One Shot
Garoto de Programa
Louis x Jens
O quarto solitário de Louis ficava num conjunto de pequenos cômodos únicos, separados por corredores escuros, escadas de madeira puída e portas sem alguma espécie de numeração que indicasse qualquer coisa.
Caminharam por um pátio rodeado de arvoredos nus e pilastras cinzentas. Via-se mulheres debruçadas numa série de tanques enfileirados e sujos, esfregando suas roupas precariamente, tendo os dedos congelados.
E Jens tinha a nítida impressão que todas as mulheres lançavam-lhe meios olhares de desprezo furtivo.
Sentia-se como as árvores nuas do pátio recoberto pelo frio seco e ele olhava para suas companheiras não tendo outra opção, se não, ficarem enraizadas com seus galhos feridos apontando para o céu, obedecendo o ritmo constante e cruel das estações.
Louis morava no segundo piso, o assoalho rangia e no corredor estreito havia cinco portas, todas de pinho gasto, quase idênticas.
__Mas, como você consegue lembrar qual é a sua?
__Não esquenta, Jens! Eu também achava meio confuso no início, mas depois me acostumei com as marcas de machadada na porta ficou fácil.
__Tem certeza que Tina não está em casa?
__'Tá limpo, amor.
Tina era a garota que morava com Louis, não por amor ou algo do tipo, ela só não tinha mais ninguém.
Louis foi destrancado a porta, alguém espiava da fresta da porta em frente.
Entraram, o quarto estava escuro, exceto pela luminosidade pálida da janela.
__Não acenda a luz, Louis.
__Mas, eu quero ver.
Todo cômodo ficou insuportavelmente claro.
Jens estava perturbado, sentia-se nu antes mesmo de despir-se e tinha vergonha dessa vaga nudez.
Louis encostou seu corpo na pia, cruzou as pernas e olhava Jens com os olhos extremamente sensuais.
Jens conhecia esse olhar, já estivera sobre ele em alguma outra ocasião. Lembrou-se que estivera com ele na cama de seu quarto, que Louis não era muito experiente e movia-se por cima de Jens de forma desajeitada e violenta.
Afinal de contas, não estava em total desvantagem.
__Fique nu, Jens.
__Por que? Não é capaz de arrancar a roupa do meu corpo?
__Quer que eu arranque?...
__Você manda, Louis. Você está pagando... "Fique nu", você disse.
A voz de Jens era sexy, sussurrava. Era só um jogo, pensava. Interpretava o devido papel de quem está sendo pago para dar prazer.
__É isso que você quer, Louis?...__ Ele perguntou deixando cair sua jaqueta no chão.__Que eu... Fique nu?
Aproximou-se pouco a pouco de Louis, a cada passo um botão de sua blusa se abria.
A blusa caiu pelo caminho.
Desabotoou a calça e foi perdendo a coragem. Ficou agradecido por Louis tomá-lo pela cintura e beijar-lhe os lábios, penetrando sua boca, tendo a saliva tão quente.
Entregava-se ao beijo de modo que fosse o último que poderia provar.
Os gestos eram sem dúvida agressivos, mas já não pareciam tão desprovidos de experiência.
Essa novidade intimidava Jens e fingiu sentir uma súbita excitação. Agarrava os cabelos claros de Louis e chupava-lhe a orelha, o pênis dele roçava entre suas cochas.
Jens apertava os olhos de tal forma que doíam, queria a todo custo sentir dor.
E doíam de tal maneira que essa dor se estendia pela testa e o rosto. Seus gemidos saiam entre dentes.
Então, a garota que morava com Louis, chamada de Tina entrou como o silêncio, encostou a porta devagar e de modo que não fizesse qualquer ruído.
Contemplou o corpo de Jens na cama, Louis por cima em plena cópula.
Inteiramente nus.
Louis investia no traseiro de Jens com vigor e violência, quase de modo febril. Não podia ver Tina, ou coisa alguma, tão pouco o rosto do próprio Jens.
Não lhe interessava o rosto dos michês.
Enquanto as pernas de Jens envolviam o corpo de Louis, seu próprio corpo tremia e se agarrava ao lençol sem entender o por quê da própria ereção.
A visão preenchia Tina com uma estranha ternura, acreditava amar Louis e sentia verdadeira paixão por Jens e no entanto, estava surpresa por não se sentir excitada com a cena. Ficou observando o prolongamento do coito e ouvindo ardorosamente seus gemidos, parecia observar duas crianças trocando ingênuas juras de amor e percebeu que podia chorar.
Louis deixou-se cair pesadamente sobre Jens, gozara sem cerimônia dentro daquele traseiro apertadinho.
As pernas de Jens caíram moles pela beira da cama.
O instante pareceu imóvel.
Jens detestava esse silêncio que se seguia após o sexo sem propósito. Por isso abriu os olhos e mirou no rosto suave e jovem de Louis plenamente satisfeito pelo gozo.
__Vamos, Louis... Acabemos logo com isso.
A voz de Jens não continha nenhuma réstia de prazer, estava tão subitamente triste que os braços de Louis sentiram-se obrigados a abraçá-lo com força ao passo que seu pênis encolhia lentamente no buraco rendido de Jens.
__Só mais um pouco, Jens.
Louis beijou-lhe a testa e Jens o detestou por isso.
Quem ele pensava que era?
Somente lábios amorosos podiam beijar sua testa, os lábios de Frans.
Saiu bruscamente debaixo do rapaz e deu de cara com Tina, observando-o cheia de ternura e absoluta atenção...
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