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História Game Of Thrones - Capítulo 25


Escrita por: Dhampir

Notas do Autor


1. Voltando com os capítulos longos.

Capítulo 29 - Capítulo 25


Fanfic / Fanfiction Game Of Thrones - Capítulo 25

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Baelor sentia uma sensação estranha sobre voltar a pisar em Highgarden, parecia a primeira vez, talvez fosse a primeira vez. Tudo havia mudado, os rostos e as pessoas que ofereciam ajuda a casa Targaryen. 

O Targaryen sabia que antes se tratava de uma questão de poder, agora eles queriam os Lannister se afogando em seu próprio sangue. 

Viu Mace Tyrell montado em seu cavalo branco, sua armadura enfeitada com plumas verdes e douradas. Servia mais para causar impacto do que ser usada verdadeiramente em combate, o Tyrell não era conhecido por ser um exímio espadachim.

— Baelor Targaryen, faz anos desde a última que nos encontramos. Quando soube que ainda caminhava por essas terras meu coração se encheu de alegria. — Mace falou, sua palavra tentava comprar o Targaryen.

— É um prazer ser recebido pela casa Tyrell, nunca imaginei estar do mesmo lado da batalha... novamente.

Baelor preferiu guardar os comentários ofensivos para si, sabia que as coisas seriam diferentes se Margaery ainda tivesse um marido leão. Uma aliança apenas para se vingar das escolhas de Cersei, depois viria o interesse de poder. 

— Só vou ficar por alguns dias, pretendo devolver a garota Lannister para a mãe. — Fez se notar a presença de Myrcella. — Quero mostrar que somos diferentes. 

— Ah, claro, claro, eu compreendo. Mas podemos falar de outros assuntos longe de ouvidos inimigos? 

O Targaryen olhou para a tenda verde, a maior naquele acampamento. Saltou do cavalo e seguiu o Lorde da Campina. 

— Meu filho Willas está cuidando das coisas no castelo, vamos poder saber de tudo o que está acontecendo. — Apontou em direção a mesa com o mapa de Westeros. — Achei que seria mais fácil planejar uma estratégia. 

O dragão entelhado na madeira chamou atenção de Baelor, sentiu uma sensação estranha em seu corpo. 

O lobo estava no Norte junto com a truta, a águia ao lado do veado, o Leão na Terra da Coroa, e a serpente junto com a flor e o dragão. 

— O que planeja? 

— Dorne se dividiu. Martell e seus vassalos vão me apoiar, mas os Yronwood vão ficar ao lado de Aegon, eles vão marchar contra o exército de Eddard, vamos poder se focar nos Lannister. 

— Então tivemos uma perda de poder, os Stark poderiam ser úteis com seu exército. 

— Demorariam para chegar e estão com problemas. Os Tully não vão ajudar. — Respirou fundo. — Quero iniciar um cerco, preparar e ver quanto tempo aguentam ao perceber que não tem reforços. 

— Eles têm. — Mace colocou o Kraken ao lado do leão. — Minha filha, Margaery, voltou para casa e revelou que Cersei está com Euron Greyjoy. 

Baelor respirou, isso complicava conseguir apoio do mar. 

— As Ilhas Pyke estão com muitos homens? 

— Eles se dividiram entre Euron, Asha e Victarion. Não devem ter muitos homens. O que está planejando? 

— Vamos dividir seu exército, uma parte fica comigo e a outra vai tomar o castelo de Euron, ele vai ter que escolher entre seu povo ou Cersei. Se ele escolher Cersei... espero que seus homens não sigam suas ordens. Se eles continuarem apoiando Cersei, vamos esperar que Asha ou Victarion apareçam e faremos um acordo com eles. 

Baelor sabia que tudo mudava em cada aliado que Cersei poderia arranjar, mas isso não o fazia tremer o Leão ou o Kraken, mesmo com sua união. 

 

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Jon queria entender como os Outros haviam nascido, talvez assim pudesse entender o objetivo deles. Mas em cada Corvo que chegava com uma mensagem de Sam ele se sentia mais desanimado, parecia que não existia nada em cidadela que fosse útil para aquele conhecimento. Tudo que ele tinha havia sido em músicas e histórias contadas para encantar ou espantar. 

— Eles foram criados pelos Filhos da Floresta. — Bran falou finalmente, olhou para todos sentados e pensativos. — Quando eu estava do outro lado da muralha eu vi eles, eles me contaram como os Outros nasceram. Eles criaram os Outros para se proteger de nós, mas por algum motivo eles se viraram contra os filhos da floresta. 

Jon ponderou por um tempo, olhou para Tyler e Lydia, não sabia se um deles incentivaria Bran a continuar. 

— Eles explicaram como fizeram para os Outros nascerem? — Lydia perguntou, ignorou qualquer olhar de Jon e Tyler. 

— Obsidiana, eles cavaram no peito de um homem e seu olho ficou azul. Parecia algo como um ritual. — Bran tentou puxar mais coisas em sua memoria, mas não se lembrava de outros detalhes sem voltar para aquele dia. — Não sei se pode ser útil. 

— Se eles foram criados assim e com objetivo de nós destruir resolvemos uma parte da questão. Mas como os filhos da floresta perderam o controle sobre eles? Cada resposta gera uma nova pergunta. 

Tyler falou, tudo aquilo parecia ir para um lado sombrio. 

Bran queria voltar e ver mais pedaços da história, preencher as lacunas que se formavam, mas cada vez que lembrava daqueles olhos azuis frios, sentia a mão fria dele contra sua pele. Ele não poderia prever a consequência daquele encontro e não poderia arriscar novamente.

Hodor estava morto por sua culpa, olhou para Lydia que deu um pequeno sorriso de suporte.

— Só temos contos e músicas, nada nos livros. Por que ninguém escreveria sobre isso? — Arya questionou. — Não é algo que pode se apagar dá história e fingir que nada aconteceu e que eles nunca iriam voltar. 

Lydia lembrou de todas as aulas que teve com Meister Luwin, tudo que ele tinha falado sobre os primeiros homens, os ândalos, a longa noite. Mas se lembrava das histórias da velha ama. 

— Não vamos achar isso nos livros, tudo que sabemos já foi contado. Estamos às cegas, não sabemos nada sobre eles e nenhuma prova que poderemos saber. 

— Então vamos lutar! — Jon falou determinado. 

— Vamos vencer! — Tyler falou confiante. 

 

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Os rumores voavam, principalmente quando carregavam a morte do rei, Jaime soube da morte do filho. Como ele havia morrido enquanto dormia em seu quarto. 

— Sei que é difícil perder alguém importante. Eu perdi meu sobrinho, por isso estou aqui. — Rass falou 

O mercenário olhou para o céu que começava a ficar carregado de nuvens, apenas sorriu ao pensar na benção que essa chuva seria ao anoitecer. 

— Não pretendendo começar uma conversa. — Jaime recordou. — Bronn, tem mais alguma notícia? 

— Não uma confiável, apenas um rumor. Dizem que sua irmã se casou. — Fez uma careta ao ver a feição no rosto de Jaime. — Seria para selar uma aliança com os Greyjoy. 

Rass olhou para Jaime e viu a dúvida em seu olho, não parecia ter certeza no que tinha ouvido, talvez todos os rumores dele transar com a irmã fossem verdadeiros. 

Poderia ter encontrado o ponto fraco dele, não precisaria usar um garoto morto e não queria usar, mas não via problema em falar de um incesto. 

— É difícil saber que a mulher com quem se importa está ocupada satisfazendo os desejos de outro na cama. — Conquistou a atenção de Jaime. — Ouvi rumores sobre os Greyjoy, saqueando e dormindo com mulheres. Euron ouvi que não é conhecido por ser delicado, já Victarion é um homem frio. 

— Já disse para calar a boca. 

— O problema é que está do lado errado da batalha, Jaime, o lado que não tem honra. 

— Quem diz isso é um mercenário. — Bronn adiantou antes de qualquer resposta de Jaime. — Você é leal para as moedas que entram em seu bolso, assim como eu. 

— Eu sou leal ao sangue que corre em minhas veias. Minha lealdade não é para as moedas ou um par de coxas. 

Olhou para os dois homens, faltava pouco para sua fuga, a chuva seria sua permissão. 

 

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— Lembro quando Baelor teve que me contar que nossos pais tinham morrido, que Rhaegar tinha morrido e que nada seria como antes. — Daemon começou, olhou para Lisa sentando ao seu lado. — Eu pedia por nossa mãe, a mulher que me colocava para dormir e cantava para mim. Baelor fazia isso, ele cantava e no final uma lâgrima sempre escorria de seu olho.

Colocou o braço envolta da sobrinha, sentia sua garganta queimar, não sentia que seus pensamentos negativos iriam ir embora junto com o vento. Estava preso em um circulo vicioso.

— Alexy perguntou pelo irmão e disse a mesma coisa que Baelor falou alguns anos atrás: Ele está aqui, junto de você, não pode vê-lo, mas pode sentir ele em cada suspiro. — Soltou uma risada vazia. — Não me lembro de um momento de paz, onde eu pudesse sentar e ver todas as pessoas lidando com os problemas.

— Você e Kaylee conversaram? — Apenas negou com a cabeça. — Deveriam conversar, um precisa do outro nesse momento, tio. Vocês dois estão mergulhados em dor e isso não é bom. 

— Mergulhados em dor? — Soltou uma risada. — Talvez eu finalmente tenha abraçado essa dor, algo que por anos tentei enganar, Lisa. Agora eu choro por meu filho, não posso me segurar em Kaylee e ela não pode se segura em mim, ambos destruídos e temos que ficar fortes por essa guerra e Alexy, então me seguro na dor e vingança. Imagino o pescoço frágil de Daario em minhas mãos, a vida dele se esvaziando por minha causa.

— Todos eles vão pagar.

Daemon se afastou da garota, seus olhos violetas estavam sombrios assim como a feição em seu rosto. Ela sempre percebeu que Daemon tinha um lado sombrio, ele e Baelor tinham paixões e visões muitos diferentes.

— Eles vão, eles vão aprender porque os Targaryen são considerados loucos. Vou ter prazer em ensina-los. 

— Tio, você não é insano. 

Ele sorriu, um sorriso que não carregava felicidade, apenas dor e nada além disso. 

— A loucura reside no medo e na dor, Lisa, eles me mostraram o medo e a dor. Vou mostrar a loucura. 

Beijou a testa da garota, um beijo quente e até mesmo acolhedor. 

Olhou melhor para as árvores ao seu redor. Estavam perto da sede da Casa Tyrell, mas Baelor e Mace haviam optado por um encontro mais rápido, assim ganhando mais tempo para estratégias e ficando longe de ouvidos curiosos por informações. 

Tinha certeza que iriam seguir por Cider Hall, Longtable e Bitterbridge até chegar nas Terras da Coroa, o único caminho que ela via como confiável para o tio e sentia que ele sabia disso. 

Mas de todos os caminhos que ela pensava, ela queria saber onde Tallon estava, o colar que ele havia lhe dado antes de partir enfeitava seu pescoço e era um lembrete que ele sempre estaria junto dela. 

Ele iria voltar por ela e Lisa sabia disso. 

— Myrcella está com medo de voltar para casa do que ficar entre dragões. — Yrios falou se anunciando. — Eu ficaria com o mesmo receio depois de descobrir a morte do irmão. 

— Tommen era novo, ninguém comentou sobre estar doente. Se eu fosse a próxima na linhagem para assumir o trono ficaria com medo. Tem muitas pessoas querendo o trono, e mais ainda tentando ajudar seu favorito. 

Lisa tinha preocupação com a busca do tio pelo trono, sabia o quanto aquilo seria difícil. Derrubar a Casa Lannister e depois ter que se decidir se Aegon era o filho legitimo de Rhaegar, isso se o garoto não caísse diante do Baratheon. 

— Seu tio já está conversando com Lorde Mace, talvez partiremos amanhã se eles não tiverem bebendo vinho. — Lisa riu do comentário. — Logo essa guerra vai começar, Lisa. 

— Os Lannister estão tempo demais no poder, é o momento de terminar isso. — Fez uma pausa e revelou sua dúvida para o primo. — Só não sei o que meu tio vai fazer se conseguir o trono. 

— Governar.

Lisa sabia que o tio pensava mais do que falava. 

 

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— Você perdeu a primeira batalha, Jon Connington, veio aqui desistir? — Eddard questionou. 

O homem abriu um sorriso, passou a mão pelo cabelo vermelho e olhou para o Baratheon, amaria derruba-lo no chão e arrancar sua vida.

— Eu te vim apresentar o verdadeiro Lorde das Terras da Tempestade, Eddard, alguém que foi legitimado pelo Rei Aegon VI Targaryen. — Apontou para o rapaz com elmo. — Te apresento o filho de Robert Baratheon, Gendry Baratheon. 

Tirou o elmo e olhou diretamente para Melisandre, seus olhos pareciam travar uma batalha. O bastardo de Robert sabia o que teria acontecido se Sor Davos não o tivesse ajudado a fugir, seu destino teria sido chamas envolta de seu corpo. 

— Ele é um bastardo, Jon Connington, ninguém nunca vai o seguir. — Eddard usou sua confiança, a confiança que tinha em seus homens. 

Aqueles que lhe seguiam não iriam o trair por um mero bastardo de Robert, não ia deixar que Ponta Tempestade fosse tirada dele. 

— Quer saber a diferença dos homens ao lado de Aegon? Todos dariam a vida por ele e provaram isso. Já os seus homens... alguns rezam por sua morte enquanto batalham ao seu lado. 

Jon olhou para Mindinho, o homem ainda matinha um sorriso em seu rosto, ele não tinha medo do Connington. Contava com os dias para o exercito de Aegon se esmagado como uma barata. 

— Não tem como provar que ele é filho de meu tio. 

— Jon Arryn morreu por ter descoberto a verdade, Eddard Stark morreu por ter descoberto a verdade. Vocês sabem que ele é filho de Robert, usaram seu sangue para fazer magia negra. — Jon abriu um sorriso, seus olhos pareciam queimar. — Provas? Vocês são a prova de quem Gendry é filho. 

— Foi para isso que convocou esse encontro, Lorde Connington? Espalhar uma bela mentira? Infelizmente, para você, estamos ao lado do verdadeiro rei. — Baelish falou, seus olhos maliciosos percorram por Jon. — É melhor ir e desistir de sua guerra perdida. Volte para o buraco que se escondeu por tantos anos. 

— Lorde Baelish, um amigo meu reza por um encontro. Tem muitos assuntos para colocar em dia, considerando que no passado gostou de destruir muito de seus planos. 

— Diga para Varys que fiz o melhor para o reino. 

 

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— Adivinhe minha surpresa ao ver uma Snow juntamente com um Lannister? Deveria ficar decepcionado com isso, isso iria atrapalhar todos os planos que fiz durante anos. — Aurane Waters sorriu para os dois, seus cabelos platinados caindo na frente de seu rosto. — Mas o que você faria, Sebastian Lannister, para que sua amada tenha um nome digno de casamento? Me dar mil moedas de ouro? Me ceder terras? Me torna um homem digno? Como um homem que vive no mar eu aprendi a ver oportunidades. — Sentou-se sobre a cadeira e analisou os dois, sabia que estaria seguro enquanto tivesse um papel importante para Najma. — Quero algo em troca, algo que prove uma posição digna para mim e você vai me oferecer isso, Lannister. 

— Eu fugi de meu pai, acha que ele vai fazer algo por mim? 

— Claro que não, mas estou falando com o herdeiro de seu pai. Ou não soube das más notícias? Jason Lannister morreu na batalha contra os homens de Baelor Targaryen. Ele recusou a dobrar os joelhos e por isso deu seu último suspiro. Agora você só precisa voltar e dobrar os joelhos, assim salvando sua mãe e irmãs e me dando algo que quero por um simples papel. 

— E se eu não fizer isso? 

— O fogo vai cuidar de sumir com as evidências, e ela sempre vai ser uma Snow aos olhos dos outros, mesmo que o futuro rei ceda o nome Velaryon. — Suspirou. — Isso se o rei não ceder o sobrenome para mim, Lannister. Pense bem antes de uma recusar. É o amor de vocês em jogo. 

 

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Alyssa tentava esconder sua tristeza, ela não sabia se Rass estava vivo ou não. Alguns diziam que sim e outros que não, a única coisa que tinha certeza era: Rass estava desparecido. 

Ficar ao lado de Willas fazia esquecer por um tempo, mas de tempos em tempos o sorriso de Rass voltavam para assombra-la. Willas sabia conversar, como ser um cavalheiro com uma mulher, tinha a educação de um lorde, diferente de Rass. 

— Alyssa, eu preciso fazer uma pergunta. — Willas sentia sua mão suar. — Talvez tenha demorado muito tempo por isso, mas agora tomei coragem para isso. Quer se casar comigo? 

Um tempo atrás ela teria dito que sim, se casaria com o herdeiro da Campina e assumiria uma posição importante. Mas tinha uma parte dentro de si que não queria aceitar, queria esperar Rass voltar para ela. 

— Willas, eu preciso pensar. 

— Sei que isso foi apressada, foi lhe dar o tempo que precisar para tomar uma decisão. 

 

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The Escape

 

Havia algo que Rass tinha aprendido com o pai ainda quando pequeno, e isso era escapar de lugares. Na maioria das vezes o medo bloqueava todas as possibilidades de fuga, mas ele não estava cego para elas. 

O chão molhado deixaria seu pulso liso, a corda que um dia apertava sua mão agora estava afrouxada por conta de sua má alimentação, seu rosto e corpo estava imundo assim com as roupas e ele não tinha nenhuma bolsa de moedas. 

Olhou para o fogo feito por Bronn dançando por conta do vento, as chamas indo de um lado para o outro e lutando para vencer o vento e provavelmente a chuva que viria em seguida. 

Ele queria que aquela lama fosse o suficiente para ajudar a se soltar, odiaria ter que usar o fogo como sua libertação. 

Olhou para o as sombras das árvores, quanto passo teria que dar até se esconder dentro delas e sua chance de conseguir roubar um cavalo. 

Não se importou em sentar perto de uma poça e muito menos jogar o pedaço de carne dado por Jaime e Bronn nela, demorou o suficiente para sentir sua mão escorregadia. 

Agora começava a parte difícil, no momento que soltasse teria que optar por correr para as árvores ou montar um cavalo, seu corpo não estava nas melhores condições para sair correndo, mas sua aparência só chamaria atenção se estivesse montado em um daqueles cavalos. 

— Acompanhe o ritmo, acompanhe a história contada pela lua... — Rass relembrou as palavras do pai. — Ataque quando necessário, corra quando necessário, chore quando necessário, grite quando necessário, mate quando necessário, use seus instintos quando necessário, use a razão quando necessário. Mas nunca use o medo, nunca use a raiva, nunca use aquilo que te transforma em um cego. 

Havia ignorado aquele conselho por anos e agora iria recorrer para ele, só precisava saber a história contada pela lua. 

Sentiu sua mão esquerda escapar, olhou para Jaime e Bronn sentados e conversando, nenhum deles estava se importando com o que saia da boca do mercenário. Durante o dia ele havia falado besteira e ganhado um soco de Jaime como recompensa, isso era tudo o que ele queria, ser ignorado. 

Não havia nenhuma arma por perto, teria que ficar sem uma. Mas não faria diferença, ele não iria ganhar de Bronn, seu corpo não estava forte como antes, teria que usar o cérebro para sair vivo. 

Levantou e deu alguns passos curtos em direção as árvores. 

— Onde está indo? — Escutou Jaime gritar. 

Soltou uma risada e correu entre as árvores, sabia que teria poucos segundos de vantagem e teria que aproveitar. 

Livrou a mão direita da corda, mas segurou firme aquela que havia prendido sua mão por tantos dias. 

Entrou dentro da floresta e subiu o mais rápido que podia em uma das árvores, não sabia se seria capaz de se segurar, mas tinha que ser, era preciso. 

Seu pulmão parecia queimar, não se importou em prestar atenção no que Jaime e Bronn falavam ou gritavam, ele tinha que controlar sua respiração. 

Jaime parecia o alvo mais fácil, não tinha uma mão e poderia representar menos resistência. Só que Rass não poderia pegar suas roupas e ele não carregava moedas com ele, e imaginava que matar Jaime iria colocar um alvo muito maior em suas costas. 

Teria que pegar o mercenário, teria que deixar a honra de lado. 

Seu pai falava de honra, mas nunca comentou uma regra de quando se tratava de salvar sua vida. 

Olhou os dois se separem, a chance perfeita de matar Bronn e roubar o que ele tinha. 

Desceu da árvore com cuidado, o vento fazia barulho com as folhas e isso aumentava o cuidado de Bronn, mas abriria brechas. 

Rass sabia que tinha que se move contra o vento, ir contra os barulhos que ele causava e tentar fundir com as sombras, poderia fazer um ataque surpresa. 

Não poderia se aproximar de Bronn, só poderia quando fosse para atacar e tinha que ter certeza do momento certo. 

Esperou ele se distrair com o barulho de galhos se batendo para avançar sobre ele. 

Usou a corda que segurava para colocar envolta do pescoço de Bronn, ficou com a vantagem por alguns segundos até que Bronn conseguisse se soltar. 

Aproveitou a tentativa de Bronn para recuperar o ar pedido e lançou seu corpo contra ele, não poderia ceder tempo para pensar e planejar alguma coisa. 

Rolaram no chão até baterem em algo duro. 

Tateou o chão na procura de uma pedra, não poderia deixar o homem puxar sua faca. 

Agarrou a primeira coisa dura que tinha encontrado, não quis saber o que era, apenas acertou o rosto de Bronn por diversas vezes, sentia o homem tentar se defender, mas era difícil de se recuperar depois de tantos golpes. 

Rass sentia o sangue molhar seu rosto, seu corpo pedir um descanso. 

Fez o último golpe e esperava que havia sido o bastante para derrubar o mercenário. 

Pegou a bolsa de moeda que carregava presa na cintura, a arma que ele tinha soltado. 

Rass sentia seus músculos queimarem pelo esforço, caminhou lentamente de volta ao acampamento que Jaime havia feito. 

Os dois cavalos ainda estavam lá, foi em direção ao cavalo que sabia que sua espada se encontrava, montou no corcel branco que era o de Jaime, queria levar o de Bronn, porém sentiu que seria atrasado pelo animal e o que ele queria era aumentar a distância entre ele e o Lannister. 

Tinha que preparar para invadir a Fortaleza Vermelha.



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