História Gerard Way, Student Teacher - Capítulo Dez - Parte 2

         Eles passaram o resto da noite na sala de estar, considerando que não tinha muito o que fazer. Gerard só tinha canais abertos na TV e não tinha Wifi, então eles não tinham muito com o que se entreter.

         Porém, os dois adoraram, pois amavam conversar um com o outro. Gerard podia ouvir Frank falando sobre ser um músico por horas, assim como Frank também podia ouvi-lo falar sobre as ideias incríveis de Gerard para seus quadrinhos.

         Um pouco depois, Gerard pegou papéis e lápis em seu quarto, desenhando uma pequena história em quadrinhos para Frank. Era do dia em que eles se conheceram.

         Mostrava o novo professor se olhando nervoso no espelho antes de ir para escola, então mostrou um estudante amigável que aumentou sua confiança, terminando com ele dormindo com um sorriso confiante no rosto.

         “Você realmente dormiu com um sorriso no rosto?” Frank questionou com um sorriso, seu coração balançando com a informação do quão havia afetado Gerard.

         “Eu dormi.” Gerard admitiu baixinho, suas bochechas se corando levemente. “Eu não sabia que poderia aguentar ser um professor estagiário até que te conheci.”

         Frank ficou sem palavras, tudo o que ele queria era se inclinar e beijar Gerard – que é o que ele espera já faz um tempo. Gerard não esperou por uma resposta, ele pegou um pedaço de papel novo e começou outra história.

         Dessa vez, desenhou quando Frank ficou na detenção e como ele estava com água na boca pelo café de Gerard. Ele desenhou Frank desesperado pelo copo, então finalmente com o copo cheio de café, seus olhos em formato de coração.

         “Eu não estava tão louco assim!” Frank exclamou quando percebeu o que Gerard desenhava. “Eu- tudo bem, porra, talvez eu estava.”

         Gerard apenas riu e continuou a tirinha, desenhando a história do dia que Frank ficou chapado em remédio noturno. Ele não pulou nada, inclusive a parte onde Lindsey causava uma ereção no garoto.

         “Eu acho que essa ereção está um pouco pequena.” Frank apontou, levantando sua sobrancelha. “Você deveria ser mais realista.”

         “Eu estou sendo generoso, na verdade.”

         Ai, Frank pensou enquanto cobriu o peito com a mão, fingindo dor.

         “Não é pequeno assim.” Frank cruzou os braços, tentando lançar um olhar irritado para Gerard.

         “Tem certeza disso, Frankie?”

         “Não é!”

         “Então prove.”

         O coração de Frank acelerou em seu peito quando as palavras saíram dos lábios de Gerard, todo o sangue correndo com pressa pelo seu corpo enquanto ele tentava pensar em uma resposta a altura.

         Ele não podia pensar em nenhuma, porque queria provar, ele queria abaixar sua calça e fazer Gerard gritar pelo seu nome...

         Gerard não recuou também, ele não riu como se fosse uma piada, ele apenas olhou para Frank, como se testasse como ele reagiria a isso.

         “Eu uh-” Frank gaguejou, apertando suas coxas uma contra a outra tentando esconder que estava quase duro.

         De repente, como um presente de Deus ou algo assim, o telefone de Frank começa a tocar.

         “Licença.” Frank sorriu o mais educado possível para Gerard, virando-se para atender a ligação. “Alô?”

         “Como eu incito que estou pronto?”

         “Ryan.” Frank suspirou, virando novamente para Gerard para que ele soubesse quem era no telefone. “Eu não sei, vou perguntar para o Gerard.” Gerard o olhou novamente. “Gerard, como você incita que quer foder alguém?”

         Ele colocou no viva voz então, e os dois riram baixinho quando Ryan grunhiu de forma dramática.

         “Beije seu pescoço e toque na sua coxa.” Gerard disse, sua atenção toda na tirinha. “E contato visual.”

         “Vão se foder, tá?” Ryan suspirou, claramente não esperando Gerard entrar na conversa e logo desligando na cara deles.

         Frank e Gerard riram, esquecendo a tensão que os sufocava há alguns minutos. Continuaram com as tirinhas até que se cansaram, e como Ryan não ligou novamente, eles pensaram que as dicas haviam funcionado. Então, os dois o invejaram secretamente.

         “Então, precisa de algo antes de eu ir para a cama?” Gerard questionou quando entrou no quarto de visitas, onde Frank dormiria. “Cobertores extras ou algo assim?”

         “Não, isso está bom, obrigado.”

         “Beleza, bem, estarei do outro lado do corredor se precisar de algo, e o banheiro é no fim do corredor- espera, eu já falei isso, hum.”

         Gerard era um anfitrião muito nervoso, então Frank apenas sorriu para ele, o assegurando de que tudo estava e estaria bem. Mesmo com o som baixo das gotas da água pingando contra a janela. Os dois notaram, fazendo Gerard falar novamente.

         “Sério, qualquer coisa, eu estou logo ali.” Ele apontou para o outro lado do corredor, para uma porta fechada.

         “Você também.” Frank acenou com a cabeça. “Se tiver um pesadelo ou coisa do tipo.”

         “Tudo bem.” Gerard concordou, parecendo não ter certeza do que fazer depois. “Bem, boa noite...”

         “Boa noite.” Frank sorriu, virando de costas para Gerard quando foi pegar seu pijama.

         Gerard saiu alguns segundos depois e graças aos céus que ele o fez, porque assim que Frank pegou seu pijama, uma camisinha caiu de sua mochila.

         “Que porra é essa?” Ele murmurou para si mesmo, claramente ciente de que não foi ele quem colocou aquilo ali. Porra, ele pensou mais um pouco e chegou em uma conclusão: provavelmente foi sua mãe.

         “Grosseiro.” Ele encolheu os ombros, enfiando a camisinha de volta na mochila.

         Por que ele usaria uma caminha se transaria com Gerard? Não é como se algum deles pudesse engravidar.

         Ele empurrou o pensamento para outro lugar da mente, se trocando rapidamente e colocando seus pijamas antes de ir para a cama. Ele havia se acostumado a dormir com Gerard, então dormir sozinho era uma coisa bem chata, percebeu quando se deitou lá.

         Não parecia que ia dormir tão cedo, então pegou seu telefone, mandando mensagens para Ryan, mesmo que não esperasse uma reposta.

         “Ryan.”

         “Hey seu idiota para de chupar um pau e me responde.”

         “Eu estou com bastante inveja agora ugh”

         “Ele está literalmente do outro lado do corredor- tão perto, Ryan, perto pra porra!!”

         “Vai se foder por ter uma vida sexual ativa.”

         “Estou brincando te amo amigo”

         “Okay okay parei, boa noite, eu espero que sua noite tenha sido intensa.”

         Ele suspirou e colocou o telefone para carregar, olhando pela janela de forma nervosa quando a chuva começou a apertar. De todas as noites, tinha que chover justo naquela onde ele estava em um quarto onde não era acostumado.

         Ele não ia acordar Gerard, ele sabia que não, então quando o primeiro trovão se manifestou, ele se escondeu debaixo do cobertor, esperando que aquilo fosse capaz de bloquear tudo.

         Isso provou ser inútil quando a casa tremeu suavemente, as árvores batendo contra a janela, fazendo com que Frank choramingasse medroso quando se encolheu em posição fetal abaixo dos cobertores.

         “Para, para, para, por favor-” Frank choramingou, cobrindo as orelhas.

         A tempestade estava bem pior do que o normal, e Frank pensou ser uma espécie de carma para todas as merdas que ele já tinha feito na vida.

         “Para.” Ele implorou, sua garganta ameaçando travar pelo medo. “Porra-”

         Ele pensou em pegar seu telefone agora, pois precisava ligar para Jamia ou algo assim, mas estava fora de seu alcance e não sairia dali de jeito nenhum, já que a janela podia partir e espalhar cacos de vidro por todo o seu corpo.

         Ele sabia que era improvável, mas podia acontecer e ele não queria arriscar.

         “Eu te odeio, natureza.” Ele murmurou, dando um gritinho baixo quando a casa tremeu mais forte.

         Ele já estava praticamente chorando, o trovão apenas aumentando, fazendo seu corpo tremer em medo.

         “Frank?” Uma voz suave o chamou, e Frank quase gritou em alívio quando percebeu Gerard entrando no quarto. “Você está bem?”

         “Não.” Frank resmungou ainda entre os cobertores, se recusando a sair dali, com receio de ver um raio.

         “Posso ir nesse seu casulo de cobertor?”

         “Okay.”

         Frank apertou seus olhos quando Gerard levantou os cobertores, gentilmente se inclinando e deitando ao seu lado, o cobrindo na escuridão novamente.

         “Como posso ajudar?”

         “A-Abraço?” Frank questionou tremendo, não queria usar a palavra ‘conchinha’.

         Frank sentiu o braço de Gerard deslizar por trás dele, o puxando para mais perto de seu corpo. Ele suspirou quando Gerard o segurou mais perto, seus braços transmitindo a melhor sensação de proteção no mundo todo. Frank tentou ignorar o fato de que Gerard estava sem camisa enquanto estava contra seu peito, mas era difícil, considerando a temperatura morninha que ele emanava.

         “Está tudo bem...” Gerard sussurrou, esfregando as costas de Frank lentamente. “Está tudo bem…”

         Ele lentamente saiu da posição fetal, entrelaçando seus braços em volta de Gerard com firmeza, o agarrando como se ele fosse sua vida. Ele ainda pulava quando um trovão chacoalhava o céu, mas o medo logo se dissipou quando Gerard o apertou suavemente, sussurrando palavras reconfortantes em seu ouvido.

         Antes que ele percebesse, estava se entregando ao sono, seu aperto ao redor de Gerard enfraquecendo com lentidão enquanto ele escorregava em uma soneca.

         No entanto, Gerard não saiu, mesmo depois que Frank havia dormido. Ele continuou ao seu lado, o segurando pertinho no meio da tempestade, eventualmente dormindo também.