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História Garota Em Chamas - Taco


Escrita por: BangtanGirlARMY

Capítulo 60 - Taco


10 ANOS ANTES. 

O ar frio de outono, junto do barulho das folhas se soltando das árvores com o vento refrescante faziam Ayo fechar os olhos por um tempo, aproveitando a brisa. A concentração do menino de dirigiu para frente quando o apito do juíz foi soado, e Hayato apertou as mãos em volta do taco de baseball, respirando fundo quando o lançador arremessou a bola.  

Ayo se concentrou no movimento que a bola fazia, girando velozmente em sua direção. O garoto se preparou, girando o taco e acertando a bola, a lançando para longe. 

Gritos de comemoração foram ouvidos ao seu redor conforme ayo ajeitava o boné, começando a correr pela trilha desenhada no chão, desviando rapidamente dos defensores, enquanto um outro garoto corria em desespero para pegar a bola. 

Sendo perseguido pelos garotos, Ayo se jogou, se sujando de terra e lama enquanto atingia a última parte de sua rota para que vencessem o jogo. Mais gritos começaram e ayo foi lançado para o alto, rindo enquanto seu time comemorava a vitória. 

Ao longe, Ayo pôde ver seus pais e sua irmã comemorando animados. Aya gritava seu nome,  sentada em cima dos ombros de seu pai, com um algodão doce Rosa chocking em uma das mãos. Ela usava Maria Chiquinhas em seus cabelos vermelhos e curtos, e seus olhos verdes esmeralda brilhavam de alegria pelo irmão. 

 Ayo sorriu para ela, que retribuiu o sorriso. Ele sempre tinha gostado de esportes, e o baseball foi algo extremamente bom de participar. Sua mira era implacável, e seus acertos eram impressionantes, para um garoto de 8 anos e meio. Por umas frações de segundo, ele se lembrou de quando sua família havia se mudado para cá, no estado de Georgia, nos Estados Unidos, a mais ou menos 2 anos. Ele tinha odiado cada coisa daquele lugar. O cheiro de cigarro e umidade, misturados com a fumaça constante. Os lixos jogados desordenadamente nas ruas, e os americanos que riam de sua ascendência asiática, a qual sinceramente ele tinha muito orgulho.

No Japão tudo era organizado. Mesmo que ele fosse criança demais, Ayo já sabia oque era reciclagem e organização. Ele preferia o Japão. Mas agora que se acostumou...não era tão ruim assim. Os esportes, as pessoas, as ruas. Era algo diferente, mas não tão ruim quanto ele se sentia. 




Ayo acordou lentamente, olhando Aya que dormia ao seu lado tranquilamente. Fazia anos que eles não dormiam tão tranquilos assim. Mas ainda assim dormir no chão era dolorido e irritante.

Num resmungo, Ayo se levantou, massageando as costas que tinham sido dolorosamente pinicadas a noite inteira por pedrinhas.

Ele e Aya tinham passado o dia inteiro limpando as zonas do hospital, e mal passaram de um andar. Não encontraram nenhum zumbi mutante ou coisa do gênero. Na verdade, apesar de cansativo, foi muito fácil limpar o hospital. Os zumbis estavam praticamente decompostos, pareciam uma junção de papel molhado com folhas apodrecidas. E cheiravam exatamente assim, pensou Ayo, tirando algumas pedrinhas insistentes que se grudaram em sua jaqueta.

Ayo olhou para a fogueira apagada no centro do acampamento improvisado. A madeira chamuscada agora era apenas carvão, e o frio de início de inverno já fazia os dentes dele tremerem. O mesmo começou a arrumar as coisas, deixando que Aya dormisse um pouco mais. Ele realmente não queria que ela tivesse ido com ele. Claro que ele confiava mais nela do que em si mesmo. Mas ela ainda estava machucada. E se esforçar tanto daquela maneira...

-Você nunca vai parar de dar tudo de si não é?-Ayo murmurou, apenas para ele mesmo, enquanto observava Aya dormir num sono profundo.-Não importa o quanto sofra.

O mesmo se sentou, apoiando o braço no joelho colado no peito enquanto tomava um gole de água do cantil. A água tinha gosto de papel velho, mas era melhor do que arriscar tomar água de um córrego, onde certamente muitos zumbis já entraram.

Ayo coçou um dos olhos com as costas da mão, massageando o ponto entre seus olhos e nariz, sentindo uma grande dor de cabeça, mas ele espantou isso quando viu aya se levantando cansada.

-Deveria ter me acordado.-Ela falou como cumprimento.-Já é de manhã. Podíamos fazer o café da manhã e voltar ao trabalho.

-Queria que você descansasse mais um pouco. -Ayo diz, contraindo os lábios numa linha fina.- Você se esforçou ontem até os seus pontos abrirem. Deveria ficar feliz por eu não arrasta-la de volta á escola.

-Creio que seja uma atividade indesejada pela manhã.-Aya espreguiçou os braços, se alongando e pegando um outro cantil.-Mas se você quer começar o dia com uma luta, Ayo, não irei recusar.-Ela sorriu de uma maneira que provava que ela realmente lutaria logo após acordar.

-Por mais que possa ser agradável, eu passo.-Ele entregou uma maçã vermelha para ela, que a mordeu e começou a comer, enquanto Ayo descascava sua própria maçã. Ele sempre foi mais fresco em questão de comida, e nuncs gostou de casca de maçã. Já Aya comia tudo que poderia ser comestível.-Eu tenho pensado..um pouco. Sobre...você sabe.-Ele olhou para o braço enfaixado dela, agora coberto pela jaqueta marrom que ela usava.

-Se quer falar sobre a mordida, fale logo.-Ela diz, de boca cheia.-Se ainda está preocupado eu...

-Não é isso. Não estou preocupado com a mordida em si.-O olhar dele se desviou para o rosto dela. Impassível e determinada. Era oque ele diria se não conhecesse sua irmã e tivesse que explicar oque ele achava dela para alguma pessoa. Mas Aya tinha tantas camadas por baixo quanto as camadas do solo. E ela escondia essas camadas muito bem.- Acho que deveríamos procurar alguém. Quero dizer, se você quiser. Bem, você pode pensar quanto a isso mas...acho que podíamos nos encontrar com um médico. Ou cientista. Alguém que possa te avaliar profissionalmente, e descobrir se é possível encontrar uma cura. Uma imunidade às mordidas e dar uma chance para que lutemos sem medo de nós transformarmos.

Aya soltou um suspiro irritadiço. Ayo entendia o porquê. Ele a estava pressionando sobre isso a dias, desde que ela acordou. Mas seria muito bom, bom de verdade, se eles tivessem uma mínima esperança das coisas voltarem ao normal. Dos zumbis acabarem, e de terem uma vida normal. 

-Ayo...-Ela começou, pensando no que dizer, mas foi interrompida por ele.

-Sei que você não gosta da ideia. Sei que podem te machucar. Mas se alguma coisa ameaçar dar errado eu mesmo cancelo tudo isso. Talvez...talvez só precisem do seu sangue Aya. Talvez só precisem ver como seu corpo reagiu.

-E se não for isso?-Ela já havia terminado a maçã, e jogou o miolo para trás, em uma fileira de arbustos espinhentos.

-Se não for, então pelo menos teremos tentado não é?-Ayo falou, de forma tranquila.

-Irei pensar.

Irei pensar. Era apenas isso que ela dizia quando tocavam nesse assunto. Ele até pensou em dizer isso a ela, mas se conteve. A última discussão deles acabou com uma briga que causou quase a morte de Aya. Ele não iria causar outra briga tão cedo.

-Tudo bem.-Ele só disse isso.

-Tudo bem.-Ela respondeu.

Ele suspirou. Tudo mundo sempre diz isso, mas Ayo as vezes esquece do quanto sua irmã é extremamente teimosa com algo. Sempre querendo ter a última palavra em toda conversa. Era uma mania dela, algo como ter controle da situação, ele achava.

-Bom. - Ayo se levantou. - Então devíamos continuar nossa caçada aos bixos feios de carne podre.-Ele se esforçou a fazer uma piada, e claro que nem pra ele teve graça.

Aya sorriu. Era um sorriso distante, talvez um pouco forçado. Ela não parecia bem.

-Ei... desculpe.-Ayo foi até ela, tocando seu braço com carinho fraternal.- Não queria te encher com essas coisas logo cedo. É só que...

Ayo foi interrompido por Aya, num último fôlego como tentativa de se manter de pé, cambaleou até chegar em um carvalho próximo da floresta. Ela se apoiou nele, pondo uma das mãos na cabeça e respirando irregularmente. Seu peito subia e descia em batidas aceleradas. Oque alarmou Ayo, que em um segundo já estava do seu lado, checando Aya que parecia prestes a vomitar.

-Ei...ei tá tudo bem Aya. Tá tudo bem.-O mesmo segurou o rosto dela gentilmente, o fazendo vê-lo. O rosto dela estava mais branco do que osso, e ao mesmo tempo tinha um ar esverdeado. Ela realmente ia vomitar.

-Ayo...minha cabeça..-Aya disse com dificuldade, arfando até cair de joelhos, com dor.

Ayo começou a sentir seu corpo entrando em desespero. A adrenalina escorria por seu sangue como uma cachoeira em um rio. Antes dele ter a chance de pegá-la no colo, ele sentiu uma agulha ser fincada em seu pescoço.

A única coisa que ele conseguiu ouvir foi o grito de seu nome na voz de Aya enquanto ele caía, e logo a escuridão o alcançou.




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