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História Garota Suicida - Adeus, papai.


Escrita por: tchnkim

Capítulo 1 - Adeus, papai.


Fanfic / Fanfiction Garota Suicida - Adeus, papai.

ARIANE

 

"Você é linda, só precisa demonstrar carinho." Aquelas palavras estavam me corroendo por dentro, sabia que tinha uma razão para Rafael ter dito essas palavras.

– Eu não vou transar com você. – Disse limpando a mesa do bar de onde eu trabalho.

– Arianeee, – Fez uma voz manhosa – você sabe que eu te amo, né?

– Ama mais suas vadias... – Sussurrei para mim, ainda limpando a mesa.

– Por que você não pode fazer esse favor pra mim? – Chegou perto de mim.

– Não de mais nenhum passo. – Tirei uma faca, que eu sempre carregava, do bolso do meu avental. – Você quer que eu enfie essa faca no seu pescoço? – Brinquei com a mesma passando, levemente, ela no pescoço do Rafael.

– Ariane... – Disse com a voz tremula – Nós somos amigos, não somos...?

– Amigos? Eu não tenho amigos, – Apontei a faca para o pescoço dele. Já pude sentir o suor descendo pelo lindo rosto que ele tem. – Eu tenho fãs. – Parei de apontar para o pescoço dele e dei um pequeno corte naquele rosto perfeito.

– Porra... – Gemeu de dor.

– Sai daqui, ou você quer mais? – Sorri debochada. O mesmo saiu de lá correndo.

Guardei a faca no bolso do avental e continue limpando a mesa, ainda falta 19 mesas para eu terminar...

 

(...)

 

Acabando o expediente, deixo o pano em cima de uma das das mesas e fecho o bar. Aquilo me cansava, trabalhar ali me cansava. Coloco meu casaco, já que estava 50°F. Eu não quero ir pra casa, eu odeio a minha casa. Eu passei a minha vida toda sendo torturada, espancada e estuprada pelo meu pai. Ele é um bêbado louco que adora abusar meninas. O fato deu carregar uma faca não me incomoda, o que me incomoda é pessoas dizendo para eu tirar isso do bolso. Às vezes as pessoas são tão sem noção... O problema delas é que são muito inocentes e carinhosas. E eu odeio ser carinhosa.

Chego em frente do meu apartamento, depois de andar 10 minutos nesse frio. Abro a porta da minha casa e encontro tudo quebrado. Deve ser meu pai, de novo. Pensei. Mas algo estava errado com aquele cenário. Sempre que meu pai dava esses "surtos" ele deixava cacos de vidros espalhados por todo o sofá, e nunca em cima da mesa. Deixo minhas chaves na escrivaninha, que tem do lado da porta, e dou passos lentos até a cozinha. Vejo um rasto de sangue até o quarto do meu pai. Pego uma faca que tinha jogada na pia, que também estava cheia de sangue, e vou até a porta do meu pai, abrindo-a lentamente.

Coloco minha cabeça para dentro do quarto e não vejo nada, só uma cama bagunçada. Ia já fechando a porta, mas algo me chamou mais atenção. Tinha sons abafados vindo do banheiro dele. Corro até o banheiro e o mesmo estava trancado. Merda, pensei. Mas lembrei que eu tenho uma chave que abria todas as portas da casa. Corro para a sala e pego a minha chave que tinha deixado na escrivaninha. Volto para o quarto do meu pai e abro o banheiro dele. 

Vai entrar pra minha lista de coisas que eu não deveria ter feito: Ter aberto o banheiro do meu pai.

Vejo uma garotinha – aparência de 8 anos com cabelos castanhos – no canto do banheiro. Ela abraçava as suas pernas e chorava baixinho.

– P-por favor... Não faz isso comigo. – Falou com a voz embriagada por causa do choro.

– Calma... – Fui até ela e seu olhar se direcionou a mim. Parecia assustada. – Meu nome é Ariane, o que aconteceu com você?

– U-um moço barbudo... – Fungou – M-me deu carona, mas...

– Calma, vem aqui. – Carreguei ela até a sala e deitei a mesma no sofá, que, por sorte, não estava com caco de vidro. – Vou pegar uma água pra você e você me explica o que aconteceu, tá? – Indaguei e a mesma assentiu com a cabeça.

Fui na cozinha, peguei um copo e enchi d'água. Voltei pra sala e a garotinha não estava mais lá.

– Hey, – Chamei ela – não precisa ter medo de mim, eu só quero conversar. – Coloquei o copo d'água em cima da mesa, que estava cheia de caco de vidro, e me sentei no sofá. – Sabe, a minha vida toda eu fui abusada, espancada e estuprada por uma pessoa que dizia ser meu pai. Só que, um belo dia, ele parou. Eu me perguntei o por quê, mas eu estava livre, livre de uma coisa que eu odiava. Foi daí que eu descobri que... – Uma lágrima teimosa já estava por vir, só que eu limpei antes que caísse – Que ele começou a abusar de garotinhas, indefesas e inocentes. Isso me deixou muito triste, mas eu nem liguei, já que aquilo não era comigo. Foi daí que eu achei você. – A garotinha saiu de trás do armário do qual estava escondida –  Me explica o que aconteceu com você, que eu juro que te ajudo.

– Meu nome é Lucy. – Ela veio até mim – Você jura que vai me ajudar? – Falou manhosa.

– Eu juro.

– Eu estava saindo da minha escola quando um moço chegou até mim, ele falou que era amigo do meu pai e que iria me levar pra casa. Eu aceitei e fui com ele. Só que ele foi entrando em ruas diferentes, eu fiquei um pouco assustada, mas nem liguei. – Suspirou – Daí ele me amarrou e me levou pra esse apartamento. Eu gritei, mas ninguém ouviu. Eu chorei, mas ninguém ouviu. – Ela já estava chorando de novo – Ele me fez fazer coisas que eu não queria fazer...

– Seus pais devem estar preocupados com você, não?

– Eu não sei... – Desviou seu olhar para baixo.

– Olha, – Peguei no seu queixo e fiz ela olhar para mim – me diz onde é a sua casa que eu te levo lá.

Ela me falou o endereço e eu levei ela até ele. No caminho a gente ficou conversando sobre a escola dela e o que ela gostava de fazer no tempo livre. Me assustei quando a gente entrou em um condomínio super chique, mas me assustei mais ainda quando eu vi que tinha viaturas e ambulâncias em volta da casa dela. A mesma ficou assustada e tinha começado a chorar, de novo. 

– Mãe, pai... – Sussurrou quando viu seus pais em uma maca.

– Lucy, calma. – Me abaixei até a altura dela, vendo ela chorar mais que antes – Vamos ver o que aconteceu, qualquer coisa eu cuido de você.

– M-mas eu amo eles, eu quero eles... – Ela me abraçou e eu retribuí.

– Vem, vamos. – Peguei na mão dela e levei a mesma até a ambulância que tinha seus pais. Ela foi correndo abraçar os mesmos. – Com licença. – Cutuquei um guarda que estava de costas para a ambulância – O que aconteceu aqui?

– Não é da sua conta. – O mesmo se virou até mim. Ele tem olhos azuis, cabelos pretos e é branco.

– Hey, é da minha conta sim, tá? Eu sou amiga dela, e eu ouço saber o que aconteceu aqui.

– Já ta grandinha pra ser amiga de menininha, não? – Sorriu debochado.

– Eu sou amiga de quem eu quiser, agora me conta o que aconteceu.

– Ok, ok, estressadinha. Ouve um homicídio aqui. O homem tentou matar eles dois e, provavelmente, conseguiu.

– Droga... – Sussurrei pra mim – Ta bom, tchau. – Vou até Lucy e agarro o pulso dela.

– O que você está fazendo? – Lucy me olhou assustada, ainda chorando.

– Vem comigo, por favor. – Pedi e ela caminhou comigo até o outro lado da rua – Escuta, meu pai ta atrás de você, não sei porque, mas você estará segura comigo, vem. – Levei ela até uma casa abandonada, onde eu ficava quando não queria ir para casa.

A casa até que é limpinha. Tem um frigobar, uma cama de casal, um microondas, um armário e um banheiro. Tudo que eu preciso.

– Fica aqui, eu vou resolver umas coisas. – Me abaixei na altura dela – Se precisar tem comida no frigobar. Se cuida. – Beijei a testa dela e saí andando até a minha casa.

Eu sinto nojo do meu pai, não é possível que ele tem coragem de abusar de meninas com 8, 9 anos. E hoje isso acaba. Paro em frente da minha casa e vou até o quintal da mesma. Eu guardo uma arma debaixo da terra, só por precaução. Cavo a terra e acho ela, carregada e pronta para matar. Coloco ela no bolso do meu casaco e volto para a porta principal. Abro a porta dando passos lentos e vejo meu pai quebrando vasos e porta retratos.

– Pai, cheguei. – Disse e o mesmo direcionou seu olhar para mim.

– Filha, você já esteve aqui antes? – Indagou vindo até mim.

– Que pergunta é essa, pai? É claro que eu já estive aqui, aqui é a minha casa. – Responde óbvia.

– Não foi isso que eu quis dizer... – Disse maligno – Você esteve sim aqui, da pra perceber. – Pegou meu cabelo e puxou.

– Para, pai! EU NÃO ESTIVE AQUI. EU PENSEI QUE VOCÊ TINHA MUDADO! – Gritei.

– Ninguém muda de um dia pro outro, minha Ariane... – Roçou sua intimidade na minha.

– Eu mudo! – Tirei a arma do meu bolço e apontei para a cabeça dele.

– O que você pensa que está fazendo? – Largou meus cabelos e andou para trás.

– Terminando o que eu deveria ter começado. – Forcei o gatilho – Adeus, papai. 

Atirei sem deixar ele falar uma palavra. Provavelmente os vizinhos ouviram o tiro, mas eu nem ligo. 

Agora eu estou livre...

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Eu não sei o que deu em mim, sério.


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