História Garota De Vidro - Você disse festa?

Depois do primeiro dia tudo ficou mais fácil. Professores chatos, meninas frescurentas, meninos otários e blá blá blá.

Já não aguentava mais Raquel no meu ouvido falando sobre bolo, vestido, e blá blá blá.

Hoje era uns daqueles dias frios onde só dava pra ver o rosto isso se ele não tiver tapado também.

Vesti minha blusa de moletom e coloquei a touca,não gostava dela mas tapava o frio e o vento então…

Depois de passar por aqueles adolescentes cheios de hormônios do pátio fui até meu arma…

—Au! Mas o que... Nossa garota parece que você e meu tórax têm um caso porquê não é possível.– Reconheci aquela voz e automaticamente revirei os olhos.

—Ah cala a boca Jonathan, por favor.–falei e ele sorriu.

Voltei minha atenção para o meu armário, então senti alguém puxar minha touca.

MINHA TOUCA. PUTA QUE PARIU.

—Me devolve isso!–Tentei pegar mas foi em vão, ele era mais alto que eu.

—Desculpa Liana mas você precisa ter uma conversa com o seu tamanho.

— Você é um imbecil! –me afastei assim que a proximidade começou à me desconcentrar.

Ele apenas sorriu satisfeito, virou as costas colocando A MINHA TOUCA!! EU VOU MATA ESSE GAROTO!!!

Depois de incansáveis cinco horas de estudos onde parece que todos gostam de estudar, o sinal tocou para eu sair. No meio da multidão avistei minha touca e sai empurrando todo mundo, recebendo vários xingamentos, cheguei perto e peguei a touca com tudo mas...Eu tinha que cair no meio de todo mundo?

—Você tá bem garota?–alguém perguntou e eu vi perfeitamente os olhos negros me encarando.

—Não te interessa, caralho!–disse e me levantei.

Legal essas pessoas que pisam no seu cabelo enquanto você está jogada no chão.

—Amor! Já não falei para não andar com animais?–Aquela voz super nojenta falou e eu vi que era a vaca com purpurina.

—Ah, oi Bárbara. – Jonathan disse e eu revirei os olhos.

—Não é pra falar com meu namorado ouviu?

—Você por acaso é meu pai pra mandar em mim?–eu disse e ela deu uma gargalhada alta–Olha...eu só não bato em você, por que ainda é crime bater em animais aqui!

Vi a cara dela ficar vermelha e olhar para Jonathan que torcia os lábios para não rir. Mal sabia ela que aquilo tudo era para mim se divertir.

— Jonathan! Vai deixar ela falar assim comigo?–a vaca falou e Jonathan encolheu os ombros.

—Sinto muito que você não sabe se defender sozinha.–ele disse e ela saiu pisando duro– Desculpa por ela.

—Tanto faz.

—Então...é vai ter uma festinha sexta na minha casa, tá afim de ir?– ele disse visivelmente nervoso.—Meu sobrenome é Sharmen só procurar na lista telefonica– ele disse e saiu.

Mesmo sem querer um sorriso bobo apareceu no meu rosto. Não, eu não estou gostando dele nem algo do tipo, nunca jamais eu iria gostar de um babaca desses. Eu hein, credo. Longe de mim.