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História Garota Em Chamas - Muito profundo


Escrita por: BangtanGirlARMY

Capítulo 28 - Muito profundo


Dois anos se passaram.

Aya cortava o mato com sua Katana, abrindo o caminho para ela, Ayo e Inori passarem. Eles estavam exaustos. Estavam todos no limite.

-Acho que deveríamos sair de dentro da mata.-Inori murmura, uma das primeiras vezes em que um deles quebrou o silêncio terrível que se acumulava.- Pode ser perigoso uma daquelas coisas nos pegarem de surpresa.

Aya controlava sua respiração entrecortada, levantando a Katana e cortando mais algumas folhas do caminho. A sensação das bolhas e calos em suas mãos era bem vinda. Qualquer dor para desperta-la dessa sensação horrível era bem vinda.

-Sabemos que a....perda deles foi terrível. Foi uma das piores coisas que já sentimos e sabemos como você deve estar....destruída. - Ayo continua a fala de Inori. Aya levantou a espada, e atingiu o mato com mais força.-Mas nós....precisamos continuar. Por eles. Por todos eles Aya.

A Katana parou.

Ela parou.

Aya virou a cabeça para eles, com lágrimas escorrendo por seu rosto.

-Aya....

-Eu achei que...seriam eles enfim...- Ela murmurou.

-Seriam eles o que...?

-S-seriam os que não iriam morrer...- Os olhos de Aya brilhavam com as lágrimas, e suas mãos tremiam em volta do cabo da espada.



 

FLASHBACK ON
 

TRÊS MESES ATRÁS
 

Havia um novo grupo. Uma nova família. Eles eram fortes. Eram sobreviventes como Aya, Ayo e Inori eram. Poderiam ajudar com Haru e Haruki. Poderiam mudar o rumo das coisas.

-Vocês são bem vindos na New Frontier, se colaborarem e forem bons para o grupo. É tudo que pedimos de vocês. Lealdade.- O líder deles falou, observando os três adolescentes e as duas crianças.

Aya assentiu, assim como Ayo e Inori.

-Suas crianças estarão seguras aqui. Cuidamos uns dos outros. Custe o que custar.

-Bem vindos á New frontier.


 

QUEBRA DE TEMPO-2 MESES
 

Aya observava o médico deitado em uma cama em sua tenda, aonde todos os medicamentos estavam. Seu coração palpitava, e Haru e Haruki resmungavam baixinho, com dor.

-Shh shhh....vocês vão ficar bem. Prometo que ficarão bem....- Ela foi agachada, com os dois no colo até a tenda médica. Observou o homem de óculos e franzino. Seus olhos estavam vermelhos em volta, e ele estava com um ar....bêbado...? Ela não sabia dizer. Havia medicamentos usados por uma agulha de injeção, espalhados pela cama do médico. Drogas então.

Aya se virou para a pequena bancada de trabalho. Várias pílulas anticoncepcionais, injeções, xarope e....Aya pegou o papel com o nome do remédio que precisava.

Oxilante.

Ela colocou as duas crianças sentadas no chão e depois e procurar ela encontrou um frasco.

-É isso.- Ela sussurrou. E olhou para a injeção.- Ah por favor...que eu não precise usar isso...- Ela murmurou, olhando o remédio, e xingou baixinho.- Droga....

Aya se abaixou ao lado dos bebês.

-Preciso que vocês sejam corajosos agora ta...?

Haruki resmunga, puxando o bracinho para longe.

-Por favor...isso fará vocês melhorarem. Não importa o que eles dizem. Vocês vão melhorar.

Haruki fez uma carinha de choro, mas ofereceu o braço para ela. Haru fez o mesmo.

Aya pegou duas seringas, puxando o líquido do frasco.

O médico acordou, meio tonto,e olhou para Aya.

-Ah Aya....está roubando remédios....? Eu te disse...Eu te disse que isso não pode salva-los.

-Isso fará eles ficarem bem. Sei que fará.- Aya falou, firmemente.

-Não vai....isso não vai funcionar...Guarde o remédio Aya....Isso pode salvar a vida de alguém.

-Eles vão ficar bem.-Aya se virou para as crianças. -Seja corajoso meu bobalhão...- Ela aproximou a seringa de Haruki, e injetou o remédio. Ele resmungou mas não chorou como Aya pensou que faria. Ela respirou fundo e pegou a outra seringa, olhando Haru que tremia.- Vai ficar tudo bem pequena....Tudo bem. Feche os olhos. Eu estarei com você.- Haru fechou os olhos, e Aya injetou o remédio no bracinho dela, que começou a chorar.-Não não não.- Ela pegou a Haru, começando a nina-la, mas o seu choro fez com que Haruki também chorasse.

O choro dos dois acordou os outros do grupo, que foram até a tenda, olhando o frasco vazio e os bebês no colo de Aya, chorando.

Ayo olhou para ela, confuso e preocupado, e Inori também estava ali.

-O que está fazendo?! Está roubando de nós?!- O líder entrou no local.

-Eu tentei....tentei avisa-la...-O médico falou, se levantando.

-E você está chapado de novo!

-Eles....eles estavam com dor e vocês...vocês não queriam ajudar...- Aya se levantou, com os gêmeos no colo, tentando se explicar.

-Não ajudamos porque dissemos que não tinha esperança para eles! Você roubou nosso último medicamento para uma esperança de um tolo!

-M-mas olhem! Está funcionando!- Aya mostrou os bebês, que encostaram a cabeça no ombro dela, mais calmos.

-Ah Aya...o remédio não funciona assim...Você só deu um momento de paz a eles...apenas isso...-O médico falou, sentado na cama.

-Eu fiz tudo que estava ao meu alcance! Eu precisava salva-los! E eu tentei! Diferente de vocês que não fizeram nada!-Ela gritou, abraçando as crianças.

-Você não faz mais parte desse grupo. Você é uma traidora. Suma daqui.

-Vamos. Não precisamos desse grupo idiota mesmo.- Aya saiu andando, com os bebês no colo, e Ayo a seguiu nem nem mesmo exitar. Inori foi atrás, olhando para baixo.

-Esperem. As crianças ficam.

-Para trás.- Ayo rosnou, e o grupo apontou as armas para eles.

-Você roubou nosso último medicamento. Então, elas nos pertencem agora.- O líder deu um sinal, fazendo com que os outros membros do grupo segurassem Aya, Inori e Ayo, e arrancassem os bebês dos braços de Aya.

-Não! Seus monstros!-Aya gritou rosnando, enquanto as crianças começaram a chorar.

-Aya....se houver alguma chance deles sobreviverem, eles ficarão melhor aqui...- O médico falou, ao lado dos outros.

-E eles podem acabar matando vocês. Vocês não vão conseguir cuidar deles sem um grupo.- Uma mulher falou, a que apresentou eles para o grupo.

Aya estalou os punhos, rosnando para eles.

-Deixe ao menos ela se despedir John.- A mesma mulher disse.

John assentiu, e deu espaço para Aya, que se soltou bruscamente dos dois brutamontes que a seguravam.

Aya se aproximou das crianças, que resmungavam com bico.

-E-eu...eu amo vocês meus pequenos...-Aya falou com uma voz chorosa, beijando a bochecha dos dois. Ela pegou as mãozinhas dos dois, derramando lágrimas.- E-eu sinto muito....

Aya abraçou os dois com força, derramando lágrimas, e sentiu John por a mão em seu ombro.

-Hora de ir Ayano.

Aya assentiu, se afastando aos poucos dos bebês, que resmungaram o nome dela, querendo seu colo.

Aya, Ayo e Inori foram escoltados para fora do acampamento pelos homens armados, e largados no meio da estrada sozinhos. Acabados. Destruídos.




 

FLASHBACK OFF
 

-Eu não consigo mas...- Ela murmura, apertando o cabo da espada com força.- Não dá mais. Não dá.

-Nós vamos encontra-los. Nós vamos trazê-los de volta.- Ayo falou, colocando a mão em seu ombro.-Mas não iremos conseguir sem você.

-Eles ainda estão por aí Aya. Haru e Haruki ainda estão por aí. E nós vamos acha-los.

-Com licença.... vocês estão precisando de ajuda?-Um homem, que aparentava ter uns 23 anos, se aproximou deles com calma. Ele usava um brinco argola de ouro. E parecia esperar os três aceitarem.



 

TRÊS SEMANAS DEPOIS....
 

Como não havia mais camas para dormir, Aya deixou as duas para Inori e Ayo. Ela apenas olhava pela pequena janela do quarto no barco, observando a lua que punha aos poucos.

-Você deveria dormir.- Ayo murmurou, acordando com o barulho de Aya pondo os pés no chão e pegando as botas.

Ela começou a amarrar as botas, as calçando.

-Rashid responde, câmbio....- Aya ouviu Pete, o cara que os ajudou.- Vanessa? Está aí?- Ele parecia estar tentando acessar um rádio velho, e estava na sala ao lado.- Droga...

-Volte a dormir, vou falar com Pete.- Aya falou, se levantando..

-Perdi o sono. Vou com você.-Ayo falou, se levantando também.

-Certo.

-Merda, merda.....- Pete reclamava, tentando tonalizar o rádio..

-Ei pete.- Aya falou encostada na porta, se divertindo com a irritação dele.

-Aya? Ayp?- Ele se vira para os dois na cadeira giratória.- O que estão fazendo acordados?

-Sem sono.

-O turno de vocês é só daqui a uma hora.

-Não consigo dormir.- Aya admitiu, olhando para baixo séria.

-Você não é fácil de decifrar. É difícil de adivinhar como você está.

-Sinceramente, não sei como estou.

-Essas coisas que te incomodam.... não vão desaparecer da noite pro dia.- Ayo falou, tocando o braço dela para reconforta-la.

-Só me avisa por favor se, sabe.... se ficar tão ruim quanto antes.- Pete disse.

-Só preciso me ocupar. Estou bem.- Aya forçou um sorriso, descruzando os braços.

-Oak, Oak!!- Pete chamou.

-Que foi?- Um cara de altura média, barrigudo e barbudo se abaixa para perto da escada que dava para a sala em que estavam.

-Desce aqui, os gêmeos vão assumir o seu turno.

-Dois minutos!- Oak pede, se levantando da escada.

-Não tive notícias do Rashid ou da Vanessa.- Pete volta a mexer no rádio.- Eles não costumam ficar muito tempo sem contato. Agente negocia sempre que eu passo por aqui. No mesmo lugar.

-É verdade que estamos precisando de alimentos...- Ayo falou, pensativo.

-Tudo simplesmente.... sumiu.

-Não faz o menor sentido.- Aya murmurou.

-O barco deles sempre está ancorado na doca.- Pete diz.

-Pode ter acontecido algo com eles Pete.... Talvez eles.... não tenham conseguido.- Ayo falou, olhando para baixo.

-Talvez eles só precisem de ajuda.- Pete diz.- Nós não sabemos. Esse é o problema. Talvez agente passe de novo na volta.

O rádio começou a chiar.

-Escute!- Pete exclama.- Tá ouvindo? Parece uma voz feminina. Vanessa é você?

-Estou ouvindo também. Mas é difícil identificar o que é.- Aya comentou, se aproximando.

Oak desce até a sala.

-Pete.- Ele observa os irmãos.- Aya. Ayo.- Ele falou o nome de ambos, num cumprimento.- De novo no ondas curtas, Pete?

-Eu não vou desistir. Essa balsa estava cheia de barcos há um ano atrás. Eles foram pra algum lugar.- Pete diz concentrado.

-Se eles partiram, deve ter sido por uma boa razão.- Oak pega um bebida.

-Então eu quero saber a razão.-Pete rebate e Oak se senta em uma cadeira, desistindo de convencê-lo.- Ei.... ei, consegue me ouvir?- Ele volta a se concentrar no rádio.-Oi?- Pete chama de novo, e um grito foi a resposta.

-.... Socorro....!- A voz distorcida falou do rádio.

-Ela pediu por ajuda!- Ayo disse.

-Sei lá Ayo. Não parece a Vanessa.- Oak diz.

-Mas é alguém.- Aya rebateu.

-E ela pode saber o que houve aqui.- Pete conclui. O rádio volta a chiar.- Ou. Droga. Estamos perdendo sinal.

-Só vamos achar encrenca lá, Pete.

-Do que adianta só sobreviver? Temos que fazer melhor que isso! Não é Aya?- Pete pergunta para ela.

-Aya, diga pra ele que isso é ruim.

-Vamos ajudar a mulher.

-Pelo menos alguém entende.- Pete diz.- Você é a única pessoa nesse barco que chega perto de entender. Nem o Berto, nem o Siddiq, nem a Inori, ou Ayo. Claro, nunca a desgraça do Oak.- Ele olha para o bêbado deitado virado para a parede. E Oak apenas acena, fazendo um gesto obsceno com a mão.- Você sabe que tem gente que vale a pena ajudar. Assume pra mim, tá bom? Vou virar o barco.

Aya assente com a cabeça e observa o rádio. Ela se sentou na cadeira e segurou o botão maior, o do volume, começando a girá-lo para o lado esquerdo, o deixando no 16. Sua mão foi no botão menor, que era o de supressor de ruído e o girou para a direta.

-Oi? Oi, alguém aí? Precisamos de ajuda!- Uma voz feminina ecoa do rádio, ainda com um chiamento atrapalhando um pouco.- Por favor, alguém. Alguém....

-Cadê você?-Aya perguntou, após tonalizar o rádio.

-Puta merda funcionou!-A mulher exclama, surpresa.- Estamos em Mob- Jack!

-Mob-jack...- Aya murmurou, vendo Pete descendo as escadas.

-Alguma coisa?

-Eu ouvi ela. Quase.

Pete abriu um longo sorriso.

-Sabia!

-Não é uma boa ideia gente. Você quer achar mais gente e se esquece de como são as pessoas.- Oak diz.

O navio começa a sacudir.

-Que inferno!- Oak diz.

-Estamos presos!- Berto grita lá de cima.

-Não dá pra ver nada!- Siddic diz.

-Todos estão bem?- Pete pergunta subindo com Ayo e Aya.

-Melhor você verem isso aqui!- Siddic gritou.

-No que batemos?- Ayo pergunta.

-E eu sei lá! Não da pra ver nada!- Berto reclama tentando ver por dentro da névoa.

-Parece que estamos com problemas.- Aya murmurou, observando o mar escuro , sem conseguir encontrara fonte que os prendeu. 

-Berto! Segure firme no timão!- Pete diz.

Aya observou a vela do barco se movimentar com força, por   vento.

-Recolha essas velas! Agora!- Pete diz e Aya correu junto com Ayo e Sidiic.

O guincho que segurava a vela se soltou, deixando meio impossível de pegá-la, já que o vento soprava forte, ela voltava e ia em direção de Ayo.

-Ayo! Abaixa!- Aya gritou e se jogou em cima dele antes do guincho acerta-lo. A vela bateu no ombro de Aya, a jogando para o lado.

-Você tá bem?- Ayo pergunta caído ao lado dela.

-Estou ótima....- Aya disse, se levantando com a mão no ombro.

Pete xingou.

- Oak, controla a bujarrona!

-Merda de ondas curtas.... Você tinha que nos levar pra perto. Direto pra droga da pedra....- Oak resmungava, indo fazer o que Pete falou.

-Ei, há anos que eu navego por essas águas. Não tem nenhuma pedra aqui.- Pete rebate.

-Então o que pode ter sido?- Aya pergunta, pensativa.

-Outra coisa.- Pete diz.

-Você mesmo disse: Tem alguma coisa acontecendo.- Siddic diz.

-Esse lugar não é mais seguro, Pete! Seus amigos SE FORAM, e seja lá o que os espantou, vai dar de cara com a gente.- Oak diz.- Eu disse que era uma má ideia.

-Você só tá paranoico.- Ayo falou, cruzando os braços.

-Não é paranoia quando se está certo! Estamos presos aqui, sem ter para onde ir!

-Discutir não vai ajudar em nada.- Aya falou, olhando os dois.

-Ela estar certa. Para sair dessa vocês precisam calar a boca e escutar.-Ayo diz.

-A garota nas ondas curtas.... e se ela faz parte disso?- Oak diz.

-Pessoal, vamos parar! Não faz sentido discutir assim!- Pete exclama.- Oak! Siddic! Amarrem essas velas! Depois que verificarmos os danos podemos sair bem devagar. Vamos lá!

-Aya, o que ela disse para você?- Pete pergunta.

-Perguntei aonde ela está e ela respondeu que era em Mobjack.

 



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