História Game Of Thrones - Terras de Miranda

Point Of View – Justin Bieber

França. Terras de Miranda. 11 de agosto de 1882.

Levantei a cabeça enquanto soltava um longo suspiro passando os olhos ao redor. Nada que eu não estivesse me acostumado ao longo dos últimos meses, corpos e mais corpos soltos pelo chão. Agarrei a espada a tirando do peito de um dos homens e com um ultimo suspiro dei as costas para tudo aquilo caminhando ate meu cavalo.

- BIEBER! – Ryan gritou atrás de mim.

Virei-me o encarando.

- O rei mandou reunir todos na tenda em que ele esta, parece que é importante. – falou rápido, logo em seguida dando as costas e voltando a carregar pelas pernas um dos inúmeros homens mortos recentemente naquele território.

Segurei nas rédeas do cavalo e impulsionei meu corpo para cima e logo o mesmo já galopava sobre aquela terra melada de sangue. Os homens me encaravam e parabenizavam enquanto eu passava.

Para cada um daqueles cada batalhada vencida e sobrevivida era uma nova chance. O sol saia do lugar enquanto o vento frio da França começava a tomar conta de todo o lugar.

Com o tempo toda a animação que eu tinha quando vencia uma batalha foi-se esvaindo, e tornando algo monótono. Com o tempo você vai percebendo que nem sempre vale a pena vestir a armadura e enfrentar a morte por disputas territoriais. Mas a sensação de rivalidade é única, a sensação de matar o inimigo e vencer era o que fazia cada gota de suor valer a pena.

Puxei as rédeas assim que cheguei à frente da tenda e desci do cavalo o entregando a algum criado, caminhei em passos rápidos para dentro da mesma segurando meu capacete na mão.

- Grande Bieber! – Rei Nikclaus saudou assim que eu puxei a cortina – Que grande vitória teve essa tarde devo informar que seu pai está bastante orgulhoso do seu desempenho nessas batalhas – Sorriu empolgado - devo dizer que cada vitória só foi conquistada devido a sua presença...

- Pare de enrolações Nikclaus. – Falei ríspido o fazendo desmanchar o sorriso no rosto e todos os presentes ali se calarem de vez. – Não temos mais tempo a perder, por que me chamou aqui?

Klaus se levantou suspirando e um dos soldados o entregou um mapa, ele caminhou ate uma mesa no meio da tenda e esticou o papel ali.

Aproximei-me observando cada linha daquele mapa ainda confuso.

- Isso aqui é Paris e a área destaca em vermelho é o exercito vermelho. – Um dos soldados começou explicando – Nosso informante disse que há em base de quarenta mil homens vindo em nossa direção...

- Levando em conta que grande parte dos nossos morreram, não temos nem metade do que eles têm para vencê-los se eles chegarem até aqui. – Comentei passando os olhos por todo o papel.

- Exatamente, senhor! – concordou. – Nós só temos duas opções, imperador! Uma é nós nos arriscamos e tentarmos trazer mais homens, o único problema é que não sabemos quanto tempo isso iria levar. E a segunda opção é... – Ele parou me encarando relutante.

- Recuar. – O completei.

- Exatamente.

- Sem chance! – falei sarcástico.

- Imperador! – O rei chamou minha atenção assim que dei as costas, virei-me o encarando – Escute o que o soldado disse, não podemos arriscar o tempo, se o exercito francês chegar, nós seremos massacrados. Por mais que você e o seu pai tenham trago forte influencia e apoio para esta guerra, eu não posso arriscar meus homens assim. Nós iremos recuar!

Soltei uma risada pelo nariz enquanto tirava minhas luvas.

- Se você não se lembra Nikclaus, essa guerra começou por uma provocação sua, agora é hora de lidarmos com as consequências dela, não sai com trinta mil homens da Inglaterra para chegar aqui e após conquistarmos quatro territórios irmos embora. – O encarei aproximando-me da mesa – Se quiser recuar, recue. Mas eu e meus homens iremos permanecer aqui.

Dei as costas e sai daquela tenda sentindo os olhos observadores de todos naquela área. Um dos criados caminhou em minha direção puxando as rédeas do meu cavalo.

- Não será necessário. Pode leva-lo para o estábulo.

O mesmo assentiu fazendo o que eu mandei.

Há cerca de dois meses um exercito inglês foi mandado para a França para assassinar um duque Frances que tinha rivalidade com o rei Nikclaus, o que não esperavam era que todos os soldados ingleses mandados fossem assassinados antes mesmo de conseguirem matar o homem. E por causa de honra, iniciou-se a guerra.

Meu pai é um imperador britânico de forte influencia na Inglaterra, e devido a isso fui mandado para representa-lo, e como homem não podia negar a guerra em honra ao meu país.

Balancei a cabeça enquanto retirava a minha armadura e assim que cheguei perto da minha tenda, Ryan saiu da mesma me encarando animado.

- Bieber! – saudou – Achamos uma moça perdida na floresta durante a batalha – riu sarcástico – achamos que ela poderia te distrair.

Bateu nas minhas costas em comprimento e seguiu para fora dali.

Balancei a cabeça brevemente e entrei na tenda, era grande e havia o necessário. Uma cama de casal improvisada no canto, uma mesa com duas cadeiras, em cima uma fruteira, ao lado um jarro de agua. Um pouco mais adiante um banheiro. Uma poltrona, ao lado um centro com garrafas de whisky. E no canto um manequim onde ficava minha armadura e espadas.

Passei meus olhos pela tenda e nenhum sinal da mulher, antes mesmo que eu me virasse eu senti a presença de alguém atrás de mim.

Rapidamente me virei agarrando seu braço, a virando de costas à medida que eu torcia o mesmo. A menina estava de costas para mim, e eu sentia a ponta da faca na boca do meu estomago devido a nossas posições. Ri sarcástico em seu ouvido ainda segurando seu braço com força.

- Escute-me com atenção. – Sussurrei no seu ouvido, mesmo sem saber se ela entendia inglês – Nunca, - falava lentamente roçando minha boca em seu ouvido - em nenhuma hipótese, tente matar um soldado britânico de surpresa.

A soltei com brutalidade arrancando a faca de sua mão. A menina caiu no chão devido a minha força. Seu vestido longo estava rasgado nas mangas e sujo de terra, seu rosto estava arranhado e seu cabelo castanho e longo estava desgrenhado. Sua pele era clara, sua boca era grande como seus olhos, e ela permanecia com o rosto sem expressão.

Dei as costas para a mesma enquanto caminhava ate a poltrona. Tirei minha armadura a colocando sobre a mesa, caminhei ate minha mala e tirei da mesma uma calça solta, a vesti ali mesmo na frente da francesa e a observei de soslaio. Ela não me olhava, e nem aparentava estar com medo, apenas observava suas mãos enquanto massageava seus pulsos.

Enchi um copo de whisky e me sentei na poltrona ainda a observando.

Eu nunca era paciente, já era lei para que sempre que uma mulher fosse achada, ou contratada, antes de ir para o rei ou qualquer outro homem, viria para mim. Não era tão fácil para nos conseguirmos mulheres, não podíamos nos expor a ir a algum cabaré. Quando colocavam uma em meu quarto pouco me importava com a mesma e já ia à fodendo ali mesmo e depois que enjoo da mesma a entrego para os outros soldados, e pouco me importo com o fim da irá tomar. A guerra destrói com o qualquer homem, fazendo com que só uma boa foda saiba como nos fazer relaxar.

- Qual o seu nome? – perguntei ainda a observando.

Ela me encarou seria, e voltou a mexer em suas mãos. Algo me dizia que ela compreendia muito bem o que eu falava.

- Qual o seu nome? – repeti.

Ela voltou a me ignorar.

Suspirei enquanto me levantava colocando o copo sobre o centro, peguei um pano que estava ali e o molhei na agua e caminhei ate a mesma para que ela limpasse os cortes de sua mão. Caminhei ate a menina e me agachei na sua frente.

- Qual o seu nome? – Repeti pausadamente.

Ela me encarou novamente, seus olhos castanhos mais profundos e raivosos do que antes, e voltou a me ignorar.

Bufei irritado jogando o pano molhado em seu rosto e assim que a dei as costas senti o pano ser jogado contra mim com força. Parei no meu lugar ainda tentando reformular o que havia acontecido e me questionando se aquela mulher jogada no canto do cômodo havia mesmo feito isso.

Soltei uma risada surpresa e irônica e me virei para a olhar em seus grandes olhos.

- Todas as francesas que estavam nessa mesma tenda costumavam ser bem mais educadas do que você. – Levantei-me ainda a encarando – E devo te dizer, que elas gostavam do que eu as fazia sentir. Quem sabe você também não aprende a ser mais educada quando eu começar a te ensinar. – sorri de lado para a mesma enquanto ela me encarava com nojo.

Andei novamente até a poltrona rindo ainda um pouco incrédulo.

A francesa pegou o pano no chão e o levou até seu rosto o passando sobre seu corte.

- Bieber! – Ryan entrou rapidamente na minha tenda, o olhei irritado. – Desculpe atrapalhar, – olhou de mim para a menina no chão, voltando a me olhar em seguida – mas o rei exige sua presença imediata na tenda, parece que os franceses mandaram um recado.

Assenti paciente enquanto o soldado dava as costas.

Suspirei ainda a encarando. Não seria necessário amarra-la ali, ela não sairia. Na verdade, não teria como ela sair, toda minha tenda é cercada por soldados ingleses e se eles a pegassem, seria bem pior para ela.

Caminhei novamente até minha mala e voltei a me vestir pouco me importando se seus olhos acompanhavam meus movimento. Passei a mão no cabelo dando um ultimo gole no whisky e caminhei ate a saída da tenda, mas antes que meus pés pisassem na grama uma voz fina e com sotaque francês chamou minha atenção.

- Melisey.

Voltei a encara-la ainda incerto se estava ouvindo bem.

- O que disse?

- Meu nome. – disse em um inglês perfeito, me encarando com confiança. – Meu nome é Melisey.