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História G.E.M (Agentes Especializados em Monitoramento) - Conhecendo Violleta


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Venho trazendo um capítulo mostrando um pouco da vida de outra personagem, por enquanto Perla ainda irá narrar, sim vai ter narração de outros personagens, porém mais em breve.
Espero que estejam gostando meus amores ~~<3
Boa leitura a todos.
Quem quiser deixe sugestões e ideias nos comentários, ficarei feliz em ler <3

Capítulo 4 - Conhecendo Violleta


Finalmente tive uma boa noite de sono. Apesar de ter acordado com um pouco de frio na madrugada, apenas puxei o edredom tornando ao meu sono. De repente o celular tocava, deve ser a mamãe querendo me dar sermão, apenas ignorava me mantendo na cama. O barulho cessou, para meu alívio. Porém tornava a tocar. Franzia a testa esticando a mão, vou desligar essa merda. Ao olhar o número vi que não era a mamãe. Tratava de atender.

-Ciao?- Minha voz soava com um pouco de sono.

-Te acordei?- Ouvia uma risada, era Violleta, por que ela tá me ligando tão cedo? -Ainda está em casa? Já é meio dia Perla.- Era inacreditável, olhava o relógio do celular, era onze horas.

-Não é meio dia ainda.- Comentava.

-Horário de verão.- Ela respondia. Ahh droga, era verdade, estava tão cansada que nem adiantei o relógio, devia ter deixado ativado a atualização automática.

-Vou me arrumar, te encontro aí. Scusa..- Eu sempre fui extremamente pontual, o que estava acontecendo comigo? Minha nossa.

-Relaxa. Hey.. horário de verão é hoje a noite, enganei você.- Ela dava uma risada. Estava tão lerda por causa do sono que caí naquela brincadeirinha.

-Que deselegante de sua parte. Mas já chego aí. Só que não me atrasarei.- Desligava o telefone, me sentia aliviada por não estar atrasada.

Me levanto em um salto. Abria as cortinas, espera.. estava nua. Corria para o banheiro, melhor tomar um banho. Me lavei rapidamente, tinha mania de tomar vários banhos ao dia, gostava de estar sempre cheirosa. Passei meu creminho de sempre ao corpo, tinha um ótimo cheiro era um pouco azedo e doce ao mesmo tempo. Ganhei de presente no meu aniversário, mamãe tinha bom gosto. Ao chegar em meu quarto vestia apenas as roupas íntimas, hmn.. o que iria vestir? Enquanto pensava arrumei minha cama, milimetricamente, deixando bem simétrico, era muito gratificante pra mim ver tudo perfeitamente arrumado. Tive então uma ideia sobre o que vestir, tinha tantas roupas. Coloquei uma blusa de mangas cumpridas, na cor bege, era bem fina e colada ao corpo, meus ombros ficavam de fora, as vezes nem usava sutiã, sinceramente? Nem precisava muito. Usava uma calça jeans escuro e sapatilhas azuis claro, adorava aquelas sapatilhas. Penteava meu cabelo, estava perfeitamente simétrico, com um sorriso checava se estava tudo organizado em meu apartamento. Peguei minha pequena bolsa e logo me retirei, era tão organizada que nem sobrava coisas pra arrumar, que chato. As vezes ficava dias sem missões, então tratava de bagunçar o apartamento inteiro só pra ter o prazer de arrumar. A louça parecia até brilhar de tanto que lustrava ela. Já trancando o apartamento, descia as escadas. Cumprimento o porteiro saindo do prédio. Iria caminhando até a lanchonete. Trouxe algumas balas de menta na bolsa, meus dentes estavam limpinho. Hmn.. acho que estava tudo perfeito. Quando chegava em frente a lanchonete, via a moça baixinha, de cabelos platinados, ela conversava com Gabrielle, a mesma com suas roupas esportivas, acredito que estava correndo pelo bairro. Assim que ela me via logo se despedia da amiga, correndo para longe. Aqueles olhos azuis escuros da baixinha vinham de encontro ao meu, o rosto dela é delicado, deixava sua franja em frente a um dos olhos, a pele dela é bronzeada. A garota está com uma blusa lilás de alças e uma calça leg preta com botinhas brancas, ao pescoço um cachecol branco, mas não era pra aquecer, apenas era pra enfeite eu acho. Na cintura dela tinha um casaco preto amarrado, acho que ela estava com calor, tinha um ventinho frio eu confesso. Ela nem entrou no estabelecimento, me aguardava ali fora mesmo. Não pude deixar de notar ela sorrir meio boba quando finalmente chego perto dela.

-É mais bonita do que me lembro.- Percebia ela desviando o olhar, não é que ela era tímida? Aquele lado insano dela como espiã, era bem diferente desse.

-Grazie..- Corava levemente. -Acho que devia maneirar nas bebidas.- Tentava parecer um pouco brincalhona, foi quando ela riu.

-Ahh desculpa, você começou a me dar. Sou fraca pra isso, acabo bebendo demais.- Ela corava levemente, coçando a nuca.

-Tudo bem. Estou faminta, vamos comer algo.- Segurava a alça da minha bolsa, foi quando ela abriu a porta, entrou e segurou a porta pra mim.

Nem demorei para adentrar ao lugar. Fomos logo escolher nosso lanche. Parecia tudo tão bom, ela pedia logo o maior pão, enquanto ficava com um menor. Escolhia frango com bastante salada como recheio, acho que ela preferiu carne, o sanduíche dela estava enorme. A outra pediu bebidas, mesmo que não quisesse, acabei cedendo, pegamos refrigerante de uva. Ela escolheu a mesa, onde sentamos, era próximo a janela. A garota sentou em minha frente com seu enorme sanduíche, desembrulhava ele do papel que os funcionários colocavam pra manter todo o recheio dentro, era ótimo pra levar pra casa também.

-Então.. me conte um pouco sobre você.- Desembrulhei lentamente meu pão.

-Hmn.. Nasci em Brooklyn, bem.. meu pai era um gangster, sempre tive vários irmãos.. nunca conheci minha mãe, acho que nem ele sabe quem é só disse que eu era meio russa. Quando pequena não conseguia falar, então uma maluca da internet me alfabetizou, papai disse que ela era minha mãe, mas sei lá, ela parecia tão diferente de mim, os cabelos ruivos dela eram lindos e a pele bem clara. Devo ter herdado os traços do meu pai.- A garota abocanhou o sanduíche, claro que não era a melhor em boas maneiras, acho que está explicado aquele sotaque esquisito dela.

-Eu nasci na Itália, quando era pequena meus pais vieram pra cá, estava tudo difícil lá, uma forte crise econômica. Nem falava inglês quando vim pra cá, foi horrível. Aprendi na marra, mamãe sempre me apoiou, a pior época foi do colegial, onde fui muito zoada. Mas advinha? Minhas notas eram ótimas.- Deixava um sorriso em meus lábios, lembrando das coisas que aconteceram.

-Por acaso sua mãe é dona daquele restaurante bem conhecido?- A garota perguntava, estava na cara que desconfiava, bem, acho que não devia mentir nessa parte.

-Sou sim.- Olhava para meu sanduíche mordendo delicadamente.

-Ohhh que foda, então você é como eu e Ga.. caramba, que incrível. Desconfiei desse sotaque e palavras meio mistas.- Ela dava uma risada, imaginei que ela fosse ficar brava, acredito que ela não soube sobre eu e Gabrielle, melhor manter assim.

-Pelo visto vamos nos ver muitas vezes. O que você faz além daquelas coisas?- Novamente mordia o sanduíche.

-Sou gangster com meu pai. Acertamos umas contas por aí, prefiro não me envolver com o tráfico, sou mais do tipo que ando em bandos surrando os outros.- Ela desviava o olhar e coçava a nuca, acredito que não fosse motivo de orgulho dela.

-Então gosta de sair por aí surrando pessoas?- Franzia a testa, achava um trabalho um tanto idiota na verdade.

-As vezes é bom aliviar as tensões. Geralmente consigo algumas bananas pra eles detonarem alguns caixas eletrônicos, nunca revelei aonde consigo, é secreto.. mas bem.. não tenho muitas escolhas, minha ficha criminal é meio extensa, sou considerada imigrante ilegal, não tenho documentos.. fiquei um ano presa, mas me soltavam pois não tinha muita.. err.. bem.. precisavam de vagas e eu era descartável, iam me matar, mas fugi. Não escolhi essa vida.- Aquele assunto parecia a deprimir, como que ela não escolheu? Era a única coisa que ela fazia.

-Tentou arrumar algum emprego decente?- Tentava dar soluções a ela, pra mim nada justificava o crime.

-Sim. Mas não tenho documentos, me aceitaram uma vez, mas fui demitida, só consegui de carregador de caixas, é muito cansativo. Quando se faz serviços extras não tem como manter um emprego fixo.. fora que.. preciso ajudar meu pai.. meus irmãos passam fome as vezes, nem sempre é fácil ser gangster.- Fazia um tempinho que ela não tocava na comida, até que não pensei por essa lado, as coisas pareciam complicadas.

-Minha mãe vive brigando comigo por sempre sumir. Por sorte o dinheiro que ganho é suficiente pra pagar minhas contas, pois se depender da mamãe, nem conseguia pagar metade. Eu não gosto de mentir pra ela, é sempre difícil, nem sei mais o que ela pensa de mim.- Bebia um gole de refri, minha voz soava baixa.

-Meu pai acha que sou prostituta.. consigo dinheiro, mas não é o suficiente, ele precisa complementar. Tenho cinco irmãos entre quinze e dois anos. Sou quase a mãe deles. O mais velho está tentando arrumar um emprego. Minhas duas irmãs tem apenas um ano, são gêmeas. Eu brigo com ele quando vem com mais filhos pra casa. Ele engravida as mulheres e traz filhos pra não pagar pensão, ele mal tem dinheiro pra sustentar os filhos que tem.- Ela bebia basicamente o refrigerante inteiro em um gole.

-Todos temos uma vida difícil. Violleta, já pensou em tentar se registrar? Assim consegue alguns documentos e pode finalmente pegar bons empregos.- Essa ideia logo pareceu idiota quando lembrei das missões.

-Já vendi quadros uma vez. Minha amiga Vidalia ela pintava quadros, confesso que as vezes era a inspiração dela, era apenas uma criança. Fazíamos muitas travessura juntas. Ela dividia a grana comigo dos quadros, bons tempo.- Agora ela dava uma risada, acredito que ela era muito amiga dessa mulher, mas estava fugindo do assunto.

-E o que houve?- Perguntei mordendo mais um pequeno pedaço.

-Bem.. ela engravidou, não pode mais dar uma volta comigo, sempre que ia a visitar ela precisava cuidar do bebê, aos poucos minhas visitas foram diminuindo.. até que nunca mais a vi. Ando tão ocupada.- Ela mordia um grande pedaço de seu sanduíche.

-Devia ir vê-la.- Sugeri limpando minha boca com guardanapo. Não demorava para tornar a morder mais uma vez um pequeno pedaço.

-Estou com vergonha, poderia ir comigo?- Percebia a animação no olhar dela, portanto acenei de maneira positiva com a cabeça. Ela conseguiu colocar aquele sanduíche inteiro no boca e engolir. Aquilo fez meus olhos ficarem arregalados.

-Mocinha cadê seus modos?- Minha voz soava brincalhona, foi onde rimos. Dessa vez ela esperava eu terminar lentamente de comer.

Após sairmos da lanchonete ela ficava pensativa, não fazia ideia do que ela pensava, apenas ficamos paradas em frente a rua, como quem quisesse atravessar mas não fazia.

-Vamos lá ver sua amiga?- Perguntei.

-Sim, fica bem no interior de Brooklin, tava me lembrando do endereço.- A garota vestia o casaco da cintura, estava começando a ficar frio.

Logo um táxi parou em nossa frente, acho que ela esperava um desses. Tratamos de embarcar, ela disse o endereço e foi aonde fomos. Era tudo muito diferente naquele bairro, via muitas pessoas negras, acho que ela tinha razão quando disse que era incomum ver alguém branco. Ao longe conseguia ver minha ex, era uma garota de longos cabelos rosas, um piercing nos lábios, espera.. era justamente a pessoa que Violleta descreveu. Então aquela puta deu meu número pra ela? Acredito que só queria dar uns pegas nela, assim como fez comigo. Nem acredito que topei namorar com ela, durou pouco mais de um mês, ela não é garota de ficar presa em um relacionamento. Olhava para o lado vendo que Violleta estava olhando pela janela no outro lado, estava pensativa. O temperamento dela era bem diferente do que eu havia pensado.

-Algo a incomoda?- Perguntei tentado puxar algum assunto.

-Está tudo certo. Só espero que meu pai leve almoço pra casa, não comprei nada.- Então ela pensava em seus irmãos. Bom, eu apenas tinha dois irmãos mais velhos, meu pai faleceu quando tinha apenas dez anos, então não sabia direito o que era ter um pai.

-Podíamos passar lá rapidinho, só pra ver se eles tem comida.- Me lembrava vagamente de quando adotei um peixinho, ficava desesperada pra saber se ele estava com fome ou tinha comida, por fim ele acabou morrendo, acho que foi de tanto comer.

-Sério? Não se importaria?- Um sorriso surgia aos lábios dela, portanto nego com a cabeça. -Obrigado P.- Ela me abraçava, confesso corar levemente, estava como uma estátua sendo abraçada por ela com aquele sorriso bobo aos lábios.

-Chegamos.- Disse o motorista estendendo a mão para o pagamento. Violleta escondia a carteira no bolso de dentro do seu casaco, nem parecia ter bolso. E logo pagou. Estamos em frente a uma antiga casa, a porta estava fechada. Violleta fica em frente ao portão.

-Vidaliaaa.- Ela gritava, avistava uma campainha próxima ao portão.

-Acho mais educado apertar isso.- Tocava na campainha, porém ninguém aparecia.

-Com licença.- Um adolescente com fones passava por nós e abria o portão, ele tem cabelos platinados, roupas largadas, era bem magro. -A mãe não tá.- Ele dizia tirando os fones.

-Sour Cream?- Ele olhava pra Violleta.

-Me conhece?- A mesma solta uma risada.

-Era grande amiga de sua mãe, lembra dos quadros que ela pintava?- Me mantive em silêncio.

-Maneiro, ela falava muito de você.. é Violleta né?- Ela acena de maneira positiva com a cabeça -Acho que ela vai chegar daqui a uma hora quer entrar e esperar.- A mesma negava.

-Tenho que ir, mas dá meu número pra ela, posso combinar um dia pra vir visitá-la.- Sour Cream, pegava um papel e caneta em casa, onde Violleta anota o número.

Não sabia se realmente era aquele o nome dele, mas acredito que fosse um apelido, porém preferi nem perguntar. Caminhamos pelas ruas de Brooklyn, algumas pessoas nos olhavam, era estranho, era como se respeitassem nosso espaço. Já o casal que passou do outro lado da rua não teve a mesma sorte. Foram roubados em segundos por dois garotos.

-Violleta, aqui parece tão perigoso.- Me encolhia tentando ficar o mais próximo possível dela, foi então que a mesma riu.

-Está comigo, relaxa. Meu pai é bem respeitado e eu.. pff.. sou a que mais mete medo nesses palermas. Meto mais medo que a polícia.- Percebia ela encarar um dos homens que me olhava, onde o mesmo abaixa a cabeça. Talvez fosse verdade, nunca se sabe do que um gangster era capaz.

-Onde fica sua casa?- Perguntei ainda um pouco assustada. A mesma apontou pra frente.

-Estamos quase chegando.- Durante alguns minutos fiquei em silêncio, um pouco assustada com aqueles olhares pra nós, mas como ela disse, os caras nem ousavam chegar perto.

Chegamos em uma casa antiga, mas bem pintada, acredito que eles gostavam do visual meio antigo. Violleta abria a porta, mal entrava e havia dois garotos negros correndo, tinham os cabelos encaracolados, um vestia uma roupa verde e o outro uma branca. Violleta pegava o de branco no colo.

-Denis não puxe o cabelo do seu irmão.- A voz dela era autoritária. O garota apenas sorria.

-Violleta voltou.- O garotinho, que aparentava ter uns cinco anos, abraçava ela. Os outros irmãos logo se aproximam. Até um homem bem alto, com lábios volumosos, tais que a filha havia herdado. Com certeza era o pai dela. Os olhos dele azuis escuro profundos, eram um tanto incomum, Violleta parecia a mais clara dos filhos desse homem. A família se reunia ao redor dela para abraçá-la.

-Aonde esteve filha, não te vejo desde ontem a tarde quando disse que ia na sorveteria.- Ela ria meio sem graça.

-Eu dormi em casa, mas não sei se me viu, estava vendo tevê. Vim ver se já comprou almoço pra eles.- O pai dela parecia me encarar, eu engolia em seco, o olhar dele era assustador.

-Quem é essa moça?- Dava alguns passos para trás. Foi onde Violleta ficou em minha frente.

-Minha amiga.. lembra que meus irmãos comentaram uma vez que uma amiga branca veio aqui? Então..- O homem franzia a testa, mas parecia não ligar.

-Não se preocupe filha, todos estão bem alimentados. Os negócios de hoje deram um bom lucro, tem comida pra semana toda.- Percebia ele sorrindo e ela correndo para abraçar ele.

-Trouxe um pouco de dinheiro, acho que dá pra pagar as contas antes que atrasem.- Ela dava todo o dinheiro para o pai, sério que ela não gastava com ela? Acredito que ela deixou apenas cinquenta dólares na carteira para si.

-Ohh não vamos atrasar as contas esse mês. Aonde conseguiu todo esse dinheiro?- Ele novamente olhava pra mim e depois para a filha.

-Ahh pai, já disse, faço alguns serviços por aí.- Ela engolia em seco, sabia que não podia contar.

-Sabia que se prostituía.- Ele franzia a testa. -Não tem vergonha na cara. Você é gangster, entrou cedo nos negócios da família, é ótima nisso, não desperdice tempo com essas babaquices, não dá dinheiro.- Tal assunto deixava ela nervosa, assim como ele.

-Não faço isso pai. Já disse é apenas alguns serviços, prefiro morrer do que fazer sexo por dinheiro.- Violleta estava um tanto corada com aquilo, nem sabia como reagir.

-Mas não parece, sempre agindo sem pensar né Violleta. Daqui a pouco aparece grávida.. minha nossa mal dá pra sustentar seus irmãos.- Ela nega com a cabeça.

-Você que devia parar de engravidar as mulheres, nem vem colocar a culpa em cima de mim.- Acho que as coisas estavam esquentando, temia o que eles eram capazes.

-Err... Violleta.. melhor irmos, não me sinto bem.- Inventava qualquer coisa para poder sair daquele local, era belo o amor que ela tinha pelos irmãos, mas as brigas com o pai não eram legais.

-Espero que não traga uma de suas amigas putas pra morar aqui.- Ele gritava, percebia ela segurando meu braço e pisando forte no chão, não demoramos pra nos afastar.

-Desculpe por aquilo. Está bem Perla?- Depois de toda aquela briga ela ainda se preocupava comigo? Confesso que achei fofo.

-Estou bem, só quis cortar aquela briga. É sempre assim?- Temia a resposta, mas perguntei mesmo assim.

-Na maioria das vezes. Ele odeia a Ga, ela me defende, eles saíram na porrada uma vez, por isso não trago ela lá pra casa. Sabe.. as vezes durmo na casa dela, nem sempre tenho coragem de voltar pra casa.- A mesma coloca as mãos aos bolsos. Paramos em uma velha pracinha, alguns bancos furados com tiros, mas dava para sentar, foi ali que ela sentou.

-Você e Gabrielle já transaram?- Lembrei daquele dia com ela, imagino que tenha acontecido o mesmo com ela.

-Não. Que pergunta estranha, vai dizer que...-Ela me olhou fixamente, meu rosto corou de imediato, porém negava com a cabeça.

-C-certo che no..- Ai caramba, estava nervosa.

-Não entendo italiano.. está mentindo pra mim.. então você é daquelas garotas entregadas, que apenas quer um momento de prazer e depois vaza.. devia ter imaginado.- Notava algumas lágrimas se formando nos olhos dela.

-Scusa.. d-desculpa.. eu me deixei levar.. estava muito tensa com minha família e ela com a dela.. aí aconteceu.. não sou de fazer isso.. recentemente sofri um trauma amoroso que me deixou muito carente.- Olha aonde fui me meter, por que sentia um peso na consciência? Algumas lágrimas escorriam por meu rosto. -Apenas quero esquecer o que houve. Apenas esquecer o que houve- Repetia. Aqueles olhos úmidos me focaram, parecia preocupada.

-O que houve?- A mesma pergunta.

-Rose... era apaixonada por ela.. mas descobri que era casa.. fora que.. minha mãe.. menti pra ela sobre onde estava, ela me acha irresponsável por sempre sumir..- Deixava mais lágrimas escorrerem.

-Olha.. Rose tem até um filho.. perguntei a ela.. acho que poderia ter evitado se tivesse perguntado. E bem.. conhecendo Ga, sei que ela tem uma mania de conquistar as garotas e garotos, mas ela nunca tem um relacionamento, acredito que busque um sentimento forte, assim como o de suas mães.- A voz dela estava tão calma.

-Um filho...- Não conseguia parar de pensar naquilo. Foi onde levei um tapa na cara.

-Pare com isso mulher. Tem tanta gente no mundo, deixe de drama.- Após essa bronca ela começou a rir. Esbocei então um pequeno sorriso.

-Acho que precisava disso. Desculpe ter mentido pra você.. e pra finalizar.. não sou a garota que te fez beber e te beijou.. acho que ligou errado.- Abaixava a cabeça, temia que ela berrasse.

-Tudo bem. Obrigado por confessar, meio que desconfiava. Você tinha piercing... digo ela.. quer saber? Você é beeeem mais legal. Perlita.- Ganhei um apelido? Bem, foi engraçado, mas nós duas acabamos entre risadas.

-Quer ir lá em casa? Sem segundas intenções claro.. podíamos ver um filme.- Ela sorria acenando de maneira positiva com a cabeça. Sério que ia levar ela pra minha casa? Nem dava pra acreditar.

Chamamos um táxi, logo ele me levou para meu prédio, para meu azar mamãe passava na rua. Ao me ver ela surtou.

-Dove è stato? Dove è stato? Perla.- Ela me olhou de cima a baixo e viu Violleta se escondendo atrás de mim. Acho que ficou com vergonha.

-Err.. desculpe por ontem mãe. Estava muito cansada.- Abaixava a cabeça já esperando o sermão.

-Estava com ela?- Via a mesma apontando para meu lado, foi onde saí da frente de Violleta.

-Sim, ela estava comigo.- A baixinha afirmou, mamãe logo abriu um sorriso.

-Por que não me disse que estava namorando?- Acho que ela parecia feliz, porém ambas ficamos rubras.

-S-somos só amigas..- Falamos em coro, em seguida nos olhamos soltando uma risada baixa.

-Ohh desculpem. Minha filha é um amor, cozinha muito bem. Podem vir comer no meu restaurante se quiser, é por conta da casa.- Ela piscava caminhando. Acredito que ela já sabia do que se tratava, estávamos apenas nos conhecendo.

-Sua mãe parece ser legal.- Violleta me olhava, estava boquiaberta.

-Nunca imaginei ela reagir desse jeito.- Afirmei, foi onde Violleta riu novamente.

Deixando aquele assunto de lado, fomos até meu quarto, sério que ela estava impressionada com a estrutura do prédio? Pareceu ainda mais impressionada com a organização do apartamento. Estava tudo milimetricamente organizado. O chão chegava a brilhar, assim como os vidros e talheres.

-Você parece passar o dia arrumando isso.- Levo a mão ao peito, usando a outra mão para ficar apenas com o indicador erguido.

-Quando não tenho nada pra fazer organizo tudo. Meus livros, CD's, filmes, chás e temperos estão por ordem alfabéticas. As roupas por ordem de cor e tamanho. Os móveis na mesma distância entre as paredes, claro que na medida do possível. Os quadros estão alinhados.- Acho que ela estava mais interessada nos CD's da estante. Então parei de falar indo até a janela, logo abrindo ela.

-Não acredito que houve isso. É música esquisita.- A garota ria.

-Italiana. São músicas que mamãe gostava, ouvia quando jovem, são de recordação.- Ela pegava o controle da TV e logo ligava, mudando de canal.

-Cara.. você tem TV por assinatura.- Acredito que ela nunca viu TV por assinatura.

-Bem... é do restaurante, coloquei um ponto aqui, pago apenas um pouco a maioria quem paga é a mãe.- Estava na cozinha, havia apenas uma pequena divisória onde tinha um balcão pra separar os cômodos.

-Que foda. Tem tantos canais. Posso escolher o filme?- Eu dava de ombros, ela ficava procurando algum que lhe interesse. Peguei uma panela pra fazer pipoca.

-Gosta de pipoca amanteigada?- Pergunto colocando milho na panela, ia fazer bastante pois sei que ela comia muito.

-Nunca comi, deve ser muito bom.- Novamente dei de ombros. Por mais que ela fosse uma gangster, não parecia ser uma má garota,apenas fazia aquilo pra sustentar os irmãos, acho que a vida dela era um pouco difícil, talvez mais que a minha. Seria bom relaxar um pouco. Em alguns minutos terminei de fazer a pipoca, coloquei em uma bacia, lavei, sequei e guardei a panela e todos os ingredientes.

Sentei ao sofá no lado dela, a TV era grande, cerca de quarenta e duas polegadas. Mamãe comprou pra colocar no restaurante, porém atrapalhou muito, aí fiquei com ela, paguei apenas cento e cinquenta dólares. Ofereci pipoca a ela, que por sinal já assistia um filme. Acho que ela adorou a pipoca, pois não parava de comer. Era um filme de ação, eu já tinha visto, mas não ligava em ver novamente. As vezes ela gargalhava quando havia algumas explosões, ou eles falavam trocadilhos toscos, o censo de humor dela era estranho, mas pelo menos era bem alegre. Sentia ela se encostar em mim, confesso corar levemente, segurando ainda a bacia de pipoca vazia. A garota cochilou em meu ombro? Nossa, acho que estava cansada. Saí do sofá aos poucos deixando ela deitada sobre a almofada. Ia lavar a bacia. Acho que ficaria com ela ali até o jantar, onde iríamos comer no restaurante da mamãe.

Mas claro que deixarei isso para o próximo capítulo ;) ~~radar de tretas on~~


Notas Finais


Será que no próximo capítulo será tão calmo quanto esse. Olha as tretas que Violleta tem com o pai, bem.. até que ela aceitou bem o fato da Gabrielle e Perla terem.. então.. culpa da Perla que vem fazer perguntas idiotas. No próximo capítulo terá mais :v

Agradeço por lerem <3


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