Audrey Butler
Um mês depois
Naquela noite no hospital, eu me lembro de ter chorado mais ou menos por uma hora. Foi horrível. Minhas lágrimas eram uma mistura de alívio, angústia, mágoa, confusão e náuseas.
Dois dias depois que recebi alta, metade daquilo tudo havia se passado. Quando cheguei em casa recebi carinho dos meus três amores.
Andrew me ajudou no banho, me fez uma massagem gostosa enquanto Justin me preparava a janta, e Ethan estava deitado comigo no sofá.
Era errado, mas eu estava amando aquela atenção. Justin me ajudou a comer, após Andrew ir embora, meu pequeno pediu para dormir comigo e com seu pai, na nossa cama. Eu não neguei. Eu queria aquele momento, mesmo que por só uma noite. Eu nunca me senti tão confortável e feliz como naquela noite, onde Ethan dormia entre nós e Justin estava com sua mão entrelaçada na minha.
Os dias se passaram, eu tive que voltar à delegacia para fazer meu depoimento, eu nunca havia me sentido tão aliviada, Stavo havia sido preso enquanto estava no hospital. Eu saí radiante daquela delegacia, meu sorriso parecia rasgar meu rosto.
Meu pai e os outros pareceram chocados com a notícia, meu pai me encontrou alguns dias depois em um restaurante luxuoso. Chorou, dizendo que tudo que aconteceu era sua culpa de certa forma. Eu neguei, mesmo achando que no fundo nós três não recebemos a atenção devida de nossos pais. Ele me contou que visitou o túmulo de Addie, e que apesar de tudo ela era sua filha, eu não neguei e nem concordei. Não me abalava.
Ninguém tinha notícias de minha mãe, diziam que ela estava viajando por Paris com um namorado mais novo, isso era normal vindo de Jéssica Butler. Meu pai no final do dia, havia feito um depósito de 700mil dólares em minha conta. Eu não reclamei de sua forma de recompensa por sua culpa e sua ausência, eu tinha filhos para sustentar.
Não contei para ninguém da minha gravidez, não tinha muitas pessoas para contar, mas mesmo assim não fiz. Justin não havia contado a Hailee. Afinal, além de ele ter traído ela, me engravidado, meus bebês eram trigêmeos.
Trigêmeos. Eu teria quatro filhos daqui alguns meses, e Justin, teria cinco. Não era um problema financeiramente para nós, afinal, eu tinha bastante dinheiro guardado desde a separação dos meus pais, meu pai depositava uma pensão bem recheada por mês. Justin não era milionário, mas ele poderia facilmente parar de trabalhar agora e sustentar seus filhos até a faculdade.
Era mais os conflitos e problemas psicológicos que eles trariam, para mim, é claro. Não tinha nenhuma dúvida que Justin seria o melhor pai para os meus bebês, e o da Hailee. Isso era uma coisa que me incomodava, eu era a outra. Querendo, ou não, Justin era casado com ela, e não comigo. Ele morava com ela, e estaria com ela sempre que ela precisasse. Não comigo.
Não estava acontecendo isso agora, mas sabia que com tempo isso mudaria. Justin estava sendo atencioso, os bebês estavam abaixo do peso normal, e ele sempre passava aqui para saber se eu estava me alimentando direito e fazendo o devido repouso. Ele chegava a passar algumas noites aqui....
Ele não parecia se importar com que Hailee achava ou o que ela supunha, ou que também ela estava grávida. Mesmo achando errado, ele não me ouvia. Parecia estar alguma coisa errada entre eles. Eu tentava não me meter, eles eram casados, eles se resolviam.
Eu olhei para Justin pela vitrine de vidro da lojinha de conveniência do posto de gasolina. Ele estava simples, mas tão lindo. Usava uma calça de jeans claro, uma blusa branca que ficava colada em seu corpo graças ao seus músculos, e um tênis da mesma cor.
Ele olhou para dentro do carro, e para os lados, ele ficava sexy todo nervosinho me procurando. Enquanto ele usava o banheiro, eu aproveitei para comprar alguma coisa para comer. Três bebês me deixam louca de fome, e cheia de hormônios.
Eu mordi os lábios sorrindo quando seu olhar me encontrou, ele travou o maxilar, e se ele pudesse me matar com o olhar, ele faria, eu acenei.
Eu caminhei com as minhas pequenas comprar para o caixa. Porra, o atendente era gato.
Ele sorriu para mim, enquanto passava as minhas coisas.
Eu passei a língua pelos meus lábios o observando de cima a baixo. Eu já disse que a gravidez de trigêmeos me deixavam com os hormônios à flor da pele?
Ele não parecia se preocupar com a minha barriga — pois ela já estava aparente e pontudinha —, pois ele retribuía o olhar malicioso. Homens pareciam ter um fetiche louco em mulheres grávidas.
Eu necessitava de sexo.
Ele ia abrir a boca para dizer alguma coisa, eu sorri, mas Justin nos interrompeu.
— Você ficou louca? — ele gritou, e eu o olhei com tédio. — Como você sai do carro e não me avisa? — que drama.
— Meus filhos estavam com fome. — eu disse simples, dando de ombros.
Justin estava mais insurportável, preocupado e ciumento que o normal dele.
— Nossos filhos. — ele me corrigiu nervoso. Eu bufei, o atendente me olhou surpreso.
Justin olhou para a sacola, e me olhou bravo. Eu não o culpava, só tinha besteiras.
— Você não pode comer essas coisas, Audrey. — ele disse, eu revirei os olhos.
— Foda-se. — eu disse pegando a sacola e saindo. Por me irritar, Justin iria pagar.
Eu saí, caminhando batendo os pés. Eu senti meus olhos cheios de lágrimas, maldita gravidez que me deixa sensível, e eu chorava por nada. Como agora.
— O que foi agora, babe? — Justin disse querendo segurar o riso. Eu o olhei mortalmente. Ele não tinha direito de vir com essa vozinha mansa que me fazia estremecer, depois de me irritar.
Odiava como meu corpo reagia quando ele me chamava de babe bem pertinho de mim.
— Você atrapalhou minha futura transa. — eu disse ainda quase chorando, mas eu me segurei. Agora estava brava.
Ele me olhou incrédulo, e depois gargalhou. Idiota.
— Você iria transar com o carinha da loja? — ele perguntou com um sorrisinho no rosto.
— Sim, qual o problema, Bieber? — perguntei cruzando os braços. Ele alargou mais o sorriso.
— Ninguém vai tocar em você enquanto você carregar meus filhos. — ele disse me pressando na porta do carro. Minha respiração ficou pesada. Ele olhava para minha boca, assim como eu olhava para dele.
— Desculpe te desapontar, Bieber. Mas eu tenho necessidades, e elas estão aflorando graças aos nossos filhos. — eu o corrigi, sorrindo.
Ele aproximou mais o seu rosto do meu.
— Bom, eu posso resolver esse problema para você, babe. — ele murmurou com a voz rouca perto do meu ouvido. Maldito!
Eu abri meus olhos, que sem perceber eu havia fechado. Eu soltei minha respiração, que parecia pesada. O empurrei, ouvindo sua risada, e abri a porta do carro entrando e a fechando com força.
{...}
Os olhares que Justin recebeu na recepção do consultório me irritaram. Nós tínhamos uma consulta de rotina, para ver como os bebês estavam e finalmente descobrir o sexo deles.
Ele era o único homem na sala de espera, tinha mulheres de idades diferentes ali, e todas o olhavam curiosas e com tesão, eu sabia. Eu fiz questão de entrelaçar sua mão na minha, e o chamar de "amor" cada vez que falava com ele. Ele estava adorando aquela situação, seu sorrisinho no rosto não negava. Ele sussurrou em meu ouvido com sua voz rouca que adorava me ver com ciúmes, eu tentei não estremecer e o mandei tomar no cu, o que lhe causou uma gargalhada.
O Dr. Avery passava o aparelhinho do ultrassom pela minha barriga, atraindo o olhar curioso de Justin, que segurava minha mão com força, enquanto a beijava.
Eu queria rir.
Justin reclamou ainda mais da minha roupa quando entrou na sala e percebeu que Dr. Averey era jovem, assim como nós, tenho certeza que ele esperava um velho. Eu usava um shorts jeans curto, e uma blusa de alças soltinha, tinha um belo decote. Sim, eu queria provocar Justin, e o Dr. Avery também. Eu já tive uma consulta anterior com ele, onde ele me passou vitaminas e todas recomendações. Ele era um lindo moreno dos olhos claros, não sabiam se eram verdes ou azuis, talvez uma mistura.
— Vocês já escolheram os nomes? — Dr. Avery perguntou virando o rosto para mim, sorrindo.
Porra.
— Ainda não. — Justin respondeu por mim, firme.
— Justin pensou em alguns nomes, mas apenas para meninos. — eu disse revirando os olhos, arracando mais um sorriso do Dr.
Justin não parecia nada simpático no momento.
Nós havíamos conversado sobre alguns nomes em noites passadas, mas havíamos chegado em concordância em apenas um. Mason.
Havíamos que escolher mais dois. Justin nem pensou na possibilidade de escolher nomes para meninas. Eu não reclamei, estava satisfeita com o que fosse. Se um dos três fosse uma menina, eu teria pena com que minha filha sofreria com o pai ciumento. Além do resto da família que não esconde o ciúme.
— Você é ciumento, Sr. Bieber? — ele perguntou para Justin, que pareceu não entender sua pergunta, pois não respondeu.
— Só um pouquinho, quase nada. — eu respondi com ironia, sorrindo para Justin, que revirou os olhos segurando seu sorriso.
— Bom, então se prepara, pois são três garotinhas. — ele disse. Justin apertou minha mão com força, abrindo sua boca. Ele me olhava com o semblante assustado, talvez preocupado.
Eu sorri. Eu estava surpresa tanto quanto ele. Eu me sentei na cama, puxando Justin para um abraço. Talvez o libertária do choque.
{...}
— Eu preciso comprar uma arma. — Justin disse enquanto ele dirigia em direção ao Shopping.
Eu gargalhei.
— Não seja dramático, Bieber. — ele riu nervoso. — Você não está feliz que são três garotinhas? — eu perguntei receosa. Eu tinha medo de sua resposta, eu estava tão sensível que poderia chorar a qualquer momento. Meu humor oscilava em poucos minutos.
Ele pareceu perceber.
— É claro que eu estou feliz, babe. — ele disse com a voz mansa. Ele repouso uma das suas mãos livres em minha perna, fazendo um carinho gostoso. Eu coloquei a minha por cima. — O importante é que elas estão saudáveis, e nasçam da mesma forma. Mas você me conhece, e conhece meus ciúmes. Ainda bem que eu tenho Ethan para me ajudar a cuidar das minhas quatro garotas. — ele sorriu, me fazendo sorrir também.
Controlei meu choro.
— Porra, Audrey, eu nunca te vi tão sensível assim. — ele brincou, me fazendo revirar os olhos.
— Vai se foder, Bieber. É horrível.
— Já que você já esta melhor e me xingando, já posso dizer que você vai trocar de Dr. — ele disse simples, sorrindo amarelo. Mas seu semblante era irritado.
— Nos seus sonhos, Bieber. — eu respondi incrédula.
— Não me teste, Audrey. E nem tente me contrariar.
— Eu vou fingir que não estou te escutando.
Ele estacionou o carro no estacionamento do Shopping, eu virei para beijar seu rosto, mesmo ele não merecendo, mas precisava agradecer pela carona, já que ele voltaria para empresa.
Quando eu me virei para beijar seu rosto, ele virou, segurando meu queixo, beijando meus lábios.
O que ele estava fazendo? Para falar a verdade, eu não me importava. Apenas queria matar a saudade que eu sentia.
Ele aprofundo o beijo, e com cuidado me colocou sentada em seu colo. Sua mão foi direto para minha bunda, cravando seus dedos ali. Eu roçava minha intimidade contra a sua.
Precisava daquilo, daquele contato, do seu toque, em poucos minutos eu já me sentia tão molhada.
Eu gemi contra seus lábios.
Ele distribuíu beijos, mordidas, e chupões contra meu pescoço. Eu continuava a esfregar minha intimidade contra a dele, logo sentindo seu membro ficar duro em baixo de mim.
Eu gemia igual uma vadia, com tão pouco, quem diria Audrey Butler necessitada de sexo.
Ele abriu o botão do meu shorts, e logo seus dedos grossos estavam me estimulando. Eu rebolava contra o seu dedo como se estivesse rebolando em seu pau.
— Isso amor, mais rápido, p-por favor... — eu sussurrei em seu ouvido. Ele enfiou três dedos dentro de mim, enquanto seu dedão estimulava meu clitoris.
— Goza pra mim amor, goza... — ele pediu com sua voz rouca, fazendo eu tombar minha cabeça para trás. Eu gemi, e logo eu estava gozando em seus dedos. Ele me estimulou um pouco mais, e levou seus dedos até sua boca, chupando meu suco.
Eu respirava ofegante, e assim que eu levei minha mão até seu pau nossos celular tocaram ao mesmo tempo. Porra, não pode ser.
O meu indicava que era Andrew, e o seu era alguém da empresa. Nos olhamos, eu beijei ele mais uma vez, com vontade, desejo e saudade, então sai do carro.
{...}
Era difícil equilibrar as sacolas e comer meu sorvete ao mesmo tempo. Mas eu não pararia de saborea-lo.
Comprei algumas roupas para mim e para Ethan, meu pequeno precisava, assim como eu. Quase nenhuma servia pois eu estava ganhando peso aos poucos.
Eu comprei uma enorme caixa para colocar os três ursinhos com vestidos rosinhas que havia ganhado no consultório. Cada um representa uma das bebês, e quando apertava poderia ouvir o coraçãozinho delas.
Era um ótimo jeito de contar para Ethan, não é? Ou não.
Nós tínhamos medo de como ele iria reagir, e não queríamos que ele contasse a Hailee, por isso escondemos até agora. Combinamos esperar até saber o sexo, então contaríamos. Eu realmente não sabia como ele iria reagir, mas manteríamos ele longe de Hailee, pois tenho certeza que Justin não estava preparado para contar.
Percebi isso no consultório. Ele estava tão ansioso para consulta. Eu perguntei para ele se ele não acompanhava Hailee nas suas, ele disse que não, que ela gostava de ir com a mãe que estava no país.
Eles eram estranhos. Eu questionei, ele disse que o humor dela estava pior que o meu, e que não queria brigar, eu apenas concordei.
Olhava algumas roupinhas para bebês, nem percebi quando entrei na loja. Nem sabia ao certo se levaria alguma coisa. Acho que já estava na hora de começar a comprar.
Nao sabia direito, eu apenas comecei a comprar coisas pro Ethan depois que ele nasceu.
Um voz feminina ao meu lado chamou atenção.
— Olha amor, ele ficaria lindo com essa jaqueta, não acha? — a loura estendeu uma jaquetinha de couro para o homem ao lado dela. Eu reconhecia aquela voz, mas não fazia sentido. Era Hailee.
Não poderia ser.
— Sim amor, nosso pequeno ficaria lindo. — o homem respondeu rindo.
Olhei finalmente para ela, sua barriga estava um pouco menor que a minha. Hailee era realmente linda, a gravidez a ajudou a ficar maravilhosa. Mas eu ainda não entendia aquela situação.
— Hailee? — eu a chamei, ela se virou. Assim que me viu, seus olhos pareciam assustados.
O homem nos olhou sem entender.
— Audrey.. — ela disse meu nome nervosa.
— Você pode me explicar o que está acontecendo aqui? — eu perguntei cruzando os braços.
{...}
Eu não tinha direito nenhum de encurralar Hailee, mas eu fiz. Justin era o pai dos meus filhos — além do amor da minha vida. Ele não merecia aquilo.
Hailee dispensou o cara, que parecia não entender o que estava acontecendo. Ela me levou até a praça de alimentação e me contou tudo, na verdade, eu a obriguei.
Aquele era Tyler, o verdadeiro pai de seu filho. Eles se conhecem há alguns anos, Tyler é garçom em uma lanchonete aqui em Nova Iorque, foi desse jeito que eles se conheceram, ela era uma cliente. Eles se conheceram, se envolveram e se apaixonaram. Mas era um amor proibido, na visão da mãe de Hailee quando descobriu. Hailee vem de uma família de socialites, não aceitariam de nenhuma forma aquela relacionamento.
Que merda era aquilo? Estamos no século 21, porra.
Eles terminaram e ela conheceu Justin. Ela disse que tudo que sentia por Justin era verdadeiro, mas não era tão forte igual seus sentimentos por Tyler.
Depois de algum tempo, ela reencontrou Tyler, eles voltaram, mesmo ela estando casada com Justin. Vadia. Ela sabia que o filho era de Tyler, pois descobriu da gravidez quando Justin estava em sua viagem para Califórnia, e antes disso, eles estavam brigados.
Ela não sabia como resolveria aquilo tudo. Pois sua mãe não aceitaria um neto de Tyler, e ela era sustentada por ela.
— Eu não acredito que está fazendo isso com Justin, ele não merece, você é... — eu respondi nervosa, queria avançar no seu pescoço. Mas Justin também havia a traído, comigo, gerado três bebês, mas eu nunca o enganei dessa forma, ele realmente não merecia isso.
— Não me julgue, você fez bem pior do que enganar ele, eu que arrumei a bagunça que você deixou na vida de Justin. — ela esbravejou. Como ela ousava a falar comigo dessa forma? — Eu só te peço que não conte a ele ainda. — agora ela sabia falar calminha?
Respirei fundo, contando até dez.
Eu enforcaria ela se não estivéssemos grávidas.
— É claro que não vou contar. — ela sorriu. — Porque você vai, te dou dois dias.
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