História Garota De Vidro - Eu e minha teimosia.

As lágrimas vinham conforme as cenas eram repassadas na minha cabeça. Não sei que horas adormeci,apenas sei que foi uma dor de cabeça terrível e o travesseiro molhado. Acordei com alguém batendo na porta e então a cabeça loira da Júlia apareceu.

—Liana o...cara,você tá horrível.–revirei meus olhos e ela também – Jonathan disse que sai daqui em vinte minutos.–Dizendo isso ela vazou de lá.

Sair...sair para quê mesmo? Ah é,meu pai!
Levantei com uma dor pulsante na testa,passei a mão e era um galo. Um galo? Como assim?

Quando entrei no chuveiro aos poucos minha mente foi rebobinando a noite passada. Conversas,bebidas,vômito, bater a cabeça, colo,cama,Jonathan triste,ele dizer que me ama…Oi? Ele dizer que me ama? Porra eu também falei que o amava!

Me sequei rápido e vesti qualquer coisa. Eu não sabia como iria encarar ele. Ai meu Deus! Desci de vagar com o estômago roncando e encontrei ele de costas,passei de fininho até a cozinha e peguei um salgadinho. Quem se importá se é saudável? Eu tô cm fome!

—Isso não é saudável! –me assustei e olhei pra trás dando de cara com ele. Apenas abaixei a cabeça e sai dali, quando vi ele pegar a chave fui pro carro.

Minha mente estava confusa. Será que estava errada em dizer que não o amava mais? Será que eu deveria dizer que amo ele e quero passar o resto da vida com ele?
Não, não, melhor não. Ou será que sim? Ah puta que pariu de lei do Universo! Porque a gente não pode fazer as coisas sem pensa?

Quando dei por mim,já estávamos no aeroporto,mal chegamos e vimos os dois mais torrados do que camarões. Depois de longos abraços e essas frescuras saímos para comer, mentira fomos para casa.

Passei a tarde inteira pensando a respeito do que Jonathan tinha dito e decidi que amanhã conversaria com ele e o perdoaria.

Ah qual é? Eu amo ele,não adianta negar. É como se fosse uma abstinência.

Thomas estaria aqui na proxima semana por isso consegui me animar um pouco ao invés de comer mais sorvete e ouvir músicas melosas que fodiam tudo.

O domingo chegou e eu não tive coragem de ir falar com ele. Foi doloroso ver ele sair pela porta,e a única coisa que fiz foi sussurar um 'tchau' meio triste e entrar para o meu quarto. Mas hoje? Hoje
seria diferente!

Acordei disposta e vesti minha melhor roupa. Não aguento ficar mais longe dele! Raquel estava como sempre alegre de mais, o que facilitou tudo. Chegeui na escola com o sorriso de lado à lado.
O coração saltitando dentro do peito. Algo me dizia que iria dar tudo certo.

Mas então uma puta–ops errei o nome dela a Bárbara –me parou no meio do caminho.

—Como vai a vida de solteira,querida?– ela perguntou e eu sorri.

—Sabe Bárbara vou procurar na aonde você pensa que tem essa moral toda que você pensa que tem comigo!–
joguei na cara dela,que me olhou sem expressão.

—Você ainda não sabe?

Que?

—Saber o que?– perguntei e ela sorriu virando as costas.

Fiquei um tempo parada na escada,tentando saber se aquilo foi algo a mais do que pareceu ser. Mas não acho que ela só fez isso pra me deixar mal. Entrei e vi Alex sentado no mesmo lugar do corredor.

—Oi.–falei sentando no seu lado. Antes de me responder ele olhou pros dois lados do corredor.

—Oi,vamos entrar?–ele disse me puxando pelo braço.

—O que? Porquê? Não quero!

Parei no meio do corredor e cruzei os braços. Que porra ta acontecendo? Alex olhou em uma direção e ficou branco.

—Vamos. E fim.

Olhei na direção e definitivamente senti TODAS as barreiras de vidro estouraram. Meu estômago girou,e senti o gosto de bile. A dor de cabeça voltou como um soco e eu senti as coisas girarem. A poucos metros de nós, Jonathan estava prendendo Bárbara no armário e digamos,transando com roupas. Tudo que ouvi foi Alex me chamar antes de tudo escurecer.