"- Uaaaah! - A gata se expreguisou ronronando.
- Bom dia, querida - a mulher cumprimentou sua mascote. - Dormiu bem?
- Miau! - respondeu ela."
Uma gata e sua dona eram as melhores amigas do mundo todo. As duas se amavam a davam muito carinho uma à outra. A mulher, chamava-se Nikkyo, e a gata, Temmie.
Nikkyo era um doce de pessoa. Amava gatos, principalmente a que adotara e nomeara de Temmie. Ela e sua gatinha eram conhecidas na cidade toda, onde todos... Viviam em paz...
Temmie era muito fofa e carinhosa, não só com sua dona, mas com todos os que conhecia. Era branca dos olhos azuis vivos, com apenas uma pequena manchinha no alto de sua cabeça, entre as orelhas. Sempre que a dona deixava-a sair para passear, alguns moradores, na maioria das vezes senhoras, davam leite à ela e afagavam sua cabeça.
As duas viviam muito bem numa pequena cidadezinha chamada Taiheiyo Toshi, ou Cidade Pacífica, no português. Mas a cidade não era mais como um dia fora. Certo dia, quando Temmie saíra para passear como sempre fazia todos os dias...
"- Não demore, Temmie! - ordenou Nikkyo, mas não se preocupando e com uma doce voz.
- Nyah! - Temmie respondeu e sorriu, depois subiu no muro e saiu andando tranquilamente.
Mas, nesse dia, Temmie não andara pelas ruas da cidade. Algo atraía a gata para dentro da floresta. Era algo que ela não sabia explicar. Seus instintos ficavam totalmente aguçados, pois ela sentia um cheiro novo e delicioso vindo daquele lugar onde só estivera uma vez.
"Miau! Que cheirinho bom!" Pensava ela. Cada vez mais adentro da floresta, mais forte o cheiro ficava.
Encontrou então uma pequena gruta e, guiada pelo cheiro, Temmie entrou dentro da mesma, mas com cuidado.
A gata não se importava em sujar suas lindas e brancas patinhas, ou talvez fosse consequência do cheio que impregnava em suas narinas e tomava sua mente.
Ao final do caminho, havia uma fruta de aparência estranha e desconhecida. A gata pensou um pouco, mais nunca vira e nem sentia o gosto e o sabor de tal fruto; definitivamente não era comum e não nascera de árvore alguma por ali.
"Que estranha!" Pensou farejando mais e mais. "Mas... tão deliciosa... Não! Você não pode, Temmie! Mas... Ah, só um pedacinho, né? Até parece que uma frutinha cheirosa dessas vai ser fatal!".
Estava decidida. Abocanhou a fruta de uma vez só e pôs-se a mastigar. Por mais que o cheiro fosse maravilhoso... O gosto era podre. Parecia lixo! Não! Era pior do que lixo! Nunca comera algo tão horrível assim! Mas já era tarde; havia engolido o fruto por completo.
Algo então deixara enjoada. Era estranho, também nunca sentira nada parecido. Sua cabeça doía tanto que ela até soltara um grito.
"O que é isso!?" Pensou aflita. "Não pode ser veneno! Não! Não pode!". O medo dominava seu pequeno e fraco corpinho.
Foi então que ela sentiu sua pele esticar, como se fosse rasga-la ao meio, mas sem sucesso. Olhou para suas perninhas e viu que elas estavam crescendo cada vez mais, além de seus braços, cauda e tronco.
- MEOW! - gritou de dor. - SOCORRO!
Temmie então apavorou-se. Havia acabado de falar como gente!? Como!? Sua cabeça latejava de dor, não permitindo que ela pensasse em qualquer coisa.
Algo em sua cabeça também estava crescendo: cabelo. Era preto, vindo da pequena manchinha que havia entre suas orelhas. Ah, e, é claro, aquilo também doía muito.
As patas e garras dianteiras de Temmie também estavam transformando-se: tinham se transformado em mãos e unhas - afiadíssimas, respectivamente.
Mas a pior dor que sentira, fora a que parecia nunca ter fim: sentia que partiriam sua mente ao meio, literalmente. Não era bem assim, mas algo dividia o cérebro da gata em duas partes.
- O quê..? - questionou a si mesmo com extrema dificuldade, devido à dor incessante que sentia.
A mente de Temmie agora tinha dois lados: o de sempre, só que melhorado para poder ser metade humana, e o outro, que continha seu lado selvagem de predadora, sem o mínimo vestígio de humanidade.
A gata lutara por longos minutos com aquela dor sem fim, pelo que pareciam ter sido horas e horas. Quando finalmente parou de se contorcer, ou cansou, tentou ficar de pé, porém sem sucesso.
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