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História Gato de rua - Confusão


Escrita por: sunriot

Capítulo 4 - Confusão


Fanfic / Fanfiction Gato de rua - Confusão


 

 

Mesmo que o olhar de Kuroo transmitisse uma calma inabalável, este estava nervoso e a respiração levemente desregular entregava isso, talvez ansioso definisse melhor o que sentia no momento. Ambos mantinham os olhos abertos quando os lábios se tocaram em um contato suave e superficial, apenas pressionando os lábios uns contra os outros, o moreno fora o primeiro a mover-se, passando a língua sobre o lábio inferior do mais novo e o prendendo entre os próprios, sugando com calma e vendo aos poucos Tsukishima fechar os olhos, o braço, que antes mantinha-se entre os corpos, escorregando pela lateral do corpo até chegar as costas largas do mais velho, que mais seguro para aprofundar o beijo como desejava desde o início.

Os toques trocados eram calmos, pareciam estar descobrindo coisas novas, o que não deixava de ser verdade, principalmente para Tsukishima que jamais imaginou que beijaria alguém do mesmo sexo e que poderia gostar de algo assim. Os lábios do loiro estavam levemente inchados e avermelhados, mesmo que fosse quase imperceptível, ao se separar dos semelhantes de Kuroo, que continuou distribuindo pequenos selares pelo rosto que tinha um tom avermelhado e as pálpebras ainda pressionadas com força, assim como as mãos agora agarravam a camisa vestida pelo moreno.

– Tsukki... – Chamou próximo a audição alheia, passando a língua pela cartilagem sensível e sentindo a pele alva arrepiar-se contra a sua. – E o que você sentiu?

– Não faça esse tipo de pergunta idiota. – Virou o rosto para o lado oposto de onde estava o de Kuroo, enfim abrindo os olhos, mas não focando nada especifico no quarto, sua mente ainda tentava processar o que acontecia e o olhar do mais velho sobre si não ajudava muito.

– O que eu senti foi totalmente diferente de como foi na primeira vez que beijei um garoto. – Confessou baixo, notando a expressão do maior mudar minimante; as reações de Tsukishima sempre eram assim, tinham que ser observadas atentamente ou perderia algo, e Kuroo já aprendera a ler as mínimas mudanças em suas feições.

– Foi diferente em que sentido? – O loiro parecia em uma briga interna sobre fazer ou não a pergunta, mas a curiosidade acabou falando mais alto e notando a demora em responder por parte do moreno, acabou virando o rosto, só então, notando o pequeno sorriso nos lábios carnudos e isso lhe causava ainda mais curiosidade. Não teve tempo de pergunta o porquê daquele sorriso, pois em questões de segundos os lábios do amigo voltaram a colar-se aos seus.

O beijo desta vez tinha mais pressa, era mais intenso, não havia chance para Tsukishima o afastar ou recusar, e esta não parecia ser a vontade do loiro, o correspondia com igual volúpia, os dedos longos agarrando-se mais a camisa fina, inconscientemente puxando o moreno para si enquanto este passava uma das mãos pelo lateral de seu corpo, apertando pontos estratégicos, acabando por arrancar-lhe arfares sôfregos. Voltaram a separar os lábios novamente pela necessidade de respirar, permanecendo com as testas coladas.

– Por isso foi diferente. Porque eu continuaria te beijando a noite toda, cada menor parte de você. – Kuroo respondeu ao questionamento de antes, o sorriso malicioso presente em seus lábios ao fitar o loiro com o olhar que vagava entre o perdido e o perplexo, as bochechas agora visivelmente coradas e os lábios entreabertos e inchados pelas mordidas antes deixadas por si. Kuroo juraria que não podia existir cena mais sexy que aquela, não para ele ao menos.

– Que droga, Kuroo. – Tsukishima não sabia o que pensar sobre aquilo, muito menos o porquê de ter gostado de ouvir isso, sua mente parecia estar em um looping infinito à procura de uma resposta coerente, claro que haveria uma. Escondeu o rosto no peitoral alheio, evitando contato visual, não queria precisar entender isso de imediato, não conseguiria. Kuroo notou a confusão que se passava na cabeça do mais novo, apenas passando os braços pela cintura fina e deitando-se com este agora sobre seu peitoral.

– Sabia que você pensa demais? – Perguntou retoricamente em tom de brincadeira, rindo descontraído, retirou os óculos do mais novo, colocando sobre a cômoda. – Vamos dormir já que nossa noite acabou antes do previsto, e amanhã temos que ver o que deu a conversa daqueles dois e torcer para Bokuto não fazer drama pro meu lado também. – Kuroo levantou-se rapidamente, apagando a luz do quarto e voltando a se deitar, novamente puxando Tsukishima para seu peitoral, agora livre da camisa. A destra do moreno exercia uma leve carícia nos cabelos curtos e logo o mais novo adormeceu calmamente, diferente de Kuroo que permaneceu acordado por longo minutos, o tempo parecia se estender de forma preguiçosa naquela noite, mas ele gostava disso, podia aproveitar mais a presença do maior e o aroma que se desprendia dos fios dourados parecia viciante.

 

___

 

Já passa das 9 da manhã quando Tsukishima acordou, mas a hora pouco importava, era domingo de qualquer forma. Notou ainda estar abraçado a Kuroo, enrijecendo de imediato e permanecendo com os olhos fechados, aproveitando o calor da pele alheia. Aquele final de semana estava sendo muito estranho. Nunca dividiu cama com alguém, nem mesmo com seu irmão, odiava que ocupassem seu espaço, mas ali estava abraçado a um garoto que havia beijado na noite anterior e estranhamente, queria que aquilo se estendesse o máximo possível.

“Por que inferno deixei um garoto me beijar? Melhor, por que deixei o Kuroo me beijar?” Não teria respostas para isso tão cedo certamente, talvez pudesse colocar a culpa o álcool ingerido ou na simples curiosidade, mas isso não era o suficiente para si.

– Você dorme muito. – A voz de Kuroo estava mais rouca que o habitual, mas parecia ter acordado há algum tempo. – ‘Tá enjoado ou com algum sintoma de ressaca?

– Não, quem bebeu menos fui eu. E você? Você tomou algumas cervejas além da vodca. – Sentou-se na cama, esfregando os olhos e pegando os óculos que o mais velho o entregava, fitando-o à espera de uma resposta, mesmo esta parecendo obvia pelo sorriso largo.

– Não. Eu estou ótimo. Só com um pouco de sede.

– É... Eu também.

Kuroo espreguiçou-se, saindo da cama de maneira preguiçosa, ambos caminharam em direção a porta, parando frente à esta, abrindo-a com apreensão, afinal na sala estavam Bokuto e Akaashi, e não sabiam no que havia dado a pequena cena do mais velho.

Para a surpresa dos dois jovens, os outros dois garotos dormiam espremidos no sofá, abraçados. Não demorou para o sorriso largo e malicioso desenhar-se nos lábios de Kuroo que virou o rosto lentamente em direção ao loiro que olhava para a cena tentando a entender.

– Ao que parece eles se resolveram. – Kuroo disse baixo caminhando até o aparelho de som presente na sala e ligando-o repentinamente em um volume exageradamente alto. Os dois garotos acordaram sobressaltados, Bokuto acabando por derrubar Akaashi no chão que começou uma sequência de xingamentos direcionados à Kuroo, o que só deu mais motivos para o moreno mais velho rir. – Bom dia, princesas! Vocês estavam dormindo tão bonitinhos abraçados aí no sofá, não resistir em os acordar.

– Isso vai ter volta. – Akaashi fuzilava o moreno maior com o olhar, levantando-se do chão e voltando a se sentar sobre o sofá, tendo um sonolento Bokuto agarrado a seu ombro segundos depois.

– Pelo visto a noite foi boa. – O sorriso insinuativo de Kuroo entregava completamente em que ele estava pensando e acabou por despertar mais o melhor amigo.

– Pare de insinuar besteiras! – Bokuto jogou uma das almofadas no moreno que desviou com facilidade.

– Mas não falei nada. – Ergueu as mãos em rendição, direcionando-se a cozinha e pegando dois copos com água, entregando um à Tsukishima. – Mas então, conseguiu acalmar o Bokuto?

– Er, pode-se dizer que sim. – Akaashi respondeu baixo, evitando contato visual com o mais velho ali, sabia como este era e que se deixasse, passaria o dia tirando sarro deles.

Tsukishima notou um clima diferente ali, era evidente que estava rolando algo entre Bokuto e Akaashi, talvez não fosse nada de mais, mas era estranho presenciar aquilo tão de perto, alguns dias atrás isto lhe pareceria absurdo, mas agora parecia quase natural. 

Mas o que estava pensando? Ele mesmo beijou um garoto. Bokuto acariciava os fios escuros de Akaashi e o brilho em seu olhar, enquanto conversava distraidamente com Kuroo, entregava como ele parecia feliz com a situação.

Fizeram um café da manhã improvisado, pois os outros dois visitantes tinham pressa em ir para casa, Bokuto fora descuidado o suficiente para não avisar aos pais que dormiria fora e estes já haviam ligado inúmeras vezes reclamando de sua irresponsabilidade. O loiro prestava atenção em cada menor gesto de carinho do garoto de olhos dourados para com Akaashi e ao contrário do costumeiro, onde ele se esgueirava para fugir do contato, agora era o oposto, aceitava de bom grado, algumas vezes até retribuía mais discretamente.

Ao término da refeição, ambos foram embora, deixando-o novamente apenas na presença de Kuroo.

– Oe, você está se sentindo bem? – Não notara o moreno se aproximar de si, estava perdido nos devaneios novamente. Que droga estava acontecendo? Não era de ficar tão distraído assim.

– Bokuto parecia feliz.

– Sim, bastante. – Sorriu largo. Era como pensara, Bokuto realmente gostava do amigo de infância e ao que parecia, este deixaria ele se aproximar depois da conversa na noite anterior. – Está tão aéreo por isso?

– Bem, não. Eu nunca parei pra pensar sobre como seria a relação entre dois garotos.

– Oh... – Kuroo balançou a cabeça meio surpreso e compreendendo um pouco da confusão que parecia dominar o mais novo desde a noite anterior.

– Eu me senti bem quando nos beijamos ontem. – Soltou de forma inesperada, capturando completamente a atenção do moreno ao seu lado. – E isso me deixa confuso.

– Você não precisa ficar se matando para achar uma resposta pra isso, Tsukki. – Ergueu uma das mãos acariciando os fios dourados do rapaz e sorrindo-lhe despreocupado. Tsukishima virou o rosto, olhando minuciosamente às feições calmas do Kuroo, odiava como tudo parecia ser tão natural para o moreno. Por que não podia ser assim também? Odiava como baixava todas as barreiras de proteção ao seu lado. Não, ele as derrubava. Odiava como sempre acabava fitando os lábios mais carnudos que os seus quando passava tempo demais o encarando. Pareciam macios demais. Odiava tantas coisas nele que não entendia porque agora estava em seu colo, o beijando desesperadamente.

Odiava mais que tudo nunca saber como resistir a ele.



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