Três anos depois...
Nem acredito que me formo amanhã. Passou tudo tão rápido. Muitas coisas mudaram. Eu principalmente. Tudo está vindo, é meu aniversário de 22 anos, o casamento. Minha nossa. Vou surtar! Estou terminando de me arrumar para comprar meu vestido. A minha turma decidiu fazer uma pequena festa para nós comemorarmos. Thomás estava tomando café e eu passei voando por ele. Seu cabelo estava um pouco mais comprido. Quase na altura dos ombros, um pouco menos eu diria. Peguei uma maçã e dei uma mordida nela.
- Bom dia meu amor.- Sorriu.
- Bom dia. – Dei um beijo nele.
- Vai comprar o vestido?
- Sim, quer vir junto? – O olhei.
- Claro, só vou trocar de camiseta. Dois segundos...- Correu até o quarto. Dei mais duas mordidas na maçã e então ele voltou. Fomos até a garagem e entramos no carro. Levamos cerca de dez minutos para chegar no centro. Arrastei Thomás até uma loja bem elegante. Fui até as araras de vestidos e comecei a procurar um. Escolhi seis vestidos. Um deles era azul marinho curto, com um detalhe aberto nas costas. Nas mangas curtas era rendado. Não gostei, meio sem sal. Vesti o próximo. Era um tomara que caia, a parte de cima era brilhante e a saia era roxa escura. Ficou bonito, mas parece mais pra festa e não pra festa de formatura. Provei os outros mas nenhum deles me agradou muito. Saí do provador com todos eles na mão.
- Nenhum? – Thomás me olhou. Neguei com a cabeça. – Bom eu fiquei vasculhando e encontrei esse. – Mostrou um vestido preto. Ele tinha mangas rendadas até os cotovelos, na frente ele era curto e atrás era comprido e tinha uma leve transparência. Larguei os outros vestidos e fui provar o que ele tinha pego. Assim que o vesti, eu sabia, aquele era o vestido. Mostrei para Thomás como tinha ficado, ele não conteve e abriu um grande sorriso. – Perfeito.
- Você tem bom gosto para vestidos. – Ri.
- Esse é só mais um de meus talentos ocultos...
- Hum, quero conhecer os outros viu. – Pisquei.
- Posso te mostrar um mais tarde se quiser...- Me olhou.
- Vou cobrar.
- Tudo bem...
Paramos de conversar e fomos para o caixa, paguei o vestido e então fomos para um salão. Marquei horário para fazer um penteado e maquiagem. Era quase meio dia então nós resolvemos comer por ali mesmo. Resolvemos ir em uma padaria que tinha logo do outro lado da rua. Pedimos dois pastéis e um refrigerante.
- E você vai usar o que? – Pedi para Thomás.
- Não sei. – Riu.
- Bom podemos ver algo se você quiser...
- Pode ser, e acho que é melhor eu me vestir adequadamente pois não posso usar qualquer roupa, eu vou estar acompanhado de uma maravilhosa formanda...
- Nossa me impressionou agora. – Sorri. A atendente trouxe nossa comida e nós dois se esbaldamos no pastel. Ficamos conversando sobre o dia de amanhã e tudo mais. Assim que terminamos de comer pedimos um milk shake e dividimos ele. Quando terminamos nossa sobremesa fomos até uma outra loja para comprar a roupa de Thomás. No início ele ficou se fazendo e dizendo que nada era bonito. Mas eu o convenci de experimentar alguns. Depois de meia hora estava tudo comprado e feito. Decidimos voltar para casa e descansar.
Assim que chegamos corri para o chuveiro. Eu precisava de um banho. Enquanto isso Thomás se atirou no sofá. Demorei meia hora para sair do chuveiro. Se tem uma coisa que eu gosto é de banho. Meu nariz sentiu um cheiro muito gostoso no ar, abri a porta e saí enrolada na toalha. Thomás estava na frente do forno. Estranhei.
- Tá fazendo o que? – Ele se virou e me olhou de cima a baixo senti minhas bochechas quentes.
- Um de meus talentos ocultos.
- Ah.
- Achou que era o que ein? Espertinha...- Riu.
- Para com isso. – Falei. – Não pensei em nada.
- Sua cara diz o contrário.
- Thomás! – Rimos. Voltei para o quarto e me vesti. Quando voltei vi que tinha um bolo de cenoura em cima do balcão. Thomás começou a fazer a cobertura de brigadeiro. É hoje que eu engordo alguns quilinhos. Peguei dois pratos e uma faca, fiquei esperando ansiosa para comer. Um de meus dons é comer...Ele passa a cobertura em cima do bolo e quando termina já logo corto dois pedaços. Pedaços “pequenos” se é que me entende.
- Que delícia. – Lambi os dedos.
- Viu, sou um ótimo cozinheiro. – Sorriu orgulhoso.
- Só de bolos. – Ri.
- Mentira.
- É verdade, esses dias você queimou o arroz e colocou sal demais.
- Uma vez só...- Disse em sua defesa.
- Que nada, nem dá para contar nos dedos quantas vezes você cozinhou algo e deu errado, faltaria muitas mãos. – Ri.
- A é...Vai ver só. – Ele pegou e veio até mim e começou a me fazer cócegas. Uma coisa que eu odeio é isso. Eu pareço um bicho, rio toda torta.
- Para...Thomás...é...sério. – Falei entre pausas. Eu já devia estar toda vermelha na cara. Thomás parou por alguns instantes e eu me recuperei, ele parou, ufa. Só que não né, ele pegou e deu uma lambida na minha bochecha. – Eca...- Passei a mão.
- Nem vem, não seja nojenta. – Me olhou.
- Precisava me lamber?
- Sim.
- Eca Thomás...
- Querida se você sempre sentisse nojo não compartilharia saliva comigo. – Rimos.
- Meu deus é verdade. – Falei. – Você falou igualzinho a Alice. Ela sempre falava isso quando estávamos no Ensino Médio...
- Hahaha vocês eram tudo malandra...
- Claro né...
- Não quero nem imaginar sobre o que mais vocês falavam.
- Vish muita coisa, mas sempre tínhamos assuntos que eram de quase todos os dias: comida, garotos, livros e sobre babar...
- Babar?
- Longa história...
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