História Gatunos! - Desistência

   O braço da morena esticou-se com a velocidade de uma bala de pistola e tomou o rumo da face de Sashi. Lanny sabia que isso poderia machuca-la, mas tinha certeza de que desviaria, afinal, fazia parte de sua tripulação.

   A loira deu uma bela cambalhota com um salto para trás, fugindo do soco que iria levar e já dando um chute no pulso de Lanny, que gritou ao sentir a dor.

   "Ela acertou!" Pensou Sabine. "Sashi é muito mais esperta do que pensei."

   - Ei!! - exclamou a capitã. - Você é muito forte, mas se me machucar, como vou enfrentar os outros piratas maus!?

  - Huhuhu - riu Sashi. - Tá bom, vou pegar mais leve com você.

   Toby assistia a tudo aquilo com um certo desconforto. Ele não era forte como as garotas. Claro, Kalissa também não era tão forte, mas ele sentia-se culpado. E se não pudesse ajudar as pessoas quando elas precisassem? Nunca se perdoaria. Nem era lá um médico tão bom.

   - Cara, nunca que eu conseguiria acertar um golpe sequer na Lanny - comentou Kalissa. - Ela, Sashi e Sabine estão em outro nível, muito mais alto.

   - Verdade - acrescentou para não deixar a amiga falando sozinha.

   "Mas... como Lanny controla seus poderes tão bem? Será que ela já os tinha bem antes de nos conhecermos? Ela faz parecer muito fácil se esticar como uma borracha." Pensou Toby.

   - Você desiste, capitã? - Sashi perguntou vom ironia.

   - He, é claro que não - Lanny respondeu com um olhar extremamente confiante de quem não perderia facilmente.

   A cozinheira lutava por duas coisas: a primeira era para vencer, claro, e a segunda era para mostrar seu valor a seus amigos. Queria demonstrar sua força como sinal de que estavam seguros com ela ali. Eles foram todos tão gentis com ela, que nunca se perdoaria.

   A próxima invertida veio por parte da loira: ela fez uma abertura no chão, sustentou seus corpos com uma braços e girou suas pernas, acertando as da capitã e fazedo-a cair de bunda no chão.

   Lanny gritou novamente, mas é claro que estava exagerando. Levantou-se sem usar as mãos e deu uma cabeçada em Sashi, que já tinha se levantado, mas caíra de novo.

   "Lanny deixa suas pernas como um alvo fácil, diferente de Sashi, que usa-as para se defender muito bem. Porém Sashi deixa uma abertura uma grande para receber ataques da cintura para cima. Ambas podem aprender muito uma com a outra." Sabine analisou a situação com precisão.

   Kalissa, por sua vez, não estava achando-se inferior às duas, mas sim vendo positivamente como poderia melhorar suas habilidades seguindo o exemplo delas. Se treinasse e se esforçasse, poderia alcança-las, disso tinha certeza.

   - Que chato isso - disse Sashi.

   - O quê? Por quê? - perguntou Lanny confusa.

   - A Sabine pode lutar também? Por favor.

   - Ah, se ela quiser. Mas por quê?

   - Eu quero ver se ela luta bem e qual de nós duas é mais forte. As regras não precisam mudar, só teremos uma vencedora: quem derrotar as duas.

   Sabine, ouvindo a proposta da cozinheira, estranhou. Ela sabia que Sashi só queria tentar parecer mais forte do que ela, e sabia que não era. Com suas habilidades, a loira seria facilmente derrotada por ela e seu bastão.

   Lanny nem pensou muito no assunto, como de costume. Aceitou a proposta da amiga e permitiu que Sabine entrasse na luta.

   Se escolha, a navegadora foi obrigada a aceitar o desafio, por isso não podia perder. Dirigiu-se até as duas, subindo no convés, e retirou seu bastão do bolso, apertando o botão e fazendo com que o mesmo ficasse do seu tamanho.

   - Agora sim a coisa vai esquentar! - gritou Lanny empolgada.

   Sashi encarou sua mais nova oponente com um sorriso debochado no rosto. Ela gostava e respeitava todos os outros, até mesmo Toby, que não sabia lutar, mas não conseguia agir da mesma forma para com Sabine.

   Sem mais delongas, Sabine ergueu seu bastão na frente do corpo tombado na horizontal. Após essa breve demonstração de força, ela usou-o para saltar por cima de Sashi e tentou acertar na costela da mesma.

Não seria um simples ataque surpresa como aquele que atingiria Sashi tão facilmente. A garota levantou seu joelho e defendeu-se do bastão com a perna. Aproveitando a brecha, Sabine acertou a outra ponta de seu bastão na outra perna de sua oponente, a qual permaneceu firme, mas sentiu bastante a dor que aquilo causara-lhe.

   - Me chamar para lutar foi uma péssima ideia - Sabine disse à loira.

   - Gomu Gomu... Pistola!!! - gritou Lanny.

   A capitã no navio pirata esticou seu braço de borracha com uma velocidade extrema, acertando Sashi com muita força, que esbarrou em Sabine, o que contaria dois acertos se fosse uma luta de verdade.

   - Me pegou de surpresa - disse Sabine.

   - De nada, Sabi - respondeu sua irmã de consideração. - Hihihihi!

   Sashi também não queria perder a mínima oportunidade: vendo que suas companheiras estavam com suas guardas baixas, ela jogou-se no chão, usando as mãos para se segurar, esticou sua pernas juntas e girou sua cintura.

   Lanny não tivera tempo de se esquivar, mas Sabine fora rápida e tombara seu bastão para um lado, apoiando e segurando-se nele, fazendo com que Sashi batesse suas pernas com força neles e finalmente soltasse um grito de dor.

   Sabine, vendo a cozinheira sentada no chão com as pernas esticadas, pisou nas mesmas como se fosse quebra-las, mas é claro que nunca faria uma coisa dessas com sua companheira.

   - Essas duas pernas na foram quebradas pouco mais de dez vezes - contou Sashi. - Se quebrarem de novo, só sentirei um choquinho tosco.

   - Mas acho que não quer ficar fora das lutas contra oponentes de verdade - disse a navegadora.

   - He, está certa. Eu desisto.

   Satisfeita com as palavras de Sashi, a loira deixou-a ir e saltou com dois mortais do topo do convés, caindo de pé no chão e já com seu bastão curto e guardado no bolso de sua jaqueta azul e comprida.

   - Eu também desisto - ela disse e levantou sua mão, indo até a ponta do navio ver como estavam o mar e a brisa.

   - Ah, mas assim não é justo!! - Lanny protestou enquanto fazia biquinho, cruzava os braços e pisava duro no chão com raiva.

   "Ela faz de tudo pela meio-irmã." Pensava Sashi. "He... Sabine... Você é muito estranha. Não gosto de você, espero que já esteja ciente disso."

   "Sashi..." Pensava Sabine. "Vou te ensinar a me respeitar, nem que eu precise quebrar suas pernas mais uma vez. Será só um 'choquinho' mesmo, não vai nem doer."

 
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   Novamente o estranho esverdeado de capuz dirigia-se até o Porto da Baleia. Mas, desta vez, ele não estava calmo, muito pelo contrário: parecia irritado e possuía ódio em seu olhar.

   O vigia do porto, lembrando-se dele, logo pôs-se de prontidão para avisa-lo sobre seus interesses, mas também morrendo de medo por causa do que tinha para lhe dizer.

   - Olá - disse o de verde.

   - O-olá - disse o vigia. - Sinto muito, mas nem sinal d-do Bando do Chapéu de Palha.

   O sujeito estranho bufou. - Ah, mais que droga! É impressionante como ele nunca está quando eu preciso. Meu pai quer ele.

   - C-c-como assim "quer ele"?

   - Hehe... - riu. - A cabeça dele. Enfim, como já disse, volto amanhã. Esteja aqui ou morrerá. Eu não tenho piedade.

   O homem engoliu em seco ao ouvir tais palavras. Nunca conhecera nenhum dos membros do Bando do Chapéu de Palha, mas sabia que eram todos muito bons, e que seu capitão era Monkey D. Luffy, ninguém mais, ninguém menos que o Rei dos Piratas.

   Após ir embora, o esverdeado voltou para o navio al qual pertencia, dando logo de cara com seu capitão.

   - Conseguiu as informações? - perguntou ele.

   Com medo, fez que não com a cabeça, já preparando-se par o pior que estava por vir; e ele já tinha uma certa ideia do que e de como seria sua punição, afinal, nunca mudava... nunca.

   - Ora, seu imprestável!! - gritou o capitão louco. 

O mais velho (capitão) cerrou seus dois punhos e acertou a cabeça do mais novo (encapuzado de verde) com dois fortíssimos socos, o que deixou-o perdido e complemente zonzo. Em seus olhos tinham até mesmo algumas poucas lágrimas.

   - Me desculpe... - pediu o garoto. - Pai...