1. Spirit Fanfics >
  2. Garota Problema >
  3. Julgamento parte II

História Garota Problema - Julgamento parte II


Escrita por: c-cris

Notas do Autor


Um super obrigado pelos comentários de
~guria406
~izabella_2016
e também as novas favoritações.
Espero que gostem do capitulo, boa leitura.
=^_^=

Capítulo 21 - Julgamento parte II


Fanfic / Fanfiction Garota Problema - Julgamento parte II

Bruce

Depois que fui levado em custódia imediatamente fui colocado em uma sela, nem mesmo um interrogatório eu passei, o que me indicava que eles não precisavam de uma confissão pra me ferrar, como se tudo não estivesse ruim recebo uma visita que não imaginei nem por um milhão de anos receber.

- Bruce? – Ouço a voz feminina me chamar e acordo atordoado, ao me levantar percebo que eles colocaram uma camisa de força em mim, não me lembro de quase nada do que aconteceu depois que me colocaram naquela maca no hospital, lembro vagamente de ter perambulado pelo local e visto Natasha com o tal namorado, mas ainda tenho dúvidas se isso não foi só mais uma alucinação.

- Betty? – Olhei para a mulher a minha frente, mas sem saber se era realmente ela. – É você mesmo ou estou alucinando novamente.

- Não sou uma alucinação Bruce! - Ela sorri.

- Como... Nossa! Faz muito tempo desde a ultima vez que nos vimos! Sinto muito nos reencontrarmos nessas circunstancias, o que faz aqui?

- Estou aqui há um tempo! – Ela dá um sorriso triste. – Eu ajudei os amigos da sua ex a te achar, você lembra-se do que fez?

- Gostaria de dizer que não, mas eu lembro! Pelo menos até o momento em que desacordei nas mãos dos paramédicos. – Ela fez uma cara de desespero que me levou a crer que ela desejava uma resposta diferente.

- Seu advogado pediu que eu fizesse seu diagnostico...

- Diagnostico? Eu não sou louco Betty! Eu sabia o que estava fazendo, estava reivindicando o que me pertence... – Começo a sentir a ira borbulhar em mim ao lembrar que eu quase a tive de volta, mas agora isso estava mais distante do que qualquer coisa.

- Bruce para com isso pelo amor de Deus! – Ela tem um semblante aflito o que me faz parar instantaneamente, ela estava com medo de mim e eu já tinha visto aquele olhar antes.

- Betty o que veio fazer aqui? Porque veio? Sabe bem com quem está lidando, então não crie expectativas!

- Eu vim aqui porque sou a única pessoa que te ama o suficiente pra querer te ajudar e não te jogar dentro de uma sela de prisão quando você sofre de problemas psiquiátricos Banner! – Ela se levantou e saio da sala que teve a porta trancada em seguida.

Semanas se passam e eu fico em uma espécie de sela especial, todos os dias uma psiquiatra acompanhada de Betty vem me examinar, elas me afirmaram que eu sofria de algumas doenças mentais fora a bipolaridade, o que acho ser uma total mentira, mas não estou em posição de me defender já que meu advogado insiste que minha melhor saída é alegar insanidade.

- Então Bruce, nós temos algo para lhe propor! – Estavam a minha frente Betty e o advogado que ela contratou para a minha defesa.

- O que é dessa vez? – Pergunto impaciente.

- Como sabe foi possível diagnosticar que você sofre de alguns problemas psiquiátricos que podem te levar a um surto psicótico suficiente para comandar suas ações, mas não conseguimos comprovar que no momento do seqüestro era isso que ocorria, então tivemos uma idéia. – Ele olha para Betty que respira fundo nervosamente.

- Nós... – Ela olha para o advogado e diz. – Me Deixa explicar isso pra ele sozinha Jorge?

- Se quer assim... – O homem se levanta mostrando clara insatisfação o que me fez soltar um riso debochado.

- Sabe que ele tem uma queda por você né?-Digo logo que tenho a certeza que o advogado não poderia ouvir.

- É eu sei, mas infelizmente meu coração já tem dono! – Ela fala de cabeça baixa e sabia que se referia a mim, me doía saber que ela ainda alimentava sentimentos por mim, até mesmo porque eu não fui algo bom na vida dela e mesmo que tivesse sido hoje eu só tenho olhos para Natasha e ninguém mais.

- O que quer de mim? – Pergunto secamente e vejo-a fazer uma cara ainda mais triste com minha resposta.

- Jorge teve uma idéia para deixar mais real os seus problemas...

- Mentais? – Digo me irritando com o rumo dessa conversa.

- Em fim... Devido aos seus problemas o correto seria receber medicamentos específicos para cada um...

- Que vão me deixar lerdo e fora de orbita? Eu sei o que esses medicamentos fazem comigo Betty e foi exatamente por isso que parei de tomá-lo, eu sou um cientista e com esses medicamentos eu não consigo responder nem a perguntas simples como meu próprio nome!

- É...

- É essa a intenção! – A interrompo concluindo o porquê de seu nervosismo. – Vocês querem que eu pareça um demente no tribunal?

- A idéia é fragilizar sua imagem para tentar trazer empatia ao júri! – Eu solto uma Nova risada irônica. – Bruce? Eu sei como isso soa apelativo, mas é praticamente o único modo de te livrar de passar uma vida preso.

Ela coloca uma mão sobre a minha e aperta, olho em seus olhos e vejo uma quase súplica por trás de suas palavras.

- Tudo bem!

...

Meses à frente e eu me sentia como se não tivesse mais a capacidade de comer sozinho devido ao efeito dos medicamentos que me davam uma dose cavalar de calmante. Procurava sempre manter minha mente ocupada e nisso Betty passou a me ajudar bastante.

- Essas aqui são funções matemáticas! – Ela me entrega um livro com altura de três dedos com questões de função matemática, ontem eu tinha finalizado um com questões de física quântica, mas tive bastante dificuldade e a pedi que trouxesse algo mais leve.

Peguei o livro e sorri em agradecimento, até mesmo falar se tornou mais complicado, eu conseguia apenas responder frases curtas, minha voz se tornou arrastada, como se estivesse sempre sonolento. Olhei para algumas equações simples que conseguiria resolver de cabeça sem esforço e agora pareciam escritas em árabe.

- Já pode ir! – Digo não a encarando, sei que ela espera algo de mim e sei que não posso corresponder as suas expectativas, não quando não é a ela que quero. Vejo pela minha visão panorâmica que ela se levanta em silencio e sai da sela. 

A que ponto eu cheguei para conseguir o que eu quero? Estou tão lento, tão debilitado devido a essas drogas que não consigo nem mesmo sentar com a coluna reta. A ira me toma e arremesso o livro em um canto da parede, em todos os momentos de frustração, raiva ou qualquer sentimento ruim meu único refugio era meu laboratório e meus estudos, agora nem isso eu tenho!

...

Dias se passam e sinto cada vez mais minha mente vazia, completamente vazia.

Não conseguia me ater ao horário, não sabia se era dia ou noite, as vezes que podia ver a luz do dia ou a lua me chamava atenção do lado de fora da sela não poderia afirmar que horas seriam.

Lembrava que Natasha cuidou de mim em ocasiões assim, como na vez em que um dos meus estagiários fez uma mistura errada de químicos o que nos rendeu um pequeno incêndio, na hora da loucura só a empurrei para longe do tubo de ensaio no momento que percebi o que aconteceria, por isso o liquido provocou uma pequena explosão e a fumaça me deixou por dias intoxicado sem conseguir manter nem mesmo água no estomago.

- Pode descascar, estarei aqui quando acordar... – Foi o que ela me disse quando eu não quis dormir por não querer preocupá-la mais com minha fraqueza e sonolência.

Deitei na cama sentindo meu corpo cansado, exausto pra falar a verdade, fecho meus olhos novamente com a certeza que quando eu acordar ela vai estar aqui!

...

A psiquiatra vem diariamente conversar comigo, hoje não foi diferente. Ela senta na costumeira cadeira ao lado da cama, eu estava em pé olhando para fora da pequena janela alta no fundo da sela.

- Bom dia Doutor Bruce? – Não queria conversar com ela, o céu azul estava me convidando a prestar atenção em sua minúscula figura enquadrada em uma janela com barras de metal.

- Gostaria de conversar um pouco? – Não! É o que penso, mas um pássaro pousa do lado de fora da janela e me prendo ao fato de que ele é pequeno suficiente para entrar e sair dali sem nem um problema, diferente de mim.

- Sabe que semana que vem temos o seu julgamento? – Quer dizer que verei Natasha? Sentei a sua frente, mas ainda com minha atenção no pássaro que dava minúsculos saltinhos catando os caroços de arroz que coloquei para ele através das barras.

- Sabe que deve se comportar bem? – Ela falava comigo como se eu tivesse seis anos de idade, a ignorei e deixei que ela me fizesse às perguntas que todos os dias fazia, para algumas eu acenava um sim ou um não com a cabeça e para as outras me mantinha em silencio, até que ela terminou sua cessão, anotou algo em sua prancheta e saiu da sela.

Eu detesto isso! Sinto-me vulnerável, fraco, incapaz de qualquer coisa, mas segundo eles esse era o único modo que eu poderia me livrar de ser preso pelo resto da minha vida, então me restava dançar conforme a música tocava.

...

No dia do julgamento eu mal conseguia formular uma frase que fizesse sentido, apesar de que conseguia entender perfeitamente onde estava indo e o que estava acontecendo, mas era como se meu corpo e mente estivessem anestesiados. Eles diziam, “Ande até ali” e eu andava até ali, “ Fale isso” e eu falava, “Tome isso” e eu tomava.

Eu entrei no tribunal e sentei onde eles me mandaram sentar, ouvi algumas coisas que não lembro bem, mas eu sabia que tinham começado a discutir meu futuro, foi então que resolvi levantar o rosto. Passei meus olhos pelo ambiente vagarosamente, até que avistei Natasha do outro lado do local. Em uma roupa formal com dois homens ao seu lado, ela olhava para frente com bastante atenção, talvez mais atenção que o normal.

A pessoa que testemunhava era alguém que eu não lembro o nome, mas sei que trabalhou comigo na época em que fui casado com Natasha. Sem a real intenção de observá-la por tanto tempo, comecei a prestar atenção nela. Estava sentada com um papel a sua frente, a cadeira em que estava sentada possuía um descanso para as costas, mas ela não o estava usando, permanecia sentada na ponta da cadeira como se esperasse algo para levantar-se e sair. Seus olhos não desgrudavam da pessoa que testemunhava, mas logo percebi que ela lutava para não olhar na minha direção, digo isso porque em um dado momento ela não resistiu e me encarou por longos segundos.

Esses segundos me mostraram que ela não dormia há algum tempo, possuía enormes bolsas roxas abaixo dos olhos e bastante maquiagem na região o que declarava sua falha tentativa de encobri-las. Suas mãos giravam uma folha de papel como se torcesse uma roupa molhada para estender ao sol, ela estava nervosa, com medo, tensa, mas por quê?

Horas se passaram enquanto eu analisava Natasha e nesse meio tempo vi sua expressão mudar por duas vezes, uma quando Betty foi acusada de envolvimento romântico comigo e outra quando o homem que eu contratei para me ajudar testemunhou. Vi surpresa em seu rosto com relação à Betty, mas quando o homem disse que eu não me importava com o que acontecesse com o namorado dela, ela olhou diretamente nos meus olhos e senti como se ela me perguntasse como fui capaz de algo assim.

Honestamente nem eu sei, na hora eu só não me importei tanto com o bem estar dele, não que eu quisesse de fato que alguém saísse dali morto, mas eu estava disposto a qualquer coisa para tê-la de volta, independente do que fosse. Só que eu nunca esperei ver a expressão que ela possui agora, medo, misturado com cansaço, isso me fez perguntar a mim mesmo o que exatamente eu queria.

Eu queria Natasha de volta, aquela que implicava comigo a cada segundo me fazendo corar pelas mais bobas palavras, mas ela não parecia mais a mesma agora. Natasha estava abalada, triste, magra, o que eu fiz? O que realmente fiz? De repente um policial começa a me puxar para que eu levante e então percebo Natasha saindo enraivecida de dentro da sala.

Ao sairmos pude vislumbrar um grupo de pessoas que eu conhecia, mas não me importei em reconhecer cada rosto em particular, sabia apenas que eram os amigos da Natasha, eles estavam olhando fixamente algo e quando sigo para observar o mesmo local vejo Natasha saindo do tribunal feito um furacão e o tal namorado logo atrás.

Sou empurrado para um dos carros que me transportaram até ali e poucos minutos depois estou no prédio ao lado onde ficaria até que o julgamento recomeçasse, meu almoço chega sendo trazido por Betty que senta a meu lado enquanto como monotonamente.

- Posso te perguntar uma coisa? – Não respondo nada, apenas olho de relance seu rosto de receio. – Vou tomar isso como um sim! Você contratou aquele cara? Planejou o seqüestro dias antes de acontecer?

- Sim! – Respondo sem titubear e a vejo fazer cara de surpresa.

- Isso vai tornar quase impossível fazer com que te tiremos da pior pena, eles só considerariam de fato haver culpa nos seus problemas psiquiátricos se tivessem ocorrido no calor do momento, e o planejamento do sequestro mostra exatamente o oposto!

- O que acha sobre mim? – Ela parece se assustar com minha pergunta, talvez pelo fato de eu nunca interagir com ela.

- Como assim?


Notas Finais


O que acharam?
Sei que não foi o esperado rsrs, mas tentarei compensar no próximo capitulo.
Bjooo
=^_^=


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...