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História G.E.M (Agentes Especializados em Monitoramento) - A dramática


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Ontem não consegui postar esse capítulo, desculpem, estava muito atarefada, mal consegui postar o capítulo da minha outra fic.
Dessa vez quem vai narrar será.... surpresa.. advinham quem, não vou falar :v
Claro que pra não confundir as vezes identificarei quem narra, mas creio que por enquanto não precisa, já que está bem na cara :v
Espero que gostem. Deixem suas sugestões nos comentários e o que acharam também :3
Quero compensar o dia sem GEM..
Adoro vocês <3
Boa leitura.

Capítulo 5 - A dramática


Abria meus olhos lentamente, foi quando vi Perla bem próximo ao meu rosto, o que ela pretendia? Corei bruscamente empurrando ela.

-O que está fazendo?- Perguntei enquanto a mesma fazia uma careta.

-Seu ferimento, precisa de cuidados.- Levo a mão a testa lembrando do meu corte, como foi próximo ao olho esquerdo, eu usava a franja em cima, então nem aparecia.

-Estou bem.- Me sentei ao sofá.

-Vai me deixar te ajudar ou não?- Ela cruzava os braços em minha frente, suspirei segurando meu cabelo, para que ela pudesse olhar melhor o curativo que fiz.

Ela retirou o curativo, fez uma careta, em seguida se levantou. Acompanhei ela com os olhos vendo a mesma pegar algo na geladeira, em seguida pegava uma bolsinha na gaveta. Voltava para perto de mim com soro e um kit de primeiros socorros. Delicadamente ela sentava ao meu lado, abrindo a bolsinha, pegando uma gaze onde despejava um pouco de soro.

-Está começando a inflamar, não sente dor?- Mal terminou de falar e já colocou aquela gaze umedecida em cima do ferimento, cerrei os dentes com força, estava ardendo bastante agora.

-Talvez um pouco.- Na verdade doía bastante, eu só queria aparecer durona.

-Está inflamado. Por quê não vai a um hospital?- Sentia um frio na espinha com essa ideia dela, negando com a cabeça.

-Não tenho documentos.. odeio hospital, prefiro morrer...- Ela suspirou.

-Certo.. mas acho que vai precisar de alguns pontos. Vou ver se a doutora Maheswaran está em casa, ela mora no andar de baixo com a filha.- A garota se levanta, ela segurava minha mão colocando no ferimento, com a gaze umedecida.

-Perla.. isso não quer dizer que vou te perdoar tá? Não caio na sua.- Franzi a testa lembrando do que ela fez com Ga, só queria ver até onde ia me levar, fingindo estar preocupada assim, oras, isso não ia me comover.

-Não entendi?- Agora se fez de desentendida? Poupe-me.

-Já tinha brigado com meu pai, não queria me estressar mais.. não engoli o que fez com Ga, apenas quis deixar pra lá.- Confesso ter ficado com pena dela chorando, mas não vou me deixar levar novamente, deve ser apenas um golpe, assim como fez com Ga.

-Ahh isso..- Ela se virou de costas pra mim. -Não espero seu perdão, tive consciência do que fiz.. podia impedir, mas me deixei levar.. acredito que ela sente a mesma coisa, também pediu desculpas, preferimos fingir que nada aconteceu. Bem.. se quiser pode ir, não tenho intenção de me aproveitar de você- A garota abria a porta deixando espaço para mim, estava com uma enorme vontade de sair, mas acho que devia ver até onde ela era capaz de ir.

-Tá certo.. chama sua doutora.- Fechava meus olhos ainda segurando aquilo na testa, sentia que algo escorria pelo lado do meu rosto, não sabia dizer se era sangue ou soro.

Perla me deixou ali sozinha por um tempo, o que me fazia refletir. Conhecia Ga, as vezes ela estava meio carente também, sempre conhecendo novas pessoas, passando um tempo com elas e depois se desapegando. Ela me dizia que buscava um relacionamento, mas não encontrou amor em nenhuma pessoa que conheceu, apenas um desejo, o principal objetivo dela era sentir um amor diferente, algo maior que atração, mas um sentimento verdadeiro. Sinceramente? Se a pessoa tivesse muito interesse em mim eu já namorava, nem me preocupei com amor, até conhecer o desabafo dela. Acredito que ela tinha razão, desde então nunca mais me relacionei com alguém, até aquela garota começar a me beijar, não devia ter enfraquecido tanto.. espera.. e se Perla passou pela mesma coisa que eu, em um momento de fraqueza alguém deu em cima e acabei cedendo.. mas eu estava bêbada.. ela sóbria.. é complicado, mas não cederia fácil a ela caso tentasse alguma coisa. Foi então que vi uma moça de cabelos castanhos entrar no apartamento com Perla junto, ela trazia uma maleta, com ela havia uma garota morena, quase do seu tamanho, com longos cabelos cacheados e óculos arredondados, estava um pouco assustada, mas acredito que veio ajudar a mãe. A moça se aproximava.

-Certo, como se chama?- Ela colocava umas luvas brancas de médico.

-Violleta.- Respondia.

-Sou doutora Maheswaran, aquela é Connie, minha filha. Ela vai me ajudar. Me deixe ver o que houve.- Tirava a mão da gaze, mas mantinha a outra mão segurando a franja, a médica também fazia uma careta. -Me diga, aonde conseguiu um corte desse? Está inflamado, deveria ter ido a um hospital.- Franzi a testa.

-Não posso ir a um hospital, tenho uns problemas pessoais.. só queria sua ajuda. Abri o corte em uma chapa de metal, dei uma testada acidentalmente.- Não ia revelar o que realmente houve claro, eu bati a testa na chama dando cambalhotas e uma missão, a merda da chapa cedeu e enquanto fazia uma manobra evasiva, bum.. dei uma brusca testada.

-Ok ok. Mas será mais dolorido.- Ela passou algo no ferimento que o fez arder, sua filha Connie ao lado entregava algumas coisas para ajudá-la. Em seguida ela passou algo que adormeceu um pouco a pele, logo a filha, também de luvas, entregou a ela uma agulha com linha onde a médica costurou. Senti algumas fisgadas mas logo passou. A médica se afastou com um pouco de sangue nas luvas, a filha colocou uma gaze e uns esparadrapos para prendê-la.

-Se sentir dor tome apenas um comprimido.- A adolescente tirou as luvas e me deu um papel. -Dá pra comprar na farmácia, não é caro, se for nessa do outro lado da rua eles nem pedem receita.- Ela piscou.

-Obrigado filha, ótimo trabalho.- A médica arrumou as coisas. -Vamos indo.- Ela e a filha saíram, Perla gentilmente se despediu dela. Olhava aquele papel com um nome esquisito do remédio.

-Como se sente Vi?- A magrela se aproximava um pouco preocupada, deixei a franja cair em meu rosto, novamente ocultando o curativo.

-Vi?- Franzia a testa.

-Desculpe pelo apelido. Está estranha.. até a pouco parecia tão.. slá animada..- A garota olhava pra baixo, será que a deixei triste? Suspirei.

-Estou meio tensa, quando chegar em casa, papai vai estar esperando, aquela conversa não irá terminar naquilo.- Virei o rosto para o lado.

-E se você dormir aqui?- Corei levemente, olhando para ela, vi a mesma olhar para o chão.

-Não quero dormir com você.. mal te conheço.- Acho que minha voz soou um pouco baixo.

-Não precisa ser comigo. Posso dormir no sofá e..- Soltei uma risada interrompendo ela.

-Ahh P, não vai dormir no sofá, eu que sou a invasora aqui, eu durmo no sofá.- Ela tinha um pequeno sorriso aos lábios.

-Bem.. se quiser comer no restaurante da mamãe, melhor irmos.- Nem tinha notado que ela trocou de roupa, estava com uma blusa de lã em cima, uma calça jeans e uma pequena botinha.

-Vou no banheiro rapidinho tá?- Me levando do sofá olhando ao redor, avistei a porta do banheiro, por sorte estava aberta.

Adentrei ao local, estava úmido? Acredito que ela tomou banho recentemente ali. Lavei meu rosto, tirando um pouco de sangue misturado com soro que escorreu. Estava um tanto apertada, após sair do banheiro, sentia um incrível alívio, nossa nunca imaginei que fosse tão gratificante urinar. Ria pra mim mesmo o que fazia a outra não entender nada. Claro que não esqueci de lavar a mão, só que nem sequei. Cutuquei o rosto dela com a mão molhada, ela fez uma careta.

-Espero que seja água.- A cara de nojo dela era engraçada.

-Não é.- Ela fazia uma careta pior ainda, enquanto eu não parei de rir, como ela acreditou naquilo?

Pela minha risada ela se tocou que foi apenas brincadeira. Descemos as escadas, saímos do prédio. O restaurante era embaixo do prédio, então era só caminhar até a esquina. Perla parava observando alguém que passava. Era uma garotinha de cabelos loiros, ela tinha um papel na mão, parecia assustada.

-Ciao Cassidy.- Perla chama por ela, onde a garota atravessa a rua e vinha até ela.

-O-Oi.. sabe aonde tem um mercado?- Timidamente a loira perguntava, ela tinha a minha altura, acho que já vi ela.. espera foi a garota que eu ajudei.

-Lembra de mim?- Perguntei com um sorriso. Ela acenou de maneira positiva com a cabeça.

-Violleta né?- Foi minha vez de acenar com a cabeça.

-Se conhecem?- Perla pergunta.

-Ajudei ela quando estava procurando o apartamento de uma amiga, iram dividi-lo. Ela ficou perdida em Brooklyn e uns caras iam maltratar ela, já sabe.. impondo respeito salvei ela e levei até um prédio não muito longe daqui.- Acho que aquilo encantou Perla, pois ela sorria me olhando.

-Legal, sabia que ela arruma coisas?- A maior tratava de dizer, olhava então pra garotinha.

-Sério? Arruma de tudo?- Ela acenou de maneira positiva com a cabeça.

-Err.. estou com um pouco de pressa, tenho que achar um mercado.- A mesma desviou o assunto.

-Quer comer conosco?- Perguntou Perla.

-C-comer? N-não sei se tenho dinheiro o suficiente.- Percebi ela se encolhendo um pouco e colocando o papel ao bolso, era um desenho de um mapa da cidade, onde mostrava o mercado.

-Não precisa pagar nada, venha.- Eu dizia caminhando ao lado de Perla, a tímida garotinha nos acompanhava.

-Está gostando da cidade?- Perguntei a ela.

-Sim.. é bem bonita, apesar de perigosa. Demorou mas a Diamond Corp me contratou, eu cuido da manutenção dos ar condicionados, o antigo técnico se mudou pra outro estado, então sobrou pra mim. Porém só vão me pagar no fim do mês, enquanto isso tento economizar.- Ela colocava as mãos ao bolso do casaco que ela usava, era um moletom verde. Perla e eu nos entreolhamos, ela trabalhava para uma perigosa empresa, porém não podíamos falar nada.

-Notou algo de estranho na empresa?- Arrisquei uma abordagem.

-Várias coisas, aquela estrutura do prédio está mal feita, as vigas parecem esconder algumas passagens, inclusive, as vezes parece que tem um andar subterrâneo, porém creio que a estrutura do prédio não suporte muito tempo, acredito que em uns dez anos vai desabar tudo.- Ela estava se exibindo? É estava sim, parecia ser a garota que conhecia tudo.

-Neeeerd.- Soltei uma risada, onde ela corou levemente e olhou para o lado.

Por fim entramos ao restaurante, já era hora de parar de conversar na rua. A mãe de Perla no cumprimentou, havia poucos clientes que ainda terminavam de comer. Sentamos em uma mesa.

-Sobrou lasanha, espaguete, sopa de capelete e ravióli ensopado. O que sobrar somos obrigados a jogar fora. O que vão preferir?- Ela olhava curiosa a pequena tímida sentada ao meu lado.

-Tudo se puder.- Pedia cautelosamente.

Sem demora era trouxe o que sobrou de todos os pratos mencionados. Olhava aquela lasanha, parecia muito boa, advinha o que eu comeria primeiro? Ao olhar para o lado via o desejo daquela tímida garota, que estava com vergonha de comer. Logo peguei um grande pedaço de lasanha e dei a ela, os olhos da mesma brilhavam enquanto espetava a lasanha destacando um pequeno pedaço pra comer. Servia Perla também, acabei me deixando por último, mas claro, fiquei com o resto que sobrou.

-Viu a cara da Cassidy quando deu o primeiro pedaço pra ela? Foi tão fofo de sua parte, parece até que ela costuma passar fome.- Após as palavras de Perla percebia a pequena corar.

-Você passa fome as vezes?- Perguntei.

-Meus pais eram do campo.. comíamos o que tinha, nem que fosse um pouco de ovo. Depois que comecei a estudar, me davam um pouco de dinheiro, meio que uma bolsa do governo. Dei tudo aos meus pais.. vim pra cá com pouco dinheiro, não sei como eles estão, não telefone lá... e não tenho muito dinheiro.. to tentando conseguir alguma grana, desde que cheguei, faz quase uma semana, só comi alguns pães.. - Ela dizia bem baixinho, como se não quisesse mencionar.

-Sério? Woohh.. cara, se tiver com fome pode pedir comida pra mim, eu te consigo.- Levo a mão ao braço dela, que sorria. Perla olhava para mim, os olhos dela brilhavam, não sabia bem por que.

-Eu to morando com Kanya, uma amiga que conheci na internet quando fazia intercâmbio, ela tá fazendo hora extra pra comprar mais comida, ela geralmente come no serviço.- A garota comentou focando na lasanha novamente.

-Ela trabalha de que?- Perla perguntou ainda comendo a lasanha.

-É segurança da Diamond Corp, ela que me indicou pra eles. Vindo pra cá posso mandar dinheiro pros meus pais, eles sacam em um caixa eletrônico na cidade, aí conseguem sobreviver.- A voz dela soava um tanto fofa, fazia tudo aquilo pra ajudar os pais, deviam ser tudo pra ela.

-Que foda, por isso se esforça tanto né?- Disse pegando um pouco da sopa, foi onde ela acenou de maneira positiva com a cabeça.

-Obrigado pela comida, estou satisfeita.- A mesma disse empurrando o prato vazio.

-Só isso?- Perguntei colocando um pouco de sopa ao prato dela, no qual ela começa a comer.

-Pode me servir também Violleta?- Perla pediu gentilmente, claro que a servi.

Ambas já não aceitavam mais comida, imagino que comiam pouco, já eu não, comi o resto que sobrou, sempre fui comilona. Estava tão gostoso. Bebia até um copo de água que Perla foi buscar pra nós. Assim que terminamos e comer Cassidy já se levantava.

-Tenho que ir, está tarde.- A garota ainda estava tímida e falava baixo.

-Podemos te acompanhar até sua casa, por questão de segurança.- Disse de forma brincalhona, até que ela concordou com a ideia. Eu e Perla nos entreolhamos, acho que pra ela não tinha problema. Antes de sair fiz questão de elogiar por alguns minutos a maravilhosa comida da mãe dela, na frente das duas, onde Perla ficava corada levemente.

-Ohh filha, sua amiga é uma graça.- A mãe dela comentou.

-Precisamos ir mãe.- Ela meio que me empurrou para fora do restaurante, enquanto a mãe dela ria.

Cassidy nos guiava, todas de barriga cheia, acho que passaria um tempão dormindo, sou bem preguiçosa. Paramos em frente a um prédio, onde ela olhou pra cima.

-Moro aqui. Obrigado por tudo.- Timidamente a garota sorria.

-Sem problemas.- Soltei uma risada.

-Qualquer coisa pode me chamar tá? Se precisar de dinheiro posso arrumar alguns serviços de conserto pra você, caso não se importe.- Dizia Perla.

-Estão sendo muito legais comigo, agradeço. Peguem.- Ela nos entregou o número dela. -Se precisarem de alguma coisa podem me chamar, conserto qualquer coisa. Não cobro caro. Mas o serviço é melhor que de profissional.- A garota gargalhou, tratei de rir junto, acredito que Perla não viu graça.

Não demorou para ela adentrar em seu prédio, então tomamos o rumo do prédio de Perla, onde topei passar a noite, porém ficaria alerta caso ela tentasse algo, fiquei um pouco desconfiada depois do que houve com Ga.

-Depois daquela missão não tivemos sinal da GEM né?- Comentei baixo enquanto o elevador subia.

-Verdade, isso é estranho, será que não precisam mais de nós?- Saíamos do elevador enquanto ela falava.

-Será que é o corte de gastos? Podem estar tentando conseguir algum acesso com o que copiou no pendrive.- Ela abria a porta do apartamento, logo adentramos.

-Pode ser também, fico meio insegura, a maior parte do dinheiro que preciso eu ganho lá.- Ela suspirava.

-Eu também, é tenso ficar sem missão.- Sentei ao sofá e liguei a TV, ela sentou ao meu lado.

-Será que podíamos investigar nós mesmas pra dar uma forcinha a eles?- Olhei para ela fazendo careta.

-Está louca?Não temos autorização e nenhum acessório.-

-E se nossa amiguinha que cuida dos ar condicionados fizer isso pra nós?- Fiquei pensativa com as palavras dela.

-Acha que Cassidy pode nos ajudar nisso?- Ainda estava confusa.

-Acredito que sim, já que ela diz que faz tanta coisa, podemos oferecer um dinheiro pra ela.- Perla riu baixo, não evitei de soltar uma alta gargalhada.

-Sabe Perla.. acho que me enganei a seu respeito.- Ela não parecia ser aquele tipo de pessoa que se aproveita dos outros. Talvez fosse do tipo que fizesse as coisas por um bem maior.

-E isso é bom?- Ela perguntou me olhando.

-É sim, só espero não estar enganada sobre estar enganada.- Acho que dessa vez fiz ela rir, mas claro, eu também ria.

Eu olhava para ela, nossos olhos se encontravam, era um tom de azul claro muito belo, meus olhos também eram azuis, porém mais escuros. Achei que fosse desviar o olhar mais não ocorria, sentia um leve rubor em meu rosto, o mesmo acontecia com ela. Acho que estava aproximando o meu rosto um pouco do dela, ou ao contrário, não sei explicar bem mas sentia como se fosse beijar ela, e por um tempo desejava aquilo. Nossos rostos estavam tão próximos, no último instante acabei virando o rosto, não queria ceder tão fácil. Afastava um pouco meu rosto do dela, ao olhar novamente pra mesma via um rubor excessivo no rosto dela, acho que ficou com vergonha por meio que ter rejeitado o beijo. Comecei então a mudar de canal, onde ela se levantou.

-Vou pegar as coisas pra arrumar o sofá pra você dormir.- Acenei de maneira positiva com a cabeça. Ela adentrava ao quarto, ouvia uma voz, acho que estava falando sozinha, coloquei então a TV no mudo. Me aproximei do quarto dela escutando o que a mesma dizia.

-Mio dio.. Perla se controla.. Rose ficaria furiosa se soubesse.. se bem que ela nunca me nota.. o que estou fazendo? Que moral eu tenho? Amo uma mulher casada.. que nem sequer curte mulheres.. bem.. eu acho. Ainda nem acredito no que houve com Gabrielle.. minha nossa.. o que estou fazendo? Tá na cara que Violleta ainda guarda mágoas do que fiz com a amiga dela.. ainda pensa que irei me aproveitar dela.. o que estou fazendo comigo? E minha reputação de perfeita, de certinha, da garota difícil.. tantas ilusões amorosas acabam comigo.- Acho que ela estava chorando pois ouvia uns suspiros manhosos, que dramática! Ela alimentava sempre a tristeza assim?

Adentrei ao quarto dela, onde a mesma estava encolhida ao chão, abraçava seus joelhos e escondia a cara nos mesmos. Acho que nem me viu entrar. Sentei a frente dela e envolvi os braços nela, deixando que a mesma chorasse. Era péssima em consolar então me manteria em silêncio, creio que estivesse sem humor pra minhas gracinhas. Ao se sentir abraçada ela erguia o rosto e me olhava, após uma troca de olhares ela cedeu o abraço em mim, dessa vez chorava em meu pescoço.

-Ahh Violleta.. ainda dói sabe.. não tem noção de quanto gostava dela, é sempre difícil.. nunca tive coragem de falar, ela não nota.. ela não me nota.. me sinto tão substituível, tão tola, sou só uma pérola, tem muitas por aí, nem querem escolher, qualquer serve.- Quanto drama, ela continuava alimentando aquilo.

-Rose não te merece, aquela doida varrida. Ela nem sabe cozinhar um ovo. A bagunça da casa dela é a melhor.- Soltei uma risada sarcástica.

-Como assim?- Ela afastou o rosto para me olhar.

-Ela é uma desastrada, mal consegue arrumar suas coisas e cuidar do filho.- Novamente eu ria, a julgar pelo jeito perfeccionista dela imagino que bagunça a incomodasse.

-Uma desorganizada? Sempre achei que ela fosse bem organizada.. você disse filho?- Acho que ela ia voltar a chorar, afastei um pouco o abraço e dei um tapão na cara dela.

-Chega de drama Perla. Ohh criatura dramática. ROSE É CASADA, TEM UM FILHO E NUNCA TE DARIA UMA CHANCE.. - Via mais lágrimas ao rosto dela, agora dei outro tapão no rosto dela. -Perla.. pare com isso, não vale a pena, se ficar se lamentando por alguém que não conhece.. pode acabar deixando passar alguém que está conhecendo. Acorda.- Acho que fui muito agressiva, mas ela entendeu o recado.

-Desculpa Violleta.. acho que as vezes sou um pouco dramática.- Tratei de cair na gargalhada.

-Um pouco?- Disse entre risos, foi onde a mesma riu brevemente

-De qualquer maneira obrigado.- A mesma deu um beijo em minha testa, cara, eu fiquei quase rubra, foi tão inesperado que parei até de rir, quem riu foi ela.

Via a outra se levantar, pegando um cobertor e travesseiros no armário pra mim. Me levantei para ajudá-la. Carreguei o cobertor e ela o travesseiro e um lençol. A mesma deitou as costas do sofá, sim era um sofá cama. Colocou o lençol em cima, acredito que seja pra não sujar o sofá ou algo do tipo. Coloquei o travesseiro e depois estiquei a coberta. Sem demora sentei no sofá, tirei as minhas botinhas, tirei o casaco e o cachecol. Logo me deito e puxo a coberta pra cima de mim, deixando o rosto de fora.

-Gostou?- Ela perguntava. Foi onde sorri.

-Bem mais confortável que minha cama, está velha e com umas molas soltas.. você dorme inteira e acorda com os ossos quebrados.- Soltei uma gargalhada sarcástica, mas logo se cessou, levei a mão a testa, não doía até agora, que droga.

-O que foi?- A mesma perguntou sentando a beirada do sofá, eu tirei a mão de cima, foi onde ela tirou minha franja de cima do ferimento. -Sangrou um pouco, vou trocar os curativos.- Ela se levantou.

-Está doendo, até agora não sentia nada.- Resmunguei. Perla logo voltou com seu kit. Ela tirou a gaze, limpou o ferimento e colocou uma limpinha.

-Quer que eu ligue pra farmácia? Posso comprar o remédio.- Ela sugeriu, estiquei o braço pra pegar minha jaqueta, onde tirei da carteira meus cinquenta dólares.

-Paga o remédio.- Comentei, ela sorriu com os lábios meio trêmulos, não entendi muito bem o por que daquilo, mas ela pegou o dinheiro e ligou pra farmácia. Cerca de quinze minutos depois eles entregaram o remédio, ela me devolveu o troco, onde pedi para que ficasse com as moedas.

-Precisa mais que eu Violleta, fique.- Neguei com a cabeça.

-Espero ser o suficiente pra pagar todo o incômodo que lhe dei.- Ela sorria meio sem graça.

-Vou aceitar.. mas não me incomoda tá? Pelo contrário.. é uma boa companhia.- Meu rosto corou, assim como o dela. A garota guardou as moedas, me trazendo um copo de água, para que pudesse tomar um comprimido. Já estava sentada. Ao beber fiz uma careta, onde ela ria.

-Odeio tomar remédio. Blarghh.- Mostrei a língua.

-Pelo menos vai ficar melhor.- Entreguei o copo a ela. -Precisa de mais alguma coisa?- Antes de levantar ela perguntou, foi onde neguei com a cabeça.

-Valeu P.- Tornei a me deitar a olhando.

-Não precisa agradecer.- Ela colocou novamente meus cabelos em frente ao curativo. Quando foi se levantar segurei o braço dela.

-Perla..- O rosto dela virou pra mim.

-Diga.- Puxei o braço dela, onde ela se abaixou um pouco. Ergui meu rosto tocando meus lábios aos dela, meu rosto estava tão vermelho, nem queria ver a reação dela, até fechei os olhos. A garota retribuiu o beijo. Nossos lábios se tocavam graciosamente, com muita delicadeza e um pouco de carinho. O gostinho da boca dela era bom, de menta, acho que escovou os dentes a pouco tempo. Acho que estava gostando daquele jeito.. espera, não podia me deixar levar, foi onde a soltei, pousando a cabeça no travesseiro, ambas estávamos arfante, por que eu desejava outro beijo? Percebia ela se endireitar ao sofá, sentada, olhando para mim.

-Desculpe P.. - Virei de costas pra ela escondendo meu rosto ao cobertor.

-Não precisa se desculpar.- Ela se levantou, lavou o copo na pia e se direcionou ao quarto.

Com todas as luzes já apagadas olhei para o teto, passei os dedos em meus lábios, como era suave os lábios dela, não dava pra acreditar que a beijei.. Violleta pare de ser tão entregada, acabou de conhecer ela. Me dava bronca mentalmente, antes de finalmente pegar no sono, as únicas coisas que vieram em minha cabeça foi aquele louco beijo. Esse remédio me deu um baita sono, não demorei pra adormecer. Acho que dormi como um bebê.


Notas Finais


Tadinhas delas, estão sem missão por algum motivo desconhecido. Enquanto isso elas aproveitam pra... :v isso mesmo pra se conhecerem. Será mesmo que elas mandarão Cassidy investigar a Diamond Corp enquanto trabalha lá? E será que Perla gostou do beijo? Ohhh Rose tem um filho, como será que se chama? Difícil né? heheheheheh Em breve mais novidades <3

Obrigado por lerem.


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