História Gasolina - Extra Sem Título

Aquele Domingo, naquele Domingo em especial, Sakura percebeu que ele falava demais. Também percebeu que ele estava nervoso. Havia gargalhado mais de dez vezes. Sorrido abertamente, pegava demais no cabelo e todos indícios, que ela já conhecia bem demais, de que ele estava nervoso. Muito.

Aquele Domingo, naquele Domingo em especial, Sasuke amanheceu determinado. Já estavam juntos há seis anos, SEIS ANOS!, ele a amava demais para ficar só no namoro, queria consumar o relacionamento. E com a ajuda de sua família e da dela, conseguiu montar a ocasião perfeita para que fizesse o pedido. A única coisa que o preocupava, era a resposta. Confiava plenamente nela, percebia que era recíproco, mas ele temia o "não".

Levou-a para jantar no restaurante de suas mães, puxou a cadeira e pediu a cartela de vinhos. Tudo perfeitamente ensaiado. Ouviu Sakura falar sobre o Hospital e como estava ansiosa por sua formatura, ele a ouvia e a admirava.

O vinho chegou sem que ele pedisse, esperou que ela não percebesse esse detalhe e cortou a extensa fala dela propondo um brinde. À eles. À todos os anos incríveis juntos.

Sakura despertou a mesma Sakura da escola, insegura, desesperada e pensativa, com isso pensou que ele fosse terminar com ela. Ele estava inquieto, estranho, atípico. Perguntou se estava tudo bem e ele virou o rosto, ela surtou mais.

Ele respirou fundo, virou o rosto para ela e sorriu. Não percebendo a palidez que surgia na rosada e o medo sob seus olhos verdes. Pegou a caixa no bolso interno do paletó e aproximou-se dela, pescou sua mão. Ao ver a cicatriz, escondida pela maquiagem em seu braço, ele sorriu e viu a quebra de paradigmas da sociedade. Colocou a caixa na palma de Sakura, abrindo-a.

Fez o pedido.

O ar lhe faltou naqueles segundos que viu o anel, desviou o olhar para Sasuke e então para a caixa de veludo em sua mão. Ela entendia, mas não compreendia. Balbuciou alguma coisa e gaguejou bastante quando percebeu seus olhos lacrimejados.

Naquele momento, ele percebeu que todo seu nervosismo havia sido em vão. Sorriu observando as reações bipolares dela. Ora confusão, ora emocionada e por fim escancarou a boca esperando-o dizer algo. Sakura pegou a caixa e se encostou na cadeira, sorriu e virou o rosto para o lado. Sasuke riu baixo ao vê-la tão surpresa e emocionada, encostou-se na mesa e mordeu o lábio.

Ele virou o rosto para o pessoal do lado que assistiam a cena empolgados, esperando-a confirmar ou negar. E pela demora que a Haruno fazia, pensou que ouviria um “não”, mas foi bem longe disso.

Sakura estava tão animada, tão feliz, tão extasiada e em transe pelo o que havia ouvido que esqueceu da palavra que confirmaria o noivado. A garota havia se animado em passar o resto de sua vida com ele, tendo filhos, o momento definitivo do aceito e ao lado daquele cara tão silencioso e aberto ao mesmo tempo. Limpou uma lágrima do canto do olho e concordou sorrindo. Concordou uma, duas, três vezes e na quarta caiu em alegria.

Sasuke tirou o anel de namoro que há tanto o incomodava e trocou. Vendo Sakura batucar os dedos na mesa ansiosa, ela não aguentou a emoção e se levantou se jogando em cima dele em um abraço. Ele retribuiu aspirando o cheiro dela que tanto amava, apertando a cintura que conhecia bem e afagando seus cabelos róseos que insistiu para que não fossem pintados da cor normal.

Tamanha felicidade, a rosada passou o dia teorizando sobre o que poderia significar toda ansiedade dele, jamais pensando que pudesse ser um pedido de casamento. Eles moravam juntos havia dois anos, brigavam, reclamavam, amavam e alegravam como qualquer outro casal, basicamente eram casados sem o papel oficial, isso a incomodava, mas não era um problema grande, mas agora, nesse estágio de seu relacionamento, ela se viu completa.

Afastou-se dele e teve suas lágrimas enxutas pelo Uchiha, ele sorriu torto e ela se inclinou para beijá-lo, assim ocorrendo.

Voltou a se sentar à mesa e apreciou por alguns segundos seu anel, para depois apreciar seu futuro marido, ela riu ao pensar assim. Imaginou-se entrando em seu casamento em um longo vestido pérola, de véu e grinalda, e ele ao lado do padre, sorrindo para ela e esperando-a cruzar todo o salão ao seu encontro, eles dando as mãos e sorrindo um para o outro.

Sasuke varreu o local com os olhos, observando a movimentação, viu Mebuki e Mikoto saírem da área da cozinha e espreitarem os olhos para o casal. Ele sorriu para elas e concordou, vendo-as chorosas e se abraçando. Sorriu e voltou os olhos a sua noiva.

Jantaram, conversaram e então foram para o apartamento. Se abraçaram no elevador e cochicharam um para o outro o que ninguém sabia sobre eles, suas diferentes formas de serem eternos amantes e eternos namorados. Entregando um para o outro os mais puros sentimentos que procuravam sempre relatarem um para o outro.

Sasuke beijou Sakura enquanto destrancava a porta do apartamento e quando a abriu, levantou-a em seu colo, causando a risada dela.

Ela perguntou se era um ensaio para a noite de núpcias e sem querer ele acabou batendo a cabeça dela na parede. Sakura riu mais e ele pediu desculpas a deitando no sofá, perguntou se ela estava bem e deu um beijo em sua cabeça. Ela relaxou e  pegou no rosto dele trazendo-o para junto do seu.

E ali mesmo se amaram.