História Garoto de Lágrimas - JIMIN - Marcas

                                   P.O.V. JUNGKOOK

Hoje foi um daqueles dias bem corridos, trabalho pra lá, trabalho pra cá, envia e-mail, recebe e-mail. Tudo normal, até com a diretora, que agiu como se nada tivesse acontecido. Era realmente estranho ela agir daquele jeito depois do que aconteceu, mas tudo bem! Não ligo!

Estava na hora de ir embora, eu pensava em chegar em casa, tomar um banho, almoçar, mais tarde ir pra Praça com os rapazes, viver um pouco e esquecer do que aconteceu.

Estava cruzando o portão da escola, quando olho para o lado, e vejo uma garota com expressões tristes, com marcas no pescoço e arranhões nos braços, estava sentada no chão escorada no muro da escola, era Myla. Após ver aquilo, tentei continuar meu caminho, dei dois ou três passos mas não consegui, voltei e fui até ela e me aguachei em sua frente.

-Hey, está tudo bem?-Falei e a garota me olhou com os olhos cheios de lágrimas, estava a ponto de chorar. Ela apenas movimentou a cabeça em forma de não.

-O que foi?-Pergunto colocando minha mão em seu ombro logo sendo retirada pela garota com um grito de dor.

-So um pouquinho...-digo e pego a gola da camisa do uniforme da garota a puxando, dando visão de um ombro roxo, cheio de marcas. Olho para ela novamente.

-Fui eu que fiz isso?-Pergunto, assustado, me culpando, lembrando que no dia anterior havíamos ido para a cama juntos.

-Não.-Uma lágrima escorreu, apressei-me a limpa-la.
-Quem fez?-Perguntei e foi ai que o mais novo casalzinho não assumido apareceu.

-Tchau Jimin.-Disse Cayui logo dando um selinho em Jimin.

Oh que fofos!

Myla se levantou.

-Vamos Cayui?

-Vamos!-Falou Cayui e logo foi puxada por Myla correndo.

Fiquei olhando para elas, distraído, mas logo foi chamada a minha atenção.

-Porque você estava conversando com ela?-Perguntou Jimin.

-É que eu a vi sentada aqui, com um olhar muito triste e com aquelas marcas e quis saber o que aconteceu...-Expliquei.

-Mas não é meio óbvio que você a marcou?-Acusou Jimin.

-Não. Não fui eu. Ela mesma disse que não foi eu.

-Então quem foi?- Perguntou Jimin curioso.

-Não sei ela não me falou!-Falei.

-Ata, então... lá na Praça de tarde?

-Lá na Praça de tarde! Até Jimin!

-Até Jeon!

Fomos para nossas casas.

                           P.O.V. CAYUI

-Acho bom que você não tenha nada para fazer essa tarde.-Falou Myla ainda me puxando.

-Porque?-Pergunto.

-Porque vamos passar essa tarde juntas, principalmente porque preciso de sua ajuda.

-Oh, esta bem!-Falo e caminhamos até um restaurante.

Entramos no restaurante, era um pouco chique demais.

-O que estamos fazendo aqui?

-Vamos comer, óbvio!-Myla falou.

-Mas o dinheiro que eu tenho aqui não vai pagar nem metade do almoço!

-Mas quem disse que você vai pagar?-Falou Myla, e eu entendi o recado.

Nos sentamos, pedimos a comida que rapidamente foi servida e começamos a conversar sobre coisas aleatórias, até que Myla começou.

-Então Cayui, eu te trouxe aqui porque eu preciso de sua ajuda, e estou sabendo que você tem um parente policial na família.

-Esta querendo prender alguém?-Digo brincando.

-Mais ou menos isso.-Fala ela séria, fazendo eu arregalar os olhos.- Estão acontecendo algumas coisas bem ruins! E quero que você guarde segredo! 

-Esta bem! Eu guardo!-Asseguro.

-Você se lembra da época na escola de trás(Escola de primeiro grau, que fica atrás da escola de segundo),em que eu era aquela garota que ficava com qualquer garoto, dormia com qualquer um, e estava nem aí pra vida? Pois então, lembra que eu parei do nada e comecei a ser certinha, e tals? Eu só fiquei certinha, porque minha mãe fez uma coisa bem ruim... ela começou a pagar um cara para...-parou a fala e uma lágrima escorreu.-para... me estuprar...

Okay. Isso doeu... em mim...

Olhei um pouco assustada para ela.

-Como sua mãe pode fazer isso?

-Bem... esse é o tratamento que minha mãe usa para me tornar alguém "melhor"-faz aspas com as mãos.-Desde então, sempre quando eu errava ela mandava o cara me estuprar. Foram anos assim, eu tinha medo de denunciar, vá que ela ficasse sabendo.

-Mas e daí que ela ficasse sabendo?

-Se ela é capaz de mandar alguém estuprar a sua filha, quem disse que ela não pode ser capaz de fazer outras coisas?

-Oh sim! Está certo!-Falei.

-Depois desses anos, eu virei uma pessoa certa e isso nunca mais aconteceu, até que...-suspirou.-fui manipulada a fazer uma coisa não muito boa. Lembra que eu era apaixonada pelo secretário de minha mãe? Que até teve um tempo que ficávamos escondidos ou íamos até para cama sem minha mãe saber, mas porém paramos? Pois é... fui manipulada para fazer ele ir para a cama comigo de novo! E... foi o que eu fiz. Enquanto minha mãe estava em reunião na escola, ela mandou Jeon lá pra casa, ele foi pro escritório e eu simplesmente o segui. Até que estávamos na cama, e minha mãe nos pegou no ato. Ela mandou ele colocar suas roupas e sair, e quando ele foi embora ela não disse sequer uma palavra.-Falou terminando seu almoço, nos levantamos, fomos até o caixa e Myla pagou, logo em seguida saímos.

Fomos até uma sorveteria tomar shake.

-Você quer do que?-Pergunta.

-Ovomaltine e você?-respondo.

-Danoninho.

Fizemos o pedido, e logo estávamos com nossos shakes indo em direção a um parque, uma Praça. Sentamos em um dos bancos. Continuamos nossa conversa.

-Era de noite, eu já estava quase dormindo, até que ouvi a porta sendo aberta, fechada e trancada. Pensei que fosse minha mãe, trancando a porta para talvez eu não fugir de casa, mas não. Logo senti alguém em cima de mim, quando vi quem era entrei em desespero.  Chutava, batia, mas nada adiantava, ele era mais forte, o meu estuprador. Bem... o resto eu não preciso te dizer.-Já escorriam incessantemente as lágrimas pelo seu rosto.
A abracei, tentando acalma-la.

-E seu pai sabe de tudo isso? Você ja o informou?-Perguntei

-Não, minha mãe tirou todos os meios que eu tinha para conversar com ele, faz mais ou menos dois anos que não o vejo ou troco uma palavra sequer com ele.

-Oh! Entendi!-Continuo-Quem te manipulou a fazer isso?

-Roxy e as meninas!-Disse, agora com olhar de raiva.

-So podia, por isso não estava com elas hoje!

-Exatamente!-Falou muito séria.

-E qual a sua idéia?-Pergunto

-Como você tem um policial em sua família, você pode me dizer o que preciso ter de provas! Mesmo que eu tenha as marcas, eu devo provar que elas não são uma amardilha para prender minha mãe.-Fala.

Ela estava certa! Precisaria de provas, e eu com certeza, a ajudaria com elas.

-Bem, podemos ir pensando no que fazer, e eu vou informando e pedindo informações ao meu tio, ele nos dirá o que fazer! E eu te prometo Myla, não vai mais sofrer!-Falo segurando sua mão.

-Obrigada Cayui!

-Não agradeça! É o mínimo que eu posso fazer por você ter me ajudado a não apanhar mais!-Asseguro e ela sorri.

-Hum...Então quer dizer que minha violinista esta beijando uma linda boquinha?-Falou um jovem se aproximando de mim e de Myla.

-Até você sabe! Daqui a pouco o mundo inteiro esta sabendo.-Falo para meu professor de música, Yoongi.

-Fiquei...-Falou, e logo seis garotos, dentre eles Jimin e Jeon.

-Que tal jogarmos três cortes?-Convidou Tae.

-Ah.. não sei.-Fala Myla.

-Eu quero!-Digo.-Vamos Myla! Nos divertir um pouco!

Ela se levanta e vamos para um espaço jogar. Passamos a tarde toda jogando, Myla pareceu estar se divertindo, até mesmo com Jungkook, até que já era tarde e ela precisava ir embora, todos nos despedimos.

Fui para casa com Jimin, ele me levou até a porta, e me deu um selinho.

-Boa noite princesa!-Falou e eu sorri.

-Boa noite príncipe!-Falei e foi a vez dele sorrir.

Entrei dentro de minha casa.

                             P.O.V. MYLA

Cheguei em casa, passei pela sala, dando uma de despercebida, minha mãe estava sentada no sofá olhando TV.

-Onde estava garota?

-Sai com uma amiga.

-Saiu sem nem pedir permissão?

Fiquei parada a olhando, e ela não tirava os olhos da TV.

-Acho que vou ligar para um amiguinho vir aqui te ensinar a não sair sem pedir!

-Oh não mamãe!-Falei já com os olhos cheios de lágrimas.

-Vá para o seu quarto! E o espere!-Fala fria, pegando seu telefone.

Subi as escadas e fui para meu quarto, fechei a porta e joguei minha mochila em qualquer canto sentando-me na cama.

Fudeu! Mais marcas, arranhões, dor.