Enquanto arrumava as malas, tentava achar algo bom nisso. Quer dizer...se seu pai é um retardado cego de amor que quer se mudar o mais rápido possível, o que fazer?
Fugir seria uma hipótese ruim, afinal, não teria televisão e nem comida o dia inteiro.
—Posso entrar?–ouvi a voz do Thomas
—Já entrou.– falei e ele revirou os olhos.
Thomas meu melhor amigo desde sempre. Foi ele quem me consolou quando Guilherme me traiu com minha melhor amiga, e também quando minha mãe morreu quando tinha meus 15 anos.
—Você não está com vontade de socar seu pai, Liana?– ele disse olhando à janela e senti tristeza em sua voz.
—Cara, eu já fiz de tudo! Coloquei mel nas roupas dele, farinha no shampoo, e não adiantou!– falei e ele gargalhou.
Bem eu e meu pai éramos assim.
—Seu pai é um viado, gordo e careca, e além do mais aqueles olhos são muito claros!– ele desse e eu gargalhei.
—Ele não é gordo e nem careca. Se fosse eu não iria nem para o Canadá.
—Se eu fosse mulher eu pegava seu pai.– Thomas disse e nessa mesma hora meu pai entrou no quarto.
—Sai para lá, Thomas. Já disse que minha fruta é outra.
Revirei os olhos e vi Thomas rir. Dois idiotas.
—Você não esta chateada? Quer dizer...Faz só dois anos, ah você sabe.– assim que meu pai falou eu sabia que se referia a minha mãe.
Meus olhos encheram de lágrimas e eu pisquei para não derrama-las. Acho que ele entendeu o silêncio já que calou a boca. Coloquei a última peça na mala e olhei pro Thomas.
—Então quer dizer que... Vamos nos ver daqui a cento e oitenta dias?– ele disse se arrumando já que estava jogado na parede.
Então do nada ele tirou a pulseira que eu queria à anos e pegou meu braço
—Sempre que tiver sozinha, olhe a pulseira vou sempre estar aqui.– ele colocou ela em mim, e senti a primeira lágrima me trair.
—Ahh, Thomas que gay meu! Você pode ir me visitar caramba! Nem é tão longe.—falei e ele sorriu.
— É mas não vai ser a mesma coisa! Quem vai me ligar de madrugada dizendo que está com a minha melhor amiga morta? Quem vai me bater por eu roubar comida?
—Não seja tolo, Thomas. Nem que eu esteja a um milhão de quilômetros vou esquecer de você.– falei e ele me puxou pra um abraço.
O abraço dele era perfeito. Tipo muito.
—Vamos Liana,está na hora.– Meu pai falou e nos soltamos.
—Te amo doende Vermelho.
—Te amo projeto de Louis.
Ele beijou minha testa e eu sorri diante o seu peito.
—Promete que nunca vai mudar?–Perguntou ele.
—Sim, eu nunca vou mudar.
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