1. Spirit Fanfics >
  2. G.E.M (Agentes Especializados em Monitoramento) >
  3. Novos planos

História G.E.M (Agentes Especializados em Monitoramento) - Novos planos


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Demorou mas está aqui, um capítulo feito com carinho pra vocês ~<3
Espero que gostem.
Estou com um pouco mais de tempo agora, vou poder postar mais rápido.. bem eu acho :v
Boa leitura.

Capítulo 9 - Novos planos


-Tem uma cabine telefônica na esquina, colocamos faz uns dois dias. Lá será nossa passagem oficial. - Por quê ainda ficava admirando a voz doce daquela rosada? -Digite uma sequência de cinco números cinco, já está ativado então virá direto pra cá. Estamos lhe esperando.- Mal o holograma sumiu e já comecei a correr.

Tranquei meu apartamento e só levei minha bolsinha, com o celular e alguns documentos. Ao sair do prédio me direcionei a esquina, ficava bem na reta do restaurante da mamãe, acho que ela me chamou, mas adentrei na cabine, digitando o código informado. Por que ela sempre queria me ver quando estava ocupada? Foi então que o chão se abriu.

Liberei um berro assustada, descendo por um cano, tentava manter os braços e pernas juntos ao corpo, temia me machucar. Fechei os olhos sentindo cair em um macio, era um sofá bem confortável. Próximo a mim Amethyst e Garnet estavam sentadas, seria outra missão em grupo? Olhei para elas, ainda vestiam suas roupas normais, Amy parecia machucada, estava com algumas marcas roxas e um curativo na bochecha, será que brigou com o pai? Olhando por esse ângulo realmente parecia que ela apanhou. Mas se era tão boa de luta, por que apanhou do pai assim? Meus pensamentos se ajeitaram quando Rose nos chamou atenção, uma garota baixinha estava ao lado dela, era Cassidy, a maior estava com a mão no ombro da loira.

-Temos uma nova agente. Peridot. Ela é nossa agente dupla, trabalha pra Diamond Corp, vai investigar algumas coisas. Graças a ela conseguimos colocar a cabine telefônica pra funcionar, é uma garota prodígio. Fora que.. trago boas notícias. O governo está investindo melhor em nós agora, vamos ter um aumento no pagamento.- A voz dela era animadora.
-E-eu gostaria de algumas ideias.- A loira se aproximou de nós e entregou papéis. -O que acham que facilitaria a espionagem? Mesmo que achem impossível, posso usar a ciência, eles me deixam usar até produtos proibidos aqui, é magnífico. Posso mostrar o quanto sou genial.- Se gabou a garota.

-Desde quanto você começou a trabalhar conosco?- Perguntei olhando o papel.

-Hoje, me ligaram pela manhã, fiz alguns testes e fui contratada. Óbvio que tirei nota máxima em tudo... mas enquanto a vocês?- Rose nos deixou conversando, ela caminhava em frente a um computador, parecia procurar um arquivo para nos mostrar.

-Fizeram alguns testes e me chamaram, claro que aceitei. Desde os quinze anos trabalho aqui.- Me orgulhei daquilo.

-Com dois anos fui pra minha primeira missão.- Comentou Gabrielle, foi então que a olhei. -Minhas mães não podiam me deixar sozinha oras.- Violleta soltou uma risada escandalosa, aonde foi se cessando aos poucos com um urro de dor.

-O que houve com você?- Perguntei

-Não foi nada, só uns arranhões..- A morena interrompeu ela.

-Brigou com o pai, ela não tem coragem de agredir ele na frente dos irmãos, então vira saco de pancada. Ela tá dormindo lá em casa por enquanto.- Percebi Violleta se encolher olhando para o lado.

-Perla não precisava saber.- Resmungou.

-Por quê não?- Me levantei.

-Gente.. vamos passar uns dados a vocês, terão que investigar.- Peridot interrompeu, acredito que teria rolado alguma briga se continuássemos. Agora a loira bancava a chefe? -Seguinte. Euzinha descobri que a Diamy, que na verdade é uma das líderes da Diamond Corp, está criando um tipo de arma biológica. Os dados do pendrive são um lixo, tá tudo corrompido. Só conseguir descobrir que eles tem uma base de testes na Rússia. O governo já autorizou nossa viagem. Vamos ter que nos disfarçar, investigar e invadir. Preciso de acesso ao computador dela, mas não aquele do escritório , preciso do que está no laboratório. Ele tem senhas, dados, pesquisas, tem tudo para que possamos botar ela atrás das grades e desmascarar ela de uma vez por todas.- Falava tão confiante que até parecia ser fácil.

-Só tem um problema...- indaguei. -Não falamos russo.-

-Não é problema, criei um fone tradutor, ele capta o áudio, identifica a língua e sussurra algo no ouvido de vocês que podem responder, mas só tem um problema.-

-Qual?- Mal esperei ela terminar, não gosto de “poréns”.

-Terão que sussurrar em sua língua o que irão responder, isso pode ser suspeito.- A menor se direcionou ao computador. -Nossa viagem vai ser dai a dois dias. Irão se arrumar. Tenho a desculpa perfeita que irão usar.- Ela nos entregou um papel, no qual dizia.

“Você foi o sorteado para passar uma semana na Rússia com todas as despesas paga, deve comparecer na data e local mencionados na carta. Lembre-se, você foi especialmente selecionada Perla, é de extrema importância para o governo, já que esse projeto é uma iniciativa para um novo tipo de intercâmbio. Contamos com sua presença. Atenciosamente, Kleber Mouthen, agente de viagens.”

-Acha que irão acreditar nisso?- Fiquei um tanto confusa, acredito que cada papel tinha o nome de uma de nós.

-Tem o selo da empresa, esse cara é um dos nosso patrocinadores, irá dar tudo a nós, se suas famílias ligarem a agência, será tudo confirmado. Essa agência é conhecida do mundo inteiro.. bem.. ou pelo menos nos países mais ricos.- Parecia simples demais.

-Como nunca pensei nisso antes Peri, você é muito esperta!- Comentou Rose com seu enorme sorriso. Aquilo apenas fazia a garota estufar o peito com seu ego. -Estaremos esperando vocês no local marcado. Descansem bastante.- Ela mal terminou de falar e já apertou um botão, aonde fomos sugadas novamente para o cano de onde viemos.

Sem demora estávamos na cabine apertada, não cabia três pessoas ali dentro, com certeza. Ao abrir a porta tombamos ao chão. Gabrielle foi a primeira a levantar, ela nem pegou o papel que lhe fora dado, deve ter deixado em cima do sofá. Suas mães já deviam saber a verdade mesmo. Violleta ficou é ali no chão, com aquela cara de preguiçosa enquanto me levantei.

-Vai ficar aí?- Perguntei estendendo a mão para ajudar.

-Hmn.. me deixa dormir.- Ela virou para o lado fingindo que ia dormir, acabei soltando uma risada.

-Sua boba. Vamos logo.- Porém ela me ignorou, arghh agora não teve graça.

Gabrielle se abaixou próximo a menor, fixou os olhares nela e puxou levemente o óculos, onde poderia ver os olhos dela um azul, outro castanho. Sinceramente, nunca vi tão pavoroso olhar, cheguei a me arrepiar. Em questão de segundos a platinada se levantou, ambas se olharam enquanto a morena ajeitou os óculos.

-Cara fiquei com medo.- Riu a platinada.

-Sempre funciona.- Comentou a outra.

Fiquei as olhando de braços cruzados negando com a cabeça.

-Parecem duas crianças.- Bufei.

-Quer a atenção pra você pelo visto.- Gabrielle voltou os olhares para mim.

-Vacilou P. Não é sempre que Ga dá risadas comigo, é raro sabia?- Foi a vez delas cruzares os braços, dessa vez me encolhi.

-Desculpem meninas. Não queria estragar.- Violleta revirou os olhos e a outra estendeu a mão para um táxi, que logo parou próximo.

-Vamos lá pra casa, temos dois dias pra curtir um pouco. Mamães vão fazer bolo.- Comentou enquanto adentrou ao carro, seguido pela menor rapidamente, dei de ombros e cedi em ir junto.

O táxi parou na sorveteria, as amigas logo foram adentrando e eu caminhei atrás. Elas conversavam com as mães da morena e logo passavam pelo balcão, atrás havia uma porta. Nem fiz questão de ouvir a conversa, estava distraída com a decoração da loja, estava tão simétrica, era por isso que sempre ia ali, era tão lindo.

Fui puxada por Violleta para ir a porta mencionada, agora estava em um corredor. Seguimos até o final dando em uma sala. Sério que ali era a casa dela? Minha nossa, aquela decoração simples era muito cativante, do jeitinho que gostava. Foi então que senti como se meu coração tivesse parado, a crush estava sentada ao tapete jogando vídeo game, ai caramba. Violleta quase que se jogou ao lado dela pegando o segundo controle.

-Põe pra dois Momo.- Notei que a outra obedeceu.
-Trouxeram visita.- A voz fria dela disse sem me olhar.

-Er.. oi..- Acenei com a mão sem graça.
-P vai na missão conosco vamos pra Rússia. Ela também quer provar o bolo da Sasa.- Será que ela dava apelidos pra todo mundo assim?

-Não devia falar da missão pra todos.- Retruquei sentando delicadamente ao sofá para olhá-las jogar.

-Eu também vou.- A voz dela soou lentamente, imagino que seja a concentração no jogo.

-Deve ser difícil..- Minha frase foi interrompida por um grito infantil. Notei Morgana dar pause e sair correndo. -Mas o q...?- Olhei ela sair confusa, a mesma subiu as escadas.

-É o filho dela.- Violleta tirou do pause para jogar sozinha.

-Ela tem um filho?..- Senti novamente um aperto no coração.
-Tem sim... Violleta.. é trapaça...- Gabrielle pegou o controle para jogar com a outra.

Notei a trevosa descer a escada com um garotinho no colo, parecia ter uns três anos, os cabelos bem negros, os olhos verdes, estava com uma cara marrenta, ela ia com ele até a cozinha. Fui então atrás, apenas observando o quão atenciosa ela era com a criança. O garoto tinha alguns ferimentos.

-Vai ficar me olhando ou vai me ajudar?- Como ela sempre sabia que a observava? Deve ser coisa de família.

-No que precisa de ajuda?- Perguntei adentrando a cozinha de vez.

-Me dê aquela toalha perto da geladeira.- Olhei para o lado e assim fiz, dando a ela, que usou a mesma para colocar em cima da mesa, assim o garoto não fazia farelo. Ela estava preparando um sanduíche pra ele.

-Seu filho é muito bonito.- Queria parecer agradável.

-É antissocial.-

-Não entendi.-
-Não adianta tentar se aproximar dele pra se aproximar de mim, ele é antissocial.- O garoto comia muito alegre o pão. Imaginei que fosse mais parecido com o pai, pois o tom de pele da mulher era bem mais claro que o dele.

-Acho que se enganou. Não sou boa com crianças.- Olhei para o lado. -Você parece levar jeito.- Notei que o garoto ficava muito quieto enquanto comia, ela parecia preparar tudo que desejava.

-Nem tanto, ele me escolheu, nem estava pronta. Ele nem sabe falar ainda, só sabe choramingar e apontar o que quer.- Notei uma preocupação na voz dela, porém a expressão continua séria.

-É assim com o pai dele também?- Acho que estava sendo curiosa demais.

-Nem sei quem é o pai.- Percebi a mesma pegar algo na geladeira. Mil coisas se passavam por minha cabeça, como assim não sabia?

-E.. por que não faz exame de DNA?- Tentei sugerir.

-Se fosse simples assim já teria feito.- O tom sério dela parecia frio, cheguei a estremecer.

-Ahhh entendi...-Pelo jeito ela não gostava muito de pensar no assunto, preferi mudar. -Como ele se chama?-

-Ryuoniro Mutekai.- A mesma saía da cozinha com o garoto no colo, só agora que notei que ele se vestia todo de preto.

-Você que deu o nome?- A acompanhei.

-É a única coisa que ele pronunciou até hoje, acredito que seja seu nome. Ou.. ele fala outra língua.- Fiquei pensativa, estava muito confusa. Então que vi ela subir as escadas.

-Como foi?- Olhei para o sofá vendo Violleta me encarar, Gabrielle jogava sozinha, imagino que a venceu no jogo.

-Como foi?- Perguntei sem entender.

-Seus mimimis com ela. Te deu um fora?- Neguei, foi quando a mesma me encarou.

-Apenas conversamos. Achei ela legal.- Corei levemente.

-Ohhh esse garoto tá mexendo com ela, nunca responde perguntas ou fala com pessoas. Principalmente quem tá babando nela.- Fui zoada pela menor, o que me fez franzir a testa, levemente corada.

-Pare com isso Violleta. Não tava babando.- Sentei a ponta do sofá reclamando.

-Não foi o que pareceu.- Ainda me zoava.

-Ah é? Não posso nem olhar pras pessoas que já diz que estou babando.- Reclamei.

-Mas você não olha pra ela do jeito que me olha. Olha pra mim com.. hmn.. pena.. e pra ela.. parece que vai comer da cabeça aos pés.. -Vi ela cruzar os braços, meu rosto estava rubro.

-N-não é verdade... sua... sua...- fui interrompida.

-Vai fala.. me chama de puta.. - Ela quase que gritava isso. Se levantou indo até o banheiro, fazia questão de bater a porta.

-Não acredito.- Reclamou Gabrielle.

-Nem eu, quanta ousadia!- Resmunguei novamente.

-Morri.- Percebi que ela nem prestava atenção, então cruzei meus braços ainda contendo a raiva que sentia daquela ousada.

O óculos da morena agora se voltaram em minha direção, se levantava calmamente sentando ao meu lado.

-Não percebeu nada né?- Perguntou.

-P-perceber o que?- Nem sabia mais o que pensar, é um dia muito louco para mim.

-Violleta se interessou em você, quer conhecê-la melhor. Invés disso você fica dando motivos pra ela sentir raiva, tem que parar de ficar se apaixonando por qualquer uma que vê, Perla.- O tom de voz dela me fez sentir mal, era como a bronca de uma mãe.

-Violleta o que? E-espera... eu não fico me apaixonado por qualquer uma..- Resmunguei corada.

-E Rose? E Morgana? Fora a garota da moto que deu seu nome pra Vi. Perla.. se contenha, se continuar assim vai se machucar novamente, não gosto de vê-la daquele jeito.. chorando.. ainda mais que precisamos estar emocionalmente bem pra missão.- Pelo visto a morena era a cabeça do time, sempre se preocupando conosco, acho que por um segundo me senti confortada.

-Não sei o que fazer.- Abracei ela por impulso. -Estou confusa.- Escondi meu rosto ao peito dela, que acariciava minhas costas levemente, algumas lágrimas se formam em meus olhos.

-Perla, não deixe a carência falar por você. Espere as coisas acontecerem. Foi assim que minhas mães se conheceram. Eram amigas, as vezes se odiavam, eram tão opostas, até que um dia.. se beijaram.. após isso uma não conseguiu viver mais sem a outra. Imagina, alguém tão pavio curto que batia em quem olhasse alguém que ela tivesse a fim, e a outra era tão calma e paciente que a última coisa que faria era violentar alguém, pelo contrário, ela sabia machucar com palavras. Hoje elas são as pessoas que mais me inspiro, por isso que nunca entro em relacionamentos, quero encontrar algo perfeito como o relacionamento delas, entende? Acho que devia tentar olhar o que está a sua volta e parar de querer o que acabou de ver. Quem muito quer nada tem.- Entendi perfeitamente cada palavra dela, fiquei pensativa após isso.

-Acha que faço muito drama pelos meus sentimentos com Rose?- Perguntei receosa.

-Não só com ela. Perla, antes de desejar alguém, se deseje, espere que as coisas virão até você, saberá quando será o momento de tomar uma atitude. Apenas observe. Quando se trata de amor, o que mais conta é a paciência.- Depois daquelas palavras apenas fechei meus olhos pensando. Acho que ela era ótima conselheira.

Minha breve paz teve logo uma quebra. A porta do banheiro se abria e Violleta parecia não gostar da cena que viu. Notei então que ela havia tirado o curativo da bochecha e havia um corte costurado ali, novamente se cortou? Estou começando a achar que ela não cortou a testa em uma missão.

-Agora vai ficar agarradinha na Ga. Arghh Perla.. as vezes você dá nojo.- Franziu a testa subindo as escadas.

-Espera.. Viol..- Era tarde, estava sendo ignorada. Olhei então pra Gabrielle. -Ela é sempre assim?-

-Não.- Comentou a outra se afastando de mim. -Espero que ela não...- Ouvi um barulho, parecia algo caindo. -Droga..- A morena se levantou subindo as escadas.

Corri atrás dela aonde vi Morgana e Violleta se batendo no chão, aonde a platinava estava por cima da maior trocando socos com ela.

-Parem de brigar.- reclamou Gabrielle tirando a menor de cima da tia.

-Olha por onde anda.- Violleta franziu a testa se arrumando em pé.

Morgana deu as costas entrando no quarto. Não deu tempo de nenhuma se machucar.

-Elas costumam brigar muito?- perguntei

-Só quando estou com raiva.- completou a menor.

-Morgana está de mau humor. Aquele garoto não a deixa dormir.. não sabemos quem são os pais, mas ela o adotou.- Gabrielle olhou por entre a fresta da porta, fechando a mesma em seguida.

-Faz sentido.- então o garoto era adotado, agora sim fiquei esclarecida.

-Hora de comer.- ouvi o grito de Ray vinda lá de baixo. Nós três no direcionamos ao local.

A mesa estava posta, as duas sentadas lado a lado. Havia espaço para todos. Violleta ia sentar na ponta, porém Gabrielle sentou antes. Portanto se direcionou a outra ponta, mas antes de sentar ouviu a voz da morena.

-Deixa pra Morgana, sabe que ela prefere a ponta.- as duas se encararam, então a platinada sentou na cadeira próxima a mim, só me deu escolha sentar ao lado dela.

-Espero que gostem, fiz bolo de chocolate, abacaxi e o nosso favorito o morango.- sorriu Sophia.

-Obrigado.- agradeci quando me foi dado uma fatia de cada bolo, peguei o garfo comendo delicadamente.

Em pouco tempo todos estavam servidos, Morgana já havia se juntado a nós. Apenas eu, Vi e Morgana ficamos em silêncio, as demais conversavam sobre a viagem. Notei que o prato de Violleta estava ainda cheio, nem havia beliscado a comida, apenas ficou cutucando com o garfo. Sabia que havia algo de errado ali.

-Ainda não comeu.- Reclamou Sophia vendo o prato da menor. -Vai ficar doente desse jeito.-

-Tô sem fome.- disse de forma desanimada.

-Pare de frescura, come logo.- Ray falou quase gritando, mas ao perceber o toque no ombro de sua amada tentou se acalmar, pelo jeito era bem esquentadinha.

-Não é frescura.- Gritou a platinada. -Só estou sem ânimo.- afastou a cadeira saindo da mesa, fiquei olhando sem entender.

-Ela precisa conversar.- Gabrielle foi atrás dela, enquanto o casal se entreolhou.

Ficou um silêncio na mesa após isso. Olhei o prato dela, sempre com uma grande quantidade de comida, ainda estava cheio. Peguei a louça levando até a garota. Estavam conversando na sala, a morena abraçava a menor, que estava entre lágrimas.

-Mi scusi.- Sentei ao lado de Violleta.

-Não entendo italiano.- reclamou a mesma.

-Apenas pedi licença.- estendi o prato a ela, que olhou para o mesmo e pra mim em seguida.

-Vou terminar de comer.- Gabrielle se retirou.

-Obrigado P.- pegou o prato e o garfo, levando a boca um generoso pedaço.

-Só isso, Violleta, sei que come mais.- cruzei meus braços, notando ela rir e colocar a fatia inteira na boca.

Acabei por rir também. Um estranho silêncio predominou enquanto ela comia. Ao terminar a desleixada deixou o prato em cima do sofá, se levantou e começou a esticar preguiçosamente os braços.

-Devia levar o prato na pia.- neguei com a cabeça pegando a louça.

-Ahh P.. não seja chata.- reclamou com uma expressão preguiçosa.

-Vi, tem que deixar as coisas arrumadas.- franzi a testa.

-Agora vai dar uma de minha mãe?- nos encaramos.

-Não é isso, apenas tem que manter as coisas em ordem. É pro seu bem.-

-De que adianta deixar as coisas em ordem se minha vida é uma bagunça?- ela cruzou os braços.

-A minha também.- virei o rosto para o lado, não valia a pena discutir sobre alto tão bobo. -Mesmo assim eu tento organizar.-

-P.. desculpa.. calma aí..- se aproximou e sentou ao sofá, no meu lado. Deve ter pensado que fiquei magoada.

-Eu tento Vi, mas é difícil.- suspirei.

-Me chama de Amethyst.. eu gosto mais desse nome.- sorriu usando a mão para erguer meu rosto, foi onde sorri também.

-Acredito que lhe trás lembranças melhores né?- assentiu.

-P.. podíamos sair novamente né?- meu rosto corou levemente.

-Pode ser.- pousou a mão em cima da minha, segurando a mesma com força.

-Que tal dar uma volta no parque?- sugeriu erguendo um pouco o rosto, parecia querer alcançar o meu.

-Adoro caminhar no parque.- sorri, como pude ser tão desligada, estava na cara que ela queria me beijar, então cedi a ela aproximando meu rosto.

Nosso lábios estavam quase se tocando quando ouvi uma voz chorosa infantil. Virei rapidamente o rosto, dava até pra sentir o calor dos lábios volumosos dela. Morgana logo passou por nós, subindo para o quarto.

-Podemos ir agora no parque?- perguntei ainda segurando a mão dela, que abriu um enorme sorriso.

-Claro.- soltou minha mão correndo até a cozinha, ia avisar a Gabrielle, eu imagino.

Fui também até o local, aonde coloquei o prato na pia. Ouvi a morena dizer para ela não ficar até muito tarde e nem procurar o pai dela.

-Se cuidem.- despediu-se de nós, que fomos caminhando pela rua.

O parque não era longe dali, sem demora chegamos ao local. Havia um lago, muitas árvores, pessoas de todos os lados. Crianças brincando, casais passeando e famílias também. Sentamos em um banco próximo ao lago, ficamos olhando alguns patos nadando. Amethyst parecia estar muito quieta, virei o rosto para ela, estava pensativa? Nunca foi muito de pensar, desde que a conheci, era mais movida no impulso.

-Está bem?- perguntei.

-Meu corpo dói um pouco.. mas acho que meu coração dói mais..- negou com a cabeça.

-O que houve?-

-Não sei explicar.. as vezes parece que eu gosto de alguém.. mas a pessoa nem se importa comigo, só fica por aí se magoando a toa.. ignorando minha existência.. se pegando com outras pessoas...- enrolou um dos dedos em uma mecha de cabelo

-Bem.. talvez essa pessoa um dia perceba sua existência, só deve mostrar para ela, parece simples.- acredito que aquilo fosse fácil de resolver.

-Só tem um problema.-

-Qual?-

-Estou com raiva da pessoa.. e sempre tento me mostrar.. mas ainda sim sou ignorada.- neguei com a cabeça.

-Olha, fala com ela, convida pra sair, não tem por que ficar com raiva dela.- franzi a testa.

-P.. eu te convido pra sair.. mas você sempre fica me deixando de lado...- ela nem me olhou, apenas ficou o chão, fiquei rubra de imediato.

-E-estava falando de mim?- como sou burra, não notei aquilo.

-Óbvio P.. você perturba minha mente.. isso que ela já é perturbada...- levou a mão na nuca e coçou a mesma.

-Eu te acho legal.. quem saiba não lhe dê uma chance.- levantei, pisquei para ela e me retirei.

Apenas olhei por cima dos ombros, ficou parada e boquiaberta, me olhando sair. Parecia congelada, sem reação. Após alguns minutos um sorriso tomou conta do rosto dela assim como do meu. Talvez não fosse má ideia dar uma chance a ela, afinal, todas minhas crush me deram um fora, acho que teria uma nova crush.


Notas Finais


Agradeço por lerem.
Contem o que estão achando da história, adoraria ler :3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...