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História Garota Em Chamas - Agonia


Escrita por: BangtanGirlARMY

Capítulo 35 - Agonia


Will andava pelo gramado, enquanto Aya e Ayo o seguiam, e de repente ele parou. 

Aya observou o túmulo da mãe de Sam e Will ir até lá, fitando o chão. Havia uma pedra em formato de Hexágono com duas mãos em tinta, provavelmente de James e Alexy. Estava escrito "Mamãe, nós te amamos"

-Nevou no dia em que minha esposa morreu. A Sam a encontrou. Ela morreu... dormindo. Nós a enterramos para que os meninos não a vissem daquele jeito. A neve.... cobriu o túmulo, apagou tudo, como se ela nunca tivesse estado ali.

-Sentimos muito pela sua perda.- Aya falou baixinho, e Ayo concorda com a cabeça

-Obrigado.-Will respira fundo.- Tentei me concentrar nos nossos filhos, Ely disse que tenho que fazer isso.... Mas o passado parece que sempre nos alcança.- Ele começou a andar em direção ao portão, enquanto os gêmeos o seguiam.- Desde que a Sophia.... eu tento proteger minha família. Mas estamos nos esfacelando aos poucos. E agora com a Sam ferida e o Greg... Eu precisava mesmo de ajuda. Sua amiga Inori me contou tudo sobre a Norma. Sobre o que aconteceu. Se ela nos achar, não teremos nenhuma chance. Vocês parecem pessoas que sabem se virar.

-As coisas aqui estão boas.- Ayo comenta.

-Uma casa segura, uma família legal.... Isso é mais raro do que você imagina.- Aya completou, olhando em volta de braços cruzados.

-Veremos o que dá pra fazer.- Eles disseram juntos.

-Valeu.- Ele diz triste. Will olhou para o chão, avistando o braço podre que Aya usou a Katana para cortar quando fecharam o portão.- As crianças não deveriam ver isso.- Ele diz pegando o braço.- Greg... não se transformou numa dessas coisas.... não, é? Aquelas.... o que quer que sejam.

-Não, ele foi o Greg até o fim.- Aya murmura. 

-Graças a Deus.- Will falou, e abriu um pouco o portão para jogar aquele pedaço podre para fora. Quando jogou o braço ele cobre o rosto com uma das mãos, chorando baixinho. Ele ficou ali, com o portão aberto e chorando por tudo que está acontecendo.

Ayo ia dizer algo mas Aya negou com a cabeça, mostrando que agora ele precisava de um tempo. Porém, Aya pensou que ele deveria fechar o portão.

- Eu... sinto muito. Estou tentando me controlar. Mas e se você descobrisse que seus filhos estão mortos?

Aya trincou os dentes, engolindo o choro que subiu pela sua garganta. 

Foi Ayo quem respondeu por ela.

-Seus filhos precisam que você fique firme.- Ayo diz.

-Você.... tem razão. Eles só tem a mi....- Um tiro de 12 explodiu metade da cabeça de Will, que cambaleou um pouco antes de cair no chão, com seus miolos voando e atingido um pouco o rosto de Aya e Ayo.

Aya olhou para o portão, ainda sem acreditar, vendo o grupo de Randall apontar as armas para eles. 

-Esconde-esconde.- Ele diz sorrindo, enquanto os dois corriam para dentro.

Eles pularam atrás de uma cerca, se escondendo do filho da puta do Randall. O grupo fechou o portão, olhando em volta com armas pesadas nos braços.

-Encontrem todos!- Randall gritou.

Ely olhou pela janela, vendo Aya e Ayo se escondendo. Aya negou com a cabeça, a fazendo assentir e entrar.

-Vou pegar o do Jardim.- Aya falou para Ayo.

Ela pulou a cerca silenciosamente, retirando sua espada da bainha. Ela foi andando lentamente até o homem de costas, atravessando a espada no estômago dele.

Ele não morreu, e pegou um sinalizador. Aya guardou sua espada e segurou a mão dele, forçando para que ele não atirasse nela. Aya virou a arma, acertando no queixo dele. Uma explosão avermelhada surgiu, fazendo o cara se engasgar e levar as mãos a garganta, sem conseguir gritar. Sua boca estava aberta num grito silencioso, e seu rosto chamuscava de dentro para fora, derretendo. 

Aya observava horrorizada, sem notar que um homem mirou em sua cabeça. Ayo atirou uma flecha na cabeça do homem, antes dele fazer qualquer coisa.

-Como você fez isso??- Ayo olhava o homem, também horrorizado.

-Acho que....só mirei nele eu acho...

Eles ouviram um barulho da garagem, e viram Ely lutando contra Randall, uma batalha para ver quem toma a arma de quem. Aya correu até lá quando Randall jogou Ely pro lado, acertando a arma em seu rosto. Aya retirou sua espada da bainha e ia acerta-lo, mas o desgraçado se defendeu com a arma. Ele chutou Aya no estômago, e sua Katana voou para fora de suas mãos.

Ayo segurou Randall, e Aya foi até ele socando-lhe o rosto. A dor nos dedos foi bem vinda. Ela começou a soca-lo, machucando os nós dos dedos enquanto o fazia. Randall se soltou de Ayo, lhe dando uma cabeçada e pulou em cima de Aya. O choque com o chão a fez perder todo o ar e tossir, e foi a vez dele de desferir socos em Aya, que se defendia de alguns

Aya olhou para uma pá, e a pegou, acertando a cara dele, que caiu para o lado, xingando. Aya se apoia no chão, se levantando e cuspindo sangue. Randall a agarrou, girando os braços dela para trás das costas com força, e passou o braço em volta do pescoço dela, tentando enforca-la.

Aya se debatia, perdendo o ar, e quando puxou o braço com mais força, ouviu um estalo de seu ombro, o que a fez gritar.  Aya acertou a cabeça no nariz dele, o jogando para trás e fazendo com que suas costelas batessem na mesa. Ela apoia um dos braços no ombro deslocado. Ela ignora a dor e segura Randall pelos cabelos, acertando o rosto dele na quina da mesa. Sangue escorria pelo nariz dele, e Aya bateu o rosto dele novamente, esfregando a cara dele na mesa enquanto ele soltava gemidos de dor e raiva. Ela bateu mais uma vez, e de novo.

Ely pegou os braços dele, deixando no meio de um Vício.

-Tranca ele!- Ela diz. E Aya fez o que ela pediu, apertando e quebrando os dedos dele enquanto o Vício se fechava.

Seus dedos roxos e presos estavam separados para os lados, e ele gritava de dor enquanto Aya fechava mais o vício em seus dedos. O estado de seu rosto e dedos eram bem parecidos.

-Você tá bem?- Aya perguntou ofegante.

-Ainda vivo.- Ayo diz.- E você?

-Não sinto meu ombro.- Aya falou, gemendo e empurra o ombro para o lugar, o recolocando. Aya gritou com dor, mas se recupera com calma. - Aonde está Inori?

-Com Alexy e James.- Ayo falou, enquanto pegou a Katana de Aya e a entregou. Aya agradece, e colocando na bainha enquanto Ely fechou o portão da garagem.

-O que iremos fazer?- Ayo pergunta cruzando os braços.

Randall gemia de dor e olhou para seus dedos roxos acima da cabeça, ele tentou se soltar e só gemeu mais.

-Bem, merda.- Randall diz, se recuperando da dor.- Você deve estar bem orgulhosa, né?- Ele olhou para Aya.- Pegou a galinha dos ovos de ouro. Mas se ta pensando que eu vou cagar algum ovo... Esquece.- Aya apertou o torno na mão dele, o fazendo gritar e soltar sangue pelas mãos, esmagando o dedo dele.- Nossa, Uhh! Você não brinca em serviço. Gostei.- Ele começou a gargalhar.- Te deixa mais gostosa.- Aya rosnou, e apertou com mais força, fazendo Randall gritar novamente. Ele havia deixado o rádio cair na briga contra eles, e Aya o pegou enquanto Randall se debatia.

-A Norma sabe que estamos aqui?- Aya perguntou seriamente, olhando o rádio.

-Ela nem sabe que eu tô aqui. Se não vocês teriam um vizinho batendo na porta agorinha.

-Randall?- O rádio começou a chiar com a voz de Norma.- Tá recebendo?

-Quer me arruma rum?- Randall cochicha para Aya. O rádio não estava no botão para responder, só para ouvir.

-Ouvimos tiros.- A voz de Norma ecoa novamente.- Se você não aparecer irei mandar todos naquela direção.

-Merda, ela parece irritada.- Ely diz.

-Você não viu nada.- Ayo comenta.

-Porra, Randall, atende!

-Vai responder?- Ely perguntou, olhando Aya.

-Converse com ela Aya.- Ayo diz.- Não repita o mesmo erro.

-Onde diabos você tá?!

-É, fale pra ela que minhas mãos estão um pouco ocupadas Aya.

-Randall?!

-É exatamente o que ela quer ouvir.- Randall diz.

-Vocês ouviram... o Randall precisa aparecer.- Aya falou e Randall da um sorrisinho. 

-Sabe, isso me parece bem familiar. Só que você tá aí, e eu aqui.- Aya se agachou, colocando o rádio perto da boca dele.- Então, Ayano.... O que você quer que eu diga pra ela?- Ele diz o nome de Aya num tom que fez o estômago dela revirar.- Para que eu possa evitar mais uns dedos quebrados, seu desejo é uma ordem.

-Se falar alguma merda... vai se arrepender.- Aya falou, ameaçadora.

-Tá parecendo meu pai.- Ele diz rindo fraco.- Ele era um filho da puta malvado, e o cinto dele era mais ainda. Então aprendi a não cruzar o caminho dele duas vezes.- Ele cuspiu para o lado.- Vou entrar no jogo.- Ele diz com uma expressão fria. Aya apertou no botão de responder.- Ei, Norma.

-Randall! Você está bem??

Como se sentisse que ele falaria merda, Aya retirou o rádio de perto dele.

-Ei!- Randall exclama.- Ainda não tinha terminado. Eu tava fazendo o que você mandou, gracinha. Como não confiar num rostinho desses?

-Você disse tudo o que precisava.- Aya se levantou.

-Randall? Não ouvi. O que você tava fazendo?

Aya desligou o rádio.

-Se acha a esperta, né?- Randall diz.- Logo a Norma vai perceber que tem algo errado. E se eu te achei, ela te acha. Sabe, esse tempo sozinhos, só agente... foi bem legal. Mas tudo isso acaba quando a minha irmã chegar. Vou pegar essa chave inglesa.....- Ele aponta para a mesma que estava no chão com o queixo.- E quebrar sua cabeça.- Ele olha para Ely.- E depois a da Sam.... a de Ayo.... e logo depois a sua.- Ele diz olhando para Aya.-Mas não antes de te fazer gritar e implorar para que eu pare o que estou ansioso para fazer com esse seu corpo.- Aya pegou a chave inglesa no chão, rosnando baixo.- E por último, mas não menos importante.... as crianças também. Todas as duas. Vi as cabecinhas da janela, elas olhando assustadas para a nossa pequena briga.- O punho de Aya se fechou, apertando um pouco a ferramenta em suas mãos.- Sabe, crianças.... os crânios não quebram tanto.... meio que desmancham. Tipo uma abóbora podre.- Aya levantou a chave inglesa, acertando a lateral na cara ele, abrindo uma ferida. Ele apenas se virou para ela, e sorriu- Pisei no calo?

-Aya? Sam entrou, junto com Alexy e Inori. 

-Opa, olha só, vocês parecem mesmo com o papai.- Randall gargalhou.- Quando ele ainda tinha uma cara.- Randall solta uma outra gargalhada medonha, e Aya arregalou um pouco os olhos.

-O quê?- Alexy pergunta com uma voz chorosa.

-É, tem um buracão agora.- Randall diz sorrindo. Alexy abraça Sam chorando.

-Aya..... É verdade....?- Ela pergunta já chorando.- Por favor diz que ele está mentindo.

-Sam, eu..... sinto muito.- Aya não sabia o que dizer. 

-Não!- Sam exclama. Depois de se soltarem do abraço, Alexy sai correndo.- Alexy!- ela gritou pela a irmã, que continuou correndo.- Se ele matou meu pai....- Ela se vira.- Então por quê esse filho da puta ainda está vivo??

-Primeira pergunta da noite.- Randall diz olhando para Aya.- A Ayano está mais perdida do que cego em tiroteio.

-Se continuar tagarelando, vai morrer logo.- Ayo diz.

-Devíamos fazer isso agora!- Sam grita chutando ele.- Você tem que matar ele. Se não eu mato!- Sam diz para Aya, e saiu da garagem. 

-Não importa o que eu disser você vai fazer o que sempre quer certo?- Inori diz olhando Aya.

Aya apenas assentiu com a cabeça, observando Randall. Ayo se recosta na parede, cruzando os braços e Inori ficou ao lado de Aya, observando.

-Bem, sou a rainha do baile ou não sou?- Ele diz.- Ou talvez seja você.... porque quando a dança acabar..... fodeu. Se me matar a Norma vai caçar vocês até matar todo mundo. Foder mesmo! Ah, me deixem viver, e eu vou fazer pior. Fodidos!-Ele riu.- Mas nós quatro sabemos como vai terminar. Vocês gostam de matar. E vocês iam gostar de me matar, não iam? Contem a verdade pro Randall.

-Sei que você também gostaria de me ver morta.- Aya disse entredentes.

-Se tá nas cartas....-Ele comenta pensativo.- Ou talvez.... talvez vocês achem que podem "ser melhores" que isso. Que podem salvar todos.- Aya e Ayo começaram a rodeá-lo de lados opostos, como tubarões prontos para atacar.- Mas não tem paraíso lá em cima, queridos, e nem inferno lá em baixo. Só tem essa merda, todo dia até você morrer. E reviver como uma daquelas coisas. Então vocês sabem o que é isso? Você se levanta, e continua andando.

-Se quer falar algo, fale logo!- Ayo diz, rosnando.

-Já vou.- Ele diz calmo.- É nesse mundo que seus filhos vão morrer, querida. Ou já morreram, ou estarão no purgatório dos caminhantes! Sabe por quê? Porque você não conseguiu salva-los.

-Cala a boca!- Aya gritou, indo até ele.- Não fale deles.

-De qualquer forma, estão e irão sofrer mais e mais. E a mamãe não vai estar lá.- Aya levantou a chave inglesa.

Ela ja estava vendo coisas. Ela no lugar do Randall, falando consigo mesma como num espelho.

-Todos temos nossos demônios, querida.- A outra Aya volta a ser o Randall.- Alguns estão dentro. E outros, sentados bem a nossa frente.- Aya o acertou com a chave de fenda, e Ayo observa cada movimento que ela fazia. Aya acertou com mais força, perfurando o crânio dele, e abrindo tanto que o cérebro ficou a mostra. A cabeça dele tombou para o lado quando ele morreu. E Aya estava ofegante, olhando aquela cena com nojo e ódio de si mesma.
 

 

 

-Preciso ver ele. Preciso ver a cara desse desgraçado!- Sam dizia irritada, enquanto Ayo suspirava. Ele abriu o portão, deixando com que ela visse o corpo de Randall ainda preso do Vício

-Ele teve o mereceu. Falou o que não devia.- Ayo falou, olhando para Aya que estava encostada contra a parede, de braços cruzados em silêncio.

-Eu queria isso..... queria mesmo, mas vendo ele agora....- Sam se levanta.-Eu que queria ter matado ele.

-Sam....- Ely murmura.

-Era meu pai.... minha família.... Eu mesma devia ter matado Randall.

-Você não é uma assassina, Sam. Não vire uma.- Inori diz.- Aya matou ele por outros motivos além desses, ele mereceu mas ela está acostumada a fazer isso com ameaças, e ela faz isso muitas vezes tentando fingir que é um zumbi. É difícil pra ela também.

-Você não sabe quem eu sou.- Sam chuta o corpo de Randall e Aya pôde  jurar que a cabeça dele se mexeu.

-Sam, calma....- Ely diz.

-O corpo do meu pai nem esfriou e você quer que eu me acalme?!?!- Sam berra.

-Eu não queria....

-Ele arruinou tudo! Ele matou....- Sam tentou completar mas foi vencida pelo aperto no peito e se virou para sair.

-Eu sei. Eu sei.

-Você não sabe.- Ela diz sem se virar e sai andando.

Um chiado do rádio silenciou a todos.

-Responda.- Era a voz de Norma do rádio.- Agora.-Aya foi até a mesa e pegou o rádio.- Ayano. Você não quer me deixar esperando.

-Se acalme, desgraçada.- Aya falou, andando até a saída junto dos outros.

-É melhor falar direito comigo.

-Idem.

-Você pode estar tranquila achando que tem vantagem. Mas a maré mudou.

-Aya, é o Pete.- Aya arregalou os olhos.- Eles estão com todos, Oak.... Berto... Siddic.... O que essa vadia pedir não....

-Pete!- Inori grita.

-Não esquenta.... eles estão em boas mãos aqui. Mas agora só depende de vocês, então me escutem bem.... Estou disposta a trocar: Meu irmão pelos seus amigos.- Aya olhou na direção de Randall, ele não está e boas condições para uma troca....- Mas, tudo o que vocês fizerem com o Randall, eu faço com eles.-O sangue de Aya gelou.- Entendido?? Esse é o trato crianças

-O mesmo vale para você.- Inori começa.

-Exatamente.- Ayo falou.

-Estamos dispostos a isso.
 

-O que fizerem com nossos amigos...- Aya começou, ameaçadora.

-Faremos com ele!- Os três disseram juntos.

-É melhor NÃO ENCOSTAREM NELE! Estaremos aí na alvorada. Se preparem.
 

Aya olhou para o corpo de Randall, que ja havia se transformado e se debatia de leve, grunhido. Ely tirou Randall do Vício e o amarrou, o empurrando para fora enquanto o segurava.

Ely o colocou numa cadeira e o amarrou nela, ele grunhia e rosnava como um animal sedento por sangue e carne.

-Ela está vindo pegar o irmão. E quando ela vir o que fizemos com ele....- Inori diz lamentando. Ely colocou um saco de palha na cabeça de Randall, abafando os sons que o mesmo fazia, e além disso, cobria o estrago que Aya fez nele.

-Pelo menos ele pode andar. Né?- Ayo diz pensativo.

-É.....- Aya falou, não muito certa.- Tá melhor do que sem o saco.

-Só precisamos fazer uns retoques.- Ayo vai até Randall e desenha uma carinha feliz, fazendo todos rirem um pouco.

-Não devíamos brincar com isso.- Ely diz depois de rir.- Ela quer o irmão. Não é como se houvesse outra opção...

-O saco ajuda.... um pouco....- Aya comenta, tombando a cabeça de leve pro lado.

-Ela vai querer ver o rosto dele.- Inori diz.

-Talvez agente consiga enrolar ela...- Ely diz.

-Mas e aí?- Sam pergunta.- A Norma não vai nos deixar em paz. Ela não vai parar só porque devolvemos o irmão, que agora, está morto! Mesmo que ele estivesse vivo, queimamos tudo deles.

-A Aya em particular.- Ayo aponta o dedo, brincando.

-Foi só uma distração! Não pensei que queimaria tudo.-Aya falou, ofendida.

-Então agente foge.- Ely diz.- Depois que vocês pegarem seus amigos, damos o fora pelo portão de trás e sumimos daqui.

-Mas ela tomaria a casa.- Sam diz. 

-Que fique para ela!- Ayo disse.- Nos escondermos não é uma opção.

-Aonde você sugere que devemos ir?- Inori pergunta.

-E isso importa? Qualquer lugar é melhor do que aqui.- Ely diz.

-Não aguento isso.- Sam diz irritada saindo da sala.

-O quê?

-Sam, volta aqui.- Aya falou mas ela ignorou. Ela foi atrás de Sam.

-Sam!- Ely diz quando saíram da casa e viram Sam indo em direção do portão, com uma pá na mão. Sam começou a puxar seu pai. Agora deu para notar melhor o estado dele, não "explodiu" totalmente a cabeça, somente parte dela, deixando um enorme buraco ali. Era nojento de ser ver, e Sam estava com dificuldades para levar o pai somente com um braço.

-Sam, o que você tá fazendo?- Aya perguntou e ela cai no chão, com a mão no ombro direito.

-Agh.... Merda!- Ela diz irritada e se levanta novamente.

-Sam, para.- Ely pede ajudando-a mas a mesma se solta dela.

-Talvez vocês estejam prontos pra dar o fora, mas eu não vou deixá-lo assim!- Ela diz olhando para o corpo do pai e chorando. Ely se afasta.- Não pudemos dar um funeral de verdade a minha mãe.... Meu pai e eu... tivemos que enterrá-la aqui.- Ela olha para o túmulo da mãe.- Só nós dois.- Logo depois ela se vira e volta a puxar o pai.- Ele iria querer ficar junto com ela

-Eu entendo. Ele tem que ser enterrado com sua mãe.- Aya falou, se lembrando dos seus pais, juntos mesmo depois da morte. Juntos mesmo depois de virarem aquelas coisas. Aya não pôde se despedir deles, ou falar qualquer coisa, mas Sam tem essa chance.

-Mas não podemos pensar nisso agora. Precisamos estar prontos para partir.- Ely diz.

-Eu não vou.

-O quê? Sam, você não está pensando em....

-Minha mãe está aqui Edlyne! Tudo que eu tenho dela e do Greg.... Se quiser partir, pode ir! Mas eu não vou junto!- Sam gritou, caindo de joelhos. E Ely saiu andando, enquanto suspirava.- Merda....Desculpe... mas eu não posso ir. Essa casa era tudo pro meu pai. É tudo o que me resta. Eu não vou abandonar tudo.-Sam murmura, vendo Aya a observando.

-Eu sei que você não quer ir, mas partir pode ser sua única opção. Aqui não é seguro mais.- Aya falou, com calma. 

-Eu sei mas.... Não posso desistir. Podemos lutar. Podemos defender a casa.- Ela se levanta.- Não importa o que aconteça.... Obrigada. Eu devo a vocês a minha vida. Desculpe por demorar tanto pra dizer.- Ela pega o braço do pai e continua a tentar arrastá-lo.

Aya decide ajudá-la, pegando o outro braço, e ela sorri para Aya, que devolveu o sorriso.

- Eu sei que é estúpido.- Sam começa a cavar um buraco.- Mas eu tenho que terminar isso. Tenho umas armas no meu quarto, na bolsa de lona velha..... você vai lembrar. É bom você garantir que todos estejam armados antes da Norma chegar.

Aya se virou após ajudar sam arrastar o corpo de Will, e foi andando em direção da casa, encontrando  Ayo recostado na porta. Eles foram para o quarto de Sam, e viram Alexy ajoelhada na frente da cama, mexendo na bolsa de Lona. Os dois foram até ela, ver o que ela estava fazendo.

 



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