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História Garota Em Chamas - A Festa


Escrita por: BangtanGirlARMY

Capítulo 53 - A Festa


Ruby disse que Willy queria falar com a Aya antes da festa. Então ela foi para a sala do diretor, aonde o garoto estaria. Aya abriu a porta, vendo Willy mexendo em uma caixa com livros e revistas.

-Ei, Aya! Olha só, eu achei um monte de livro sobre navios.-Willy disse, sorrindo animado.-Tem umas coisas bem legais sobre incêndios no mar, explosões e tal. O lance é a caldeira.

-Do que você tá falando?-Aya ergueu uma sobrancelha, confusa.

Willy se levantou, com um dos livros nas mãos.

-Eu tenho uma ideia para aqueles babacas não voltarem pra escola depois que a gente salvar os outros.-Willy explicou.- E pra eles não machucarem mais ninguém.-Ele falou, num tom mais frio.-A gente vai explodir o barco.

Aya pôs as mãos na cintura, ouvindo ele.

-Só assim pra ter certeza de que eles não voltem. Fora que é o certo a se fazer. Pelo Mitch, sabe...

-Eu não quero...desanimar você, mas a gente vai estar no barco pra salvar os outros.-Aya falou, num tom óbvio.-Só não mate a gente, por favor.

-Quê? Não! Tipo, eu ainda tenho que acertar uns detalhes, mas não esquenta. Vocês vão ter tempo pra sair do barco antes que ele exploda. Pode confiar. Confia em mim, quando essa coisa explodir, todos irão se sentir mais seguros.

Uma música de Jazz começou a tocar, chamando a atenção de Aya e Willy.

-Ok, todo mundo! Hora da festa!-A voz de Ruby foi ouvida da sala de música.

Aya deu de ombros sorrindo de lado, e foi andando.

-Ei, Aya?-Willy chamou seu nome, baixinho.-Foi mal por antes, por ter tratado o Tenn mal. Eu não queria ficar com raiva daquele jeito...Não é culpa dele.

-Legal, Willy. Mas não fale isso pra mim. Fale para o Tenn.-Aya sorri para ele gentilmentez e voltou a andar, saindo da sala enquanto pensava.           

Seu corpo seguia o som da música, mas sua cabeça estava em um lugar completamente diferente. Aya achava todos esses planos muito arriscados. Apesar de TODOS os planos que ela já fez foram arriscados. Talvez se arriscar seja o certo agora.

Aya entrou na sala, vendo a iluminação arroxeada por conta das velas dentro de corpos coloridos. Havia uma enorme faixa branca escrita "Vamos trazê-los de volta!" em tinta brilhante. E o Jazz era tocado por um vinil. Ayo e Inori observavam Haru e Haruki dançando. Era adorável. Louis viu Aya, e sorriu. Willy se aproximou de Tenn, e os dois se sentaram juntos ao chão, conversando.

-Uau! Ficou demais, Ruby.-Aya falou, quando Ruby se aproximou ao seu lado.

-Valeu.-Ela sorriu.- Foi tudo graças a ajuda da Inori também. Espera só pra ver o que mais planejamos. Pode ir conversar. Eu te aviso quando chegar a hora.-Ruby deixou Aya sozinha, que olhava em volta pensativa.

Aya foi até Willy e Tenn, que trabalhavam na bomba juntos.

-Tô vendo que vocês tão trabalhando juntos.

-É, o Willy pediu minha ajuda pra um projeto especial.-Tenn diz, sorrindo timidamente.

-Isso é bom.-Ela sorri.-Tá pronta?-Aya pergunta, observando a bomba.

-Prontinha, Aya.-Willy disse.

-Vai dar certo.-Tenn assentiu.

-Na verdade....-Willy começa.-Eu tava pensando em dar um nome pra ela...Alguma coisa legal. Tipo, eu acho que ela merece um nome. Toda bomba incrível tem nome.

-É, realmente precisamos de um nome.-Aya diz.

-Achei que você fosse me zoar, mas...-Willy sorriu.-É isso aí, bora dar um nome pra ela.

-Que tal...Obra-prima do Mitch?-Ela pergunta.

-É, gostei.-Willy diz tristemente, assentindo com a cabeça.

-O Mitch ia gostar também.-Ruby murmura, pensativa.

-Beleza, então fechou.

-Acheeei.-Ruby falou, segurando uma enorme caixa.-Então, Aya, Ayo e Inori.-Os três se sentaram junto dela.-Eu tô com as nossas avaliações psiquiátricas e relatórios disciplinares da Ericson.

-Não entendi...-Haru falou, confusa.

-Então, ISSO explica porque a gente foi mandado pra cá.-Ruby explicou, enquanto todos se sentavam em uma roda.

-E como a gente continuou sendo insuportável depois que veio pra cá.-Louis acrescenta, sorrindo de lado.

-Tá...-Aya falou, confusa.

-Qual a brincadeira?-Ayo perguntou, olhando eles.

-Eu pensei que, se a gente vai sair numa missão suicida, seria legal se conhecer de verdade antes.-Ruby falou.-Então, eu vou ler um trecho do que os adultos pensavam da gente...-Ela pegou uma prancheta da caixa.-E vocês três tem que adivinhar quem se encaixa no perfil.-Ruby olhava para Aya, Inori e Ayo.-Aqui vai o primeiro.-Ruby virou a página da prancheta, e limpou a garganta.-"Estudante exemplar, mas "tananã" continua a apresentar explosões de raiva, além de ataques verbais ou físicos persistentes contra o corpo docente."-Ruby fechou a prancheta.

-An...esse texto descreve praticamente todo mundo nessa sala...-Ayo comenta passando a mão no cabelo pensativo, e todos riram.

-Eu não falo palavrão.-Tenn comenta.

-É verdade!-Haru e Haruki dizem, sorrindo.

-É a ficha da Ruby!-Willy falou, rindo.

-Sério...?-Aya falou sem acreditar.

-Pode acreditar.-Ruby disse sorrindo.

-A nossa Ruby, tão doce, era uma barraqueira de primeira quando chegou aqui.-Louis falou.

-Ela uma vez perseguiu um professor no pátio com um espeto de churrasco.-Tenn diz.

-Nossa...-Haruki olhou para Ruby, não acreditando.

Ruby riu um pouco.

-Eu melhorei muito, bobinhos.-Ruby disse.

-Tipo, tem tudo a ver.-Aya riu.-Quando eu conheci a Ruby, ela chegou mandando um "Aquele filhinho da puta..."-Aya imitou a voz de Ruby, e todos riram novamente.

-Eu já pedi desculpa.-Haruki murmurou,e Ruby piscou um dos olhos pra ele.

-Vocês querem saber porquê eu fui mandado pra cá?-Willy pergunta, entre risos. Ele sorria travesso.

-Cara, não...-Louis falou.-Willy, eu falo por todos quando digo que ninguém quer saber.

-Hm...Enfim.-Ruby falou, impedindo Willy de dizer.-Que tal trocarmos essa música?

-Claro, coloca Country.-Ayo falou.

Tenn se levantou, e trocou o disco. Aya notou que Ruby parecia triste, enquanto observava as várias pranchetas com nomes que Aya não conhecia.

-Não havia percebido que tínhamos perdido tanta gente...-Ela comenta.

-Quanta gente nossa morreu?-Willy perguntou, vendo a enorme quantidade de pranchetas.

-34.-Ruby disse num suspiro. Ruby pegou uma prancheta, a olhando.

-De quem é?-Aya perguntou.

-Violet...

-Deveríamos ler?

-Em vez disso, eu, hm...posso contar como eu vim para aqui.-Louis falou, sabendo que Violet não gostaria que lessem aquilo sem ela por perto.-Só se vocês quiserem. Não é...muito legal, não.

-Eu tava curiosa pra você me contar.-Aya comenta, olhando ele.

Louis assentiu, e então, começou:

-Bem....Minha família era podre de rica. Meus pais me davam tudo o que eu queria de bandeja. Menos uma coisa: aulas de canto. Nossa, eu IMPLOREI pro meu pai, falei que eu queria ser músico.-Louis olhava para baixo, enquanto falava.-Mas ele só respondia: "Ou você é feliz ou você é rico. Não dá pra ser os dois." Hoje, eu sei que ele estava apenas tentando me ensinar uma lição idiota de "pai" ...Mas eu o odiava por isso. Então eu decidi ensinar uma lição a ELE. Resolvi acabar com o casamento dos meus pais. Pra doer de verdade, sabe? Então, invadi as contas do cartão de crédito do meu pai e fiz todas essas compras em nome dele. Fiz isso por um ano inteiro. Pra vocês verem como éramos ricos: Ele nem mesmo notou que tava gastando uma fortuna em uma amante inventada.

Louis respirou fundo, dando uma pausa, e logo continuou.

- Mas fiz questão de que minha mãe soubesse. Enviei a ela todos os recibos dos quartos do hotel, as jóias ... tudo. Eles brigaram a noite toda. Ele negava, ela não acreditava. Eu me sentei em um canto e chorei para fazer parecer mais real. Quando o divórcio deles saiu...contei a verdade. Eu disse: "Você pode ser feliz ou rico. Você não pode ser os dois".-Louis apertou os punhos com força.-Olha só...aqueles dois teriam sido felizes para sempre. Mas então eu tive que ser um idiota vingativo.-Ele murmurou, num tom triste.- Eu vim aqui na semana seguinte. 

Louis ficou calado, esperando que brigassem, o xingassem ou algo assim. 

-Mas você se arrependeu.-Aya falou, olhando ele.

Louis olhou para ela, mas logo olhou para baixo novamente, dizendo:

-Disseram que a gente era ruim, Aya. E não estavam errados...Mas, mesmo assim, ninguém aqui merecia ser abandonado no meio da floresta por quem deveria fazer a gente melhorar.

-Desculpa. Era pra ser divertido.-Ruby diz.-Acho que eu não levo jeito pra esse jogo.

-Não se preocupe com isso. Você mesma disse: Eles tem que saber quem estão levando pra batalha.-Louis falou, num suspiro triste.

-Ei, eu...tive uma ideia.-Tenn falou.-Lembra quando a gente ficava com medo, e a Minnie cantava pra animar a gente?

-Claro que eu lembro. Eu ajudei a compor a música.-Louis falou, ainda meio triste.

-Será que você...podia tocar pra gente?-Tenn pergunta.-Se a Violet tivesse aqui, ela iria cantar a letra, mas...

-É...Claro, Tenn, seria legal.-Louis se levantou, indo até o piano e observando as teclas. Ele se sentou.

Ele começou a tocar as teclas. Uma melodia triste e lenta, que explorava os vários sentimentos de todos ali presentes. Uma melodia que encorajava, mas calava os corações de todos, deixava com que todos se acalmassem e escutasse o doce tom das teclas se movimentando conforme Louis tocava e tocava, libertando tudo o que sentia e guardava naquele momento, bem ali, naquele instrumento. 

As teclas se repetiam e se uniam para criar uma música linda e lenta, algo tão...novo. Algo que deixava todos ali em completo silêncio, apenas escutando. Louis terminou a música numa repetição de teclas, batendo de leve os dedos de cada mão nas teclas certas. Louis se virou, olhando para Aya. Ela deu um leve sorriso com os lábios.

 

 

 

Aya estava sentada na borda do trem, observando a vista enquanto ele andava.

-Ei, pequena.-Lee se sentou ao lado dela.

-Lee?-Aya falou, percebendo que sua voz estava mais fina e infantil do que antes. Como se ela estivesse uma criança de novo.

-Você sempre escolhe o trem, por que?

-Eu não sei. Talvez porque foi aqui que tudo começou.-A Aya de 9 anos falou, olhando para baixo.-Foi aqui que você me ensinou a atirar. A como usar minha Katana. E foi aqui que...me preparou pro que estava por vir.

-Você e Ayo aprendiam rápido.-Ele comentou, mas Aya continuou de cabeça baixa.-Então, o que houve?

-Tô preocupada Lee...Um monte de gente tá dependendo de mim, e eu não sei se to fazendo a coisa certa.

-Ah, eu sei como é. Você sabe que eu também vivia fazendo tudo de improviso, né? Eu não podia deixar transparecer. Já que vocês eram tão pequenos.

-Nunca reparei. Sempre parecia que você sabia exatamente o que tinha que fazer.

-Aeh? Eu dei sorte.-Ele sorriu.-E sorte faz muita diferença.

-Eu vou precisar de muita...

-Quer falar um pouco sobre essa confusão?

-Eu estou com um grupo novo agora. Já tive vários, e eles sempre acabavam se separando...mas eu gosto muito desse. É....diferente. Me sinto quase em casa...

-Entendo.

-E estamos em perigo. Uns bandidos pegaram os meus amigos, e pra salvar eles é bem capaz que o resto do grupo morra...

-Você vai conseguir.

Aya olhou para ele, pensativa. 

-Por maior que seja o problema, eu sei que você vai resolver. Sei que vai salvar seus amigos.

-Você não tem como saber...

-Ah, mas eu sei. Você é uma sobrevivente. A Aya que eu conheço vai resolver esse problema. Não tenho a menor dúvida.

-Você tá certo.-Aya deu um pequeno sorriso.-Eu só precisava ouvir isso. De você. Eu vou ajudar os meus amigos. Todos eles. E com vida.

-É isso aí. Pensa na Violet, no que ela irá sentir quando você for salvar ela. Ela terá esperança.

Aya olhou para baixo.

-É bom ter amigos Aya. Pessoas que cuidem de você. Além do seu irmão, quero dizer. Você agora tem família. Amigos. Um garoto que é apaixonado por você. Eles estão lutando do seu lado. Lutando por você.

Lee se levantou, e Aya virou a cabeça para ele.

-Lee...eu sinto tanto a sua falta.-Ela murmura.-Eu queria que você estivesse aqui de verdade...

-Também estou com saudade Aya.-Ele suspirou.-Mas eu sempre estarei com você.

-Obrigada, Lee...Sempre me sinto melhor depois de falar com você.

Lee sorriu.

-Aliás, como vai os outros gêmeos?

-Eles estão bem... Você ia gostar deles.

-Aposto que ia. Já ensinou eles a atirar?

-Você não faz ideia.-Aya sorriu.

-Está pegando o jeito? Cuidar de crianças é difícil, ainda mais hoje em dia.

Aya se levantou e correu até ele, o abraçando com força, como se pudesse mantê-lo ali. O trem apitou, e Lee se afastou de leve, vendo a Aya de agora, crescida e madura, olhando ele.

-Uau. Como você cresceu.-Ele comenta.-Tá na sua hora, Aya...-Ele andou até a parte escura do trem.-Tem pessoas que precisam de você.

Lee se virou, andando em direção da parte escura. Aya respirou fundo, segurando o choro.

-Adeus, Lee.

 

 

 

-Aya, acorda. Está na hora de ir.-Aya abriu os olhos lentamente, ao ouvir a voz de Ayo. Estava escuro, e ela mal se lembrava de quando foi que entrou no quarto e dormiu.-Temos um longo caminho.

Aya se levantou, assentindo. 

Estava na hora. 

 



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