História Genie. - O primeiro pedido.

O silêncio na sala era algo insurdecedor, Sehun olhava para um canto qualquer, enquanto tentava fugir do olhar fixo do belo gênio que o observava, em pé ao seu lado.

-Ah... Porque diabos você não senta um pouco? Já está a tanto tempo em pé! - o loiro questionou, irritadiço. Segurando ao máximo a risada, ao ver a expressão que Junmyeon fez .

-Você me autoriza a sentar? Eu só posso agir de tal forma se o meu senhor autorizar! - falou de forma calma.

Para Sehun era mais do que estranho ter alguém que aparentemente era mais velho do que ele, o chamando de senhor. Ele com certeza não saberia lidar com aquilo de forma séria.

-Cara... Só senta! Isso de senhor é meio estranho e afinal... Você é mais velho, não é? - perguntou.

Junmyeon pensou um pouco, mas não era tão fácil assim falar de si mesmo, ainda mais quando passou décadas sendo usado para satisfazer desejos egoístas de muitas pessoas e sendo tratado como objeto.

-Senhor... Eu não posso falar sobre mim. Ainda mais pra você, eu já o conheço, e você já me fez passar por maus bocados. Me perdoe a audácia. - o gênio falou de forma tímida, encarando o chão, desejando estar em qualquer outro lugar, menos ali.

-Eu... Como assim? Como posso ter o feito se meter em problemas, se nem mesmo lembro de ter o conhecido?

-Mas eu o conheço, e não quero mais problemas ou levar uma punição como aconteceu no passado. Pode não parecer, mas até os gênios tem regras a serem seguidas.

Aquele assunto era extremamente estranho, como Oh Sehun trouxe problemas para um ser que até poucos minutos atrás, nem sequer sabia da existência?

E conhecendo a si mesmo muito bem, o loiro sabia que aquelas questões não sairiam tão fácil de sua mente.

Junmyeon sentou-se após alguns segundos, encarou o loiro esperando que ele dissesse algo.

-Me fale a sua idade...Por favorzinho? - Oh pediu, de forma infantil, fazendo o gênio revirar os olhos.

-Esse seria o primeiro dos seus 3 desejos? - Myeon rebateu, de forma seria.

-Claro que não. Não iria desperdiçar dessa forma, eu apenas quero saber. - cruzou os braços.

Aquilo era arriscado, para o moreno, estar ali na presença de Sehun era um risco enorme.

Mas ele saberia que não revelar mais sobre si mesmo, não seria a escolha mais certa a se fazer, não se quisesse se aproximar do outro.

Tomou fôlego, passou as mãos pelos cabelos meio ondulados e resolveu falar.

-Você é meu 5° senhor, então... devo julgar que como gênio, eu tenho 50 anos! - riu ao ver a cara de nojo que Sehun fazia ao lhe encarar.

-Tá, mas tirando essa situação do gênio... Quando aconteceu isso tudo, que idade você tinha como humano?

O gênio respirou fundo, torcia profundamente que Oh desistisse daquele assunto.

-Senhor, o que acha de falarmos sobre seus desejos? - tentou mudar de assunto.

-Está bem, você não vai responder de qualquer forma, pode falar do que quiser.

'Que alívio' - era isso que se passava pela cabeça do mais velho.

-Se quer saber, eu era alguns anos mais velho que você. E isso é tudo que posso falar, pois quando minha missão aqui estiver encerrada, poderei acabar levando outra punição das Deusas Anciãs. - falou, tentando não ser rude.

-Ah claro, deveria te chamar de Hyung por acaso? - perguntou Sehun, de maneira infantil e com os braços cruzados.

Aquilo seria difícil para Junmyeon, ele sabia que teria de ter paciência, lidar com alguém que está recém entrando na vida adulta, seria apenas um de seus desafios.

-Então, o que você deseja?

-Eu... bem... Sendo sincero, ainda não sei. - respondeu.

-Pense bem. Quando precisar de algo, estarei aqui na lâmpada! - o moreno virou-se, indo em direção ao objeto que estava no canto da sala.

-Não... Fica! - pediu o garoto. - Eu acho que não estou sendo legal com você, desculpe. Só que... É estranho ter alguém me chamando de senhor.

-Lhe chamarei da força que se sentir confortável. Estou me retirando, até porque eu sei que em breve seus amigos vão chegar e suponho que você não gostaria que eles vissem alguém vestido de maneira tão diferente... E pense no quão embaraçoso seria, ter de explicar toda a situação pra eles. - Myeon sorriu de forma calma, pegou a lâmpada e em frações de segundos, desapareceu.

Sehun estava embaraçado, aquilo era irreal, e também sentiu-se envergonhado ao perceber que supostamente ficou com as bochechas coradas ao receber o sorriso tão bonito daquele ser mágico que se encontrava ali consigo.

-Nossa... ele é bonito. - falou pra si mesmo, sorrindo de forma boba.

-----

A sala se encontrava com as luzes apagadas e Minseok trazia o bolo de aniversário, enfeitado com 19 velas.

Enquanto Chen, amigo de Sehun, que trabalhava como bibliotecário na sua antiga escola, cantava os parabéns da forma mais escandalosa possível.

Os outros amigos, Jongin, Chanyeol e BaekHyun bebiam e conversavam sobre assuntos não muito relevantes.

E Sehun estava feliz, passou seu aniversário com seus amigos e seu hyung que foi seu primeiro amor, mas olhava uma vez ou outra de relance para a lâmpada e lembrava que Junmyeon estava 'preso' lá dentro.

-Será que ele não fica sem ar? - perguntou meio baixinho.

-O que? - falou Minseok, meio confuso. - Você está tão estranho! - riu, aconchegando-se no ombro do mais novo.

-Desculpa hyung, é só que... ah deixa, mesmo se eu tentasse explicar, você não entenderia. - falou meio acanhado, mas olhando para Minseok e percebendo que o outro dormia em seus ombros. - Hyung... - chamou, o assustando um pouco.

-Oh meu Deus, eu dormi no seu aniversário. Me perdoe! - o mais velho falou de forma de envergonhada.

-Está tudo bem, não precisa pedir perdão.

-Preciso sim, eu deveria estar totalmente focado aqui.

-Hyung, eu soube que o sindico te deu mais uma bronca hoje. E eu sei que você está cansado por causa desse serviço que não paga quase nada... Queria poder te ajudar!

-Muito obrigado, mas não precisa se envolver nisso. Eu já trabalho aqui faz muito tempo, e se eu não precisasse de verdade do pouco dinheiro que ganho nesse emprego, eu teria ido embora. Mas eu realmente preciso. - falou de forma triste.

As coisas não foram fáceis para Kim Minseok, ele cresceu com grandes expectativas de se tornar um cantor bem sucedido, mas as doenças de seu pai fizeram com que ele tivesse de gastar todo o dinheiro que guardara para aquilo. Sehun o admirava, e se sentia mal o vendo desperdiçar suas energias e seu talento ali naquele lugar.

-Por favor hyung, vá descansar. Eu mandarei esses idiotas irem embora. - falou Oh, batendo nos ombros dele.

-Não faça isso, não deixe que meu cansaço acabe com sua celebração, eu já estou bem. - o mais velho tinha a voz falha, entre um ou dois bocejos involuntários.

-Nada do que você disser vai fazer eu tirar isso da minha cabeça de qualquer forma! - exclamou Sehun de forma debochada.

Foram necessários não mais de 15 minutos para que a sala estivesse vazia, o loiro chamou um por um de seus amigos e explicou a situação, também justificando que sua cabeça doía um pouco.

Jongin foi o único que desconfiou um pouco, afinal, o conhecia desde o colegial.

-Eu já disse que não precisava ter feito isso. - bufou Minseok.

-Você não tem o direito de opinar em nada. Agora me prometa que irá dormir!

-Estou indo. Obrigado por cuidar bem de mim! Sinto que falhei com você, pois eu sou o mais velho aqui, e eu deveria cuidar de você.

-Você é meu melhor amigo... E também é meu primeiro amor. Por isso que eu cuido de você! Não precisa ficar vermelho. - pediu, vendo que as bochechas de Minseok ficaram coradas rapidamente.

-Nós... Nós já falamos sobre isso! - riu ao ver Oh revirando os olhos. - Uma hora você vai achar alguém que te ama, e que te mereça, e que consiga cuidar bem de você e te fazer feliz... E eu tenho namorada! - bateu na testa do outro.

-Está bem, na hora que essa pessoa aparecer, vou te ligar e avisar. Pois acho que vai demorar. - falou de forma emburrada.

-Quem sabe ela já está perto de você e você nem sabe. Mas de qualquer modo... Estou indo dormir, boa noite!

---------

Enquanto isso, dentro da lâmpada mágica.

O gênio estava inquieto, queria ter a opção de não ouvir e ver nada do que se passava do lado de fora.

-Então... Quer dizer que Sehun o ama. - falou de forma tristonha.

Junmyeon odiava o fato de ainda ter sentimentos humanos, preferia ter vivido por anos em Tártaro, o lugar onde suas punições quase se concretizaram, ao ter de enfrentar a dor de ver a pessoa que não saía de sua mente na última década, amando um outro alguém.

Ainda se lembrara do maldito dia onde conheceu Oh Sehun que na época ainda era criança, e ele sabia o motivo de ter se encantado.

Oh Sehun era a reencarnação da esposa já falecida de Junmyeon.

E ele recebeu essa notícia enquanto estava sendo punido por ter deixado sentimentos humanos tomarem conta de si, ele não era mais humano. E sim uma alma que foi transformada em gênio.

Há razões para ele ter se tornado isso, ele só não poderia revelar a qualquer um.

Seu amor por Sehun desde a primeira vez que o viu não era um gesto nojento de pedofilia, longe disso, simplesmente era algo vindo de vidas passadas.

Saberia que um dia, mais cedo ou mais tarde, voltaria a se encontrar com ele.

A diferença é que agora, o moço teria idade o suficiente para entender essa ligação toda.

Só que isso não mudava o fato de que Junmyeon estava magoado, como Sehun não lembrara de si, sendo que foi ele quem salvou sua vida anos mais cedo?

Quando o pai de Oh desejou que o mesmo fosse saudável por toda a vida, foi logo após Junmyeon o salvar de uma desnutrição tão forte que poderia o matar, seus pais já não tinham de onde tirar dinheiro para a comida e lugar algum os contratava.

-Bem, parece que ele viveu muito bem! - falou, tentando ao máximo não chorar, indo para a frente de um pequeno espelho e olhando seu reflexo. - Olhe para você Junmyeon, implorando para ser punido de novo, como ele poderia lembrar de você? Ou até mesmo sentir algo... olhe suas roupas... - encarou sua camiseta e sua calça azul.

Era tão errado assim ele ainda ter a natureza humana em algumas partes de si?

-Apenas faça o que tem de fazer. Logo após ele pedir o último desejo, você terá de ir embora imediatamente. - encorajou a si mesmo, ainda se olhando no reflexo do espelho.

-------

-Hey, venha logo. - ordenou Sehun, esfregando a lâmpada de forma rápida.

E Junmyeon forçou-se a aparecer ali, e ter de encarar ele novamente.

A última coisa que o gênio queria, era ter de olhar no rosto do loiro, afinal... Sehun nem mesmo se lembrava dele.

-O que você quer? - perguntou de forma seca, assustando Oh.

-Nossa... O que aconteceu com o 'senhor'?

-Achei que não gostava de ser chamado assim, e se você não tem nada de relevante pra dizer... Acho que vou voltar pra lâmpada.

Aquela situação era estranha, Sehun se perguntava porque estava sendo tratado com tanta ignorância.

-Eu te fiz alguma coisa? - coçou a cabeça, olhando fixamente nos olhos do gênio.

-O que você quer? Não acredito que me chamou aqui pra nada. Vocês humanos são tão patéticos.

-Hey... Não esqueça que antes de você vestir essa roupa aí, ter o cabelo bonito e ondulado e ter poderes, você também era um humano. - Sehun respondeu rapidamente, cruzando os braços e se sentando em uma cadeira qualquer. - Te chamei pra dizer que já pensei no meu primeiro desejo.

Aquilo fez o coração quase morto de Junmyeon acelerar de nervosismo.

-Ah... claro... E o que seria? - perguntou de forma curiosa, mudando totalmente o tom da sua voz, agora falando de forma mais suave.

-Eu quero mudar a vida do Minseok hyung! Ele está frustrado aqui, esse lugar não merece ele, e ele vem trabalhando muito pra conseguir quase nada.

Novamente a expressão de Junmyeon mudou totalmente, ele se sentia humilhado e despedaçado. O quão fácil seria pra você, ver a pessoa que você amou por muito tempo, te pedindo pra mudar a vida da pessoa que ela um dia amou?

-Eu não posso fazer isso! - o gênio respondeu, sentindo seu peito pesado.

-O que? Como assim?

-Você pode me pedir outra coisa. Que tenha haver com você e não com a pessoa que você ama.

-Ah não, eu não amo o Minseok. - riu um pouco. - Essa é uma história antiga e... espera, como você sabe sobre meus sentimentos antigos por ele? Não lembro de ter falado sobre isso com você.

-Não precisou ter dito nada. Estranho o fato de eu saber tudo sobre você... E em troca você nem ao menos se lembrar de mim, não é mesmo?

-Lembrar? Eu não entendo você.

-Porque não pede direto para que eu faça o Minseok te amar? Não quer que eu faça ele largar a namorada dele para simplesmente vir correndo para os seus braços... Isso não seria fácil? - Myeon simplesmente jogou as palavras em Sehun, não se preocupando se estava sendo um tanto estúpido.

-Calma aí...

-Não acredito que decidi salvar sua vida a 10 anos atrás, pra chegar na sua frente hoje e o ver sendo tão egoísta quanto os outros. - e naquele momento Junmyeon estava fazendo algo que nunca antes havia feito... olhando um outro alguém com desprezo.

E seu coração doía por saber que aquele olhar era direcionando logo para Sehun.

-Espera.. Foi você? O caso da desnutrição... Eu não tinha cura! - o mais novo o encarou, com algumas lágrimas nos olhos.

-Acertou. O que você quer como prêmio? Um balão ou o corpo nu do seu Hyung que está juntando dinheiro pra se casar com uma mulher que ama ele mais do que tudo?

Naquele momento Junmyeon já não se preocupava se havia quebrado todas as regras que deveria seguir.

Ele estava sendo consumido pelas piores sensações humanas que poderiam existir... A raiva, frustração.

E também praticamente xingava aquele que deveria chamar de 'senhor'.

Iria jogar mais algumas verdades na cara do jovem que estava em sua frente, se não tivesse sido interrompido por um abraço e um Sehun choroso.

-Obrigado por ter me salvado... Eu nunca irei conseguir te agradecer o bastante por isso. - falou, escondendo o rosto no pescoço do moreno, involuntariamente acabando por sentir o perfume que exalava da pele bronzeada de Junmyeon.

O outro não sabia como reagir a aquele ato, ele estava com raiva e Sehun não tinha o direito de acalma-lo daquela forma.

-Por favor, realize meu desejo. Eu quero ver o Minseok bem e feliz, e eu quero que ele seja feliz com a futura esposa dele, mas eu sei que enquanto ele estiver aqui, perto de mim, uma pequena parte de mim vai o desejar. - Oh dizia, agora mexendo nos cabelos do outro.

Junmyeon nunca imaginou que poderia ficar ofegante daquela forma, ainda mais com um simples abraço. Mas não poderia negar aquilo a Sehun, ainda mais sabendo que se Minseok estivesse longe, o resquício de atração que ainda tomava conta do seu amado, poderia ir embora junto.

-Está bem. Eu irei realizar seu desejo! - falou no pé do ouvido do mais novo.

-Obrigado, obrigado, obrigado. Eu nunca vou poder te agradecer o bastante por tudo o que você já fez por mim. - deu um beijo no rosto do gênio, arrepiando-se um pouco com o contato.

-Agora você lembra um pouco pelo menos? Lembra de mim? - Myeon questionou meio nervoso.

-Eu lembro um pouco. Mas é que já se passou tanto tempo! Aos poucos eu tentarei lembrar de mais coisas, prometo. - respondeu Sehun, percebendo que ainda estava abraçado no outro, e que em nenhum momento sentiu vontade de se desfazer daquele pequeno contato.

-Eu acredito em você. E antes que você possa me perguntar sobre como eu sei do casamento do Minseok... Eu te acompanho e acompanho todos ao seu redor faz muito tempo.

-E porque você faz isso? - o loiro afastou-se do abraço, encarando o gênio.

-Bem... Eu salvei a sua vida, precisava saber como você estava. - riu, meio envergonhado. - Mas de qualquer forma, me diga em detalhes como deseja mudar a vida de Minseok, para que nada saia errado.

Sehun respirou fundo, olhando o físico de Junmyeon e tentando ser o mais discreto possível.

'Ele é muito bonito.' - pensou, torcendo para que o outro não pudesse ler pensamentos também.

-Minseok sempre quis ser um cantor profissional e famoso, e eu sei que ele já largou áudio com demos em várias empresas de entretenimento, quero que faça com que essas empresas grandes escutem suas demos, briguem entre si pra ver quem fica com ele e lhe ofereça um contrato com pouco tempo de treinamento. - Sehun falou palavra por palavra, de forma cuidadosa.

-Está bem. Pra qual direção fica o local onde ele mora? - o gênio perguntou.

-Fica... pro leste. - apontou Sehun.

Então Junmyeon foi para a direção onde o dedo do mais novo estava apontado, soprou uma pequena luz em suas mãos, pediu para que o outro se afastasse, e jogou a luz na direção indicada.

Quando a luz se perdeu de vista, trovões e uma tempestade repentina começaram a cair.

-Não se preocupe com a tempestade, faz parte do processo para que o desejo dele se realize. Cada gênio precisa de um elemento da natureza para lhe dar poderes... O meu é a água. - Myeon o olhou calmamente. - Você tem mais 2 pedidos está bem? - sorriu do mesmo modo que havia feito mais cedo.

"Não sorria assim para mim. Vai fazer a minha confusão sexual aumentar."- pensou o loiro.

Oh Sehun estaria mentindo se dissesse que aquele  sorriso não estava a mexer consigo, e que não queria sentir novamente aquele aroma que o corpo do gênio o proporcionou.

-Eu fico um pouco fraco após realizar um desejo desse porte. Irei descansar está bem? Se precisar de algo, só precisa esfregar a lâmpada. - Junmyeon falou o olhando uma última vez, e sumindo rapidamente.

Depois de descobrir que aquele ser havia salvado sua vida, e que no fundo era alguém bondoso, e desafiadoramente atraente, Sehun não via a hora de poder fazer seu segundo pedido.

-Descanse. Amanhã você precisará de energia. - sorriu da maneira menos casta possível.