Mentiras
Só havia três pessoas naquele lugar, três pessoas que sabiam o que ele tinha feito.
Ouviu o motivo dele e foi entendido.
Ele disse o nome que foi ordenou e apenas dois aceitaram o nome, o terceiro se recusou em acreditar.
– Lady Sansa Stark me mandou impedir que a Lady Lydia Stark engravidasse de você. – Sussurrou, quase não tinha forças para repetir a mesma coisa.
– Então quer que acredite que a irmã de Lydia quer impedi-la de ter um filho meu? – Baelor perguntou, estava um passo de quebrar o pescoço do homem.
– Foi ela...
Sua mão agarrou o rosto do homem, o obrigou a olhar dentro de seus olhos violetas.
– Sabe quem meu pai foi? Acho que nunca foi para a Capital, então deve apenas ter ouvido as histórias. Meu pai amava queimar pessoas vivas, ele amava dizer a palavra fogo, queimar. – Molhou os lábios. – Quero a verdade ou terei que queimá-lo?
– Essa é a verdade. Não tem motivo para mentir. – Tremeu em cada palavra, estava um passo de se tornar uma vítima da loucura Targaryen.
– Apenas Sansa? Mais ninguém? – Desceu sua mão até o pescoço do homem. – Por que não consigo comprar sua história?
– É a verdade. – Repetiu, se repetisse até ele poderia acreditar nisso.
– O que vai fazer, Meu Rei? – Tallon perguntou. – Não pode mata-lo.
– Por que não? Ficaria muito contente em fazer isso.
– Se matá-lo a pessoa que ordenou isso vai saber que o plano funcionou. – Tallon respondeu, olhou para o homem preso por cordas.
– O que quer que eu faça?
– Muralha. – Alart quem deu a resposta. – Diga que ele estava roubando vinho, mandou escolher entre perder os dedos ou ir para a muralha e ele escolheu a muralha.
Baelor olhou para o jovem rapaz, parecia uma motivação para ele continuar falando.
– A pessoa que ordenou ele fazer não vai dizer algo, mas se disser, bom, vai saber quem foi. – Os três olharam para o homem amarrado. – Só tem que convencê-lo para nunca falar sobre isso na muralha.
– Tem uma família, ele não vai querer que nada aconteça com eles. – Baelor adicionou, sorriu para o homem. – Sei o que um homem pode fazer pela família. O seu é apenas o silêncio. Não vai dizer o que Sansa para ninguém, nunca vai repetir isso novamente, não quero que Lydia se machuque ou brigue com a irmã.
Os quatro homens não iriam dizer nada, o silêncio se tornou um acordo.
Mas havia uma pessoa, ninguém a viu, ninguém fez prometer nada.
Arya Stark ouviu toda a conversa, cada palavra e acusação. Ouvi a mesma coisa que os outros três.
Porém ninguém ouviu as palavras não ditas, ele não falou que Mindinho lhe deu o frasco, ele não falou que Mindinho pediu para evitar a gravidez de Lydia, ele não falou que Mindinho pediu para falar o nome de Sansa, ele não falou que Mindinho queria Sansa contra Lydia.
Mas ele queria ter falado todas as coisas.
Todos os segredos.
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A Filha da Lula Gigante
Asha Greyjoy estava totalmente nas mãos de Eddard Baratheon, não conseguia definir se era ruim ou não.
Se voltasse para casa teria que cumprir seu casamento com Erik, esse foi um dos motivos para fugir e não planejar voltar tão cedo.
Mas ficar e depender do Baratheon parecia igual ou pior, ela poderia ser obrigada a casar com algum Lorde.
Sua única se tornou seu tio Victarion, ele poderia trair Euron.
Tinha seu irmão Theon, mas não conseguia esperar nada mais dele.
Não conseguia imaginar o seu futuro.
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A Leoa, a Rosa e o Pardal
Cersei sabia dos riscos e não se importou, no pequeno tempo que seu tio passou longe colocou seu plano em ação.
Margaery estava presa por traição, teria seu julgamento. Se tivesse sorte a rosa iria voltar para casa, poderia resolver os problemas causados depois.
A batalha que ambas tinham travado por tanto tempo estavam chegando ao fim, a Tyrell finalmente tinha visto as garras de Cersei.
Mas ela não imaginava que o pardal pudesse se virar contra ela, a pegar e jogar dentro de uma cela.
Cersei estava sentindo o próprio veneno.
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O Dragão Negro
Kaylee beijou seu pescoço, segurou sua mão.
– Pronto para conhecer Aegon? – Daemon a olhou, sorriu. – Ótimo.
– O grande problema é o meu irmão, não vou deixar ninguém brincar com ele. – Colou sua testa na de Kaylee. – Ele sempre me protegeu, agora é minha vez. Sei que ele quer que esse seja Aegon Targaryen, mas não acredito nisso.
– Por quê?
– Lembra um dia que Alexy falou que sonhou um dragão negro ao redor de vermelhos? – Assentiu. – Acho que encontramos nosso dragão negro.
– Então seja legal, faça-o confiar em você.
– Tenho pena de quem entra em seu caminho.
Daemon começou a andar pelos corredores, deixando um sorriso aparecer, escondendo sua má vontade de conhecer o garoto.
Um bastardo e é isso que ele, não precisava olhar para o garoto para saber disso. Ele tinha a companhia dourada ao seu lado, mercenários que apoiam os Blackfrye.
Kaylee se afastou dele, outra mulher se aproximou do seu lado.
Era assim que funcionava quando não confiavam nas pessoas, escondiam o que tinham e conseguiam proteger seus pequenos dragões.
Daemon estava todo de preto, apenas um dragão costurado em vermelho, os cabelos platinados caindo sobre seu ombro, os olhos violetas mais escuros naquele dia.
Um péssimo dia para dizer algo errado, ele estava em um péssimo dia.
Parou diante do garoto que dizia ser Aegon, o garoto não sorriu para ele, mas Daemon sorriu.
– Jovem Griff, o que diz ser Aegon Targaryen. – Daemon escondeu suas dúvidas, ele tinha semelhança com Baelor.
– Você deve ser meu tio, Daemon Targaryen. – O garoto continuou sério, não sabia o que esperar do homem na sua frente.
– Tio? Acredito que sim, lembra meu irmão. – Tocou no rosto de Aegon, deu alguns tapas leves e riu quando percebeu que o garoto não gostou. – Quero acreditar que é Aegon, mas ainda tenho dúvidas e não pode me culpar por isso. Algum bebê teve a cabeça esmagada na parede e jogada diante os pés de Robert Baratheon. Quem foi aquele bebê?
– Eu não sei.
– É difícil saber disso, era só um bebê quando isso aconteceu. – Virou de costas para o rapaz. – Quero ajuda-lo, meu irmão não se importa em ser rei, ele se importa em retirar nossa casa do exílio.
– Por isso acredito que vão me ajudar.
– Não tão fácil. – Olhou novamente para Griff. – Meu irmão tem que estar de acordo com isso, para sua sorte ele planeja vir Dorne, ele não está gostando muito do Norte. Ele vai lhe conhecer e vamos saber o que acontece.
– Preciso do apoio de Dorne.
– Apenas algumas casas de Dorne, o que acha? Não é muito, mas não é nada, sobrinho.
Griff apertou a mão de Daemon, para o garoto foi um acordo.
Daemon apertou a mão de Grff, para o homem foi um passo para proteger o irmão.
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O último uivo
Jon viu a placa escrito traidor, se virou e sentiu a lâmina cortar seu estômago e escutar “Pela Patrulha”.
Lembrou da última vez que viu Bran, seu irmão entre a vida e a morte.
– Tenho agora de ir embora – disse Jon. – Tio Benjen está à espera. Vou para o Norte, para a Muralha. Temos de partir hoje, antes da chegada da neve – lembrou-se de como Bran estivera excitado com a perspectiva da viagem.
O pensamento de deixá-lo para trás assim era mais do que conseguia suportar.
Jon limpou as lágrimas, inclinou-se e deu um beijo ligeiro nos lábios do irmão.
A lâmina cortou sua carne mais uma vez e lembrou de Robb.
Nenhum deles esperavam que fosse a última vez que iriam se ver.
– Ótimo – sorriu. – Da próxima vez que o vir, estará todo de negro.
Jon forçou-se a devolver o sorriso.
– Sempre foi a minha cor. Daqui a quanto tempo pensa que isso acontecerá?
– Não muito – prometeu Robb.
Puxou Jon para si e lhe deu um forte abraço.
– Até a vista, Snow.
Jon devolveu o abraço.
– Até a vista, Stark. Cuide de Bran.
– Cuidarei – afastaram-se e olharam um para o outro, embaraçados. – Tio Benjen disse para mandá-lo para os estábulos se o visse – disse Robb por fim.
– Tenho mais uma despedida a fazer – informou Jon.
– Então não o vi – respondeu Robb.
Jon o deixou ali, na neve, rodeado de carroças, lobos e cavalos.
Rodeado de neve.
Ele reconhecia aqueles rostos, homens que deveria considerar seus irmãos. Mas percebeu que eles nunca foram realmente seus irmãos, Arya sempre foi sua irmã.
Sua doce irmã Arya.
– Vou sentir sua falta, irmãzinha.
De súbito, ela pareceu quase chorar.
– Queria que viesse conosco.
– Por vezes, estradas diferentes vão dar no mesmo castelo. Quem sabe? – Estava se sentindo melhor agora. Não ia permitir a si próprio ficar triste. – Tenho de ir. Acabarei passando o primeiro ano na Muralha a despejar penicos se deixar Tio Benjen à espera mais tempo.
Arya correu para ele para um último abraço,
– Largue a espada primeiro – Jon a preveniu, rindo.
Ela pôs a arma de lado quase timidamente e o encheu de beijos.
Quando ele se virou, já na porta, ela estava de novo com a espada na mão, testando seu equilíbrio.
– Ia me esquecendo – disse. – Todas as melhores espadas têm nomes.
– Como a Gelo – disse ela. Olhou a espada que tinha na mão. – E esta, tem nome? Ah, diga-me.
– Não adivinha? – Brincou Jon. – A sua coisa favorita.
Arya a princípio pareceu desorientada. Mas depois compreendeu.
Era assim: rápida.
Os dois disseram juntos:
– Agulha!
Ele reconhecia os rostos em sua frente, mas não conseguia dar os nomes.
Lembrou de Lydia.
– Realmente vai para a muralha. – Lydia falou, o abraçou.
Ia sentir saudades da irmã, ela sempre foi diferente de Sansa em relação a ele.
– Ainda quer conhecer o mundo? – Perguntou.
– O mundo é muito mais que Winterfell. – A abraçou de volta. – Sinto que tem algo grande me esperando. Acho que ambos vamos encarar coisas grandes.
– Vou encarar uma grande muralha e frio. – Jon respondeu. – Espero encontrá-la novamente.
– Até algum dia, Jon Snow.
– Até algum dia, Lydia Stark.
Tyler estava muralha, tinha vindo procurar Bran, nem teve tempo para conversar com ele.
– Podemos partir amanhã para procurar Bran. – Jon falou.
– O quanto antes melhor, os Stark estão se reunindo novamente.
Jon sorriu, algo bom para se escutar.
– Melhor dormir, muita coisa vai acontecer.
– Boa noite, Jon.
Axel o mandou tomar cuidado, deveria ter tomado cuidado.
Talvez agora seu pai finalmente cumprisse a promessa.
– Quando nós encontramos novamente vamos falar de sua mãe. – Ned prometeu.
Finalmente iria descobrir quem sua mãe era, iria encontrar seu pai e Robb.
Não deveria doer, mas doía.
– Olly? – Falou surpreso.
– Você não sabe de nada, Jon Snow. – Ygritte falou.
Ele não sabia de nada, a garota de cabelos em chamas sabia disso.
O garoto segurava as lágrimas, mas golpeou Jon, o golpe que mais lhe machucou.
– Pela patrulha. – Disse.
Os corvos nunca foram seus irmãos, seus irmãos estavam em Winterfell, seus irmãos eram os lobos.
– Mate o garoto, Jon Snow. – Aemon disse.
Estava cercado pela neve, deixado para morrer no frio.
A dor já havia abandonado seu corpo, só sentia frio, apenas o frio.
Um dia ele se despediu de Ned, Robb, Benjen, Ygritte e Aemon agora poderia dizer olá, reencontrar sua família, seu amigo, sua mãe e a mulher que ama.
Morrer não se tornou ruim, mas a traição ainda machucava.
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