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História Garota Em Chamas - O reinício


Escrita por: BangtanGirlARMY

Capítulo 7 - O reinício


-Foi bom os momentos que passamos juntos, os que ríamos, brincamos e até quando quase morremos várias vezes.- Aya soltou uma risada triste junto com ele e Ayo.- Mas agora não dá mais querida. Você tem um fogo Aya. Uma chama forte que queima em seu coração. Esse fogo é o que te faz forte. O que te mantém viva. Não deixe essa chama se apagar. Irei observar vocês sempre.- Os gêmeos observaram uma lágrima cair do olho de Lee.- Depois de atirar, fujam o mais rápido possível, pois chamarão a atenção deles.- Ele fecha os olhos.- Pode ir.

Aya levantou a arma mirando nele, e tremendo descontroladamente. Ela se obriga a se acalmar e a fechar os olhos.

Ela toma fôlego, pensando em cada segundo.

O dedo foi até o gatilho.

 

 

Dois anos depois

 

Eles caçaram um esquilo.

Era pequeno, mas daria para dividir entre os dois. 

Desde que Lee morreu, eles juraram se proteger sempre, e sobreviver a qualquer custo. E é o que fazem. Dois anos que sobreviveram juntos.

A vezes tinham grupos que tentavam roubar o pouco que tinham, mas eram mais espertos que eles.

Ayo havia aprendido a usar a X-Besta. Era simples de mirar, as vezes ele a transformava em um arco ( Uma pequena tecnologia em particular ) para poder carregar com mais eficiência. Crescer. Amadurecer. Foi o que tiveram que fazer com 11 anos, para sobreviver a essa merda de mundo. Aya aprendeu muito com a katana também. Girar, cortar, desviar. Não era difícil quando se passava por meio de hordas o tempo inteiro. Era incrivelmente tedioso, mas....

-Não vai comer?- Ayo pergunta, mordendo um pedaço do próprio espetinho com pedaços cortados de carne.

As vezes ela se distraía tão fácil. Apenas pensando nos últimos 2 anos dolorosamente lentos e silenciosos. E o frio...

Aya não queria pensar naquilo.

Não queria pensar em como o frio estaria insuportável quando chegasse o inverno.

Eles quase não sobreviveram no ano passado.

Quem dirá nesse.

Aya observou a densa floresta em que acampavam dessa vez. Era tão escura e fria que nem a pequena fogueira que conseguiram fazer os deixava aquecidos. Mas claro, com a chuva passada, toda a lenha estava encharcada. É claro que isso aconteceria bem quando mais precisavam e....

-Aya? 

-Hum? Ah, ta. Desculpa.- Aya estava tão presa em seus pensamentos, que nem mesmo percebeu que já haviam passado 3 minutos desde que seu irmão perguntara. 

Ela logo pegou um pedaço e começou a comer.

Carne de esquilo não é nem um pouco bom mas foi a única comida que encontraram.

Lee sabia como encontrar comida em boas condições e com um gosto bom.

A dor dessa lembrança fez seus ombros se encolherem.

Aya ouviu um barulho de galho sendo quebrado, e sacou a katana na direção do som.

Havia vários homens armados.

-Ayo....

-Corra.- foi tudo o que ele disse ao juntarem suas coisas, o que não era muito, e saírem correndo em disparada pela floresta.

Eles conheciam a floresta.

Ficaram ali por semanas. Montando armadilhas e exterminando os zumbis das proximidades.

Mas é claro que apenas agora, agora, justo agora, iriam ser atacados.

Os dois corriam lado a lado, ouvindo os passos apressados do homens atrás deles. Logo chegaram até a beira de um morro, que dava para um rio violento com uma forte represa. Eles não conseguiriam nadar com aquela represa.

-Não são tão espertos agora não é?-Um dos ladrões se aproximou, apontando as armas para os pequenos gêmeos.

Aya pegou uma pedra com uma das mãos.

-Aya o que ta fazendo?!-Ayo grunhiu ao ver a estupidez que sua irmã iria fazer.

Aya lançou a pedra em um dos ladrões.  Acertou em cheio na testa, fazendo o homem grunhir de dor.

Os gêmeos pularam no rio antes dos ladrões começarem a atirar.

A represa estava tão forte. O rio estava escuro por conta da noite, e Aya não conseguiu ir para a superfície quando a água a puxou para baixo e para baixo, sem deixa-la tomar fôlego. Seus pulmões queimavam e gritavam, conforme Aya engolia água e mais água, até que assim, a escuridão lhe tomou.

 

 

 

Aya engatinhava para fora da água, tossindo enquanto se esforçava para recuperar o fôlego.

O sol já havia nascido, e Ayo se arrastava para a terra enquanto também tossia a grande quantidade de água que ambos engoliram.

-Bom...- Aya diz, se levantando.- É melhor entrarmos para as trilhas da floresta, podemos achar algo. 

-Ok...- Ayo se levanta também.

Os dois começaram a andar enquanto suas roupas secavam no corpo. As árvores deixavam espaço para o sol iluminar a área, e ao sentir o calor a invadindo, Aya agradeceu aos céus por um pequeno momento de paz, e se segurou para não se deitar e ficar ali, deixando o sol penetrar sua pele. 

Um barulho dos arbustos despertou alerta entre os gêmeos.  Ayo já estava com uma flecha em seu arco. Eles se aproximaram dos arbustos, com Aya segurando a Katana em alerta. Quando perceberam, algo pulou em cima de Ayo.

Um cachorro.

Ele ficou lambendo Ayo, e aya não conseguiu segurar um leve repuxar dos lábios.

-Ei garoto. Vem cá.- Aya chama o cachorro, que foi até ela. Ela segura o pingente da coleira dele, lendo seu nome.- Max. Lembra da nossa cachorra pipoca?- Aya pergunta, acariciando Max.

-Lembro, lembro que quando ela morreu você chorou e espalhou catarro pela roupa toda.- Ayo se levanta.

Aya sentiu suas bochechas esquentarem.

-Melhor continuarmos.

Os dois continuaram a andar, ignorando as dores e reclamações que as pernas faziam, até encontrarem um acampamento, totalmente destruído. Não havia sinal de zumbis.

Aya procurou pelas barracas por algum sinal de comida. Mas nada. Ayo ficou procurando pelo acampamento e Max ficou correndo de um lado pro outro.

-Ah...-Aya resmunga, vendo que sobrou apenas a opção do lixo.

Ela arregaçou as mangas, e tateou pelo lixo com cuidado, a procura de alguma sobra que desse para eles. Suas mãos se fecharam em uma lata. Feijão enlatado.

-Ayo!- Ela grita por ele.- Por favor esteja bom....- Aya abriu a lata com um canivete, implorando que não esteja estragado..

 Não parecia estar fora da validade. 

Aya comeu um pouco, e dividiu com Ayo, que comeu de bom grado. Max foi trotando até ela, pedindo também.

Aya encheu as mãos em um pequeno montinho, e ofereceu a ele. Ele cheirou e comeu. Porém depois pegou a lata da mão da ruiva e começou a comer, devorando toda a comida.

- Ei não!- Aya tentou pegar a lata de Max, mas ele rosnou e mordeu seu braço, cravando os dentes de um jeito que não se soltaria facilmente.

A surpresa veio antes que a dor.

Aya caiu no chão, com ele rosnando e salivando sangue. Ela tomou impulso e o chutou para longe, assustada, segurando seu braço não querendo ver como deve ter ficado.

Ela ouviu os grunhidos de choro de Max.

Aya observa estado do braço, gemendo com dor. Max rasgou e deixou uma ferida aberta, com bastante sangue escorrendo. Ela soltou mais um gemido de dor, misturado com agonia.

-Isso ta mesmo feio.- Ayo observou o braço, preocupado.

-É pior do que parece....- Aya se levanta, indo até onde Max chorava. Ele havia atravessado três daqueles suportes de barraca. -Eu.....eu sinto muito Max....- Aya se ajoelha ao lado dele, pegando seu canivete, e cortou seu pescoço, enquanto ele parava de agonizar aos poucos .

-E o seu braço??

-Vou ficar bem....

Eles saíram do acampamento e continuaram a caminhar pela trilha. O braço ardia, e Aya o segurava forte, tentando ignorar a dor e pensar em outras coisas para se distrair. Ela estava ficando boa nisso. Mas....

Sua visão estava tão turva....Tudo estava girando e escurecendo aos poucos. Ela estava com sono.....com tanto sono e.....e....

A inconsciência a alcançou antes que ela percebesse.

 

 

 

Aya abriu os olhos lentamente.

Estava sendo carregada por alguém. Um homem de pele clara, com um pouco de barba e cabelos castanhos, e ao lado dele um homem já de idade de cabelos brancos e olhos vermelhos.

-Ai que bom que você acordou!- Ayo diz.

-O que houve?- Ela pergunta confusa.

-Quando você desmaiou eles nos acharam, vão cuidar de você.

-Entendo.- Aya falou, tirando a manga que cobria a mordida para ver como ela estava, se ela não tratar logo irá infeccionar e...

-Ah!- De repente, Aya é jogada no chão, e o choque do braço contra a terra fez uma dor horrível percorrer seu corpo.

 Ela gritou.

-Qual o seu problema??- Ayo gritou irritado.

-O que foi isso Luke?!- O velho pergunta.

-Você não disse que ela foi mordida!!!-  Luke diz.

-É por que ela não foi mordida por um zumbi!!- Ayo diz, ajudando Aya a levantar.

- A não?? Então quem fez isso??- Luke pergunta.

-Luke você não sabe o que aconteceu!- O velho diz.

-Foi um cachorro!- Aya fala assustada, tentando ignorar a dor no braço.

-Um cachorro?- Ele repete irônico.

-Sim um cachorro!- Aya falou novamente, junto de Ayo.

-Aya?- O mais velho pergunta.

-Sim?- Aya responde.

-Você está falando a verdade? Olhe nos meus olhos quando responder.

-Sim.- Aya fala confiante.

-Ok, isso é os suficiente para mim.- Ele se levanta calmamente.

-Então ela só fala isso e você acredita??

-Vamos levá-la até o médico do nosso grupo. Ele pode examina-la e dar o veredito.

-Nick não vai gostar nada disso.

-Não me diga como lidar com meu sobrinho Luke.

Ayo pega sua irmã no colo.

 Os quatro caminharam por um bom tempo, até chegarem em uma casa de campo grande e confortável. Aya estava semiconsciente enquanto ouvia os sussurros entre os donos da casa.

Um garoto se aproximou do grupo, segurando um rifle, ele tinha uma postura fria e arrogante.

-Quem são eles?

-Os encontramos na floresta, a garota está com uma mordida. Os dois dizem que foi um cachorro.

 O garoto do rifle aponta a arma para a Aya quando ela se mexeu de leve atirou, quase pegando em ayo, que olhou pra ele bravo. 

Os gêmeos o encararam assustados.

-O que houve? Ouvimos um tirou e....- Uma mulher morena que estava grávida saiu da casa, e logo em seguida outras pessoas também saíram.

-Papai, o que foi isso?- Uma garota pergunta, escondida na porta.

-Nada Inori volte para o quarto.

-Sim papai....- Ela fecha a porta. 

-Quem são?- Ele se volta para Aya e Ayo.

-Me chamo Ayo, essa é minha irmã Aya.

-Fui mordia por um cachorro, mas eles estão duvidando!

-Podemos cortar o braço, assim ela não se transforma.- Luke diz.

Aya se afastou dele, segurando seu braço assustada.

-Hum....-O médico observa o braço destruído.- Não consigo dizer, seja lá quem fez isso, te pegou de jeito.

-Quer dizer que eles podem estar mentindo?- O velho diz.

-Provavelmente. Vamos fazer um teste. Eles ficam dentro da cabana de suprimentos, se ela passar desta noite sem se transformar, cuidarei dela pessoalmente. Se não....

-Mas e meu braço...? Ele precisa ser desinfetado, e costurado e enfaixado!-Aya protestou preocupada.

-Sinto muito, mas não temos outra escolha.

 

 

 

 

O tempo foi passando e a ferida ardia mais. Precisaria costurar, no mínimo isso.

-Ayo....- Ela gemeu de dor.

-Eu sei. Mas eles trancaram a porta não tem como sairmos...

Aya olhou na direção de um buraco na parede. Os dois saíram de lá e resolveram entrar na casa para procurar agulha, linha e bandagens, além de um desinfetante. Eles foram por debaixo da casa, entrando pelo porão e subindo as escadas. Não havia ninguém ali.

Eles entraram num quarto aonde aquela garota chamada Inori estava. 

-Você pode ajudar por favor?- Aya perguntou com dor.

-Claro. Mas.... Pode ser minha amiga? Os dois?- Ela pergunta com os olhos brilhando.

-Claro. Somos amigos- Os gêmeos falaram juntos.

-Muito bem, olha o meu pai usava isso em mim quando eu ralava o joelho ou coisa parecida, pelo menos não vai infeccionar. E eu também tenho isso.- Ela entrega um frasco com um líquido meio esverdeado, uma agulha e uma linha.- Agora é melhor vocês saírem, se virem vocês aqui, ferrou tudo.

-Obrigado.- Aya e Ayo falaram.

-Até mais.- Ela diz e eles saíram do quarto.

Barulhos e uma luz na porta a esquerda e chamou a atenção deles.

-E se ela se transformar? O irmão vai morrer?- Um deles pergunta.

-Não temos escolha, certamente ele iria ajudá-la.- Outra voz.

-Não acho que devemos gastar o pouco dos nossos medicamentos com ela.- Dessa vez, foi uma voz feminina.

-Fizemos uma promessa, no mínimo devemos cumpri-la.

-Eu vou ao banheiro. Já volto.

Aya e ayo se entreolharam assustados e se esconderam dentro da banheira, como estavam no banheiro ouvindo tudo, o mais rápido era se esconder por ali mesmo.

-A Carl, o que será que vai acontecer se você descobri que esse bebê não é seu....- Ela lamenta se olhando no espelho. 

Depois dela sair, Aya foi junto com seu irmão rapidamente de volta para a cabana e passaram pelo buraco.

Aya olhou para o braço e arrasta o casaco para o lado com cuidado. Ela pegou o frasco e derruba o líquido devagar, mas o deixei cair quando sentiu queimar, e gritou de dor

-O-ok....agora a parte divertida...

-Você vai mesmo fazer isso?

-Vou....- Aya começou a costurar a ferida, não doía tanto quanto ardeu aquele líquido, mas cada furo a fazia segurar o choro e gritos. Ela continuou até fecha-la completamente.

-Nossa.- Ele observa seu braço.- Agora você parece o Frankenstein.

-Vai me zoar agora?- Aya suspira olhando o braço horrível.

Zumbis quebram a cabana. Adentrando enquanto grunhiam por carne. Os gêmeos se viraram rapidamente, cada um pegando suas armas.



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