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História Game of Thrones: O Legado de Frey - Becoming R'hllor Red


Escrita por: aphroxdite

Notas do Autor


Voltei com um novo capítulo galera e agora só faltam mais três. Espero que gostem!

Capítulo 7 - Becoming R'hllor Red


Fanfic / Fanfiction Game of Thrones: O Legado de Frey - Becoming R'hllor Red

- Você devia comer alguma coisa, nossa viagem vai ser longa. - Disse Melisandre apontando para a tigela que matinha-se intacta em cima da mesa.

- Eu comi mais cedo, Senhora. - Menti.

- Ainda tenta mentir para mim? Não vê que sou a única amiga que lhe resta? 

- Desculpe... O mar me faz mal, não tenho fome agora. - Ela assentiu com a cabeça. - Senhora, se não se importa vou ao convés tentar dormir, não tenho uma boa noite de sono há dias. 

- Descanse confortavelmente Vida, em Volantis você aprenderá artes que atrapalharão seu sono pelo resto de seus dias. - Estremeci com as palavras da mulher vermelha.

Nos encontrávamos num navio fúnebre, ele era composto por uma madeira tão escura quanto a noite que rangiam ao mais leve toque, no entanto o que mais me intimidava eram as velas da embarcação, todas elas eram estampadas com uma paisagem de mata verde sobre a qual brotava uma flor laranja, a mesma imagem que assombrava meus sonhos desde minha primeira noite no bordel da Martha. Tudo aquilo me parecia tão distante agora, a fuga das Gêmeas, ser perseguida por uma criatura estranha na Floresta Andante, meu encontro com Kira em sua toca, ser vendida para um puteiro, minhas noites com o Montanha e a viagem pelos Sete Reinos procurando Daenerys Targaryen... A única coisa que permanecia bem perto de meu coração era Maude e suas palavras: "Nos veremos de novo algum dia". Transformei sua frase em uma oração que eu recitava todas as noites para que talvez assim o Deus da Luz ouvisse o meu pedido. 

Depois de ter meu pedido rejeitado pela Rainha dos Dragões me dirigi para o sul sem destino previsto, cavalguei por algum tempo até que cheguei em Dorne e lá conheci Melisandre. Meu caminho se cruzou com o da mulher que toma o vermelho como seu estandarte pessoal quando fiz parada na seca margem do rio Torentine, ela se aproximou com seu alazão preto enquanto eu lavava as mãos no límpido curso de água e sem delongar me abordou adivinhando meu nome, disse-me que havia visto no fogo meu destino e me apresentou R'hllor, o Senhor da Luz. 

Sua pregação era honesta e vívida então meu primeiro instinto foi ter inveja e ela percebeu isso, inveja de acreditar que algo maior que eu existia, que em algum lugar estava alguém que traria justiça se eu rezasse com muita dedicação. Quis me afastar de suas propostas mas eu precisava de algo, eu pedia por um sinal de que havia um sentido para todo o sofrimento e decepção que minha existência tinha se tornado, pedia por algum presságio e ela foi trazida ao meu caminho, logo, eu iria seguir suas instruções, eu me entregaria de corpo e alma ao Deus R'hllor e torceria para que ele atendesse aos meus anseios. 

Finalmente chegamos em Volantis e fomos direto ao Templo de R'hllor. Lá todos vestiam vermelho e o cheiro de incenso era intragável, Melisandre foi recebida de forma calorosa, como uma velha amiga e me levou automaticamente ao Sumo Sacerdote da fé vermelha que estava sentado no chão de areia em meio a um círculo de brasas, ele era um homem de estatura baixa e magro até os ossos, sua característica mais chamativa era a tatuagem em forma de fogueira no canto do rosto. Me parecia um homem agradável.

- Melisandre contou-me tudo sobre sua terrível jornada em Westeros, disse-me que quer se tornar uma sacerdotisa vermelha por vontade própria, o quanto disso é verdade Vida Frey? - O homem não tirava os olhos das brasas. 

- Tudo, tudo isso é verdade. - As brasas arderam mais forte enquanto eu falava.

- Você mente, o fogo diz a verdade. - Aquilo era loucura, o homem presumia que eu estava mentindo se baseando no fogo das brasas.

- Eu não estou... - Eu sabia que aquilo não era totalmente verdade e as brasas arderam mais uma vez. - Bom... Eu não conheço o Senhor da Luz inteiramente, pelo menos não ainda, esse é o meu primeiro contato com ele mas eu completaria todas as tarefas que ele tem pra mim, eu espalharia sua verdade e magnificência pelo mundo se você me desse a chance. - As brasas continuaram amenas, eu falava a verdade. 

- A garota diz a verdade, R'hllor aceita qualquer um que traz consigo a luz e a verdade e nós a aceitaremos Vida, no entanto você deve abandonar o nome de sua família e passar por um ritual de iniciação.

-  Abandonei meu sobrenome há meses. - Interrompi o homem sem titubear. - Eu aceito.

Mais tarde naquele mesmo dia encontrei-me no saguão principal do Templo junto com todos os outros sacerdotes vermelhos de Volantis, todos eles aguardavam em círculo e eu e o Sumo Sacerdote estávamos no centro.

- Hoje a garota chamada Vida vem até nós com o intuito de abraçar o Senhor da Luz, o fogo reafirmou sua honestidade e as brasas revelaram que seu desejo de luz é puro. - O homem se aproximou mais de mim - A noite é escura e cheia de terrores, que as chamas possam iluminar seu caminho e que você espalhe a verdade por todo lugar onde passar. Alguém aqui opõe-se ao renascimento da menina Vida no fogo? - O silêncio pairou pelo recinto e todos os olhares se fixaram em mim. - Sendo assim, que comece o rito de iniciação e que no final dessa trajetória o Senhor da Luz e a garota Vida se tornem um só. 

Diversos dos homens da primeira fileira do círculo então vieram até mim e me despiram completamente, me colocaram em seus ombros e carregaram-me até uma grande fogueira no final do esplendoroso saguão, fui colocada de pé em frente ao fogo e pediram que eu caminhasse sobre as chamas, eu estava determinada, não hesitei. Caminhei através do fogo como se ele não estivesse lá e no final da caminhada para minha surpresa não estava queimada ou sentindo dor, era como se eu fosse imune ao fogo. Melisandre apareceu em minha frente segurando uma gargantilha em suas mãos.

- Deste momento em diante o Senhor da Luz recolhe sobre suas asas mais uma alma, Vida dará sua vida para servi-lo se necessário for. - Colocou em minhas mãos a gargantilha adornada com uma rubi, muito semelhante a dela. - Coloque-a, ela irá te proteger. - Fiz como ela mandou.

- Tragam o sacrifício. - Ordenou alguém do outro lado do saguão.

Dois homens escoltaram uma garota para dentro do espaço e ao verem o gesto de confirmação do Sumo Sacerdote cortaram sua garganta e recolheram o sangue que jorrava em um recipiente. Jogaram o corpo já quase sem vida na fogueira pela qual eu tinha passado minutos mais cedo, aquilo me aterrorizou e por um segundo fez com que eu questionasse o que estava fazendo, mas já não era hora de resignar. Uma outra sacerdotisa veio até mim com o recipiente em mãos e derramou em minha cabeça o sangue, não me movi, não seria adequado, a mulher espalhou o fluído vermelho em meus cabelos mas boa parte escorria pelo restante de meu corpo. A mulher pegou um novo pote com água e novamente despejou o liquido sobre minha cabeça, lavando-me do sangue que não havia penetrado nos longos fios de meu cabelo.

- Vida renasce agora como mulher, vermelha de cabelo, vermelha de alma, vermelha de fé. Que todos a ajudem e acompanhem na caminhada da fé. - Disse o Sumo Sacerdote com seu olhar fixo em mim. - Que as chamas queimem mais forte que as tentações ao seu redor.

- Que as chamas queimem mais forte que as tentações ao seu redor. - Todos repetiram.

Durante meus meses de estadia no Templo de R'hllor aprendi diversas artes, me mandaram para as ruas para entender como trazer fiéis para a luz, me ensinaram sobre poções e sobre magias de fogo, consegui dominar a arte de ver sinais do Senhor da Luz nas chamas, tantas coisas que jamais tinha imaginado existir antes de chegar ali, pela primeira vez eu senti que aquele era o meu lugar, eu acreditava naquele Deus e naquelas pessoas, eu estava feliz. Melisandre foi minha maior mestre, ela me ensinava sobre tudo que eu me dispusesse a aprender e agora eu a via como uma verdadeira amiga.

A maioria dos sacerdotes tinha medo do escuro então durante a noite todas as fogueiras do templo eram acessas. O frio era incomum em Volantis mas naquele momento tudo parecia gelado, circundei o fogo para me manter aquecida e distante de quaisquer horrores que a noite pudesse trazer e foi então que o Senhor da Luz me mostrou uma visão nas chamas.

Morte. Gelo. Ruína. Eu tinha que voltar para Westeros.  


Notas Finais


Espero que tenham gostado e aguardem os próximos capítulos!


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