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História Garotas Más Não Vão Pro Céu - Two - school


Escrita por: NanaMaia

Notas do Autor


oi meninas. tudo bom com vocês meninas? sentiram saudades meninas?

parei.

entoooom, ansiosas pro novo cap????? ótimo, ent parem d ler a notas e vão ler o capitulo logo. brinquei. leiam as notas smp, pq sou mto simpática e legal.

aiaiai, amei amei amei esse cap, ent amem tbm ok? bgd dnd.

podem ler ja. n pera. podem sim. beeijo.

Capítulo 3 - Two - school


Fanfic / Fanfiction Garotas Más Não Vão Pro Céu - Two - school


    O carro estava silêncioso, tinha um clima estranho: ninguém se olhava ou se falava, era como se não existisse qualquer outra pessoa ali. Os meninos estavam quietos, todos de olhos fechados e cabeça baixa - a não ser Kanato, que brincava com Teddy. Olhei para Ayato, que estava ao meu lado, ele franzia o cenho a todo momento e parecia incomodado com algo, batendo os dedos levemente em seus próprios braços - estes estavam cruzados -, e era o único barulho emitido no carro. 

   Também tinha aquela garota loira: Komori Yui. Ela observava atentamente todos os garotos, parecia tão assustada, imaginei o que ela já devia ter passado. Suas mãos pálidas apertavam o suco de caixinha que estava bebendo, achei que estivesse nervosa. Nos conhecemos hoje, pouco antes de virmos à escola. 
                          • 1 hora antes •

    - Ei, com peitos, você não deve fugir do Todo Seu! 

       - Are are, Bitch-chan, estamos com sede. - Os dois vampiros me seguiam por toda a mansão fazia certo tempo, primeiramente era apenas Ayato, que viera cobrar o sangue que eu lhe "devia", quando falei que tomaria banho. Mas depois, Laito viu o tumulto e revolveu juntar-se ao irmão para me importunar. Eu sinceramente não queria passar outra vez por aquela dor tremenda da mordida. Meu pescoço ainda dói por  causa daquele loiro idiota. 

   Corri pelo corredor com toda a velocidade e energia que me restava, eu estava suando e arfando, meu coração batia muito rápido, fiquei com medo de ele saltar pela minha boca. Tropecei uma vez -  naquela parte da mansão, pois já devia ter caído umas cinco vezes desde que comecei a fugir -, mas me levantei rapidamente e voltei a correr. 

   Havia uma porta entreaberta, a luz estava acesa e imaginei que não teria problema entrar lá. Quase escancarei a porta e me escondi no quanto do quarto iluminado, escutando os passos dos gêmeos passando pelo cômodo. Eu sabia que eles, na verdade, estavam apenas brincando comigo, me cansando, porque eles poderiam me pegar a qualquer momento, com a super velocidade, audição e essas coisas de vampiros. Mas eu não ligava, tudo que pudesse fazer para evitá-los, eu faria. Tentei controlar minha respiração, coloquei a mão no peito e suspirei. Olhei ao redor, prestando mais atenção ao quarto que havia entrado: era rosa, e tinha uma cama enorme no centro, me perguntei de quem seria.

    Então uma garota de cabelos loiros e olhos rosados saiu do banheiro, ela parecia cansada e sonolenta, como se tivesse acabado de acordar. Quando me notou ali, encolhida no canto de sua parede, se assustou um pouco, mas logo fez uma cara aliviada e sorriu, meigamente.

     - Olá. Sou Komori Yui. É um prazer. 

  - S-Sou Miya. É um... Prazer. - Fiquei desconcertada, ela parecia não estar surpresa em me ver ali. Uma menina desconhecida no meu quarto, eu surtaria. Mas o que não saia da minha cabeça era: por que ela tem um quarto aqui?

   - Você deve ser a nova noiva de sacrifício, não é? - Yui se aproximou.

       - Hum. - Acenti.

   - Ah, eles falaram que você chegaria. Desculpe, eu estava desmaiada quando você chegou, não pude te receber. - Ela parecia extremamente envergonhada por dizer aquilo, e eu extremamente preocupada. - Ayato exagerou um pouco dessa vez. Oh! Presumo que você já saiba, sim? - Balançei a cabeça confirmando. 

    - Ahn, desculpe, mas você mora aqui? - Indaguei.

  - Sim. Sou uma noiva também, cheguei aqui há algum tempo. - Ela sorriu. 

   - Vejo que já se conheceram. - O ruivo nos olhava na porta, rindo. Tentei correr para o outro lado do quarto, mas ele foi mais rápido. Segurou-me pelos pulsos, divertindo-se com a situação. Mas por sorte, Reiji chegou mandando que nos arrumasse-mos para a escola. 
                                    • Agora •

   A limusine parou bruscamente, fazendo minha cabeça pender para a frente. Fiz uma careta e peguei minha mochila, ajeitei a saia - ridicula - do uniforme e esperei todos descerem para ir por último. Escutei gritos lá fora, então resolvi olhar pela janela para ver quem causara o tumulto. Havia várias meninas em volta da porta do carro, soltando suspiros apaixonados e falando coisas como: "Ai que lindos" ou "Que saudade deles" ou até mesmo: "Nossa como eu os amo." Rolei os olhos com a idiotice, todas essa garotas são tão superficiais que me dão nojo, devem passar horas na frente de um espelho se maquiando para chamar a atenção deles. 

   Quando saí do carro os gritos cessaram. Todas me olhavam com cara estranha, como se perguntassem: "Quem é você e o que faz com eles?", mas eu apenas ignorei, passei direto sem olhar para nenhuma dessas bobonas apaixonadas. Apressei o passo quando vi que os meninos se distanciavam, consegui alcançar Laito, que flertava descaradamente com uma baixinha de cabelos loiros. 

   - Ei... Chapeleiro. - Falei, meio incerta se deveria. A menina me olhou com cara feia quando ele passou a ignorá-la e olhar para mim. 

  - Oh, Bitch-chan. Veio para continuar-mos nossa brincadeira? - O ruivo sorriu maliciosamente, franzi o cenho e coloquei as mãos na cintura.

   - Entendi muito bem o duplo sentido. - Briguei. - E não, não vim pra isso. Só queria saber em qual sala vou ficar. - Ele pensou um pouco e colocou um dos braços por cima de meus ombros, trazendo-me para bem perto. Começamos a andar pelo corredor, e eu o olhava ainda esperando uma resposta.

   - Acho que na do Shu. Mas não ligue pra isso agora. - O olhei confusa, então ele explicou. - Ainda temos quarenta minutos antes da aula começar. - O vampiro disse casualmente. Mas seu olhar logo ficou cheio de malícia outra vez. - Podemos fazer muitas coisas nesse tempo. - Rolei os olhos e dei uma cotovelada em sua barriga, fazendo-o sorrir. 

  - Tarado. - Continuamos andando um pouco, algumas meninas com vozes finas e irritantes nos paravam para falar com Laito, e eu ficava secretamente estressada, porque estava divertido conversar com ele, mas elas estavam nos atrapalhando. Já o ruivo adorava, as olhava de cima pra baixo sem nenhuma vergonha e com vontade, podia ver seus pensamentos sujos só no seu olhar. - Você é um pervertido sabia? - Ele fingiu ficar ofendido, mas depois sorriu novamente. Esse garoto está sempre sorrindo oras?!

   - Por que diz isso? 

   - Pensa que não te vejo olhando os peitos delas? - Belisquei sua bochecha e passei o braço ao redor de sua cintura tentando ficar mais confortável com o peso do braço dele sobre meus ombros. 

   - Algo tão bonito deve ser admirado, não acha? - Eu ri, pela primeira vez em bastante tempo. 

Há quantos meses não converso assim com um garoto?

E então parei pra pensar: há quantos meses não converso assim com um garoto?! Apenas de chegar perto dele eu devia estar surtando! Desde aquele dia no orfanato não consigo me aproximar de um cara sem começar a chorar. E talvez esse meu trauma fosse muito pior se minha colega de quarto não houvesse chegado antes. Mas eu estava conversando normalmente com Laito. Só podia ser um milagre. 

  Ele estava lá falando e meu coração batia normalmente, não tinha nenhum batimento fora do normal e eu não estava com nojo dele. Sorri. 

   - Ei, vocês tão juntinhos assim me deixam até com ciúmes. - Ayato apareceu na nossa frente, sorrindo também. Pensando melhor, eu não sinto medo de nenhum deles. Bom, não por serem homens, sinto por serem vampiros. Estremeci ao lembrar da verdadeira natureza de meus novos "irmãos". - Laito, minha vez de me divertir com a Algodão-doce. - Ele disse sério, vi de relance Laito fazer uma careta e tirar lentamente o braço dos meus ombros. 

   - Hm... Você é tão possessivo Ayato-kun. - Ele disse de olhos fechados. - Bom, aqui que nos despedimos Bitch-chan. - O ruivo se aproximou de meu pescoço e lambeu o mesmo, fanzendo com que eu me arrepiasse. - Mais tarde quero provar seu gosto. - Ele sussurrou em meu ouvido com a voz mais sexy que conseguia. Senti meu rosto corar um pouco, mas era mais de raiva do que de vergonha. Dei um tapinha em suas costas e ele se afastou. 

   Me aproximei de Ayato, que passou o braço direito por cima de meu ombro assim como seu irmão. O vampiro olhava pra frente, com o nariz em pé, parecia se sentir o tempo todo incrível, de certo modo eu gosto disso nele - mesmo que me irrite um pouco esse egocentrismo -, ele tem a confiança que eu nunca tive. 

  - Então... Onde estamos indo? - Perguntei. - Temos aula em dez minutos sabia? 

   - Não se preocupe com peitos. Dá tempo. - Ele disse e olhou rapidamente para mim, mas logo voltando sua atenção para os corredores, desviando-nos das pessoas que passavam. 

   Entramos em uma sala pequena, parecia com um  laboratório de física, mas não tinham muitos instrumentos para o estudo da matéria. Ayato fechou a porta, e fiquei um pouco receosa com o que ele planejava. Lembrei que ele não havia conseguido beber meu sangue, pois Reiji o atrapalhara. Será que iria querer agora?

   - Ei, Todo meu, nós precisamos ir, não quero me atrasar no primeiro dia. - Disse nervosa. - Vamos, abra a porta. - Tentei me aproximar da maçaneta, mas ele me impediu com um sorriso meio assustador.

  - Estou com muita sede, Algodão-doce. Minha garganta está pegando fogo. - Ele se aproximou devagar, fazendo-me dar passos largos para trás. Fui obrigada a parar quando bati as costas contra a parede e um desespero me preencheu no momento. Olhei para todos os lados procurando algo que pudesse me defender, mas era tarde demais. Ayato colocou as mãos ao lado da minha cabeça e o joelho entre minhas pernas, impossibilitando-me de fugir. 

   - Ayato! Me solta! - Me debati. 

   Senti seus dedos roçarem meu pescoço afastando meu cabelo, logo depois sua língua umideceu a minha pele e eu estremeci. Foi então que senti as presas fincarem em minha carne e meu sangue ser tirado de mim. 

   A dor era do jeito que eu me lembrava. 

   - Seu sangue... É tão doce. - Ele voltou a beber com mais intensidade, fazendo ficar ainda mais doloroso, principalmente por causa da mordida de Shu, que ainda doía demais. Gemi de dor e bati em seu peito. 
 

 - Ayato, está doendo! - Ele finalmente tirou suas presas de meu pescoço e limpou o canto da boca, que escorria um pouco de sangue. O ruivo olhou as marcas que deixara e percebeu que havia mais uma ali. Ele tocou os furos que não eram dele, e eu dei um pequeno pulo. 

   - Shu? - Ayato riu pelo nariz. - Depois eu que sou o louco possessivo. Ele quase arrancou seu pescoço. - O vampiro bufou, puxando meu pulso em direção a saída. Fiquei aliviada por saber que ele estava saciado, queria ir logo para a minha sala e esquecer o que acabou de acontecer. 

  - Ei, me leva pra minha sala? - Pedi, ainda sendo guiada pelo mais velho. 

   - Hum. Em qual sala você tá? 

   - O Chapeleiro disse que eu estou na do Shu. - Falei fazendo cara de sono. Ayato fechou a porta e acentiu, saindo na minha frente. Não era muito distante de onde estavamos. O ruivo virou-se para mim com olhar cansado. 

    - Entregue. Sala 3-B. - Ele fez uma cara pensativa. - Você é adiantada? - Sorri um pouco envergonhada, todos sempre se surpreendem, tenho apenas 15 anos mas já estou no último ano do ensino médio. Digamos que eu tinha bastante tempo livre no orfanato depois do "incidente" com um dos órfãos de lá. 

   - Pois é... 

   - Tanto faz, é melhor você entrar, a aula vai começar daqui a pouco. - Concordei e agradeci por ter me trazido até aqui, então ele foi embora. Abri sem pestanejar a porta da sala, tinham muitos alunos conversando sem parar, na verdade eles gritavam. Faziam gestos para enfatizar o que diziam e gargalhavam alto. Mas o que realmente me chamou atenção foi um certo loiro dormindo na última cadeira. Ele mantinha os braços cruzados e a cabeça encostada na parede ao seu lado. Tinham algumas garotas ao seu redor, um pouco mais distantes, que o admiravam e suspiravam. Revirei os olhos com tamanha babaquice, elas realmente não tinham nada melhor pra fazer?

   Como as mesas eram de duplas, pensei que poderia sentar ao seu lado, já que ele era o único que eu conhecia ali. Me aproximei rapidamente, evitando os olhares que recebia dos alunos. Nunca me senti confortável com contato visual, sempre sinto como se as pessoas estivessem me julgando pelo que eu fiz naquela noite. Joguei meus livros na mesa, a mochila no chão e sentei. Shu não chegou a abrir os olhos, mas eu tinha certeza que ele estava acordado. As meninas me olharam com cara feia e só se afastaram - cada uma para seu devido lugar - quando o professor entrou em sala, chamando a atenção da turma.

  O professor, que era alto, com cabelos meio grisalhos e um terno que parecia ser um pouco quente demais para o clima de hoje, arrumou seus materiais sobre a mesa e nos encarou. Ele tinha olhos pequenos e quase não dava para ver que eram de cor castanha, sua boca fazia parecer estar sempre pensando em algo, pois era fina e reprimida, como uma linha, o nariz um pouco grande, me lembrava o Gargamel de "Os Smurfs".

   - Vejo que temos uma nova aluna. - Ele sorriu. - Faremos uma entrevista hoje pessoal? - Senti uma certa animação em sua voz, o que me deixou um pouco apreensiva, pois as últimas professoras que tive só ficavam felizes quando algum dos alunos ia se dar mal. 
 

 - SIM! - Todos gritaram em uníssono, alguns meninos começaram a bater nas mesas e as garotas cochicharam, me lançando olhares não muito amigáveis. Engoli em seco e me levantei quando o professor fez um jesto para que eu o fizesse. Olhei para Shu, em pedido de socorro, mas o mesmo nem abriu os olhos, coisa que me irritou. 

   - Então, a nossa "entrevista" - O professor fez aspas com os dedos. - são apenas algumas perguntas que seus colegas irão fazer. Nada demais. - Ele sorriu. - Tudo bem pra você? - Acenti um pouco indecisa, afinal, o que teria demais em algumas perguntinhas bobas de escola? 

   Como ele disse: Nada demais.

   Respirei fundo para me acalmar, sempre fui péssima em falar em público. Normalmente acabo gaguejando ou até - nas piores das hipóteses - passando muito mal. 

   - Podem começar. - O professor - que vi no quadro negro em que ele acabara de escrever se chamar Sr. Steve - disse ainda com seu tom animador, sentando-se na cadeira para que apenas eu ficasse de pé. Todos se viraram para mim em um piscar de olhos e eu comecei a ficar ainda mais nervosa. 

    Nada demais, nada demais, nada demais... 
 

 - Qual o seu nome? - Uma garota perguntou.

  - Miya... - Pensei um pouco em que sobrenome diria, já que não tinha um. Fiquei um pouco desesperada depois de perceber que não vinha nenhum a minha cabeça, e então click! Achei. - Miya Sakamaki. - Sorri. Vi o loiro entreabrir os olhos ao meu lado e me olhar, mas logo os fechou novamente.

  - Quantos anos você tem? - Foi a vez de uma menina pequena perguntar, parecia uma criança. A achei fofa. 

   - 15. - Vi a cara de espanto dos outros e acrescentei: - Antes que perguntem: Sim, sou adiantada. - Um garoto bonito sentado no meio da sala levantou a mão junto a várias outras pessoas, mas ele parecia meio afobado para perguntar logo, apontei para ele pedindo que falasse.

   - Você tem namorado? - Corei um pouco, quis dizer que sim para que ele não tentasse se aproximar, mas odeio mentiras, então apenas murmurei um "não", lhe arrancando um sorriso. Apontei dessa vez para uma menina loira, e percebi que ela era uma das que roadeavam Shu mais cedo. 
 

 - O que você é dos Sakamaki? - Entrei em um pequeno pânico interno. Meu coração acelerou e minha cabeça estava quase pifando de tanto forçá-la a pensar em uma resposta. "Ah, sou a noiva de sacrifício. Sabe, vou alimentá-los com meu sangue até morrer.". Isso não parecia ser o melhor a dizer. Mas o que? O que eu diria? Tenho certeza que Shu podia ouvir as batidas extremamente aceleradas do meu coração, e olhei pra ele procurando ajuda, mas o mesmo nem se mexeu. Estupido. 
 

 - Ahn... Eu... Fui adotada pela família deles. - Falei a primeira coisa que me veio a mente, e vi os olhares de alívio das meninas presentes na sala. Ouvi uma risada abafada ao meu lado. Aquele maldito loiro estava rindo da minha cara. Vou matá-lo. 

  - Você sabe o que aconteceu com seus pais biológicos? - Ouvi alguém perguntar, mas não vi quem era, porque minha cabeça agora era bombardeada com as lembranças daquela noite. Escutei um barulho, como se alguém batesse na janela, a olhei e vi as sombras tentando passar. Elas estavam enormes e se mexiam freneticamente, mudando de forma a todo momento, tentavam se esgueirar pelas frestas das janelas, mas não conseguiam. Inspirei com força, tentando disfarçar o nervosismo evidente. Lembrei que ainda tinha que responder a pergunta e encarei minha mesa, sabendo que se olhasse a classe provavelmente choraria. 

   - Eles... Morreram... Foram assassinados na minha frente. - Funguei, e esperei do fundo do meu coração que não houvessem mais perguntas. Entrevista idiota. Era demais sim, pelo menos para mim que tenho tanto guardado. 

    Todos estavam em silêncio, me encarando.
 

 - Ahn... É melhor encerrarmos por aqui. - O Sr. Steve falou. - Sinto muito pela perda Miya. - Acenti e sentei-me novamente, como se tivesse desmontado. - Voltemos a aula. 

   O tempo passou mais degavar do que nunca depois disso, não consegui prestar atenção em nada e fazia de tudo para também não reparar nas sombras que ainda queriam entrar. Quando o sinal tocou foi como se um furacão passasse pela sala, todos se levantaram tão rápido que até fiquei com pena do professor, que acabou falando os exercícios da próxima aula para as paredes. Demorei um pouco para juntar o material, ainda tinha que encontrar meu armário para guardar as coisas, mas não fazia ideia de onde eles ficariam. Peguei minha bolsa e levantei, indo em direção à saída. Um grupo de quatro garotos veio em minha direção, incluindo aquele que me perguntou se eu tinha namorado. Estremeci ao vê-los se aproximarem, mas tentei disfarçar.

   - Ei, Miya-chan. - Um deles chamou. De onde tirou toda essa intimidade? - Quer se divertir um pouco com a gente? - Ele sorriu, chegando cada vez mais perto, cada vez mais perto. Ficou difícil respirar. 

   - Não. Desculpe. Preciso encontrar alguém. - Falei de cabeça baixa, mas quando tentei sair um loiro tingido colocou o braço, sem me deixar passar. - Com licença. - Pedi. Minha garganta estava começando a fechar e podia sentir as lágrimas se formando no canto de meus olhos, mas me segurei, não choraria na frente deles. 
 

 - Que isso boneca, vamos brincar um pouquinho. - Ele aproximou o rosto do meu e eu o empurrei, mas só o fez dar um passo pequeno para trás e me fazer uma careta. - Quem você tá-

   - Chega. Deixem ela em paz. - Um dos amigos dele disse rispidamente, já andando na frente dos outros, que o seguiram. O garoto loiro que empurrei pareceu se irritar e soltou um "tsc", mas saiu, me lançando um olhar ameaçador. 

   Esperei todos saírem, para então poder escorregar pela parede e me sentar no chão. Abraçei meus joelhos e afundei meu rosto nos mesmos. Senti algumas lágrimas escorrem pelas minhas bochecas. Garotos são tão idiotas! Me sinto usada. Outra vez. 
Funguei e limpei o rosto com o braço, mas continuei sentada, esperando que eu conseguisse parar totalmente de chorar. 

   - Ei. - Escutei. - Venha aqui. - Olhei para cima e só então percebi que Shu continuava sentado em sua cadeira. Ele mantinha os olhos fechados e me fez sentir uma certa raiva dele por não ter me ajudado. Continuei imóvel, porque estava com medo de que ele me mordesse novamente. - Estou mandando vir pra cá. - Ele disse ríspido, sua voz é tão grossa e potente que me deu certo receio de não obedece-lo, então me levantei e fui devagar em sua direção, limpando as lágrimas que ainda escorriam. Eu devia parecer uma criança chorona que a mãe não deixou tomar sorvete quando parei ao lado dele.

Pigarreei.

   - O que você quer? - Ele abriu os olhos, e novamente eu quase me perdi naquele azul intenso. Bateu a mão em seu próprio colo ainda me olhando sem interesse.

   - Sente aqui. - O loiro disse casualmente e eu demorei um pouco para processar o que falara. Quando entendi, arregalei os olhos.

   - No seu colo?! E-Eu não posso! - Me odiei por ter gaguejado. 

   - Não estou perguntando, estou mandando. Ainda não entendeu? - Seu olhar mudou de desinteressado para irritado, me causando um arrepio. Certamente não queria ver seu olhar de pronto-para-matar. Obedeci e me sentei com uma perna para cada lado de seu corpo. Coloquei a mão na saia para tampar minha calcinha que ficaria a mostra, eu estava mais corada do que nunca, provavelmente parecia que eu iria explodir.

   Ele segurou minha mão e a tirou da saia, deu uma boa olhanda em mim. De cima pra baixo. Pude sentir meu rosto ainda mais quente. Shu pegou uma mecha do meu cabelo e a jogou para trás, deixando minha pele à mostra, ele aproximou o rosto e pude senti sua respiração em meu pescoço, logo depois sua língua lambendo-o, o que me fez ficar completamente arrepiada. 
 

 - Ei Shu... Alguém pode entrar. - Eu falei, realmente envergonhada. Estávamos em uma situação um tanto quanto sexual demais, eu sentada em seu colo e ele lambendo meu pescoço, isso pareceria outra coisa aos olhos dos outros. 

   - Cale a boca. - Finalmente o vampiro cravou suas presas na minha pele pálida, mas desta vez ele afastara minha blusa e mordera um pouco acima de meu sutiã, quase que em meu seio. Soltei um gemido com a dor e apertei fortemente o seu cabelo, puxando-me para ainda mais perto dele como se fosse amenizar a sensação de ter minha pele rasgada. - Mas que garota suja. Me deixou morde-la facilmente, gosta de minhas presas te perfurando? - Ele riu. Tinha razão. Por que não tentei o impedir ou fugir como fiz com Laito e Ayato? Eu não senti vontade de fazer isso, de alguma forma esquisita e constrangedora eu queria que ele me mordesse, queria poder saciar sua sede, foi algo quase que involuntário. 

  O loiro desceu suas mãos - que antes se encontravam em minha cintura e nuca - até minhas coxas. O senti apertá-las de um modo que me fez perder o ar, ele as massageava com força e parecia se divertir com os pequenos gemidos que eu soltava sem querer. Shu retirou suas presas e afastou apenas um pouco o meu sutiã, mordendo logo depois um pouco mais abaixo da mordida anterior. 

   - Shu... - Gemi seu nome por causa da dor, mas de algum jeito aquilo parecia me agradar. Senti sua boca dar um sorriso e suas mãos passearem novamente pelo meu corpo, parando agora em meu bumbum. Ele fez o mesmo que com as pernas, apertou e massageou fortemente. 

   - Gemendo meu nome desse jeito, como você é imunda. Está gostando de ter sua pele rasgada por minhas presas? - O vampiro sussurrou um uma voz rouca em meu ouvido. - Posso sentir sua animação aqui embaixo. Mas que safada. - Me remexi um pouco em seu colo, tentando me soltar, eu estava tão constrangida que achei que fosse morrer. E se alguém nos visse daquele jeito, como iriamos explicar? - Se você se mexer apenas doerá mais. 

   Fiquei quieta, percebendo que era verdade, mas então Shu se levantou, segurando-me pelas coxas. Com o susto coloquei minhas pernas em volta de seu corpo, me prendendo a ele. O loiro me sentou na mesa a nossa frente e continuou a brincar com meu corpo, ainda bebendo meu sangue. Apoei a testa em seu ombro quando comecei a me sentir tonta. Ele já havia bebido sangue demais. Pensei que fosse desmaiar, não conseguia pedir para que ele parasse, pois a voz não saia. Apertei seu cabelo outra vez, e tentei respirar fundo. Finalmente Shu tirou suas presas de mim e me encarou, puxando-me pelos ombros. Eu estava com lágrimas no canto dos olhos e fazendo cara de choro. Funguei e cocei o nariz. Parecendo um bebêzinho chorão. 

   - Está doendo. - Choraminguei. Por um momento falei como se ele fosse realmente se importar, mas o mesmo parecia cansado e irritado por eu ter lhe atrapalhado. Ele me soltou e deu um passo para trás, fechando os olhos novamente e ajeitando seus fones de ouvido.

   - Humanos são tão fracos. Me irritam. - O vampiro murmurou. Eu ia falar alguma coisa, mas ele simplesmente sumiu. Suspirei. Reuni o máximo de força que consegui - e não foi muita -, toquei o pé no chão e joguei o peso para a perna. Me joguei de vez para o chão e quase caí, pois minhas pernas estavam tremendo. Joguei minha bolsa no ombro, dei um passo, e depois outro, e mais outro, tentando ao máximo me manter em pé. Demorei, mas saí da sala e fui procurar o pátio. 

  Cambaleei um pouco pelo corredor, precisei me segurar na parede para não cair. Eu estava tonta e sem força nenhuma, não conseguia nem ver direito o que estava na minha frente. Dei mais alguns passos, mas senti que iria cair. Por sorte, bati em alguém que me segurou, impedindo-me de dar com a cara no chão.

   - Ei, você tá bem? - Olhei pra cima e vi o rosto de uma menina um pouco assustada. Ela tinha os olhos diferentes e amarelos, o cabelo comprido preto e a testa um pouco grande. Suas bochechas estavam levemente coradas, e usava um batom vermelho intenso. Tentei me levantar, mas caí novamente, a garota me segurou e colocou-me em pé com dificuldade. - Venha, vou te levar à enfermaria. 

   - Não. Não precisa. Só preciso sentar. -Falei um pouco desesperada. Reiji não gostaria de saber que eu estava por aí quase desmaiando. A menina pareceu pensar um pouco, suspirou e finalmente cedeu.

   - Certo. Eu te levo pro pátio. - Me apoiei nela e fomos devagar pelo corredor. Minha cabeça estava latejando e eu odiei todos aqueles vampiros odiotas. Ele me deixou sozinha depois de quase drenar meu sangue! Queria matá-lo. 

  Não demorou muito para que chegássemos. As pessoas estavam conversando alto e gargalhando, vários grupinhos espalhados, e pude ver as algumas garotas da minha sala. O meninos de mais cedo também estavam lá. Estremeci, mas tentei ignorá-los, sentamos em um bando cinza e grande, estava todo pichado com desenhos e nomes de alunos. Me encostei na parede e abracei minha bolsa, respirei fundo com os olhos fechados, tentando me concentrar apenas na minha mente. A tontura estava passando, mas eu continuava me sentindo fraca e impotente. 

   - Está se sentindo melhor? - A menina que me ajudou perguntou, até havia esquecido que ela estava aqui. A olhei sorrindo meigamente e acenti.

  - Sim. Obrigada por me ajudar. - Suspirei. - Desculpe pelo incômodo. - Ela balançou a cabeça freneticamente, ainda com um ar preocupado.

   - Não se desculpe. A propósito, eu me chamo Nana Yoshida. - Ela sorriu, mesmo tendo um semblante meio bravo, ficava muito simpática e bonita sorrindo. 
 

 - Sou Miya Sakamaki. - Sorri. Nana fez uma cara surpresa, como se tivesse descoberto o maior segredo do mundo. 

   - Ah! Você é a garota que está morando com os Sakamaki! Soube que a família deles te adotou. - Fiqui surpresa em como as notícias voam rápido por aqui, mas apenas confirmei com a cabeça. - Por que estava tão mal agora a pouco? 

   - Eu só... Não comi direito. - Não deixava de ser verdade. Provavelmente não como nada há quase um dia, e o fato de tanto Ayato quanto Shu terem tomado de meu sangue apenas piorou. Colquei as mãos dentro da bolsa e apertei o casaco bege que o mais velho me emprestara ontem. Eu estava me sentindo usada, ainda podia sentir suas mãos passeando pelo meu corpo, apalpando-me. E eu sabia que o loiro fizera isso de propósito, para me mostrar que quem mandava era ele, para que eu tivesse a certeza de que apenas sou um mero objeto para o mesmo. 

Estou aqui apenas para satisfazê-lo.

   Me encolhi no banco, ainda apertando o maldito tecido, de algum jeito esquisito e meio masoquista, segurar o casaco dele me acalmava, como se estivesse sendo envolvida por braços grandes e protetores. 

   - E a Yui Komori? Ela mora com você não é? - Nana perguntou fazendo careta. - Sinceramente, eu acho ela um saco. - Ela colocou a língua pra fora e revirou os olhos.

   - Você a conhece? - Perguntei.

   - Sim. Infelizmente estamos na mesma sala. 

   - Ah. Não a conheço muito bem, então não sei o que achar ainda. - E era verdade, não tinha tido nem uma conversa completa com a loira, mas ela não parecia ser má pessoa. Os meninos também pareciam gostar dela, principalmente Ayato, que vive a chamando de "panqueca" e dando-lhe algumas indiretas. Nana bufou, olhando para alguns garotos que nos encaravam.
 

 - Esses meninos são tão idiotas! Vivem em cima da gente como moscas. Ou urubus. Você escolhe. - Ela parecia irritada, e pensei se era sempre assim, não ligaria se fosse, é engraçado vê-la fazendo caretas para os garotos que gritavam chamando-a de "gatinha" ou "gostosa", só para provocar. - Mas e você? Gostou de algum deles em seu primeiro dia? - Nana levantou a sobrancelha e aproximou-se de mim, fazendo uma cara engraçada.

  - Não. São todos meio nojentos. Acho que moscas e urubus são termos excelentes para descrevê-los. - Ela riu e concordou. - E você?
 

 - Ah... Eu tenho uma quedinha pelo Laito. - Não pude esconder minha surpresa e arregalei os olhos, com um sorriso.

   - Laito?! Aquele Laito?! - Ela acentiu, envergonhada.

   - Bom, agora eu tenho você pra me ajudar. Mas ele é um bobão sabe, eu sei disso, já estou conformada. O problema é que isso não muda nada. - A morena revirou os olhos, mas logo pareceu se lembrar de algo. - Ah! Quase esqueci. Vai ter uma festa esse final de semana, pra comemorar a volta às aulas e tudo mais. Vai ser na casa de um cara do terceiro ano. Usui, eu acho. todo mundo vai, provavelmente vão estar todos bêbados e se pegando, então pensei que nós duas podíamos ir pra rir dos idiotas caindo na piscina e escorrengando no próprio vômito. - Ela parou de falar e suspirou. - Tá. Certo. Eu também quero muito empurrar alguém nela. De preferência uma dessas patricinhas retardadas que correm atrás dos meninos. Mas só porque não as suporto. Então, quer ir? - Pensei um pouco. Seria realmente muito divertido ir com ela, e também, fazia muito tempo que não saia para me divertir com uma amiga. Mas talvez Reiji não deixasse, provavelmente pensaria que eu iria fugir... Não se eles forem comigo!

  Sorri e comecei a pensar em várias maneiras de convencê-los a ir para essa tal festa. Eles não parecem ser muito de sair, e provavelmente seria muito difícil. Confesso que na verdade eu estava com um pouco de medo do que eles fariam. 

   - Claro, seria ótimo. - Então Nana começou a me falar como vai ser maravilhoso, e que estava muito animada por eu ir com ela, pois sua única amiga está viajando e só volta em algumas semanas. 

   - Agora, se você conhecer um garoto chamado Ryota, sugiro que o evite. Estudei com ele ano passado, tenho certeza absoluta que conhece o cara que vai dar a festa. Ele é do time de basquete. Tudo bem que ele é super lindo e vai até parecer fofo no começo, mas tem uma namorada em outra escola, a maior vaca do universo. Bem, pelo menos ela acha que é a namorada dele... Nunca vi mais imbecíl. - Nana se aproximou e sussurrou por trás da mão: - Ela foi expulsa daqui, parece que finalmente entendeu que escola não é lugar pra trocar saliva. - Ela piscou e se afastou, voltando a falar normalmente. - Enfim, agora está amargurada até o talo por isso. Tem seguidores fieis e espiões trabalhando por toda a parte. - A morena levantou as sobrancelhas. - Também é meio revoltadinha. Deve saber que o "namorado" - Fez aspas no ar. - adora ter mais de uma opção. Se é que você me entende. 

   - Saquei. - Eu ri com o cenho franzido. - Ficar longe do Ryota. Anotado.

   - Nós podíamos nos arrumar juntas! O que acha? Na minha casa não dá, meus pais estão num momento difícil, sabe como é. Pode ser na sua? - Sorri pra ela e acenti, mesmo não sabendo se realmente poderia ser na minha casa, ou em qualquer outro lugar. Agora tenho que convencê-los a deixar-me receber uma amiga e ainda ir a uma festa com ela. Tem coisa mais impossível?  

   - Claro. Eu te aviso. 

  Nas próximas aulas o Shu não apareceu, o que me deixou menos nervosa, mas um pouco preocupada também. Ele devia estar dormindo em algum lugar. Não era da minha conta. Mas eu sou extremamente curiosa - e meio idiota -, então resolvi pedir ao professor para ir ao banheiro. Claro que iria procurá-lo. Sabia das consequências que isso poderia ter, talvez ele me mordesse novamente e eu desmaiasse, ou coisa do tipo, mas não liguei. Sinceramente, ainda estava com muita raiva daquele vampiro imbecíl, mas não conseguia evitar ir atrás dele. 

  Ouvi dizer por aí que ele é o "dono" da sala de música, está sempre por lá. Não que eu soubesse onde ficava, pelo contrário, devo ter rodado a escola toda pelo menos três vezes antes de encontrar o maldito cômodo. A porta estava fechada, mas como as outras, tinha uma janelinha no meio. Encostei minha testa na mesma e imprensei meu nariz nela, a fim de ver melhor. Grande erro. 

   Lá estava o loiro que eu procurava, mas não estava sozinho. Ele beijava uma ruiva, ferozmente. Não apenas beijava na verdade, os dois estavam quase engolindo um ao outro. Ela já estava sem blusa, arranhando as costas do vampiro por debaixo do uniforme, e as mãos dele percorriam todo o corpo escultural da menina com vontade. 

   Meu coração pareceu murchar. 
 

 Não entendo o porquê, mas uma tristeza enorme me invadiu, senti um vazio que nem cabia dentro de mim. Eu tinha certeza que não era amor ou paixão, longe disso, parecia ser algo além, não no sentido de ser mais forte do que esses dois sentimentos exdrúxulos, mas sim uma coisa inexplicável, como se não pertencesse diretamente a mim. Algo que eu não entendia, mas estava ali, preso e condenado a mim. 

   Meus olhos encheram de lágrimas, e agora minhas bochechas também, o ar começara a me faltar e eu não entendia o motivo de estar chorando tanto. Como se essa maldita dor fosse involuntária. Eu queria que parasse. De alguma forma esquisita vê-lo ali com outra garota estava me matando. Mas por quê?! Não era amor nem ódio. Então o que diabos era isso? Eu só queria entrar naquela sala e bater nessa garota idiota, e depois bater nele também, gritar e falar como estou com raiva por não entender o que está acontecendo comigo. Parece que estou predestinada a isso. A essa dor.

  Respirei fundo e virei-me, não aguentava mais olhar para aquela cena. Comecei a andar devagar em direção a minha sala, limpando as lágrimas que ainda caiam. Sou uma masoquista? Parece que o conheço há anos. Como se nos conhecêssemos desde antes de eu nascer. Como se tivéssemos vivido tanto, e ao mesmo tempo nada. Como se estivessemos ligados um ao outro. Não entendo! 

  As sombras pairavam em cima de mim. Elas se mexiam e se contorciam, pareciam mais agitadas do que normalmente, sussurrando meu nome várias e várias vezes. 

  Miya. Miya. 

  Eu queria gritar, espantá-las daqui. Mas fiquei quieta. Não queria parar novamente em um psiquiatra por acharem que sou louca. Não quero mais ser a garota que conhece todas as clínicas psiquiátricas da cidade e é internada constantemente por causa de "surtos". Queria ser normal pelo menos nesse lugar onde ninguém me conhece. Será que o sofrimento não pararia? 

  O sinal estridente tocou, fazendo com que eu me assustasse, e as sombras também. Me senti aliviada por não precisar voltar a assistir aula, apenas fui na sala para pegar meu material e corri para a limusine. Reiji havia deixado bem claro que não tolerava atrasos, e que haveria uma punição se eu o deixasse esperando. Quando cheguei todos já estavam lá. 

   Menos Shu.

  - Aquele inutil. Onde deve estar dormindo agora? - Reiji reclamou. Eu sabia exatamente onde ele estava, mas com certeza não estava dormindo. 
 

Meu coração falhou quando o vi se aproximar de nós, com os costumeiros olhos fechados e fones de ouvido. Ele passou direto por mim e entrou no carro, os outros fizeram o mesmo. Quando me sentei Yui ficou ao meu lado, deu um sorriso tímido e me fez lembrar do que Nana disse sobre ela. Não parecia ser uma pessoa ruim, na verdade era extremamente fofa. Nem imagino quanto já deve ter sofrido naquela mansão. 

  Quando chegamos me apressei em ir para o meu quarto. Se mais algum deles bebesse de meu sangue hoje eu provavelmente desmaiaria. Tomei um banho e deixei meu corpo relaxar na cama macia. Abracei o casaco que ele me emprestara e o cheirei. Adoro aquele cheiro. Suspirei, e me permiti ignorar as vozes. Já estava com dores demais para suportá-las também. 

  Mas aquela voz ainda se destacava. Sussurrando em minha mente:
 

   "Morra."









 


Notas Finais


iaiiiiii? q acharam?

gnt, esse foi o capitulo mais longo q ja escrevi in my life. me amem. quando eu vi o tanto fiquei tipo: mds, q derrota é isso? demorei um ano pra escrevr mais saiu.

o shu foi mau ne? o q sera q tem por trás dessa sofrencia da miya???? hmmmm. morram d curiosidade huahuahua.

bom, espero q tenham gostado. comentem muito e favoritem. beeijo.


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