História Gatunos! - O mal nunca dorme

   Kalissa, naquela noite, acordou de madrugada e foi até o lado de fora da cabine, onde apoiou-se à beirada para ver o mar.

   "Eu nunca havia visto o mar deste modo." Pensou ela.

   A garota contemplava o brilho da Lua que era refletido nas águas do mar. Aquilo era todo muito diferente para ela, mas um diferente bom; fazia com que ela se sentisse finalmente livre.

   - Hum hum hum... - cantarolou. - Piratas velejando... humm... sob a luz da Lua... com sonhos a se realizar... hum...

   A garota estava cantando baixinho para que ninguém a ouvisse, mas sua vontade mesmo era soltar a voz, pena que era tímida demais para isso.

   Porém, sem que percebesse, Kalissa já estava rodopiando e cantarolando, feliz por estar ali, ter feito amigos e por poder ter a chance de rever seu pai e conhecer o mar com outros olhos.

   - Hey hoo! - a garota cantava uma antiga canção de piratas.

   Ela havia pensado que estava sozinha ali na noite, mas logo notou que estava sendo observada, então retirou seu estilingue do bolso do macacão com uma mão e as munições com a outra, encondendo-os atrás das costas, já se preparando para disparar.

   Ela estava sentindo medo, não tanto quanto seu pai sentia antes de se tornar um dos homens mais corajosos que já existiu, mas mesmo assim ela sentia.

   Mesmo com o medo que sentia, Kalissa deixou escapar: - Eu sei que tem alguém aqui! Lanny, Sabine, Toby, são vocês? Se forem, peço que parem, por favor!

   Mas a garota não obtivera nenhuma resposta, o que deixou-a ainda mais assustada, mas também preparada para o pior.

   De repente, Kalissa começou a vez vultos que passavam rapidamente por todo o barco; as sombras pareciam estar brincando com ela de uma forma misteriosa, coisa de fanfic, digo, filme.

   A menina quase se desequilibrou de tanto pavor quando ouviu risadas em meio a escuridão, seguidas e/ou antecipadas de mais vultos negros.

   - Eu já mandei sair daí! - Kalissa disse alto.

   - Diga isso às suas tripas! - disse uma voz masculina bem irritante.

   E, sem que Kalissa percebesse, três Shurikens (Estrelas Ninja) vieram em sua direção. Ela tentou desviar e, por mais que não tenha se ferido muito, acabou saindo com dois cortes no barco direito, não cortes grandes, mas ardiam bastante.

   A garota enfim se tocou que não eram seus amigos que estavam ali, e sim alguém que ela não conhecia, mas que parecia ser perigoso.

   - SOCORRO!!! - ela gritou por impulso do medo, o que deixou o homem irritado.

   - Ninguém poderá te proteger, loirinha! - disse ele.

   Lanny, Sabine e Toby ouviram os gritos de Kalissa do lado de fora do convés e foram correndo até lá para ver o que estava acontecendo. Quando chegaram ao lado de fora, eles foram até a amiga e viram que seu braço estava cortado.

   Toby, sem hesitar, foi até o convés e voltou com um quit de Primeiros Socorros para fazer um curativo na loira enquanto as duas "irmãs" observavam atentas por toda a extensão do barco.

   - Revele-se! Agora! - disse Sabine, brava.

   - Senão o quê? Vai fazer trancinhas no meu cabelo? - disse o homem, zombeteiro, ainda dentro da escuridão.

   Sabine retirou seu bastão rapidamente do bolso de sua capa e clicou no botão azul dele, fazendo com que o mesmo ficasse praticamente do tamanho dela. Então, já armada, a garota encarou a escuridão com ainda mais raiva em seu olhar.

   - Você é um grande covarde se escondendo de um bando de garotos! - disse Lanny. - Não é, Sabi?

   - Isso mesmo, Lanny! - concordou Sabine.

   - Ora, ora, ora! Parece que eu finalmente encontrei a garota do chapéu de palha! Meu capitão  aí ficar muito feliz em saber disso! - disse o homem, melancolicamente.

   Todos ficaram expantados quando viram um homem todo vestido de preto e um pouco molhado da um mortal de costas, dois giros e depois mergulhar no mar sem medo, desaparecendo nas águas escuras.

   - O que era aquilo!? - disse Toby.

   - Tenho certeza de que era um ninja. - disse Sabine.

   - Um pirata ninja, talvez? - palpitou Kalissa.

   - O que são ninjas? - perguntou Lanny.

   Sabine começou então a explicar: - são homens ou mulheres com habilidades e técnicas de luta oriental experientes em furtar sem deixar pista alguma do crime.

   - Eles parecem ser espertos!

   - E são, Lanny. Mas acho que está tudo bem, voltem a dormir, eu ficarei de guarda.

   Todos assentiram e voltaram para o convés, mas Toby foi o último, pois ele ainda queria falar com Sabine.

   - Tem certeza de que vai ficar bem? - perguntou ele. - Está frio.

   - Não se preocupe comigo, Toby. - disse Sabine. - Vá dormir.

   Ele então assentiu e entrou para dentro do convés, deixando a loira sozinha sob a luz do luar.