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História Garoto Prodígio - 10


Escrita por: awkwardlypretty

Notas do Autor


IM BAAAAAACK

sobre esse cap só posso dizer: preparem os coraçõezinhos
Boa leitura (^_^)

Capítulo 10 - 10


[P.O.V. Taehyung]

- Meus olhos sangram. Obrigado Deus pela invenção das pálpebras. Eu gostaria de realizar meu sonho de ser cego. – Jungkook reclamou em voz alta, fazendo Jimin soltar uma risadinha.

A razão do drama de Jungkook? Eu, Yoongi, Jimin, Hoseok e ele estávamos sentados nos bancos do gramado atrás do ginásio, como sempre – apesar de que normalmente só ficava eu e Jungkook, agora o grupo tinha alguns adicionais. Meu irmão e Namjoon estavam deitados na grama, ignorando a demência e dividindo um fone de ouvido enquanto tentam encontrar imagens nas nuvens – tenho certeza que esses dois vão ficar juntos, principalmente se o intrometido do Jimin resolver ajudar. E, apesar de ter um lugar livre no banco do meu lado, Yoongi resolveu sentar no meu colo e eu enlacei os braços na sua cintura. Jungkook, naturalmente, não aguentou tanta viadagem.

Aperto Yoongi um pouco mais forte pela cintura e retruco:

- Você também está no colo de Jimin!

- Não estou não! É diferente! – ele respondeu. Jungkook estava meio deitado no banco, as costas contra o apoio e as pernas em cima das de Jimin, que estava sentado como um ser humano normal. Na minha percepção, Jungkook estava sim no colo de Jimin, mas ele é muito teimoso para aceitar quando estou certo.

O momento em que Yoongi resolveu sentar no meu colo foi hilário e fofo, na verdade. Como as aulas de Yoongi eram quase todas separadas – menos história e educação física nas sextas-feiras – assim que o sino tocava para o intervalo ele ia encontrar Jimin. Desde que Jimin – e Hoseok e Namjoon, que vieram de brinde – começou a andar comigo e com Jungkook, Yoongi meio que foi obrigado a ficar mais tempo com a gente. Quando chegou no gramado onde estamos agora, cumprimentou a todos baixinho e veio direito para o meu colo, vermelho como um tomatinho.

Caso vocês, curiosos de plantão, estejam se perguntando: Não, eu e Yoongi não estamos namorando.

Nós tínhamos passado o sábado inteiro juntos. Ajudei ele a arrumar o quarto dele, – até porque parte da bagunça era totalmente minha culpa – almoçamos juntos, assistimos vários filmes dos quais eu honestamente não me lembro, cheguei até a brincar com o gato dele, Mr. Bingley.

- Você tem que se considerar sortudo. – Yoongi falou enquanto eu fazia carinho no gato alaranjado – Ele não gosta muito das outras pessoas, nem sei como ele não te arranhou. Às vezes ele até me arranha.

Desviei o olhar do gato para Yoongi e o vi com as bochechas infladas, claramente com ciúmes. Soltei uma risadinha, ele é muito fofo.

- Eu tenho jeito com animais. – dei de ombros. – E crianças e pessoas e...

- Ei! – ele empurrou meu ombro de brincadeira. – Ficar se exibindo não vale.

Mostrei a língua para ele e voltei a fazer carinho no gato.

- Não é justo! – ele reclamou com a voz manhosa, um dos resquícios do cio. – Eu não tenho jeito para nada, e você tem jeito para tudo!

“Não tenho jeito pra nada” fala a criança que consegue tocar sei lá quantos instrumentos e falar mais línguas do que eu provavelmente vou conseguir aprender em uma vida inteira, além de nunca ter tirado uma nota abaixo de dez desde que nasceu e ainda ser perfeito em qualquer outro aspecto da vida que você possa citar. Eu mereço mesmo.

- Na verdade... – falei, colocando o gato no chão e me aproximando de Yoongi, segurando seu rosto entre minhas mãos. – Tem um certo ômega que me deixa completamente sem jeito.

Beijei aquele ômega fofinho e corado pelo o que pareceu a milésima vez no dia, mas eu não saberia dizer. Cada beijo parecia como o primeiro que dei nele.

Depois disso ficou cada vez mais tarde e eu tive que ir embora, porque tinha horário para chegar em casa – a sra. Kim pode ser fofinha e tudo o mais, mas eu nunca vou arriscar ver ela brava. A anta do Jin já arriscou e ele provavelmente ainda está surdo de um ouvido depois do esporro que levou. – e porque, segundo Yoongi, o pai dele é super protetor e ele não quer que eu fique com problemas.

No domingo, continuamos a nos falar. Ele não podia sair de casa porque tinha que revisar a matéria da semana, – quem estuda no domingo, esse é o dia perfeito pra dormir – então só conversamos por mensagens de texto. Era hilário como Yoongi conseguia ficar envergonhado por causa de certas coisas que eu falo, mesmo que não estivéssemos cara a cara. Eu devo ter passado o domingo inteiro mexendo no celular e com um sorriso bobo no rosto.
Seokjin, obviamente, notou a minha felicidade e já começou o interrogatório. Passei um bom tempo conversando com meu irmão, o que eu não fazia há um tempo, foi melhor do que eu pensava.

Cheguei na escola hoje apreensivo de certo modo, porque não tinha certeza de como reagir quando visse Yoongi. Não é como se estivéssemos namorando, mas tinha mudado muita coisa, certo? Ele não agiria como se nada tivesse acontecido, Yoongi não é assim. Ou é? Eu normalmente sou muito seguro de mim mesmo e autoconfiante, mas tudo isso meio que sumiu nos vinte minutos dentro daquele ônibus escolar, esperando que a casa de Yoongi chegasse.

O pico da minha insegurança foi quando Yoongi entrou no ônibus e me olhou, sem expressão. Por um segundo, pensei que ele fosse me ignorar ou fingir que aquilo não tinha sido nada, quase comecei a me desesperar ali mesmo. Então o loirinho abriu aquele sorriso gengival e veio na minha direção.

Yoongi sentou do meu lado – assim que ele fez isso, tirei aquela mochila enorme das suas costas, o coitado ia ter algum problema de coluna – e passou as mãos pela minha cintura, me abraçando e sussurrando um “bom dia” sonolento. Apesar da preguiça, percebi que as bochechas de Yoongi estavam completamente rubras. Para diminuir o embaraço dele, o dei um selinho ali mesmo, no ônibus cheio de alunos onde qualquer um poderia ver.

Os olhos de Yoongi se arregalaram com a iniciativa e nós dois olhamos em volta, tentando descobrir se alguém tinha visto. Felizmente, todos estavam muito ocupados com os celulares ou conversando entre si. Olhamos um para o outro, trocando uma risadinha cúmplice e dando mais um selinho.

Agora estamos nessa situação estranha, mas que é confortável o suficiente para nós dois, e nenhum pretende fazer nada para mudar. Na verdade, eu gosto dela.

  - Taehy! - ouço Yoongi me chamar pelo apelido bobinho que ele mesmo inventou e saio do meu transe. Finjo que não vi Jungkook fingindo um vômito ao ouvir o apelido e olho para Yoongi.

  - Ah, foi mal, eu viajei.

Ele solta uma risadinha contida.

  - Eu vi. O que eu estava falando é que não vou poder ir embora com você hoje, porque tenho uma consulta com o médico. Vou sair no terceiro tempo. - fala Yoongi.

  - O que aconteceu? Você está bem? - solto sem perceber, era meu instinto de alfa falando mais alto.

  - Caralho, se acalma aí, Taehy. - Jungkook fala. - Você não marcou ele ainda.

  - Para de ser babaca, Jungkook. - Jimin se intromete, dando um tapa no ombro do moreno.

Jimin tinha me contado hoje de manhã que ele tinha marcado Jungkook, o que eu, mesmo sendo lerdo pra caramba, meio que já tinha percebido. Apesar disso, JK ainda estava usando maquiagem e os dois não falaram para os outros, então eu tive que me manter quieto. Jimin tentou me explicar o porquê do segredo por enquanto - algo sobre a integridade anal dele quando Yoongi descobrisse - mas eu não entendi direito. De qualquer jeito, Jimin planejava contar para todo mundo hoje.

  - Eu e-estou bem. - Yoongi fala, olhando para baixo, e eu fiquei sem entender a razão de ele ter gaguejado. - É só uma consulta de rotina.

Dei de ombros, puxando Yoongi para mais um beijo enquanto o sino tocava e ignorando as reclamações de Jungkook. Eu finalmente tinha meu ômega nos meus braços, não seria uma reclamação boba que ia tirar ele de mim. Sim, meu ômega. Eu posso não ter marcado Yoongi, mas eu sou dele, e ele em breve vai ser meu.

Porque, caralho, eu estou apaixonado por esse garoto.

[...]

Olho para o relógio pelo o que pareceu a milésima vez no último minuto. E, não, o terceiro tempo não estava nem perto de acabar. Hoje é um daqueles dias em que todas as minhas aulas pareciam estar durando o dobro do tempo, eu estava encarando o rosto enrugado dessa professora de sociologia há séculos.

Faço desenhos aleatórios no meu caderno, tentando passar o tempo, - porque eu já desisti de entender sociologia há eras - e acabo escrevendo o nome de Yoongi sem perceber. Se estivéssemos em um filme de colegial, eu provavelmente faria um desenho do rosto dele ou algo assim, mas eu não consigo nem fazer uma linha reta, então tenho que me contentar com o nome dele escrito na minha caligrafia feia.

Passo meia hora fazendo desenhos no meu caderno e quando olho para o relógio - pasmem - não se passou nem cinco minutos. Isso que dá ter hiperatividade. Eu não sirvo pra essa escola. Pra escola nenhuma na verdade. Olho para a janela da minha sala que dá para o corredor, tentando encontrar algo para me distrair, e vejo um certo baixinho de cabelos loiros passar à alguns passos da minha sala de cabeça baixa e carregando aquela mochila enorme. Acabei de achar uma distração.

Corro até a mesa da professora e tenho que praticamente implorar de joelhos para que ela me deixe ir ao banheiro.  Assim que ela me entrega o passe - me olhando com aquela cara de quem está de saco cheio da vida - saio correndo para fora da sala, seguindo Yoongi pelo corredor. Ele está alguns passos na frente, se matando para conseguir carregar aquela mochila com o dobro do peso dele, e de cabeça baixa.

  - Yoonie! - chamei enquanto me aproximava, e ele olhou para minha direção no mesmo segundo. - Espera!

Yoongi parou no meio do corredor, confuso.

  - Tae? - perguntou assim que cheguei perto. - O que foi? Aconteceu alguma coisa?

  - Não, eu... Anh... - comecei, sem saber ao certo o que falar. Eu não fazia ideia do porquê de eu ter ido atrás dele. - Eu só queria conversar um pouco antes de você ir embora.

Ele abriu aquele sorriso fofinho, apesar de ainda parecer confuso. Estiquei a mão e ele a encarou, sem entender.

  - Me dê a sua mochila. - falei. - Ela faz mal pra sua coluna, deixe que eu carregue.

Seguro as alças da mochila e a tiro das suas costas, ele nem mesmo reage.

  - Mas aí não vai fazer mal para a sua coluna? - ele retruca, assim que começamos a andar até a saída.

  - Isso depende da altura. - respondi. - E, bem, eu sou bem mais alto que você, Yoonie.

Olho para Yoongi e, como eu suspeitava, o seu rostinho tinha uma expressão emburrada muito fofinha. O nariz franzido e as bochechas infladas, ele parece uma criança que acabou de perder o brinquedo. Nem parece o garoto que eu encontrei no sábado de manhã. Me inclinei e embaracei seus cabelos com a mão, o fazendo rir e soltar um resmungo baixinho.

  - Desculpa, Yoonie. - falei.

O dei um selinho rápido e continuamos a andar, sem falar muito até estarmos perto do portão. Eu sei que saí da sala só para falar com Yoongi, mas a verdade é que eu gostava da companhia dele de qualquer jeito, com ou sem conversa. Mesmo quando não éramos tão próximos e ele raramente falava comigo, só a presença dele ali já me animava. A presença dele somada ao fato de que agora eu posso o abraçar, o beijar, mexer nos seus cabelos quando quiser... Nem mesmo parece real.

À alguns metros do portão, volto a olhar para Yoongi e percebo que ele está novamente de cabeça baixa, com um olhar melancólico no rosto. Não era a primeira vez que eu notava isso hoje. Ele não parecia triste, parecia... preocupado. Ele parecia estar concentrado em algo ou focado em alguns pensamentos, e algo na expressão dele me dizia que esses pensamentos não são bons. Apesar de Yoongi já ter me assegurado de que estava bem e que eu não tinha feito nada de errado, meus instintos me diziam que esse olhar desfocado era culpa minha.

  - Yoonie? - chamei assim que chegamos ao portão e eu o devolvi sua mochila. - Você está bem?

  - Estou, claro que estou. - ele hesita um pouco antes de responder. - É só cansaço, eu estou bem, juro.

  - Que bom. - falei, o puxando para perto e depositando um selar na sua testa. - Sabe que pode contar comigo, certo? Se precisar falar alguma coisa, eu estou aqui.

Apesar da melancolia, ele conseguiu abrir aquele sorriso gengival que eu amo.

  - Obrigado, Taehy. - sussurrou antes de me abraçar com força e sair do colégio.

Aquele sorriso e aquele abraço deveriam me deixar feliz, certo? E me deixam, com certeza. Mas porque ao observar aquele loirinho se afastar do colégio eu tenho a sensação de que vou receber más notícias?

Deve ser só superstição.

[...]

  - Seu celular não para de vibrar, coloca logo no silencioso. - o ômega menos delicado do mundo depois de Jungkook, vulgo Baekhyun, falou.

  - Aish, tá. - resmunguei, pegando o meu celular e dando uma olhada rápida nas notificações antes de colocar no silencioso. Eu tinha entrado em um tipo de competição usando tags no twitter, então minhas notificações não pararam quietas por um bom tempo.

Coloquei o celular com a tela virada para baixo na mesa e voltei a prestar atenção no que Baek estava falando sobre a Itália, onde ele e Chanyeol - o namorado misterioso que eu ainda não tinha conhecido - fizeram intercâmbio. É realmente um país lindo, e eu sempre quis visitar, mas eu não tenho nem onde cair morto, quando mais pagar um intercâmbio.

Estávamos nós dois na biblioteca no último tempo, já que tínhamos um tempo livre, o que significava eu mandando Baek falar baixo de cinco em cinco segundos.

  - Eu não lembro o nome, mas tem uma livraria em Veneza que tem milhares de livros antigos, alguns a gente nem pode encostar sem alguém supervisionando, já estão quase decompondo. - Baek continuou. - Tem uma ala onde os livros estão separados por país, e tem de vários da Europa. Mas todos estão na língua original, então eu não consegui ler a maioria.

  - O Yoongi adoraria esse lugar. - murmuro sem perceber, corando ao ver o olhar malicioso que Baek estava me lançando.

  - Aquele ômega fofinho? - ele pergunta, se referindo à quando viu Yoongi pela primeira vez, aquele dia na biblioteca.

  - Ele mesmo.

  - Vocês formam um casal fofo. Imagina que bonitinho que iam ser os filhos de vocês, tão fofinhos. Já escolheram nomes? - ele se inclinou para a frente, colocando as mãos debaixo do queixo como uma velhinha fofoqueira. Revirei os olhos.

  - Baek, não inventa.

  - ESPERA! - ele colocou as mãos na frente do rosto em um sinal de "pare tudo" mesmo eu já estando parado. - Vocês tem um nome de OTP?

  - Um nome de quê?

  - Yonhyung, Yonyung, Taehygi... - ele começou a murmurar, me ignorando como sempre. Até que ele dá um grito me assustando. - JÁ SEI! Taegi!

  - O que? - perguntei, tentando entender a demência do meu amigo.

  - Taegi! Tae mais Yoongi. Fica bonitinho, não fica?

  - Ai, Baek, você não tem jeito. - falei, e comecei a rir. Então ele riu da minha risada e eu ri da dele e continuamos a rir por mais um bom tempo, sem nem entender o porquê.

Eu não tinha como saber que o amor da minha vida estava sofrendo. Que ele tinha recebido a pior notícia da vida dele. Que o meu celular estava piscando contra a mesa, recebendo notificações que eu não consegui ouvir.

Min Yoongi: Tae, eu preciso da sua ajuda.

Min Yoongi: Tae, vem pra minha casa por favor.

Min Yoongi: Eu estou desesperado

Min Yoongi: TAE!!!!

Min Yoongi: Tae por favor visualiza eu preciso de você

Min Yoongi: Preciso que você me abrace pelo amor de Deus

Min Yoongi: Por favor

Min Yoongi: Eu preciso de você aqui

Min Yoongi: Eu estou chorando demais cadê você?

Min Yoongi: TAE

Min Yoongi: TAEHYUNG

Min Yoongi: TAETAE

Min Yoongi: Taehy...















[...]

[P.O.V. Yoongi]

Encolhido contra a banheira e jogado no chão de azulejos brancos, eu choro.

A água é drenada do meu corpo, mas não a sinto sair. Estou muito entorpecido para perceber. Mas eu sei que estou chorando.

Estou chorando pelo meu próprio corpo.

Estou chorando pela minha falta de sorte que poderia muito facilmente ser uma piada.

Estou chorando pela rejeição que vou receber quando descobrirem.

Estou chorando pela perda de um futuro que eu nem mesmo cogitei, mas que parece necessário agora que eu não tenho mais chances de tê-lo.

Estou chorando mais do que pensei que choraria por causa disso.

Estou chorando pela criança dentro de mim que sequer teve chance de nascer, e por todas as outras que eu nunca poderei ter.


Notas Finais


Tava tudo tão fofis ai desandou super rápido né
MUAHAHAHAHAHAHAHAHA
tá desculpa
Eu sou má gente
Tipo bem má mesmo
Espero que vcs vão tudo pro céu pq eu não quero vcs no inferno cmg não

ANYWAYS
A explicação sobre a infertilidade do Yoongi vai estar no prox cap, então esperem ansiosos

Obg por me amarem (mentira geral me odeia pq eu faço o Yoongi sofrer e demoro pra responder comentário) pfv favoritem e comentem, me ajuda muito

Até o próximo (づ ̄ ³ ̄)づ


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