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História Garota do capuz vermelho - Enfermidade conjunta


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Demorou? Sim ou claro?
Nessas festas de fim de ano nem consegui escrever, foi uma loucura.
Agora começamos o ano com tudo <3
Fiz com carinho esse capítulo que servirá de introdução para os que virão, novas tretas estão por vir... assim como coisas bem.. bom.. vou deixar na curiosidade :v
Só quero agradecer a paciência de todos (afinal não tiveram escolha além de esperar :v ) e a compreensão.
Boas vindas aos novos favoritos, esperam que gostem do rumo que a história vai tomar.
Amo todos vocês, principalmente quem comenta :3
Boa leitura.

Capítulo 12 - Enfermidade conjunta


 

“Acho que nunca fui tão bem tratada em minha vida. A atenção dela era toda minha, até dormindo me sentia acompanhada, pois mesmo durante o sono ela me abraçava. Pena que meu mal estar não me deixou aproveitar muito esse momento.”

 

Acordei com alguns barulhos de rangidos da porta seguidos de uma tosse. Alguém estava vomitando? Abri meus olhos reconhecendo o ambiente. O barulho da chuva na telha era bem alto. Lentamente levantei, fui até o banheiro me deparando com uma cena nada agradável.

O chão ainda estava todo molhado, nossas roupas jogadas ali mesmo, o pior de tudo era Bonnie apoiada ao bacio vomitando. Sentia uma forte dor no corpo e na cabeça. Parecia estar com o corpo muito pesado.

-Está grávida?- perguntei me apoiando na pia.

-Enjoada.- respondeu um tanto grosseira.

-Hey calma princesa. Está bem?- cocei a nuca.

-Pareço bem?- revirei os olhos quando ela voltou a vomitar.

-Quer um remédio?- levei a mão em minha cabeça -Argh parece que estou de ressaca.-

-Tô bem.- reclamou se levantando.

-Mas você não disse.... Esquece...- cruzei os braços.

-Licença.- gentilmente ela sorriu.

Sai da frente da pia, onde ela lavou o rosto e passou água dentro da boca. Em seguida olhou pra mim.

-Tem chá?- assenti com a cabeça, ela segurou minha mão e fomos até a cozinha.

Dentro dos armários procurei pelo pedido. Por sorte encontrei alguns recipientes com ingredientes pra chá. Ao entregar a ela, começou a preparar, esquentando a água. Por fim ela fez uma pequena jarra de vidro cheia. Peguei duas xícaras no qual ela despejou um pouco pra cada.

-Vamos ficar melhores.- deu uma xícara a mim. De início fiz uma careta, mas ao ver ela bebendo cedi em fazer o mesmo.

Minha cabeça lateja, só pensava em deitar e dormir. E assim fui fazer, quase me arrastava até o quarto. Ao olhar para trás vi a rosada me segundo com a jarra e nossas xícaras na mão. Colocou em cima da cômoda. Esperou eu me jogar na cama, onde se deitou ao meu lado pousando a cabeça em meu ombro, o braço em meu peito e a perna sobre a minha. Envolvi meu braço ao redor dela, deixando o corpo relaxar. Não demorei para dormir.

Algumas batidas na porta me despertaram. Abri os olhos reconhecendo o local e olhando minha amada dormir como um anjo em meus braços. Delicadamente coloquei ela sobre o travesseiro, que o abraçou em sequência. Ainda cansada me levantei arrastando os pés. As batidas persistiam, com certeza era meu pai. Ao abrir a porta do quarto me deparei com o coroa furioso, ele batia o pé impacientemente.

-Marcy o que houve aqui? Tem roupas jogadas no banheiro, a casa tem uma trilha de água. Nem vou falar o estado o chão do banheiro. Mais molhado impossível. Da pra nadar naquela água sabia?- disse em tom grosseiro.

-Shhh fala baixo..- levei a mão em minha cabeça latejando.

-Fala baixo?- ergueu a voz.

-Pai desculpe por isso tá? Só pagar alguém pra limpar, não tô muito bem pra isso.- suspirei.

-O que houve com você?- levou a mão em minha testa. -Está febril, o que aprontou?- olhou por cima dos meus ombros olhando dentro do quarto. -Ela está dormindo na sua cama?-

-Olha.. Pegamos uma chuva ontem. Aí tomamos banho, mas não deu muito certo. Não se preocupa.- Já ia encostar a porta quando o mesmo segurou ela.

-Vou chamar um médico.- impôs.

-Odeio médico, não precisa.- espirrei.

-Não perguntei se odeia. Agora vá deitar e não tranque a porta.- franziu a testa dizendo de maneira grosseira.

Bufei deixando a porta apenas encostada, voltando pra cama. Passei meu braço por cima da rosada encostando minha testa a dela. Ele sempre parece não se importar comigo, por que agora se importa? Sentia meus olhos pesado, não demorei para novamente adormecer.

Alguém cutucou meu corpo, o que me fez acordar. Quando minha visão focou em quem era, me deparei com uma mulher de óculos, vestida de branco. Era Beth, estava trabalhando de enfermeira depois que seu marido sofreu um acidente.

-Olá Marcy, quanto tempo.- disse sorridente.

-Simon já se lembra de mim?- desviei o olhar.

-Nem mesmo de mim ele lembra, lamento. Sei que ele cuidou de você como filha, mas depois daquele acidente não foi mais nos visitar.- agora o sorriso dela sumiu.

-Eu já cansei dele fingir que não me conhece.- cruzei os braços.

-Cansou? Ele perdeu a memória garota, não está fingindo. Sei como se sente, imagina eu que sou a esposa dele?- aquelas palavras doeram até na alma.

-Não quis machucar.- me encolhi.

-Tudo bem. Vai um dia lá em casa. Mesmo que não se lembre de ti, ainda tem afeto por você. As vezes quando ele sonha fala seu nome, ou até o meu.- o sorriso retornava ao rosto dela.

-Certo, vou ir nas férias.- pensei seriamente no assunto.

-Que bom. Já vou encomendar umas deliciosas tortas de maçã. Agora só abra a boca.- Com um sorriso de canto abri a boca, onde ela observou.

Mediu minha temperatura perguntou sobre o que sentia e começou a anotar algo em uma prancheta, que antes estava em cima da cama. Uma tosse vinda de Bonnie chamou a atenção de Beth.

-Nunca foi muito de dormir com alguém, apesar de muitas amizades. Ela também está doente?- levou a mão até a testa da rosada.

-Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe... Acredito que ela esteja pior que eu.-

-Nossa! A febre dela está alta. Sabe se ela tem alguma tolerância a medicamento?- neguei com a cabeça. -Seria muito pedir que acorde ela?- novamente neguei.

Levemente balancei o corpo dela, esperando que despertasse. Por sorte deu certo e seus olhos azuis escuros me focaram lentamente.

-Marcy?- a voz dela soou bem baixa.

-Bonnie, tem uma enfermeira aqui, ela vai cuidar da gente.- a garota olhou para a ponta da cama, onde a enfermeira acenou pra mesma.

-Pode ser.- bocejou.

Beth se aproximou dela fazendo as mesmas perguntas que me fez. Tirou a temperatura.

-Acho que se tivessem dormido em camas separadas só uma estaria doente.- brincou analisando os papéis.

-Estava com tanto frio que foi difícil.- disse Bonnie.

-Eu preferi assim.- segurei a mão dela sorrindo.

Nossos olhos se cruzaram, um sorriso surgiu em nossos lábios. Sentia como se já a estivesse beijando, porém não o fiz. Estava com vergonha, nunca fui muito fã de plateia, acho que ela também não.

-Conheço esse olhar.- disse Beth.

De imediato olhamos pra ela, soltando a mão uma da outra.

-Não foi nada.- corou Bonnie ao dizer.

-Pareceu muito. Por um instante pensei que estavam apaixonadas.- um sorriso surgia aos lábios da mulher.

-E isso é ruim?- perguntei.

-É ótimo. A melhor coisa é amar uma pessoa que lhe ama. Bem.. Não sabia que gostava de garotas Marcy..-

-Já disse que não sabe muita coisa sobre mim.- cocei a nuca sem graça.

-E o que mais não sei?-

-Que somos namoradas.- Bonnie disse um pouco mais alto do que devia e corou.

-Minha nossa! Sério? Que adorável. O que seu pai disse quando soube?- os olhos da mulher brilhavam.

-Bem.... Quando disse que era lésbica ele deu de ombros.. Mas ainda não sabe que tô namorando. De verdade, ele me proibiu de namorar até terminar o colégio, desde o meu último namoro que quase rodei.. E nem valeu a pena.- revirei os olhos lembrando de como foi.

-Cedo ou tarde ele terá que saber.- disse Beth.

Cruzei meus braços, Bonnie levou a mão em meu ombro. Fazia tempo que estávamos sentadas na cama conversando com ela. Porém naquele instante eu não queria mais conversar.

-Então, o que temos?- perguntou Bonnie desviando o assunto. Como adorei ouvir ela perguntar aquilo.

-Apenas uma gripe. Descansem bastante, bebam líquido e tomem um comprimido desses.- nos deu uma cartela.

-Não precisa de receita?- perguntou a rosada pegando a cartela.

-Esse remédio não. Ele causa uma sonolência, então sugiro comer algo antes de tomar.-

-Obrigado.- agradeci a enfermeira.

-Que marca é essa no seu pescoço Marcy?- perguntou ela.

-Não é nada.- olhei para o lado envergonhada.

-Acho que entendi...Me deve uma visita hein. Até limpei o banheiro pra vocês. Suas roupas estão na máquina.- piscou para nós, o que nos fez sorrir. -Tenho que cuidar do meu Simon, vou indo.- se retirou.

-Quem é ela?- perguntou a rosada.

-Esposa do Simon, um cara que cuidou de mim quando era criança. Depois de um acidente ele perdeu a memória. Ela virou enfermeira pra cuidar dele, mas a loucura dele a fez preferir morar sozinha. Está na cara que ela ainda gosta dele, porém as vezes se mantém afastada. O cara nem lembra seu próprio nome.- suspirei.

-Que triste. Eu cuidaria de ti se perdesse a memória.- piscou pra mim, o que me fez sorrir.

Inclinei meu rosto ante o dela, tocando nossos lábios lentamente. Nosso beijo foi delicado, apenas para demonstrar o amor que uma sentia pela outra. Um barulho fez meus lábios apertarem e meu coração disparar. Não passava de meu pai chamando minha atenção.

-Então fica fingindo estar doente pra beijar sua amiguinha.- o olhar dele era assustador. De imediato me levantei ficando em frente à ela.

-Falou com a Beth? É uma gripe, só preciso descansar.- respondi.

-Se precisa descansar por que juntou seus lábios com os dela?- manteve sua posição autoritária.

-Eu quis, devia tentar, invés de ficar se lamentando com a morte da mamãe.- acho que ele me tirou do sério, assim como o tirei.

-Nunca me importei com aquela vadia. Cala essa boca.-

-Vadia? Agora ela é vadia? Quem foi o estúpido que se apaixonou por ela e a abandonou quando estava grávida? Não pedi pra nascer e muito menos pra ser a filha de um cretino.-

-Também não quis que ela engravidasse. Aquela vadia só queria arrancar uma pensão de mim. Nunca quis ter filhos e olha pra mim, tenho que aguentar uma garota mimada e desobediente que não dá valor a nada que tem.-

-Você que não dá valor a mim. Mal sabe o que gosto de comer.. Apenas da atenção pro seu trabalho.. Assim que eu fizer dezesseis eu saio da sua casa, não quero mais te ver na frente.- fechei a porta do quarto na cara dele.

-Acha que sair de casa vai resolver seus problemas? Vai em frente, pelo menos vou ter sossego. Não aguento mais ir na escola pra assinar papéis por seu mal comportamento. Devia se envergonhar de pichar os muros e arrumar encrenca. Sabe quantas palestras eu perdi? E quantos negócios eu deixei de fechar?-

-Não ligo.. As vezes eu só quero que me veja como uma filha e não um problema.- lágrimas começaram a escorrer do seu rosto. Por uns instantes ficamos em silêncio, Bonnie veio até mim e me abraçou.

-Desculpa se sou um péssimo pai. Não estava pronto pra isso. – Suspirou, com certeza sabia que eu estava chorando.

-Eu também não sou a melhor filha.- abri a porta com uma das mãos ao redor de Bonnie.

Ele nos abraçou com força. Mais nenhuma palavra foi dita por minutos, apenas o ato foi mantido. Lentamente o corpo dele se afastou dos nossos. De um lado a outro nos observou, ficou um tempo olhando nossas mãos unidas.

-Então?- perguntou.

-Pai essa e Bonnibel, pode chamar de Jujuba. Bonnie, esse é meu pai.- Não sei quem estava mais envergonhada, eu ou ela.

-Prazer sou Hunson.- estendeu a mão a ela que soltou a minha para apertar.

-Prazer senhor.- sorriu gentilmente.

-Que garota adorável.- ele também sorriu.

-É minha namorada.- disse baixo.

-Hein?- soltou a mão dela. -Sua o que?- franziu a testa.

-Namorada.. Você sabe.- revirei os olhos.

-Não conversamos sobre isso antes? Nada de namoro enquanto estiver estudando.- bufou.

-Ela melhorou minhas notas sabia? Mais nerd impossível.- a garota estava muito sem graça.

Ele nos olhou franzindo a testa e negando com a cabeça. Após mais um silêncio ele suspirou.

-Se as notas começarem a cair, vão ficar bem longe hein.- abracei ela sorridente. -E nada de ficar acordadas até tarde.- cruzou os braços.

-Sim senhor.- respondeu Jujuba, o que nos fez rir.

-Vamos comer algo, estou faminta.- sugeri.

-Pode ser.- sorriu segurando minha mão, fui com ela até a cozinha.

Estranhava o silêncio da garota, não sabia dizer se era vergonha ou tinha algo de errado. Na cozinha pude ver uma panela com sopa de legumes em cima do fogão. Meu pai não cozinhava, aposto que foi a Beth que deixou. Peguei tigelas e coloquei a sopa dentro, levei até a mesa sentando em uma cadeira. Minha amada se sentou em meu lado.

-Está bem?- decidi quebrar o silêncio.

-Apenas um pouco enjoada, sem vontade de comer.- ficou mexendo com a colher na sopa.

-Precisa comer, aí vamos tomar o remédio e passamos o resto da tarde na cama pode ser?- sugeri.

-Fechado.- sorriu levando uma colherada a boca.

Fiz o mesmo que ela, não ficaria para trás. Nessa empolgação acabamos comendo duas tigelas cada. Claro que comi um pouco da segunda tigela dela, na qual ela levou cada colher em minha boca. Acredito que ela não queria mais, só comi por achar fofo o ato dela.

Peguei dois copos de água e peguei um comprimido. Levei a boca empurrando com a água. A outra fez o mesmo, em seguida esboçou uma careta.

-Odeio tomar remédio.- também fiz uma careta.

-Apenas tomo quando preciso muito.- levou a mão até a barriga.

-Enjoo?- assentiu. -Vamos descansar pro remédio fazer efeito.- Fui até ela lhe estendendo a mão.

-Obrigado.- sorriu segurando a mesma.

-Por?- caminhei com ela até meu quarto.

-Cuidar de mim. Sabe, quando ficava doente meu mordomo que cuidava de mim, minha mãe ficava só com a parte de vim ver se estava bem.- segurou meu braço apoiando a cabeça em meu ombro.

-Simon que cuidava de mim quando estava doente, até ele sofrer um acidente e Beth ficar com essa responsabilidade.- adentrei meu quarto junto dela, sentando na cama com a mesma em meu lado.

-Lamento por ele. Agora eu posso cuidar de você.- acaricia meu rosto atraindo meu olhar.

-É por isso que te amo.- ambas sorrimos.

-Não consigo descrever os motivos que me fazem te amar. É algo tão confuso.- disse enquanto aproximou seu rosto do meu.

Seu rosto estava bem próximo do meu, nosso lábios estavam quase se tocando. O melhor de tudo era nossa troca de olhares. Cada lembrança, cada sensação, minha pele chegou a arrepiar. Para meu desagrado tive que virar meu rosto pra espirrar. Ao tornar o olhar pra ela, estava apoiada com a cabeça em meu ombro.

-O enjoo passou. Agora só estou com sono.- bocejou em seguida.

-Podemos dormir mais um pouco.- me ajeitei na cama e deitei.

-Me sinto um gatinho, só como e durmo.- se confortou sobre meu braço.

-Você é uma gatinha.- soltei uma risada, porém cessou ao perceber que ela adormeceu.

Coloquei a coberta sobre nós encostando a cabeça na dela. Achava tão fofo ela segurando o meu braço e ainda aproveitei para segurar a mão dela, já que estavam bem próximas. Em questão de segundos o sono me pegou e adormeci com aquele cheiro doce dela em meu nariz. Levando em consideração que tomamos um banho, o cheiro dela não estava forte como de costume, mas ainda era predominante.

Acordei quando estava anoitecendo, era acostumada a dormir muito. Acho que Bonnie não era. Ficou se mexendo bastante enquanto dormia, por mais que sentisse, não abria os olhos. Acariciei os cabelos dela, o que fez a mesma se encolher e me olhar.

-Não..- resmungou franzindo a testa.

Parei a carícia. O que me impressionou foi ela esfregar a cabeça na minha mão. Tornei a acariciar o local sem entender. Apenas conseguia imaginar que ela acordou com meu ato e negou sem pensar.

-Está melhor?- murmurei.

-Sim. Sinto só uma dor no corpo, daquelas de ficar muito tempo deitada.- soltei uma risada.

-Devia ser mais preguiçosa, ficar deitada por horas é tão bom.-

-É, mas não sou acostumada.- ergueu o rosto pra me olhar.

-Hiperativa.- dei um beijo na ponta de seu nariz.

-Preguiçosa.- riu se apoiando em mim pra levantar. -Dormimos tanto que já é de noite?- olhou para o relógio enquanto dizia.

-Sei lá, eu sou noturna.- pisquei.

-Acho que é por isso que dorme nas aulas.- se levantou esticando o corpo. -Devia ter ido pra casa até o meio dia.- bufou.

-Não vai. Agora que a noite vai começar. Poderíamos aproveitar. – Sugeri.

-Aproveitar o que meu bem? Minha mãe vai me matar.- engoliu em seco.

-Aproveitar... Bem... Acho que devia aproveitar pra te levar embora.- suspirei de forma deprimida.

-O que foi Marcy?- deitou ao meu lado e abraçou.

-Só queria aproveitar melhor sua companhia. Já que na aula vamos ficar afastadas.-

-Poderíamos aproveitar um pouco mais.- sorriu tocando seus lábios aos meus.

Aproveitei para levar a mão até o rosto da mesma, acariciando o local. Fechei por um momento meus olhos deixando todas aquelas sensações me guiarem. Os lábios macios dela me acalmavam, o carinho do beijo me alegrava e aqueles suspiros me faziam desejar que aquilo nunca terminasse. Porém a vida não é um mar de rosas. Tive que separar os lábios para espirrar novamente.

-Tá feia a coisa.- zoou ela.

-Eu to de boa, é só sei lá.- cruzei os braços.

-Ajudou muito.- rimos em coro. -Desculpa Marcy, mas tenho que ir pra casa, se importa de me levar?- Foi a vez dela de acariciar meu rosto.

-Claro que não.- sorri desviando o olhar.

-Vai passar o natal comigo tá? Vou poder lhe dar uma atenção maior.- piscou beijando minha bochecha.

Se levantou, arrumou sua mochila. Olhou em cima da cama suas roupas.

-Estão limpas?- pegou as mesmas curiosas.

-Acho que a Beth lavou e o papai colocou aí. Nem vi, devemos ter dormido demais.- novamente caímos na gargalhada, ela foi até o banheiro se trocar.

Fiz o mesmo, vestindo uma calça jeans e uma jaqueta de couro por cima, iria com a blusa que usei pra dormir mesmo, nem estava a fim de me trocar. Quando ela voltou a olhei com um sorriso, pegando as roupas emprestadas das mãos dela.

-Acho que ficou bem em você.- separei a blusa da minha banda favorita, entregando a ela.

-Ohh Marcy obrigado! Sabe que não conheço a banda né?- disse meio tímida.

-Não se preocupa, é apenas pra lembrar de mim.- pisquei caminhando com ela até a garagem.

Com certeza ela não iria usar a blusa, só quis que a intenção fosse boa. Quando chegamos na garagem a rosada puxou meu ombro, me fazendo abaixar e beijou minha bochecha. Não soube como reagir, apenas fiquei parado olhando ela mexer no celular.

-Tirou uma foto?- mexi imediatamente em meus cabelos, estavam muito bagunçados.

-Sim.- falou sorridente. -Ficou tão fofa!-

-Deixa eu ver.- estiquei a mão pra pegar o celular dela.

-Te mando depois, não quero que apague.- piscou colocando o celular dentro da blusa.

-Só por que colocou aí não quer dizer que está seguro.- aproximei minha mão do local, porém fui recebida com alguns tapas nas costas da mão.

-Quer dizer sim.- cruzou os braços.

-Certo, vou levar você.- bufei.

Subimos na moto, não demorou para chegar em frente a casa dela. Estava escuro, mas o local é bem iluminado. Desci da moto me apoiando sobre a mesma, pegando o capacete nas mãos observando minha amada tirar o seu.

Só pode ter sido de propósito. Ela tirou lentamente o capacete e chacoalhou seus longos cabelos rosados, aquilo acabou prendendo meus olhos nela e deixou meus lábios entreabertos. Passo a passo ela se aproximou, tocando o indicador em meu nariz e escorregando o dedo para minha boca, onde contornou meus lábios. Descendo ainda um pouco, colocou o dedo em meu queixo, e forçou minha boca a fechar.

-Vou sentir sua falta morceguinha.- me deu um selinho entregando o capacete em minhas mãos, virou de costas.

-M-Morceguinha?- sorri de canto apenas olhando ela sair, acabei ficando sem reação, o que era raro.

O que não saia da minha cabeça era como aquela garota me tinha fácil. Conseguia ficar derretida por ela. Seria aquele cheiro doce do seu corpo ou será seu jeito inocente e ao mesmo tempo pervertido. De uma coisa eu tinha certeza, ela sabia muito bem equilibrar as coisas, isso me fazia ficar curiosa para conhecer melhor do que ela era capaz, mas isso teria que ficar pra outro dia.

Por um breve momento algumas fantasias sexuais passaram por minha cabeça. Talvez fosse a hora de mostrar algumas das minhas cretinas habilidades, a próxima vez que ficar sozinha com ela com certeza vai dar merda. Já estava planejando cada detalhe, isso com um sorriso no rosto.

Só agora que notei o segurança me encarando, acho que pensou que eu queria roubar a casa, não era má ideia, mas não queria mais encrenca. Coloquei então pelo capacete sumindo na rua.


Notas Finais


Agradeço pela preferência, adoraria sua opinião sobre como está o desenrolar da história, mesmo que seja boba, é de opiniões bobas que tiro ótimas ideias. Boa semana a todos. Até o próximo capítulo <3


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