História Gerard Way, Student Teacher - Capítulo Onze - Parte 3

         Ele passou o resto do tempo que esperaram pensando nas palavras da mãe de Frank, mas eventualmente seu nome foi chamado e logo Gerard estava tentando acordá-lo da forma mais suave possível.

         “Não- Vai se foder, Ryan, essa é a minha pizza-” Frank murmurou irritado quando acordou, olhando ao redor como se não soubesse onde estava.

         “Sobre o que você estava sonhando?” Gerard riu enquanto ajudava Frank a se levantar, mantendo um braço ao redor dele para que ele não caísse.

         “O Ryan- Eu comprei pizza para a gente, mas tipo, ele tentou comer a minha também...?” Frank balançou sua cabeça. “Mas que idiota, Ryan do meu sonho.”

         Gerard apenas riu baixinho e levou Frank até a enfermeira que esperava por eles, no entanto, seu sorriso se fechou assim que ela falou.

         “Só familiares são permitidos para acompanharem os pacientes.”

         Mas o franzir de sobrancelhas que os dois mantinham agora logo se transformou em olhos arregalados quando a mãe de Frank abriu a boca.

         “Ele é família, é o namorado do meu filho.”

         Isso chocou os dois, mas Frank não queria ir para lá sem Gerard, então entrou no jogo.

         “É...” Ele murmurou, pegando a mão de Gerard. “Ele é meu namorado.”

         A enfermeira olhou de forma suspeita por alguns momentos, mas não argumentou e nem discutiu, apenas levou os três para a sala. Frank sabia que não precisava segurar a mão de Gerard depois daquilo, mas ele queria, especialmente sem o medo da rejeição, considerando que Gerard pensava que era tudo atuação.

         Gerard não ligava também, claro, a mão de Frank era suave, apenas com alguns calos que tinha na ponta dos dedos por tocar guitarra.

         Eles continuaram a atuação por todo o tempo que ficaram lá, teve uma hora que Gerard ajudou Frank a se despir, pois ele precisava usar um daqueles roupões de hospital para ser examinado.

         Isso também não foi além de sua boxer, mas ainda precisava de ajuda para tirar sua camiseta, considerando que todo e qualquer movimento de seu tronco o fizesse choramingar de dor.

         Por sorte, não tinha nenhuma costela quebrada, mas estavam severamente machucadas, mas mesmo severamente machucadas se recuperariam mais rápido do que quebradas. Seus órgãos também estavam bem, o que ele descobriu por um exame de urina, no qual ele não ficou muito animado em fizer.

         Ele lamuriou sobre ter que fazer xixi em um copo, até porque nem estava com vontade, o que fez com que Gerard fosse comprar refrigerante na máquina e depois o obrigasse a beber.

         Eles refizeram os curativos em seu nariz, o que doeu mais do que qualquer outra coisa, mas Gerard segurou sua mão o tempo todo, estremecendo quando Frank apertou sua mão com tanta força que ele pensou que arrancaria.

         Mas finalmente, depois de horas naquele lugar horrível, foram capazes de sair. Além disso, o doutor prescreveu alguns remédios para dor, o que obviamente ajudou bastante.

         “Gerard, quer ficar para a janta hoje?”

         “Sim!” Frank respondeu por ele e Gerard sabia que era inútil discutir, então simplesmente disse que adoraria.

         Eles haviam ido em carros separados, então Gerard levou Frank de volta para sua casa para legar suas coisas e então encontrou a mãe de Frank na casa deles.

         Ele já havia comprado os remédios para a dor, então depois do jantar Frank poderia tomá-los e ir dormir. Eram medicamentos bem fortes, fortes o bastante para fazê-lo capotar por horas.

         “Sabe,” Mrs. Iero suspirou. “Eu não estou com muito ânimo para cozinhar, o que acham de pizza?”

         Ninguém discordou, era pizza, mesmo. Então depois de uma hora, estavam todos sentados à mesa devorando suas comidas e tendo conversas casuais.

         Frank estava ansioso para tomar o remédio, então depois de alguns poucos pedaços, ele arrastou Gerard até a sala de estar para assistirem filmes enquanto esperava a medicação fazer efeito.

         Ele sabia que as pessoas ficavam chapadas com as pílulas que ele tomou, o que não era necessariamente o porquê de querer tanto tomá-los. Ele estava com dor, mas também estava ansioso para poder ficar chapado legalmente.

         “Vamos colocar você para dormir.” Gerard suspirou quando ficou claro que o remédio havia começado a agir, Frank estava rindo de tudo, e Gerard queria que ele fosse para cama logo antes de se machucar ainda mais.

         “Sim!” Frank riu, tropeçando em Gerard quando se levantou do sofá. “Eu amo a cama.”

         “Ótimo.” Gerard riu baixinho, um braço ao redor de Frank para que ele não caísse.

         “Boa noite, mamãe!” Frank gritou dramaticamente. “Boa noite papai!”

         A mãe apareceu então, o olhando preocupada.

         “Ele precisa apenas dormir.” Gerard riu baixo. “O remédio está realmente afetando ele.”

         “Oh, você precisa de ajuda para colocá-lo para dormir?”

         “Não, eu consigo.”

         A mãe de Frank acenou positivamente antes de voltar para a sala de estar, provavelmente para assistir algum programa que havia gravado mais cedo.

         Gerard lutou para levar Frank até seu quarto sem machucá-lo ainda mais, então o sentou na cama, pensando qual seria seu próximo ato.

         “Pijamas?” Gerard levantou uma sobrancelha para Frank, que estava cochilando contra a parede.

         “Não.” Frank murmurou, alcançando preguiçosamente a bainha de sua camiseta. “Boxer.”

         “Okay, me deixe ajudá-lo.” Gerard se aproximou dele, o ajudando a se manter em pé enquanto retirava a camiseta.

         “Gerard!” Frank ofegou de forma dramática quando Gerard foi até seu cinto. “Me chame para um jantar antes.” Ele riu, caindo sobre Gerard.

         “Eu já te chamei para refeições várias vezes.” Gerard zombou. “Agora tira a merda da calça.”

         “Agressivo.” Frank riu, dando um beijo no peito de Gerard. “Eu gosto.”

         “Frank, ai meu Deus.” Gerard também riu, segurando Frank pelos ombros quando ele tirou sua calça. “Você está tão chapado.”

         “E você está fofo pra caralho.” Frank declarou, caindo de volta na cama. “Sério, você é a coisa mais fofa que eu já vi!”

         “Frank-” Gerard corou violentamente, grato pela escuridão do quarto escondê-lo. “Vai dormir.”

         “Não sem o fofinho me abraçando.”

         “Frank, eu preciso ir para casa.” Gerard gargalhou, tentando sair quando Frank alcançou o seu pulso.

         “Você não pode ficar, tipo, até eu dormir?” Frank piscou repetidamente para Gerard, o que é claro que o deixou sem escolhas.

         Frank podia piscar aqueles cílios e ter a paz mundial se quisesse.

         “Cinco minutos.” Gerard tentou deixar claro, tirando o tênis antes de se deitar na cama. “Então eu tenho de ir para casa.”

         “Mhmm.” Frank murmurou, aconchegando-se em Gerard. “Tanto faz, fofinho.”

         Frank provavelmente estava agindo mais chapado do que realmente estava, mas daria uma desculpa para flertar com Gerard, o que ele gostaria de fazer qualquer dia.

         Ele estava bem chapado, mas estava o bastante para perceber que podia tirar vantagem disso.

         Se Gerard acabasse estranhando, Frank culparia os remédios, e se Gerard acabasse gostando, então, bem, os dois sairiam ganhando.

         “Durma logo.” Gerard sussurrou, tirando uma mecha do cabelo de Frank de seu rosto.

         “Okay.” Frank bocejou, lançando seu braço sobre Gerard. “Boa noite, Gee, bons sonhos.”

         Gerard sorriu com o uso do apelido, seu coração dando leves pulinhos em seu peito enquanto ele entrelaçava seus braços ao redor de Frank.

         Um minuto se tornou cinco, cinco minutos se tornaram dez e antes que percebesse, Gerard havia dormido também.