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História G.E.M (Agentes Especializados em Monitoramento) - Minha amiga


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Perdão pela demora pra postar novos capítulos (tanto nessa quando em Human Universe) estou bem cansada e meio ocupada esses dias, assim que tudo acabar poderei postar com mais frequência.
Vou deixar vocês adivinhar quem irá narrar o capítulo de hoje.
Espero que gostem, boa leitura ~~<3

Capítulo 6 - Minha amiga


Aquelas duas foram tão gentis comigo ontem a noite, saí para comprar alguma comida instantânea e comi em um restaurante. Acho que seria embaraçoso explicar ir pra Kanya. Quando entrei no apartamento ela estava sentada no sofá, mudando de canal. Os olhos dela se voltaram imediatamente pra mim quando abri a porta.

-Aonde estava? Achei que foi comprar algo pra comer.- O corpo dela apenas iluminado pela TV me causavam calafrios.

-Achei umas conhecidas pelo caminho.. elas me convidaram para comer junto com elas, então comi.- Minha voz soava um pouco baixa, não queria fazer contato visual.

-Devia ter me avisado, já ia atrás de você achando que algo aconteceu.- Ouvi um suspiro dela, indo até o sofá em silêncio e sentei ao lado dela.

-Desculpa. Eu também não pretendia demorar. Sei que meus pais confiaram minha segurança a você, mas.. ahh eu já sei me cuidar.- Cruzei os braços olhando para a TV, estava em um canal de culinária.

-Mesmo que saiba se cuidar, ainda é pequena e frágil, sabe que nas ruas sempre está em desvantagem, principalmente sozinha. Quero que me ligue se alguém te maltratar tá?- Ela segurava meu rosto fazendo o mesmo olhar em direção a ela, aqueles olhos amarelados dela focavam em mim, ela parecia preocupada.

-Não preciso que me defenda tá?- Virei meu rosto e tornei a olhar para a TV, me sentia uma criança. -Só por que sou baixinha que diz isso né?- Continuava de braços cruzados. Foi quando ela negou com a cabeça fazendo um barulho de negação com os lábios.

-Sabe muito bem o por que disso. As vezes você fica mal, fraca, pode ser um momento para se aproveitarem de você, prometi a seus pais que nada aconteceria contigo.- Ela mudou de canal.

-Você já teve uma irmã?- Olhei para baixo, aquele jeito protetor dela não podia ser apenas uma promessa a meus pais.

-Sim. Mais nova.- Percebi um suspiro desapontado.

-Cuida de mim como queria ter cuidado dela né?- Perguntei, era a única explicação mais lógica.

-Pode ser. Ela se machucou uma vez, eu não a ajudei, graças a isso a mãe dela se separou do meu pai, ele só tinha a mim e a ela, ficou tão desapontado..- A mesma levou as mãos ao rosto.

-A mãe dela se separou do seu pai por que a filha se machucou?- Acho que ainda não consegui imaginar direito a cena.

-Sim. Papai tinha que cuidar dela, mas ele foi ajudar um amigo dele a consertar o motor do avião, meu pai é aviador. Ele prometeu pra mãe dela que cuidaria da filha dela, mas ele foi ajudar o amigo, me deixou tomando conta dela, eu fiquei com preguiça, ela caiu da árvore que quebrou o braço. Eu estava deitada debaixo daquela árvore, não me importei quando ela subiu na árvore, não ajudei ela gritando, apenas fiquei deitada e liguei pro papai.. me arrependo tanto disso.- Ela negava com a cabeça.

-Não precisa se lamentar por isso.- Levo a mão ao ombro dela.

-Era a única família que eu tinha. Faz dez anos que não a vejo. Depois disso meu pai ficou triste e mal ficava em casa, só queria saber de trabalhar, beber, até que um dia...-Os olhos dela focaram o chão.

-O que houve?- Olhava para a mesma direção que ela, tentando me imaginar no lugar dela.

-Ele sofreu um acidente fatal. Tive que me virar sozinha, nenhum irmão dele quis cuidar de mim. Eu tinha só quinze anos na época.- Ela negava com a cabeça.

-Então tem vinte e cinco agora. Hehe, descobri sua idade.- Soltei uma risada brincalhona, ela também riu e me olhou.

-Sua tola.- Levei um empurrão de leve.

-Não me chame assim.- Mostrei a língua para ela. A mesma negava com a cabeça, pegou o controle e continuou trocando de canal.

-Daqui a pouco vou trabalhar, melhor descansar, já que você acorda cedo.- Ela sugeriu, me levantei do sofá.

-Boa noite então Kanya.- Ela segurou meu braço e puxou pra um abraço.

-Boa noite Cassy. Tem certeza que não quer ficar comigo aqui no sofá?- Ela perguntou enquanto me soltei do abraço, negando com a cabeça.

Desde que vim morar com ela o comportamento dela era meio estranho, coisa que quando nos falávamos na internet ela não demonstrava. Fui ao banheiro tomar um banho bem quentinho, ao terminar vestia meu pijama verde de alienígena, adorava aquele pijama, e fui para meu quarto. Meu cabelo estava uma bagunça, apenas o ajeitei com as mãos. Fui até a janela para fechar as cortinas, olhava para baixo vendo todo o movimento, tinha um pequeno grupo de pessoas, não dava pra ver o que faziam, mas andavam de um lado a outro. Dei de ombros apenas fechando as cortinas. Meu joguei em minha cama puxando as cobertas. Ouvia minha porta se abrir e a luz ligava, já tinha memorizado o quarto, então sabia caminhar nele de luz apagada.

-Cassy. Me ligaram dizendo que não vou precisar cobrir o turno do Jack hoje, me faz companhia?- Nem tinha tirado meu óculos ainda, mas já me sentava.

-O que quer?- Cocei meus olhos por baixo do óculos.

-Quero comprar uma bebida doce, você vem comigo?- Já não tinha escolha, pois não estava com sono.

-Pode ser.- Me levantei da cama. -Me dê licença, vou me trocar.- Ela encostou a porta.

Vesti uma blusa com o desenho da cabeça de um alienígena, aquela cabeçudo parecia me entender, tão solitário e pensativo. Coloquei uma calça jeans e tênis. Não esqueci de botar um moletom quentinho, estava frio lá fora. Quando saí do quarto vi ela encostada a parede me esperando. Aquela valentona, sempre intimidava as pessoas, não era a toa que trabalhava de segurança na Diamond Corp. Seus cabelos são bem longos e platinados, a pele tinha um tipo de vitiligo, onde havia umas manchas mais claras na pele dela, era sensível ao sol, então saía mais a noite, ou com muito protetor solar. Ela é bem alta, seus braços e pernas bem malhados, uma das coisas que ela mais gostava era fazer academia. Aquele abdome dela dava inveja em muita gente, inclusive em homens, tinha vários gominhos, bom era o que ela dizia, pois nunca tinha visto, inclusive ela tinha seios bem avantajados na minha opinião, mas claro, pareciam mais músculos peitorais, talvez de costa ela fosse confundida com um homem, pelo seu tamanho ou talvez corpo. Sou péssima em descrever isso certamente, pois meus olhos analíticos se interessam mais em tecnologias. Mesmo com o vento frio, ela preferia usa uma regata branca, onde aparecia um pouco de seu decote, além de uma calça preta com coturnos, era a parte de baixo do uniforme dela, era só botar o casaco e estava pronta pro serviço, acredito que ela esteja com preguiça de tirar.

-Vamos logo Cassy.- Disse ela abrindo a porta. Desliguei as luzes e logo fui ao encontro dela.

Deixamos o prédio, ela colocava as mãos aos bolsos da calça e eu coloquei as mãos aos bolsos do meu moletom.

-Odeio quando fazem isso, querem que eu cubra o horário dos outros e depois cancelam. Eu preciso de grana, ainda mais agora que você veio morar comigo.. cara.. o aluguel tá atrasado..- ela passava a mão as seus longos cabelos claros, queria poder ajudar.

-Mês que vem eu recebo também, posso ajudar no aluguel, vamos comprar comida, e bastante, quero cozinhar também, meus pais me ensinaram a fazer umas coisas ótimas.- Disse tentando fazê-la se sentir melhor.

-Valeu Cassy.- Ela até abriu um sorriso. Logo a frente havia uma moça bem alta com cabelos rosados, nos entreolhamos e aproximamos cautelosamente, aquele tipo de gente era bem incomum ali, bom.. pelo menos pra mim. Ela falava no celular.

-Como assim não conseguiram? Os códigos do maldito pendrive tem que servir pra alguma coisa.. incompletos? Mesmo assim.. temos que ter progresso, não estão mandando verbas.. não vamos conseguir pagar uma nova missão.. sério descobre... tenho que desligar.- Ela deve ter percebido nossa aproximação, o que será que ela queria dizer com códigos do pendrive?

-Olá, como estão?- A moça estava com um sorriso, agora que vi que a mesma não tinha um celular, talvez algum tipo de comunicador.

-Estamos de passagem apenas moça.- Kanya disse desviando dela, apenas a acompanhei, acabei encarando a moça por alguns segundos, mas logo olhei pra frente.

-Será que ela trabalha pra Diamond Corp? Ouvi a secretária falando algo sobre códigos perdidos.. ou será que ela roubou??..- Aquilo me deixou pensativa.

-Melhor não se meter, essa gente é perigosa. Não gosto daquela mulher.- Vi Kanya olhar para trás e encarar ela.

-Por que não?- Fiquei confusa.

-Quando mamãe morreu vi ela sorrindo, parecia debochar da morte dela, não gostei nenhum pouco disso. Pode ter sido ela que a matou.- Neguei com a cabeça.

-Kanya, foi só coincidência.- Resmunguei.

-E se não fosse? Graças a minha tia, papai cuidou de mim. Hoje minha tia me deu esse emprego.- Ela suspirou.

-Ela é a moça do blazer amarelo da Diamond Corp?- Queria ter certeza.

-Exatamente.- Então era quem estava pensando.

Andamos alguns metros e não encontramos nada aberto. Mais ao final da rua havia algumas mesas e homens bebendo, sim era um bar, acho que a primeira coisa que encontramos que estava aberto. Segurei no braço dela, estava um pouco assustada, eram muitos homens em um lugar só, eles nos olhavam entranho. Percebi que um deles parecia secar com os olhos minha amiga, apenas olhava o chão. Sentamos então em um banco bem alto, tive um pouco de dificuldade pra subir, mas consegui.

-Quero uma garrafa de guaraná.- Ela pediu ao barman, que tratou de pegar uma da estante. Ela franziu a testa e puxou ele pela camisa. -Quero bem gelada.- Assim que soltou o homem correu para trocar as bebidas, pegando uma bem gelada, com certeza ela era bem maior que ele.

-Canudos?- O barman perguntou.

-Dois copos por favor.- Em pouco tempo ele colocou dois copos a mesa.

Kanya pegou uma faca da bota, batendo de baixo pra cima na tampa e a mesma abria, tornando a colocar a faca ao local. O homem nos olhou assustados. Era daquela garrafa de vidro, com tampa tipo de cerveja. Ela serviu um copo pra cada, onde peguei meu copo bebendo um gole. Era bom o refrigerante. Nunca entrei em um bar, estava um pouco assustada. Um homem bem gordo, grande e barbudo se aproximou com uma garrafa de cerveja na mão, estava pela metade.

-O que duas gatas fazem aqui?- Acho que estava alcoolizado, pois suas palavras saiam meio arrastadas.

-Bebendo oras.- Kanya disse como se não houvesse problema algum.

-Mas isso é refrigerante.- Ele retrucou.

-Continua sendo bebida.- Comentei. Ela me olhou, logo soltamos uma risada.

-Eu vou é pedir mais uma..- O homem saiu de perto, acho que ficou com vergonha, se é que bêbados sentiam vergonha.

Sem muita demora ela pediu também uns salgadinhos, era industrializado, porém crocante, comi bem pouco, já estava cheia, ela que comeu o pacote todo. Tinham um leve sabor de bacon, até que era bom. Ela bebeu o resto do refri, só quis um copo. A mesma me olhava, nem havia percebido quando tempo, mas quando olhei pra ela, estava olhando pra mim, era como se estivesse admirando alguma coisa, mas seria eu?

-Err... o-o que foi?- Perguntei.

-Seus olhos são tão verdes.- Acabei levando isso como elogio, portando corei levemente.

Estava em silêncio, sem saber o que dizer. Percebi então ela erguendo um pouco meu queixo, aproximava meu rosto do meu, minha nossa, o que estava acontecendo? Ela queria me beijar? Em um movimento brusco me empurrei para trás, porém tomei um tombo do banco. Ela levantou e se abaixou perto de mim.

-Tudo bem?- A mesma perguntou.

-E-estou sim.. só doeu um pouco.- Me sentei, ela me ajudou a levantar. -O que pretendia antes?- Disse de cara, queria ouvir da boca dela.

-B-Bem.. eu.. err.. queria beijar você..- Percebi um leve rubor ao rosto dela.

-Tá doida? Isso é errado.- Caminhamos devagar pra fora.

-O que é errado?- Ela questionou.

-Você me beijar.- Respondi, nem tava mais ligando pros olhares dos caras ao nosso redor.

-Por que somos duas mulheres?- Novamente ela questiona.

-Não, por que não sentimos nada uma pela outra.- Retruquei.

-E se disser que sinto algo por você?- Devia ser brincadeira né.

-Além de atração?- Perguntei.

-Err.. não.. - Ela suspirou. Como suspeitava, ela sentia apenas uma atração por mim, conhecia ela, disse que dificilmente gostava de alguém, apenas sentia atração, rolava algumas coisas e ela nunca mais via a pessoa. Não seria uma dessas, portanto não deixaria ela se aproveitar de mim.

-Kanya.. já disse, não sou dessas.- Coloquei as mãos nos bolsos, agora estávamos voltando pra casa.

-Eu sei.. mas queria ter certeza. É muito espertinha pro meu gosto.- Ela riu bagunçando meus cabelos, acho que estava bem mais contente quando vim morar com ela, era muito sozinha.

-Agora estou cansada, me deixa dormir.- A mesma acenou de maneira positiva com a cabeça.

-Quer dormir na minha cama?- Acho que ela é bem oferecida.

-Já disse que não quero nada contigo.- Resmunguei.

-Não pedi para transar contigo, apenas queria dormir na sua companhia, confia em mim.- Entramos no elevador.

-Tá certo.. se tentar algo eu nunca mais confio em você.- Falei olhando para o lado, estava com um pouco de medo.

-Não se preocupe, sou bem quentinha.- Ela brincou, saímos do elevador e ela abriu a porta do apartamento.

Ao chegarmos fui novamente me arrumar pra dormir, escovei meus dentes, coloquei meu pijama novamente. Ao abrir a porta do quarto dela vi que estava deitada na cama, ela dormia com uma blusa bem larga e um short curto, mas estava frio, acho que eu que era friorenta. Deitei próximo a ela, foi onde recebi um abraço quentinho, fiquei um pouco corada, mas logo relaxei, senti como se fosse pequena novamente e dormia nos braços da minha mãe. Ela nos cobriu e quando estava quase dormindo senti ela tirar meus óculos, mal consegui pensar algo e já adormeci. Acredito que ela também, pois tinha sono leve e ela não se mexeu a noite toda. Acho que a carência dela a deixou um tanto carinhosa comigo, ou talvez fosse o charme dela pra tentar algo comigo. De qualquer maneira não sou trouxa, mas aprecio o jeito dela, por enquanto.


Notas Finais


Quer dar alguma ideia? Comente ou mande no particular, irei verificar se ficará boa no contexto da história.
Sobre Kanya e Cassidy, antes de falar algo sobre "prefiro Lapidot", se mantenham calmos, as coisas irão se ajustar no decorrer dos capítulos, afinal Lápis ainda não apareceu u.u


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