran. – Beijei sua testa.

Segurou minha mão, ele sabia que tinha feito todos ficarem preocupados com ele.

– Desculpe, Lydia. Então você se cas...

– Não, não vai escapar disso. Precisamos conversar e não vai usar meu casamento para escapar disso.

Ele não quis falar com ninguém sobre tudo que ele viveu depois que atravessou a muralha, conseguia respeitar isso. Mas ele não podia guardar essas coisas dentro de si, ele precisava falar para alguém.

Uma ferida de cada vez, uma história de cada vez.

Falou como escapou de Theon, depois dessa fuga tudo mudou.

Não parecia confiante em falar o motivo de não ter procurado Jon na muralha, pedido ajuda. Deixei ele pular essa parte da história, só precisava saber o que aconteceu com o garoto Reed e Hodor, precisava ouvir ele contar sua parte da história.

– Eles vieram de todos os lados, não tinha como derrotamos todos, Lydia. Jojen os segurou, mas eram muitos. – Ele parou naquele momento. – Então o Hodor... Foi minha culpa, Lydia.

Começou a soluçar e o puxei para mais perto de mim, deixei ele chorar em meus braços.

Continuou falando, mas não entendi nada que ele falava.

– Bran, Bran, olha para mim. – O acalmei. – O que aconteceu?

Então ele contou a história de como tinha entrado na cabeça de Hodor, mexido com ele, que ele foi o culpado de deixar Hodor daquele jeito.

Tentei dizer que aquilo não era sua culpa, mas ele parecia convencido disso.

– Hodor te amava, Bran, ele faria qualquer coisa para lhe proteger e ele fez. Não foi sua culpa. – Beijei sua testa. – Não se culpe por isso, Bran.

Pedi algo para ele que era difícil para mim, não se culpar pelas coisas que acontecem.

Todos nos culpamos por algo, coisas pequenas ou grandes, mas sempre nos culpamos por elas.

– Acredita em mim?

– Acredito, Bran, eu acredito em cada palavra.

Ele só tinha contado para mim, não parecia confiante em contar isso para os outros.

– Rickon, Sansa, Arya querem ver você.

Bran sentia falta deles, preferi deixar os quatro sozinhos e conversando, eu tinha que conversar com um bastardo.

Jon estava com uma selvagem, mas não foi isso que me incomodou.

Recordei das palavras de Baelor dizendo que ele é filho de Lyanna com Rhaegar.

Ele me abraçou com força, fazia anos que o não via. Estava diferente, tinha se transformado em um homem.

– Eu senti sua falta, Lydia.

Devolvi o abraço com a mesma intensidade.

Independentemente de quem seja o pai de Jon, ele sempre vai ser o meu irmão.

– Essa é...?

– Val. – A mulher respondeu.

– Ela ajudou com Baelor. – Escondi o meu ciúme.

– Podia ter pedido para mim conversar com ele, teria sido mais fácil.

Jon fez uma careta e Val apenas riu, sabia o que tinham pensado. Mas não preciso seduzir Baelor, ele é o meu marido e ele faria algumas coisas que pedisse.

– Como foi a muralha?

– Fria.

O abracei novamente, mas dessa vez vi Baelor passando junto com Selmy.

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Baelor Targaryen

Entrei no quarto e Lydia estava com algumas garotas, provavelmente suas amigas de infância.

– Coloca elas lá.

Lydia me observava, aqueles olhos me seguindo pelo quarto.

Ela falou algo que fez as garotas irem, me deixando sozinha com ela.

– Vai amanhã para Dorne? – Assenti. – Ashara vai junto?

– Não sei, nem perguntei. Isso não importa para mim. Pode fechar os olhos?

– Por quê?

– Por favor.

Fechou relutante, abri a caixa e peguei o conteúdo dentro.

Coloquei sobre sua cabeça a coroa, tinha um lobo desenhado e seus olhos eram uma pedra branca. Afastei alguns passos observando ela melhor com a coroa.

– Pode abrir.

Ela me encarou e levou a mão para a cabeça, ainda estava tentando entender.

– Eu pedi para fazer uma coroa para você, meu plano é ser coroado em Dorne. Como quer ficar e não sei o que vai acontecer lá, precisava ver você usando ela pelo menos uma vez. – Sorriu para mim. – Preciso beijar você.

– Pode me beijar.

Cortei nossa distância e selei nossos lábios.

– Não quero ir brigado com você.

– Então da próxima vez não esconda as coisas de mim ou diga tudo de uma vez. A coroa é um presente?

– É, e dependendo de como as coisas seguirem vai ter que começar a usar ela. Aviso quando for necessário.

Colocou suas mãos em volta de meu rosto, abriu um sorriso doce.

Seus dedos começaram a descer a tirar a parte de cima da minha roupa.

– Quero que esqueça cada mulher que desejou, beijou, dormiu. – Sua mão percorreu meu peito. – Nesse momento só vai existir eu, Baelor, vou ser a única mulher que vai ser lembrar.

– Considere esquecido.

Beijou rapidamente meus lábios, mas não parecia satisfeita.

– De hoje em diante vou ser a única que vai desejar, que vai querer beijar, que vai dividir uma cama. – Puxei para perto de mim. – Eu te amo, Baelor.

Me empurrou sobre a cama.

Primeiro tirou a coroa e olhou por um tempo, depois foi o vestido.

Qualquer outra mulher que tenha passado em meus pensamentos sumiu naquele instante.

– Avy jorraelan, Snowflake.

– O que significa?

– É eu te amo em Alto Valiriano.

– Avy jorraelan. – Repetiu.

Subiu na cama, segurei seu corpo e deixei ela ficar por cima de mim.

Pedir para ela dizer a mesma coisa diversas vezes e nos transformamos em um.

 

Ela deitou sobre meu peito, minha mão acariciou seu cabelo.

Ficamos conversando sobre coisas simples, talvez ela soubesse que não ia conseguia dormir.

– Quando percebeu que me ama? – Perguntou.

Sempre existe momentos que percebemos o quanto uma pessoa é importante, para a maioria foi no dia em que soube que ela perdeu o bebê, para a maioria. Mas eu sabia exatamente o momento, quando eu apenas consegui pensar nela.

– No dia que fui lutar contra Ramsay, eu entrei no quarto e falei que estava indo para a batalha. No momento em que você me beijou algo aconteceu, só fiquei pensando que tinha que voltar para você. Por que me beijou?

– Só queria beijá-lo. – Beijou ligeiramente meus lábios. – Fica aqui, Baelor, comigo.

– Você ou as mulheres Dornesas? Troca tentadora. – Bateu levemente em mim, fingindo estar ofendida. – Se não fosse esse problema com Aegon ficaria, mas tenho que resolver isso.

– Como você manteve esses segredos, Baelor?

– É algo que você precisa para proteger os outros, evitar que outros se machuquem.

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Tyler Snow

Barristan aproximou-se de mim, parecia mais perdido que eu.

– Por um momento achei que ela estava gostando de você. – Comentou, mas não olhou para mim. – Essas coisas você supera, garoto.

– Como sabe?

– Acha que é o único que amou e teve o coração partido? – Riu, mas não tinha emoção. – Sempre tem alguém que foi vítima do amor, ele sempre faz suas vítimas. Eu amei uma mulher e ela amou outro, se entregou para ele, agora ele ama outra e ela chora por ele.

Preferi o silêncio, parecia falar aquilo para encontrar conforto.

– Vai com os Targaryen para Dorne?

– Não, Baelor quer que eu fique aqui e cuide de Lady Lydia.

– Ela vai ficar bem aqui, ele não precisa se preocupar. Não somos como a família dele.

– Deveria ficar feliz com a preocupação dele, isso mostra que ele se preocupa com ela.

– Se preocupa ou dúvida?

– Tyler, se ele duvidasse dela não teria casado, não iria deixar ela ficar aqui. – Fiz uma careta, não precisava ouvir ele defender os Targaryen. – Olhe ao redor, Tyler, vai achar uma garota que corresponda seu amor. Lisa não é essa garota, vocês poderiam tentar, mas qual a garantia que isso daria certo?

– Meu amor por ela.

– Por quanto tempo? Sempre me perguntei o que aconteceria se eu contasse meu sentimento para Ashara Dayne, se eu poderia ter salvado sua vida.

– Sabe a resposta?

– Sei. Não teria feito nenhuma diferença. Um amor não anula outro, quase tudo seria a mesma coisa. Acho que estou ficando velho, garoto.

Sorriu para mim e começou a andar.

Ele poderia estar falando comigo, mas parecia procurar uma resposta para suas próprias dúvidas.

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Kaylee Urram

A espada de meu pai estava na minha frente, longa e o cabo contava uma pequena história de como a família Urram surgiu.

– Sabe qual é a história, Alexy? – Ele negou com a cabeça. – Esse garoto era um bastardo de Westeros, ele viu a família ser destruída por Aegon, o Conquistador, ele não se envolveu na batalha. Ele dizia: Eu sou um bastardo e todos me lembram disso, não vou levantar minha espada e morrer por pessoas que cospem em meus pés. Ele rumou para Essos e conheceu uma mulher, casou e teve uma família. Ele precisava de um nome para seus filhos e por isso pegou um pedaço do nome da sua família. Ele quis provar que não era um bastardo, agora ele era mais importante que os outros. Desde dia em diante o sangue Urram corre por nossas veias.

Tinha partes naquela história que não sabia se era verdade, coisas que foram escondidas com o passar dos anos e esquecidas.

O problema das histórias é que nem sempre são contadas da mesma maneira, pessoas esquecem ou não dizem partes que acham inúteis. O passado verdadeiro foi esquecido e sobrou alguns fragmentos das histórias, mas o nome Urram continua sendo ecoado.

Daemon escutou a história e sorriu para mim, ele conhecia a história.

– Por que ele não lutou pela família? – Alexy perguntou.

– Porque a família nunca lutou por ele. Sabe qual é a única regra da nossa família?

– Lute pelo seu sangue.

– Lute pelo seu sangue!

As coisas mudaram com os anos, começou a virar uma companhia de mercenários e várias regras com os anos.

E o lema “Lute pelo seu Sangue” foi esquecido, apenas os únicos realmente ligados com nossa família usa ele.

– Quando tiver a idade apropriada. – Olhei para Daemon, ele não queria dar a espada para Alexy ainda. – Vai receber a espada de seu avô.

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Alyssa Stark

O céu estava iluminado, Rass estava com o braço ao redor do meu corpo.

– Quando vai marchar contra os Lannister?

– Quando você for embora. – Me puxou para mais perto de seu corpo. – É extremamente errado deixar sua convidada sozinha.

– Sou sua convidada?

– Você é minha perdição.

Virei de frente para ele e beijei seus lábios, ele conseguia causar arrepios por meu corpo.

Sua mão começou a descer demais e o parei.

– Não, Rass. Não sou essas mulheres. – Ele sorriu para mim. – Estou falando sério.

– Nunca vou fazer nada para desrespeitar você.

Seus dedos arrumaram meu cabelo, beijou minha testa demoradamente.

– Vou levar você até seu quarto.

– Não vai entrar, Rass.

Comecei a andar para longe dele, mas ele me puxou e beijou meus lábios.

– Precisava disso, Alyssa.

Tinha tristeza em seus olhos, então decidi repetir a pergunta.

– Quando vai marchar contra os Lannister?

– Assim que receber a ordem para atacar o Vale. – Encostou sua cabeça na minha. – Quando mandarem marchar contra o Ninho da Águia, vou marchar para Casterly Rock.

Me arrumei em seus braços, conseguia ver ele sorrindo.

A maioria das pessoas estavam dormindo, só devia estar eu e ele acordados.

Escutei ele começar a cantar uma música, sua voz era doce, não parecia vir de um guerreiro. Ele parecia me presentear com a música.

Não conhecia a letra, parecia algo que uma mãe cantava para o filho.

– Tem uma bela voz.

Rass parou de cantar e me afastei dele, olhei para a dona da voz.

Shiera Tully, tinha um sorriso inocente no rosto.

– Oh, não queria interromper os dois. – Falou.

Rass tentou me puxar para perto dele outra vez, mas o impedi.

– Não interrompeu, Lady Tully, já estou indo dormir.

– Eu lhe acompanho.

– Estou bem, Rass. Pode ficar aqui com a Lady Shiera.

Comecei a andar, tomas distância deles.

Mas escutei os passos de Rass atrás de mim, achei que ele ia segurar meu pulso, porém não o fez. Se limitou em chamar meu nome.

– Rass, preciso dormir.

– O que eu fiz?

– Nada.

– Então o que foi aquilo?

Parei e ele quase esbarrou em mim.

Estava confuso com minha atitude, mas ele não conseguia ver a mesma coisa que eu.

Eu via o que a Tully queria, menos ele.

– Não vai entender, Rass.

Ia voltar a caminhar, mas dessa vez ele segurou meu pulso.

– Está com ciúme? – Questionou, tinha um sorriso no rosto.

– Rass...

– Eu sei o que ela quer. Ela acha que se Baelor virar rei eu vou ganhar alguma terra, talvez dos Tully, então ela acha que precisa me seduzir ou coisa parecida para continuar no lugar de onde nasceu.

– Ela é bonita, eu não sei, Rass.

– Ela é bonita, você é maravilhosa. – Aproximou para me beijar, mas desviei o rosto. – Sabe que vou ser digno de você e quando isso acontecer vou pedi-la em casamento. Não sou o homem que era antes.

– Boa noite, Rass.

– Boa noite, Lady Stark.

Me soltou, mas seus olhos me prenderam.

Abri a boca para falar algo, só que comecei a caminhar.

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Najma Snow

– Todas as palavras são um truque, se usar uma palavra errada vai parecer que está aceitando sua ajuda em troca de algo. Precisa pensar nas palavras certas, não ofereça para ele.

Alart bufou, brincou com a pena entre seus dedos e levantou como tivesse tido uma grande ideia.

– Ele é um bastardo e está oferecendo um exército para você, óbvio que ele quer algo. Ninguém oferece um exército de bom coração.

– Diga o que está pensando, Alart.

– Ele quer se casar com você. Ceda um nome para a mulher, case com a mulher e assuma o que você acha que é seu.

– Um casamento por um exército? Ou um casamento por um nome?

Não foi a voz de Alart que escutei, foi uma voz que achei que nunca iria escutar novamente.

– Casamento?

Virei para trás, vi aqueles olhos que me assombravam nos sonhos.

– Sebastian?


Notas Finais


1. A segunda parte vai começar com o nome: Couldn't Stop Caring.
A. O capitulo com esse nome vai definir os plots da maioria dos personagens.

2. Essa segunda parte vai ter flashback antes da rebelião do Robert e depois.
B.Quais flashback vcs gostariam de ver?

3. Sim, vou fazer o flashback do encontro da Lisa com Jon. (Não esperem muito, só ela sabe que são irmãos)
4. Não sei quando sai o capitulo Couldn't Stop Caring


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