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História G.E.M (Agentes Especializados em Monitoramento) - Almoço


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Demorou mas terminei de editar, agora e só postar, fiquem com essa maravilha de capítulo.
Adoraria ler o que acham dos capítulos, para que eu possa melhorar eles, comentem meus amores, adorei os comentários dos capítulos anteriores, continuem assim <3
Espero agradá-los com essa capítulo beeeeem caprichado para vocês seus lindos.
Boa leitura a todos.

Capítulo 8 - Almoço


A manhã estava tão tranquila quando abri os olhos, mas que noite, dormi tão bem. Ao me sentar na cama cocei meus olhos, caramba, dormi sem roupa novamente? Aquilo já estava virando mania, sorte que deixei a porta do meu quarto trancada, pois não seria interessante minha visita descobrir esse fato meu. Me levantei quase que me arrastando, fui até o banheiro do meu quarto, só acordava depois de jogar água fria no rosto. Mal terminei minha higiene pessoal e já estava de bom humor, escolhendo o que iria vestir.

-Arri.. onde estão meus modos?- Sempre tive costume de falar sozinha, mesmo que fosse bem baixo.

Tratei de vestir roupas íntimas logo, se bem que sentir o vento batendo livre no corpo era tão bom. Coloquei então um delicado vestido rosado, era um tom bem clarinho, nada muito chamativo. Prendi meus cabelos com um grampo, eram como se estivessem todo para trás, onde na área ficava um pouco arrepiado. Como sempre estava com um colar de pérola no pescoço, aonde olhava pensando, era comum ficar semanas sem missões, mas foi tudo tão rápido, acho que estava torcendo para ter mais um dia de folga. Quando saí do quarto tinha um leve sorriso ao rosto, até passei um brilho labial, meu humor estava ótimo esse dia. O que me surpreendeu foi ver o sofá vazio, aquilo acabou fazendo meu sorriso sumir. Então ela foi embora? Não teria ninguém pra conversar o dia inteiro.. iria morrer no tédio.. calma Perla, calma.

Quase surtando caminhei até a porta, checando se estava aberta, e realmente estava, um frio na espinha tomava conta, estava em dúvida se chaveei ela ou se foi Violleta que não queria saber de papo. Um estranho barulho de água me chamou atenção, ao olhar para trás vi a porta do banheiro da sala fechado. Fui até o mesmo, a abrindo lentamente, ao ver o reflexo da menor no espelho fechei a porta rápido, com o rosto levemente corado.

-Desculpe, não sabia que estava aí.. achei que..- Fui interrompida pela voz sem ânimo dela.

-Tivesse ido embora. Eu quis.. mas...-

 

 

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-Mas?- Perguntou Perla enquanto me escorei na porta deixando meu corpo deslizar até o chão.

Não queria responder aquela pergunta, meus olhos cheios de lágrimas, só tinha vontade de chorar. Meus lábios vibravam constantemente, me segurava para não desabar, sempre fui forte, não ia vacilar dessa vez.

-Está tudo bem?- Ela insistiu, parecia que lia mentes.

-E-estou...- Falei com a voz falha, minha tentativa de ocultar a verdade já era.

-O que houve?- A voz da outra tentava abrir a porta, mas foi em vão, estava apoiada nela.

-Me deixa.- Resmunguei, sabia que ela me observava através do espelho, mesmo que não conseguisse me ver bem.

-Melhor eu fazer um delicioso café da manhã, alguém precisa de uma animação matinal.- Ouvi ela se afastar da porta.

Mas por que tanta gentileza? Ainda mais, imaginei mais insistência da parte dela. Era meu momento de sofrimento, ela respeitou! Aquela cena do meu pai não saía da minha cabeça, por que ele sempre foi duro comigo? Sempre me tratou mal. Nunca elogiou meus bons atos, apenas criticava meus erros. Era uma lástima.

-Violleta, vou comprar algumas coisas, espero que não se importe.- A voz dela ecoou pelo apartamento, não respondi, dessa vez quis ficar perdida em pensamentos, como voltaria para casa depois daquela briga? Com certeza ele não esqueceria.

 

 

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Levei uma bolsinha enquanto saí do prédio. O mercadinho da esquina estava aberto, pensei em fazer um omelete para comer com pão, ou faria um waffle, pelo jeito ela adorava comer de tudo, mas não tinha certeza. Poderia arriscar umas torradas amanteigadas, ou com geleia. Era tanta coisa que podia fazer. Mal me dava conta que estava no “modo automático” caminhando no mercado e pegando os ingredientes necessários. Não precisava de tudo aquilo, tratei de devolver. Passei em uma prateleira com doces, e logo peguei uma barra de chocolate e algumas outra guloseimas, não sou muito de comer doce, mas pensei que ela gostasse ou pudesse dar aos irmãos. Perla pare com isso.. tenho que parar de pensar apenas em agradar a visita.. minha nossa, só me toquei que mal tinha visitas, queria apenas ser uma boa anfitriã.

Estava tão preocupada com o que fazer, nem olhei o valor que deu, apenas passei meu cartão de débito e paguei tudo. Me direcionava para casa com sacolas. Eu podia fazer um pudim depois, sei fazer um delicioso pudim, mas será que ela gosta de doces? Podia fazer também uma torta salgada de frango.. ou carne será melhor? Qual o preferido dela? Estava tão perdida em pensamentos que mal notei uma baixinha se esbarrando em mim. Minha nossa era Cassy. Depois das desculpas eu finalmente estava voltando pra casa, até dei um docinho pra ela, não faria falta.

Cheguei já em casa, Violleta estava de volta na cama, era impressão minha ou havia um ar depressivo ali. Acho que a comida poderia animar o clima, comida deixava ela feliz, era perceptível o quanto ela gostava de comer quando jantamos ontem a noite. Finalmente decidi que iria preparar um waffle, sabia uma ótima receita, gostava sempre de procurar na internet receitas diferentes pra testar. Seria o melhor waffle que ela já provou. Fiz logo a massa e coloquei pra cozinhar naquela torradeira feita pra waffles, não lembrava o nome. Queria fazer algo pra acompanhar, então fiz um molho branco com um pouco de carne moída que tinha na geladeira. Molho branco com carne moída? Hmn.. era tão bom. Pra beber fiz um chá de hortelã, era refrescante. Coloquei quatro waffles em um prato, segurando a xícara fui até o sofá. Coloquei a comida na mesa de centro, a expressão dela estava tão séria, me sentei ao lado dela.

-Fiz o café da manhã.- Os olhos dela se voltaram para mim, pude notar um sorriso quando a mesma viu a comida em cima da mesa.

-Não precisava.- Resmungou já se sentando, dessa vez percebi que o rosto estava um pouco úmido, será que estava chorando?

-Se precisar de algo estou aqui.- Apenas disse tentando confortá-la, nesse instante recebi um abraço.

-Perla.. é tudo tão difícil.. meu pai não aceita a ideia do dinheiro.. as vezes brigamos.. ele me chama de puta. É horrível, tudo isso na frente dos meus irmãos.. Drake, o mais velho até concorda com ele, se continuar assim vou ser o lixo da casa.- Aquilo parecia magoar ela profundamente, pois, diferente de mim, não era dramática. Apenas pude colocar os braços ao redor dela,

-Beba um pouco de chá.- Afastei o abraço pegando a xícara e entregando a ela.

-Perla.. sabe.. ontem a noite..- A garota pegou a xícara e olhava o conteúdo.

-O que tem ontem?- Pensei de imediato no pai dela gritando com a mesma.

-Me desculpe.. não pensei direito.- Mexia a xícara olhando seu reflexo no líquido.

-Não se preocupe, a culpa não foi sua.- Respondi com um breve sorriso.

-Melhor esquecer que aconteceu.. e a culpa foi minha sim.. eu que a puxei..- Bebeu um gole de chá, procurei não fazer muito doce, pra ser agradável.

-Ahh...- Corei de imediato quando me lembrei do beijo, achei que estivesse falando de outra coisa. -Não se preocupe Violleta.. não levei aquilo a sério, deve ter sido só uma brincadeira de sua parte né?- Soltei uma risada sem graça, fiquei com tanta vergonha.

-É... brincadeira.- Riu da mesma forma que ri, pegando agora um waffle e provando. -Sério essa coisa é uma delícia.- Comentou após morder um pedaço.

-Onde estão seus modos, não fale de boca cheia.- Comentei me levantando, iria pegar um guardanapo para ela, já que conseguiu sujar a calça.

-Perla sua chata.- Disse entre risos ainda comendo. Entreguei o guardanapo a mesma, que o usou pra se limpar.

 

Deixei o apartamento impecável antes de sair com ela, íamos visitar a amiga dela, Vidalia. Agora com o humor de Violleta melhor, pudemos conversar sobre alguns fatos de nossa vida. Dentre eles discutimos sobre política, no qual enfatizei tal assunto, adorava falar sobre aquilo, meus conhecimentos era ótimos, por outro lado ela parecia achar chato, porém ela não votava, apenas opinava sobre os candidatos. Ela me contou da vez que foi presa, conseguiu derrubar quatro marmanjos, foi engraçado eu admito, mas aquela doidinha era bem valente, ou era a loucura que a deixou assim. Cheguei até a perguntar sobre o fascínio dela por explosões, a mesma não sobe explicar, era algo desde a infância, onde ela já fazia bombinhas de Mentos e Coca-Cola para jogar nos amigos. Fez até questão de enfatizar uma bomba fedorenta que soltou dentro da sala, por uma semana inteira ninguém conseguia entrar. Conta que nem sabia quantas vezes seu pai limpou a sala para conseguir limpar, ela ficou muito tempo de castigo.

O táxi finalmente chegou a casa da mulher. Com seus péssimos hábitos, Violleta já gritava o nome dela, aonde uma mulher de cabelos loiros e claros aparecia a janela, estava com um garotinho no colo, parecia ter uns cinco anos.

-Violleta? Minha nossa, quanto tempo.- Ela abriu a porta e veio até o portão, abrindo o mesmo e recebendo o abraço da amiga.

-Como ele cresceu, está bem mais alto.- O garotinho tímido cochichava ao ouvido da mãe.

-Ohh meu filho, essa é a Violleta, ela cuidou do seu irmão uma vez... mas acho que foi um erro.- As duas começaram a rir.

-Estava com tanta saudade. Sour Cream nem lembra disso.- Elas já iam entrando, apenas a acompanhei, nem acredito que topei vir aqui, me dava calafrios, ainda mais os olhares das pessoas na rua.

Elas ficaram horas conversando sobre aventuras passadas, como eram rebeldes, com viviam a vida. Tomavam surras e surravam pessoas, parecia tudo divertido, tão distante do meu mundo. As gargalhadas altas delas ecoavam pela casa. Fiquei apenas na minha, foi quando ambas voltaram seus olhares pra mim.

-Não me apresentou sua amiga.- Comentou Vidalia.

-Essa é Perla, cozinha bem. Muito melhor que suas gororobas.- Ambas caíram na risada.
-Violleta, você adora elas, aquele purê de batata com sorvete, pirão de feijão e abacaxi picado.- Falou entre risos.

-Não vale, isso é magnífico.- Retrucou ainda rindo. Apenas consegui fazer uma careta daquela coisa bizarra.

-Estão ficando Le?- A mais velha cessou o riso mudando de assunto, foi onde ambas coramos.

-S-somos só amigas.- Disse olhando para o lado.

-É.. só isso, sabe que sou hétero.- Resmungou a outra. Ouvi a risada da amiga dela.

-Não me engana Lê, já quis ficar comigo, sei que tem curiosidade. Fora que.. nunca foi muito de amizades.. hmn.. tão bem vestidas.. sempre andava com rapazes ou com aquela grandona forte.-

-Ga.. é a Gabrielle. Vidalia.. para com isso.. minha amiga tem certo trauma, melhor não ficar me jogando pra cima dela.- Não evitei de soltar uma risada com tais palavras da minha amiga.

-Não precisa que ninguém jogue você pra cima de mim, já vem sozinha.- Não resisti.

-Falou a garota que se pegou na empresa com a Ga.- Rebateu com força, cheguei até a arregalar os olhos, não esqueceu fácil daquilo pelo visto. Tratei de me levantar franzindo a testa.

-Acho que vou pra casa.- Meu tom foi seco, logo me virei, nem pensei em sair do local. Aonde estava com a cabeça? Ela ficar esfregando isso na minha cara também era horrível.

Ao olhar para trás vi que Violleta vinha correndo em meu encontro, mas o que? Me virei para ela, estava irritada já, não gostei do tom que ela usou comigo. Já abria a boca para iniciar uma discussão, mas fui calada com o olhar adorável e arrependido dela, fazia até um biquinho, os olhos vibrantes dela me fizeram soltar um longo suspiro e me acalmar.

-Pare com isso.- Reclamei vendo a expressão voltar ao normal.

-Sempre funciona.- Riu.

-Vou pra casa.- Virei de costas pra ela erguendo a mão para um táxi.

-Correção, vamos almoçar.- Sugeriu, nem disse nada, apenas adentrei ao veículo cruzando os braços. Com um sorriso ela sentou ao meu lado.

-Nem me pergunta se eu quero.- Resmunguei olhando pela janela, nem conhecia o endereço que ela pediu pro taxista ir.

-Não é opcional. Quero aproveitar meu último momento com você.- Nesse momento olhei pra ela, mas estava olhando pela janela, parecia chateada.

-Poderíamos nos ver outro dia oras, agora é você quem tá fazendo drama.- Indaguei tornando a olhar pela janela.

-Não sei.. depois do almoço vou pra casa.. de uma forma ou de outra tenho que encarar meu pai, sumo por um tempo depois disso.- As palavras soaram tão baixas que mal pude ouvir.

-Se quiser não precisa sumir.- Dizia como se aquilo fosse da escolha dela.

-Não tenho escolha.- Ouvi uma risada por parte dela, será que estava tentando ironizar sua tristeza?

-Então aonde estamos indo?- Mudei de assunto, estávamos em uma rua que nunca tinha visto, as casas eram bem bonitas ali, parecia um bairro nobre, mesmo que não fosse.

-Almoçar.- Saímos do táxi, onde ela pagou com seus últimos trocados. Caminhei ao lado dela até uma enorme construção, era um famoso restaurante da área, eu supunha.

A decoração era tão simples e bem organizada. Assim que entramos ao local fiquei encantada. Tudo era tão simétrico, ahh como me agradava a simetria. As mesas com delicadas toalhas longas brancas e uma vermelha menor cruzando em cima. E assim seguia a decoração, alguns detalhes leves em vermelho, algumas rosas espalhadas, até plantas. O que me fez perder o fôlego foi quando vi Rose se aproximar de Violleta, cumprimentando a mesma. Ela era dona do restaurante?

-Ohhh Violleta querida, que bom que veio almoçar aqui. Onde estão seus irmãos?- A maior procurava algo ao redor dela, porém apenas me via. Sentia meu estômago revirar ao ver ela, senti até vontade de chorar novamente. -Você conhece a Pearl? Minha nossa. Prazer em conhecer você.- A mesma apertou minha mão, ela era forte!

-Me chamo Perla. Mas acho que não se lembra.- Puxei a mão desviando o olhar, fiquei tão sem graça.

-Perdão amiga. Sou Joanna Rosa, mas prefiro meu apelido, Rose, é como me chamam por aqui.- Como sempre estava bem humorada.

-Ro.. lembra daquele cartão que me deu?- Violleta tirou da carteira um cartão que valia um almoço grátis. Ela olhou para mim e depois pra ela.

-Querida, vai gastá-lo assim, sozinha? E seu pai e irmãos?- Perguntou preocupada.

-Rose.. não quero falar sobre isso.- Notei ela olhando para o chão e sendo abraçada pela maior.

-Brigou com ele de novo não foi?- A mesma acariciou os cabelos platinados da menor, por que sentia raiva vendo aquela cena, Violleta veio almoçar comigo, não sabia se estava com ciúmes da Rose abraçar ela ou da rosada roubar a atenção de quem eu queria atenção.

-Ahh Rose.. esses dias anda tudo tão difícil.- Comentou a menor quase que sumindo aos braços dela.

-Vai passar Vivi, vai passar.- Os olhos castanhos dela se voltaram agora pra mim. -É mais bonita do que pensei Perla, acho que esse vestido combina com seus olhos.- Percebi Violleta saindo dos braços dela e franzindo a testa.

-O-obrigado.- Meu rosto estava rubro, senti a menor me puxar pelo braço indo em direção a mesa.

-Chega de conversar, vamos esco..- Se calou quando viu Gabrielle comendo com suas mães ali, as três riam e pareciam se divertir conversando. -Quer se juntar a elas?- Perguntou olhando para a mesa, assenti com a cabeça, foi onde nos aproximamos pedindo licença.

-O-Oi Gabrielle.- Disse pra morena um tanto sem graça.

-Tem espaço pra duas.- Violleta disse de cara.

-Claro.- Disse a morena abrindo espaço para Violleta sentar, fiquei na ponta da mesa, enquanto Violleta senta ao lado da amiga.

-Cara você tinha que ver o filme que vi ontem, muito foda. Tinha explosões, carros, armas de todos os tipos.- Contou animada.

-Ahhh sério? Lembra o nome?- Perguntou a morena empolgada.

-Não.. merda.. sou péssima nisso.- Ambas soltaram uma risada. -O que pediram pra comer?-

-O de sempre.- Respondeu a morena de olhos azuis, pelo visto adorava azul, pois seu vestido era de tal cor.

-Eba!- Comemorou a platinada.

-Está tão quieta, está bem querida?- Os olhos azuis focaram em mim, me encolhi na cadeira.

-S-sim, só me sinto estranha entre vocês.- Esbocei um delicado sorriso, assim como ela.

-Não pode ser mais esquisita que Ray, sabia que ela as vezes come o papel junto com a comida?- Falou com uma risada baixa, onde a outra, que tinha uma blusa vermelha se manifestou.

-Tenho culpa se colocam papel demais? Não tenho paciência quando o papel gruda na comida, nunca morri por causa disso.- Resmungou a vermelha, parecia ser um tanto ranzinza.

-Mãe..- Chamou Gabrielle para que a da sua frente abaixasse seu tom, no qual a mesma cruza os braços olhando para o lado.

-Não fique brava com isso querida, é engraçado.- A azulada acariciou os cabelos da outra, onde a mesma se virou para ela com um sorriso, tais se cumprimentaram com um selinho.

-Quanta viadagem!- Cassou Violleta, foi onde todos rimos, por essa não esperava.

-Quanto mais viadagem melhor querida.- Comentou a de azul.

-Como se chamam?- Perguntei

-Desculpe meus modos querida. Sou Sophie, essa é Ray, e acho que conhece já as outras.- A mulher de azul apontou para a de seu lado brevemente, acho que ela tinha mania de chamar todos de querida ou querido, era incomum na minha opinião.

-Acho que já me conhecem. Sou Perla..- As atenções se voltaram ao garçom recém-chegado, trazia a comida, servindo a mesa.

Nada mais nada menos do que um prato com muita salada, um prato com um frango cheio de queijo e coberto por molho branco, outro com arroz, outro com feijão, havia até sushi, era bem mista a comida, mas tinha em porção suficiente para dividirem conosco. Pra beber ainda tinha suco natural de pêssego, segundo dito o garçom, refrigerante de laranja e uma garrafa de vinho tinto. Violleta mostrou o cartão para os integrantes da mesa.

-Posso pagar pra vocês.- Impôs.

-Não precisa querida, dessa vez vai ser por nossa conta. Já fez muito por nós.- Sophie servia um prato, entregando para sua esposa. Agora fazia outro o dando para a filha, em seguida para Violleta e outro pra mim, ela ficou por último.

-Obrigado.- Agradecemos a cada prato recebido. Porém, vi que a mesa havia mais um prato na outra ponta, como se esperassem alguém. Apontei em direção ao lugar vazio.

-Esperam por alguém?- Estendi meu copo para Violleta colocar um pouco do suco que ela pegou.

-Minha irmã mais nova. Ela está no trabalho, combinamos de almoçar juntas.- Sophie disse enquanto servia um pouco de vinho pra sua amada. -Sei que gosta.- Elas se olhavam com um apaixonado sorriso, pareciam duas adolescente que estavam no início de seu relacionamento.

-Estão juntas há muito tempo?- Cortei um pedaço do frango e experimentei.

-Desde que tinha dezessete anos e ela dezoito.- A rubra disse, estava com o rosto levemente corado, assim como sua amada, o cabelo dela bem parecido com o de Gabrielle, parecia até filha legítima delas.

-Nos casamos com vinte anos, aí adotamos essa lindinha aí.- Completou a outra. Fiquei confusa sobre qual das duas tinha vinte quando casaram.. será que era ambas? -Tenho em torno de quarenta anos, não vou revelar minha idade.- Disse a mesma de bom humor, sinceramente, chutaria uns trinta anos pra elas, não aparentavam a idade.

-Tô com vinte e três. Tinha um ano quando fui adotada.- Comentou Gabrielle se servindo novamente, Violleta a acompanhou.

-Hey.. é mais velha que eu, sempre pensei que fosse mais velha.- A menor comentou pegando a colher do arroz antes da morena, no qual apenas a platinada riu.

-E esse tempo todo trabalhando para a GEM não os conhecia.- Suspirei.

-Também trabalhamos lá, graças a isso Gabrielle e Violleta, que era sua amiga na época, entraram. Ray treinou muito bem as meninas.-

-Então tornou elas duas atletas?- Confesso que imaginei que Violleta fosse um tanto preguiçosa pra isso.

-A Gabrielle sim, mas a outra preguiçosa nem tanto, ela sabe lutar bem, pena que passa tempo demais comendo e descansando.- Disse a vermelha com uma voz de mandona.

-Eu preciso descansar pra ficar bonita meu bem.- Caçoou a menor sorridente, isso parecia ter irritado a outra, mas sua esposa a acalmou.

A comida estava quase no fim, comi apenas um prato, já não posso dizer o mesmo de Ray, Gabrielle e Violleta, eram o trio da comilança. Distraidamente olhei para Rose, ela estava com um avental, os cabelos presos, acredito que não fosse a dona do local, talvez apenas trabalhe ali. Notei um homem de terno mandando ela fazer alguma coisa, será que era cozinheira? Me questionei por aquilo, mas logo minhas ideias foram afastadas. Vi em minha frente uma garota lindíssima, minha nossa ser lésbica parecia tão difícil. Cheguei a ficar de queixo caído. Ela era tem a expressão séria, a pele bem clara, os olhos castanhos, cabelos curtos em um tom de rosa claro. O que mais me encantava nela era o estilo rebelde dela, com um toque delicado. Ela usava piercing nas bochechas, que mais pareciam covinhas. Nem sei quantos brincos ela tinha, talvez duas argolas em uma das orelhas, no lóbulo algumas pequenas bolinhas. No canto de cada lábio tinha finas argolas, pra combinar tinha até uma argola no septo. Os trajes dela eram daqueles estilos de roqueiro, uma jaqueta de couro, usava luvas nas mãos, nas quais seus dedos ficavam de fora. A blusa de baixo era cinza, com a estampa de uma negra caveira, a gola da blusa era bem larga, mas não o suficiente para mostrar o decote dela. Apesar da blusa larga, o volume dos seios dela era aparente, pelo jeito tinha bastante corpo. A calça jeans negra dela se encaixava perfeitamente nas coxas bem desenhadas dela, com alguns rasgões no joelho e uns nas coxas. Uma corrente ficava pendurada ao lado da calça dela. Aos pés dela, nada mais que belos coturnos pretos, com algumas fivelas pra enfeitar. A garota se aproximou da mesa, o batom negro dela me chamou atenção pra aquele lábios volumosos, senti até um soquinho no braço. Assustada olhei para o dono de tal golpe.

-P, tá tudo bem?- Perguntou Violleta sem entender por que olhava tão perdida para o lado.

-Ohh.. sim, está sim.. me desculpe.- Voltei a olhar pro lado, mas ela havia sumido. Quando tornei a olhar pra frente, foi que vi ela sentada na outra ponta da mesa, bem na minha frente, de imediato corei, por que fiquei tão sem graça com a beleza dela assim? Ela me lembrava o jeito delicado da Rose, mas parecia um tanto mais.. hmn.. diferente.

-Que bom que chegou Morganinha, deixamos comida pra você.- Comentou Sophie servindo a irmã.

-Obrigado. Deixa de ser boba, não precisa me servir.- A voz dela era quase tão séria quanto sua face, ela impediu que a irmã a servisse, fazendo isso ela mesma.

-Quem é ela?- Sussurrei para Violleta, que soltava uma risada ao se tocar que era a única que não a conhecia.

-Gente..- Ela chamou atenção das pessoas ali na mesa. -Queria apresentar Perla a Morgana. Perla, essa é Morgana, irmã de criação da Sophie, é super gente boa, ela faz uns parkour maneiro. E Mo, essa é Perla, a filha da dona daquele restaurante italiano fantástico, lembra que me indicou pra comer lá?.- Quanto vergonha eu senti naquele momento, como Violleta era descarada. Me senti sem graça quando toda a atenção dela era focada a mim. -Diga alguma coisa Perla.- Senti um cutucão no braço.

-Err... Oi.- Foi a única coisa que consegui dizer, como assim? Parecia travada, minha nossa.

-Prazer em conhecer.- O interesse dela agora foi voltado para a comida. Estava com um sorriso bobo ao rosto, ela disse “prazer em conhecer” foi a melhor coisa que um crush já disse pra mim.

-Ela também trabalha na GEM?- Perguntei, já que todos conheciam a empresa mesmo.

-Sim, mas ela é meio que a arma secreta sacou? Tem que ver ela lutando, humilha todo mundo aqui, ela é foda.- Violleta parecia empolgada, como aquelas crianças que conhecem seus ídolos.

-Não exagera. Apenas dou meu melhor.- Comentou a trevosa bebendo um pouco de suco.

-Ahh Morgana, tem que se gabar, você saltou do helicóptero sem paraquedas, atrás daquele cara, daí conseguiu cair mais rápido que ele, pegou o paraquedas dele e se salvou. Isso foi foda demais.- A empolgação da outra era notável, algumas pessoas até as olhavam.

-É Violleta.. ser dublê é demais.- Disse Gabrielle fazendo com que as pessoas entendessem do que ela falava.

-Mas foi foda.- Comentou Violleta ainda empolgada.

-Ela é dublê?- Ainda estava confusa.

-Parem de falar de mim como se não estivesse aqui.- Resmungou a mencionada. -Sou dublê sim. Salto de prédios, faço parkour, qualquer coisa que me pedirem.- Comentou, aquilo era indiferente para ela, acho que tudo era.

Violleta ficou horas falando sobre os atos que a Morgana já fez, aquilo despertava meu interesse por ela, parecia tão incrível, acho que deveria fazer alguma missão junto dela, parece ser legal. O que não saía da minha cabeça, era como ela trabalhava e fazia missões? Será que ser dublê tinha horários mais flexíveis? Mal percebi que já nos direcionamos ao caixa, onde as mães de Gabrielle preferiram pagar. De fundo vi Rose limpando o chão, estava com um esfregão, logo o homem fechou a porta de onde ela estava. Então ela trabalhava ali, e conseguia os cartões, pelo visto a vida não era fácil pra ela também. Enquanto fomos para a rua, a bela garota trevosa se despediu, dizendo que voltaria ao trabalho, ahhh podia ter ficado com meu número.. mas nem consegui dizer nada quando a mesma disse tchau. Ela colocou o capacete, embarcou em sua moto preta e saiu pelas ruas, sumindo de vista. Agora Violleta se despedia, ela ficou me encarando por alguns segundos, estava tão perdida em pensamentos que nem sei o que ela me disse.

-Err.. não entendi.- Tentei corrigir a situação.

-Perguntei se quer que te leve até em casa? Podemos ir caminhando.- Comentou a outra, porém ouvi uma buzina, Ray estava no carro com Sophie ao lado.

-Vamos levar vocês em casa.- Falou a azulada nos chamando.

Dessa vez sentei ao meio, a primeira a ser deixara em casa foi Violleta, ela se despediu de todos, parecia encarar um pouco a porta antes de entrar. Então íamos até o restaurante da mamãe, não era muito longe.

-Ainda se sente mal por aquele dia né?- Comentou a morena que sentava ao meu lado.

-Talvez.. um peso na consciência sabe?- Respondi olhando para a janela.

-Violleta falou de você, te achou legal.- A única questão é, como ela sabia? Mas minha pergunta foi respondida quando a vi mexendo no celular.

-Ela não confia em mim.- Respondi olhando meu celular, fazia um bom tempo que não entrava em minhas redes sociais, acho que devia entrar um pouco para conversar com ela, ou até pedir o número daquela garota misteriosa.

-Ela tem essa dificuldade, mas com o tempo, quem sabe. Ah. Morgana é bem fechada, sugiro não se aproximar dela, só fala conosco quando mãe Sophie está perto, não é social. Mas.. Violleta tem o número dela, acho que uma das poucas pessoas que ela responde as mensagens.- Tinha como ela saber que estava de olho na tia dela, aquela garota sabia de tudo.

-Só achei ela bonita.- Tentei me explicar.

-Muitos acharam, mas ninguém conseguiu fazer ela se abrir, vai por mim, aquela garota é mais dura que pedra. Ela pode machucar os sentimentos das pessoas, pois é sincera e direta.- Acho que ela só queria me proteger, mas por que?

-Aonde quer chegar?- Franzi a testa olhando para a garota que digitava de óculos escuro, ahh ela não tirava aqueles óculos por nada mesmo.

-Já chegamos.- A mesma disse quando o carro parou, será mesmo que ela só queria evitar que eu falasse com ela? -A propósito, Morgana disse te mandou convite de amizade. Acabei de falar com ela, vai com cuidado, não esqueça do que houve com Rose.- Ela mostrou a tela do celular, era notável o quanto de tempo a trevosa demorava pra responder, as vezes até dias. Acenei de maneira positiva com a cabeça, não fazia ideia de como ela sabia, mas... estava já ansiosa para começar a falar com a nova crush.

Talvez deveria convidar ela pra sair, poderíamos nos conhecer melhor. Ou quem sabe ela possa se abrir mais comigo. Parecia tudo tão incrível. Nesse instante parei em frente ao prédio. Tive um flashback da Rose dizendo ser casada, meu peito doía, será que ela também era? Talvez devesse tomar mais cuidado dessa vez. Ao entrar em meu apartamento, vi a cama improvisada da minha antiga visita, aquele beijo que recebi veio em minha mente, um sentimento de confusão começava a tomar conta. Eu recebi um beijo da garota de cabelos platinados, mas aquela outra me agradava tanto.. será que gostava de garotas? Por que me sentia tão confusa? Sentei no sofá perdida em pensamentos. Por alguns instantes fechei meus olhos, em minha mente conseguia sentir novamente a sensação daquele doce beijo que recebi da Violleta ontem, porém imaginei como se o recebesse de Morgana, como alguém conseguiria chamar alguém pra sair com pensamentos assim? Não sabia que mel tinha aquela trevosa, mas me senti atraída por ela, por que me apego tão fácil as pessoas? Ouvi um barulho ensurdecedor, abri meus olhos em desespero, vi um brilho em meu colar, era uma nova missão, finalmente algum sinal de vida, já era hora de entrar em ação.

 


Notas Finais


Não esqueçam de deixar seus comentários, ajudem a divulgar a história, é muito trabalho suado para agradar ao público.
Gostaria também de saber o que acharam da nova personagem :3


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