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História ARDEs - 65


Escrita por: ajfrancklyn

Capítulo 66 - 65


Fanfic / Fanfiction ARDEs - 65

Era uma noite atípica. Rainen ponderou isso ao ver o papel amarrotado que listava os serviços:

 

PLACA: GUY 1231 IV — MOTOR DO LIMPADOR DE PARABRISA

PLACA: MEL 9851 AM — ACENDEDOR DE CIGARRO

PLACA: LIL 6667 CA — DEPÓSITO DE ÁGUA

PLACA: LEV 3354 LU — CAIXA DE FUSÍVEIS

 

“Vai ser moleza.”

Resolveu, então, começar pelo que considerava mais trabalhoso, a caixa de fusíveis. Ali conjecturava, vasculhando e testando os fios.

“Talvez seja a fiação da alimentação.”

Até que achou um parafuso bem folgado, quase caindo. Era coisa de alguns veículos antigos, os novos vinham com conectores. Rainen atarraxou o parafuso e o prendeu com cola de silicone.

“Deve segurar por um bom tempo.”

No outro veículo, ele encontrou fácil o problema limpador do para-brisa. O parafuso do motor corroeu o dentilhado do braço e por isso não girava. Rainen pegou um jogo de braços novo e o trocou. Testou e funcionava.

O problema do acendedor de cigarro era apenas um fusível. Ele o trocou e o equipamento funcionou.

E, por fim, o mais fácil: o depósito de água. O fato é que, estranhamente, esse recipiente estava rachado.

“Como isso aconteceu?”

Era algo inusitado. Ele sabia que só um forte impacto danificaria a peça daquela maneira, mas o carro não tinha marcas. Ou de forma proposital, mas a rachadura estava próxima da rosca, e na parte de baixo. Na hora de tirá-la foi uma luta. A presilha não soltava e também não dava espaço para entrar um alicate ou chave de fenda.

— Droga! — xingou nervoso com aquilo.

Tentou destorcer, girando todo o recipiente, mas o pior aconteceu: quebrou toda a base do depósito. Ele temia que algum pedaço caísse dentro da tubulação. Sem outra opção, usou um pano para obstruir a entrada do tubo e daí talhava os pedaços de plástico que sobraram e ainda permaneciam presos, travados pela presilha.

Estava nervoso com o momento, quando o telefone tocou. Não quis parar o serviço, então deixou o aparelho chamar até a ligação cair e continuou forçando o plástico, conseguindo quebrar mais um pedaço.

“Acho que só mais um pouco, só mais um pouquin…”

Novamente o telefone tocou e ele não pôde ignorar. Deixou o serviço e o atendeu.

— Alô!

— Alô?

Ele conhecia aquela voz.



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