Cassandra me fez trabalhar até tarde para “compensar” minha recente ausência. Fiz ligações para fornecedores, trabalhei com alguns cortes de modelagens, desenhei e fiz serviços de escritório.
Eram quase dez da noite quando estava deixando o prédio, saindo pelas catracas quando uma mensagem de David chegou.
Preciso falar com você. Posso te ligar?
E antes que eu respondesse, ele me ligou.
— Você é um sujeito muito impaciente. — Ele não precisava mesmo de saudação.
— Olá, garota. — Sua voz trouxe à tona um misto de sentimentos bons. Não importava quanto tempo passasse, ele sempre teria aquele efeito sobre mim.
— O que você quer? — Falei enquanto entrei no táxi que me esperava na rua.
Entrei no carro e com a mão que mão segurava o celular no ouvido, procurei pela carteira dentro da bolsa.
— Eu só... É que... — Era impressão minha ou o senhor poderosão estava sem palavras?
— Você o quê? — Retruquei com divertimento na voz — Não estou conseguindo te entender, querido.
— Aquele beijo. Significou alguma coisa para você?
Pondero por alguns segundos. Não porque eu tivesse alguma dúvida, pois significou e muito. Mas eu não sabia como dizer aquilo sem transparecer o quanto apaixonada eu estava.
— Sim. — Foi tudo o que consegui dizer, por fim.
Ele fica em silêncio por alguns segundos e depois resmunga um palavrão antes de desligar.
Eu estava começando a achar que teria que ter graduação em “entendimento de comportamento humano masculino”.
Desço do táxi e caminho pela calçada do prédio. A noite era gélida, mas eu usava uma parca grossa e botas ugg.
Entro no elevador cumprimentando antes o porteiro sonolento e aperto o botão do meu andar.
Quando saio do elevador, tenho uma surpresa deliciosa. David está escorado em minha porta, usando somente a parte de baixo do pijama e chinelos. Céus! Esse cara nunca sentia frio? Estou começando a considerar o fato de que ele é mutante.
Os olhos estavam escuros e misteriosos, e uma áurea sombria cercava seu rosto de deus grego.
Ele não cansava nunca de ser tão lindo? E até quando ele teria aquele ar de sedução nata? Será que aquilo fazia parte de sua essência?
Fazia parte do jogo dele deixar minhas pernas bambas toda vez que ficava muito perto de mim? Aquilo era um dos maiores mistérios da vida, até então.
— O que está fazendo aqui? — Pergunto tirando as chaves da bolsa.
Ele me encara por alguns segundos. Seus olhos são cimentados por grossos cílios que sob a luz ficavam dourados.
— Esperando por você. Precisamos conversar, bebê.
Me esforço para olhar em seus olhos e não para seu peito trabalhado, que subia e descia com a respiração. Eu me recusava ser o tipo de garota boba que agia como se nunca tivesse visto um cara gostoso na sua frente.
Dou de ombros e enfio a chave na porta, ficando de costas pra ele. Quando percebo ele já está me agarrando, as mãos enormes apertando minha cintura.
Arfo e cambaleio para dentro de casa, tropeçando no tapete.
Ele me segura pelo braço e eu apoio minhas duas mãos em seu peito para barrá-lo.
Nossos olhos se encontram e eu quase fico entorpecida com aquelas piscinas douradas.
Ele pigarreia e eu solto minhas mãos de seu peito, sentindo uma tristeza peculiar.
Caminho até o mini bar e abro uma garrafa de vinho. Ele se acomoda no sofá.
— Então? — Falo enchendo duas taças. Eu poderia não saber cozinhar ou ser boa anfitriã, mas eu sabia de vinhos como — O que veio falar comigo?
— Estamos num impasse, bebê. — Sua voz se altera. Parece haver sofrimento contido.
Sento ao seu lado estendendo a taça e ele a segura, agradecendo com um gesto de cabeça.
— Que impasse? — ainda estou tentando compreender o motivo de eu parecer sempre tão boba quando estava com ele.
— Seu irmão — ele saboreia um gole de vinho e engole. Posso sentir o gosto amargo em minha própria garganta, queimando pelo caminho. — Ele teve uma conversa estranha comigo hoje.
Endireito-me no assento. Eu sabia que cedo ou tarde Oscar interveria. Mesmo que ele não soubesse sobre David e eu, ele provavelmente tinha alguma suspeita.
— Ele deve saber sobre... — Ele toma mais um gole, como se criando coragem — Sobre meus sentimentos por você. — As ultimas palavras saíram de seus lábios de forma suave. Como se ele quisesse enfatizar.
Ah! Dane-se a compostura!
Largo minha taça na mesinha de centro e lanço meus braços ao redor de seu pescoço, colando minha boca na sua. Aquilo parece pegá-lo de surpresa, mas logo ele retribui, enfiando a língua saborosa em minha boca. O gosto de hortelã misturado ao vinho era incrivelmente tentador.
— Você tem um gosto tão bom, bebê — Ele fala desgrudando os lábios dos meus e enterrando-o em meu pescoço — E o seu cheiro. Nossa!
Não consigo me concentrar com aquela voz rouca em meu ouvido. Acho que vou ter um orgasmo só com aqueles beijos.
— Se você soubesse o que eu quero fazer com você... — Ele fala roçando os lábios em minha clavícula e eu penso em fazer o meu testamento por que a qualquer momento irei enfartar. — Tantas coisas, bebê... — Ele prensa meu corpo com o dele, e eu finalmente toco todos os caminhos tortuosos de seu peito, barriga e tórax. Eram trilhas maravilhosamente esculpidas, e meus dedos deixavam um rastro quente em sua pele macia e morna. — Mas não posso... — Sua voz era de sofrimento total, esganada e trêmula — Não posso e isso está me consumindo por dentro...
Finalmente enfiei minhas mãos sob seus cachos, puxando seu rosto e mordiscando a ponta de sua orelha. Me sentia mais molhada do que qualquer outro dia na vida.
— Por que não pode? — Pergunto meio chorosa. É eu sei, era patético, mas eu precisava saber. — Por que não pode fazer...?
— Aahh... Gabrieli. — Sua voz pronunciando meu nome fez meus dedos dos pés se contraírem.
Percorro as mãos pelas laterais de seu corpo e seguro em suas mãos. Elas se encaixaram nas minhas. Depois começo a desabotoar meu casaco. Ele me olha com extremo desejo. Mas também havia uma luta interior que era claramente refletida nos olhos castanhos dourados.
— Aaah, David — Falo com um soluço engasgado no peito — Por favor! — Eu estava implorando, mas aquela altura já não me importava mais.
Sento em seu colo e ele fecha os olhos como se sentisse dor. Projeto meu corpo contra o seu, me esfregando em sua ereção sólida como uma rocha. Percebo tarde demais que ele não está usando cueca. Aquilo me excitou de uma maneira violenta.
Suas mãos agarraram meu quadril e ele tomou meus lábios com fúria. Chupou minha língua enquanto seus dedos velozes acariciavam meu seio por cima do tecido. Dei um gritinho e bruscamente ele me soltou.
Com facilidade me carregou e me pôs de volta no sofá. Balançou os cachos, passou as mãos pelo rosto e saiu.
Me deixando ardendo em brasa, o corpo inteiro latejando.
Corri atrás dele, a tempo de vê-lo entrando em casa.
— David! — Gritei e ele se virou.
O olhar que ele me dirigiu me fez ficar ainda mais nervosa.
— O Oscar não pode... — Falo, mas deixo a palavra morrer no fim da frase.
Ele volta e me pega no colo, girando meu corpo e me dando um beijo apaixonadíssimo. Arfei colocando a mão no peito, achando que tinha problemas arteriais sérios.
— Você vai esperar por mim? — Ele fala com sua voz rouca, os olhos se estreitando e a testa enchendo-se de vincos.
Ele começa a se afastar, e eu suspiro alto e dramaticamente.
— Todo o tempo que for preciso. — Sorrio e ele dá uma piscadela marota.
— Que bom, bebê.
E a passos rápidos, entra em casa fechando a porta.
Tento me lembrar de como se respira, e volto para dentro, pegando minha garrafa de pinot amiga e indo diretamente para o quarto, discando o número de telefone que eu conhecia de cor.
— Oi linda... — A voz arrastada de meu irmão indicava que ele estava com sono. Dane-se. Eu não iria deixá-lo dormir.
— O que você disse ao David? — Disparo. Começo a tirar as botas e jogo-as no chão.
— Hmmm — Sua voz adquire um tom de zombaria. Detestei aquilo. — Depende do que. Falo com ele todos os dias e sobre várias coisas. Do que exatamente está falando, Gabi?
— Falou pra ele ficar longe de mim? — Eu não sabia, mas fazer aquela pergunta doeu mais do que pensei que doeria.
O silêncio que veio em seguida me machucou ainda mais.
— Querida... — ele começa a falar, mas eu o interrompo.
— Por quê? Eu não tenho o direito de ser feliz? — Choramingo sentindo uma dor pontiaguda no peito.
— Claro que tem direito, Gabi! — Ele intensifica o grave da voz — É por isso que eu quero ele longe de você! Eu amo o meu amigo e o considero como parte da família. Mas ele não é o cara pra você.
Meus olhos ardem. Estou prestes a chorar, mas não quero que meu irmão pense que sou uma criançona.
— Ele é... — Começo a lembrar de David e sinto vontade imediata de estar ao lado dele — Ele é perfeito pra mim!
Meu irmão ri com escárnio.
— Ele fica com uma garota diferente toda noite. Depois descarta como se fosse lixo. Eu sei das aventuranças dele. Sua peculiaridade é partir o coração de garotas inocentes como você.
— Mas...
— Gabi! Eu conheço o David! Ele não vai conseguir ficar só com você. Nunca vai te dar o que você quer! Ele vai fazer você sofrer, e eu não vou suportar...
— Ele mudou, e você sabe disso! — Solto um suspiro de resignação e tiro meu casaco. Me enfio debaixo do cobertor e meu corpo trêmulo começa a esquentar.
— Gab... — Ele começa a falar com cuidado — Eu amo você. E amo o David. Mas vocês dois... — ele faz uma pausa que parece durar uma eternidade — E tem mais. Ele já fez a escolha dele.
— Como assim?
— Ele escolheu a nossa amizade, eu sinto muito. Gabi.
Sinto as lágrimas turvarem a minha visão. A pontada em meu peito se intensifica e eu afago com a mão fechada.
— Gabi? — O tom de voz preocupado me desperta do estado de torpor.
— Estou aqui. Está tudo bem. Vou desligar, estou exausta...
— Gabi... Desculpe. E-eu...
Desligo sem ouvir o que ele tinha mais a dizer. As lágrimas inundam o meu rosto.
Adormeço em instantes, sentindo a cabeça latejar.
*
De manhã, após um banho revigorante com ervas e óleos essenciais, me enrolo numa toalha branca e felpuda e vou tomar os florais que meu terapeuta havia me recomendado. Eu os tomava religiosamente. Floral de Olive para a exaustão, floral de camomila para tranquilidade e equilíbrio e floral de passiflora para acalmar minha ansiedade.
Crystal vivia zombando de minhas crenças, mas o que ela não sabia é que depois do que Richard fez comigo, entrei em estado de depressão e meu quadro clínico só piorou. Fiquei meses internada e a única que sabia de minha situação era Cassandra, que até hoje não sabia o real motivo que desencadeou minha depressão.
Ninguém sabia disso, mas Cassandra fez questão de custear todos os gastos com o hospital. Me colocou numa clinica luxuosa onde o sigilo era absoluto, e assim ninguém da minha família nunca soube.
Eu me sentia mal por isso. Queria não ter que esconder isso de ninguém. Mas um dia, talvez quando me recuperasse cem por cento, eu sentaria e contaria tudo a eles.
Arrumo meu cabelo numa longa trança e visto uma roupa leve e confortável. Penso em sair mais cedo para dar uma olhada em Crys antes de ir ao trabalho.
Uma batida forte na minha porta quase me faz derramar o café na minha camiseta.
Abro a porta e avisto um rapaz franzino com cara de tédio.
— Entrega para a senhora. — ele deixa uma caixa enorme aos meus pés e pede para eu assinar numa prancheta.
— Mas isso... — Olho o nome de entrega. David Luiz Moreira Marinho — Moço! Isso não é meu!
Mas ele já está descendo ás pressas. Bufo e arrasto a caixa até a porta do apartamento de David, toco a campainha e saio correndo. Mas ele é rápido, assim que abre a porta corre atrás de mim e segura meu braço.
— Ei! Aonde pensa que vai, mocinha? — Eu me irrito com aquele tom sedutor de merda — Ia fugir de mim?
— Não. — Falo me recompondo da vista da perfeição que era ver ele acabar de acordar. A cara amassada, o cabelo desgrenhado e a maravilhosa calça de seda do pijama. — Nem todos aqui são covardes como você.
— Gabi... — Ele crispa os lábios, me fitando com os olhos injetados — Não diga isso...
— Pois você preferiu meter meu irmão nessa história pra se safar, não é? — Eu não queria dizer tudo o que eu pensava, mas não havia outra maneira — Você não quer nenhum compromisso comigo e se encaixou perfeitamente nessa desculpinha de que o meu irmão...
David me interrompe com um beijo, me tirando do chão e me levando até sua casa. Ignorando meus protestos e xingamentos, ele me joga no seu sofá e fecha a porta.
— Você acha mesmo isso? — Ele fala obviamente magoado — Acha que eu inventei isso?
Solto um muxoxo e cruzo os braços. Lentamente olho ao redor e percebo que sua sala é duas vezes maior que a minha, e é muito, mas muito linda.
O sofá é tão branco que parece que foi retirado hoje da loja. Os móveis são todos de madeira rústica e a casa tem um toque clean e aconchegante.
— Gabi. — Ele senta ao meu lado. Prendo a respiração — Eu nunca disse ao Oscar que desistiria de você. Eu... — Mordo o lábio inferior com aflição e ele me olha retesando a mandíbula — Eu só quero que ele se acostume com nós dois. Eu sinto que sempre precisarei provar à ele que sou digno de você.
— Ah. — ele estava se declarando e eu estava me derretendo.
— Eu vou provar pra ele. — Ele lança um olhar enigmático pra mim e eu me encolho — E principalmente pra você que eu sou digno de uma garota como você.
— E as outras garotas? — Disparo.
— Eu... Eu não tenho ninguém, bebê.
Solto a respiração em alívio e ele se aproxima.
Segura minhas duas mãos e entrelaça-as nas suas, dando beijos leves em cada uma.
— Então... — Falo quando ele me puxa para si e me aninha em seus braços — Só devemos esperar?
Ele assente, me apertando com seus braços fortes. Sinto seus músculos enrijecendo quando toco com a ponta dos dedos.
— Eu não quero mais ninguém. — ele fala com a voz rouca — Só você. Quero... Eu quero cuidar de você. Fazer você feliz, gata.
Empoleirada em seus braços, toco em seu peito e desfruto do momento. Ficamos alguns minutos juntos, ouvindo somente nossa respiração.
— Como foi que chegamos a isso? — Falo quebrando o silêncio.
— Sei lá, bebê. Eu... Eu sempre te desejei, mas você sempre foi...
Desvencilho-me de seus braços para poder encará-lo.
— Eu sempre fui o que?
— Um fruto proibido — Ele grasna.
Inevitavelmente dou uma risadinha maliciosa.
— E você sempre foi o petulante amigo do meu irmão... — Falo voltando a me aninhar em seus braços. Ele tinha uma pele morna e gostosa. – Mas eu sempre tive ciúmes das suas conquistas amorosas.
Sinto seu peito tremer quando ele ri.
— Sempre foi muito difícil lutar contra mim mesmo. Era difícil ver você tão perto e não poder... — Ele traça a lateral de meu braço com os dedos — Não ter você como eu queria ter. Era frustrante pra mim ver você sozinha ou pior, com outro cara.
Atrevo-me a envolver minhas pernas em seu colo. Ele estremece e resmunga, mas não me afasta.
Seu nariz roça meu pescoço e a respiração quente que sai de suas narinas faz meus pelos do corpo inteiro se arrepiarem.
— Ainda é novo pra mim. — Confesso — Estar com você. Parece que a qualquer momento você vai ser tirado de mim, ou coisa pior acontecerá. É como sonhar a vida inteira com alguma coisa que não me pertencesse. – Suspiro.
— É como se você fosse diabético e por um dia pudesse comer a melhor torta de morango do mundo. E um dia depois você morresse. — Ele fala num tom sério, ainda acariciando meu braço.
— Obrigada pela comparação à torta de morango — Falo dando risada.
— Você é melhor que isso... — Ele fala como que para si mesmo — Você é diferente de todas as outras, gata. Você é especial.
Enrubesço e me inclino para beijá-lo. Ele me beija sem cerimônia, com urgência e rapidamente.
— Você é tão doce... — Ele fala com os lábios em minha orelha — Sou louco pra saber o seu gosto em outros lugares...
O tom de voz e a força das palavras fizeram o âmago de meu ventre se contrair. Dou um tapa em seu braço.
— Sempre pervertido, não é? — Falo com as bochechas quentes.
— Eu sou sincero — Ele fala dando de ombros. — Melhor dizer o que eu penso do que esconder, não acha? — Ele espera por uma resposta, que não vem. Depois ele me pune apertando minha bunda.
— Eeei! — Arqueio o corpo — Tudo bem, tudo bem. — Reviro os olhos. —Sua sinceridade fora do normal é de se admirar.
Ele dá um sorriso torto e torna a me abraçar. Eu estava me apegando tanto a ele que sentiria falta mais tarde.
— Preciso ir trabalhar — Falo sem vontade.
— Não pode ligar e dizer que está doente? — Ele faz uma carinha de cachorro abandonado fofa.
Penso na loucura que estaria se eu não fosse. Nos últimos dias, Cassandra só tem contado comigo e o acúmulo de trabalho de multiplicou.
— Não posso...
— Sabe que posso te obrigar, não é? — ele solta uma risada marota — Posso te levar para meu chuveiro e fazer você tomar um banho comigo.
Olho distraidamente para uma escada de madeira e penso que o quarto dele estaria lá em cima.
— Pra onde está olhando? — Ele me pega no flagra e eu fico sem jeito.
— Não estou a fim de ir pro seu abatedouro. Não tão cedo. — Falo me sentindo idiota.
— Acha mesmo que já levei alguém pro meu quarto? — Ele me lança um olhar engraçado.
Dou de ombros.
— Eu nunca trouxe garota alguma pra cá. Meu quarto é... É um santuário. Nunca levaria uma garota que fosse uma transa só pra meu quarto.
Abro a boca para falar, mas travo.
— Mas você é diferente. — Ele fala me fazendo sentir nas nuvens.
— Acho bom saber — Beijo sua bochecha e me levanto — Preciso ir. Tenho que ver como a Crystal está antes de ir ao trabalho.
Ele dá uma boa olhada em mim dos pés á cabeça e anui.
— Não vai me levar até a porta? — Pergunto quando ele não se levanta.
Ele se levanta num pulo e me abraça por trás.
— Sinta-se em casa. — E joga uma chave prateada no meu bolso.
— O que é isso? — assusto-me.
— Quando se sentir sozinha — ele sussurra em meu ouvido — venha que eu te farei companhia.
Giro o corpo para encarar sua cara de pau.
— Lembre-se de se comportar — Falo em tom de zombaria — Temos que provar ao meu irmão que somos mais do que... — Droga. Eu já estava ficando com a cara vermelha de novo — Dois corpos que se atraem...
Ele revira os olhos e me dá um beijo em minha bochecha, tocando com a ponta dos dedos.
— Até mais, bebê.
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