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História Gerard Way, Student Teacher - Capítulo Dois


Escrita por: fronkiero e MarieOGrace

Capítulo 2 - Capítulo Dois


                Lindsey irritou tanto Frank o dia seguinte inteiro até aquela aula, que ele começou a rezar para que o professor estagiário fosse um chato, estranho e feio. Ela estava ansiosa até demais, e não havia motivo nenhum para isso.

                Eles tinham professores estagiários todos os anos e eles sempre foram chatos, por que ela pensava que esse ano seria diferente?

                “Vamos lá.” Lindsey choramingou, puxando Frank pela sua camiseta do misfits, numa tentativa de fazê-lo chegar mais cedo na classe.

                Frank grunhiu como resposta, despejando seu livros indesejados e batendo o seu armário. O dia estava sendo pior que o anterior e, honestamente, era culpa de Lindsey. Frank perdeu a maior parte da aula de química, pois Lindsey não calava a boca por causa do novo professor, e, então, ele pegou uma detenção na aula de matemática, pois o professor o olhou justamente na hora em que brigou com ela.

                Ela não pegou detenção, é claro que não.

                Além disso, ele tinha derramado seu café no caminho da escola naquela manhã, então ele não tinha apenas uma dor de cabeça por causa de Lindsey, ele também estava exausto.

                “Eu tô indo.” Frank resmungou, arrastando os pés propositalmente contra o chão enquanto Lindsey tentava arrastá-lo para a sala.

                A única coisa que lhe deu um resquício de motivação, foi o fato de que Jamia estaria lá e ela provavelmente teria comida. Lindsey praticamente guinchou assim que abriu a porta pesada, abandonando Frank no corredor enquanto ela corria pela sala. Frank seguiu alguns segundos depois, estranhando ao ver apenas Mr. Philips.

                Onde diabos estava o garoto novo?

                Se ele não estivesse nem aqui, e Frank tivesse lidado com toda ansiedade de Lindsey por nada, ele ficaria extremamente irritado.

                Lindsey deixou um xingo escapar, desapontada, e seguiu até sua mesa. Seus braços cruzados em seu peito de maneira carrancuda. Frank, por outro lado, apenas bocejou e lentamente continuou seu caminho até seu lugar perto de Jamia, aproximadamente no centro da sala de aula.

                “Dia ruim?” Ela sussurrou, dando batidinhas delicadas no braço de Frank enquanto ele descansava a cabeça contra a mesa.

                “Eu derramei o maldito café essa manhã, e então Lindsey fez com que eu pegasse uma detenção na aula de matemática.”

                “Tenho Cheetos e Mountain Dew.” Ela ofereceu, sorrindo assim que viu como a expressão facial de Frank havia mudado.

                “Você é a melhor.” Frank suspirou, tomando um grande gole da garrafa de Mountain Dew, que, de alguma maneira, continuava refrescante. “Eu te amo, Jams”

                “Eu sei.” Ela respondeu dando risadinhas e balançando seu cabelo de forma adorável, fazendo com que Frank risse e quase cuspisse o refrigerante em tudo.

                “Atenção, por favor.” Mr. Philips falou, silenciando toda a classe e captando sua atenção. “Eu gostaria de apresentá-los ao Mr. Way”

                Ele apontou para um dos lugares na frente da classe, onde um garoto jovem se levantou, alguém que Frank não tinha notado. Ele parecia ser extremamente novo para ser um professor estagiário, ele tinha cara de bebê.

                Cara de bebê fofo.

                Ele vestia uma camiseta branca, com um colete preto por cima e uma gravata vermelha no meio. Tinha cabelo preto, que emoldurava sua face de forma agradável, e vestia uma calça preta.

                Ele parecia estranhamente profissional, considerando como todos os outros estavam vestidos, mas os professores estagiários faziam aquilo com frequência, tentando causar boa impressão nos outros.

                Frank derrubou um Cheetos no meio de uma mordida quando o homem se levantou, pois ele não parecia ser chato, irritante, nerd. Ele aparentava ser interessante e parecia com alguém que Frank sairia.

                Lindsey arfou, fazendo com que Frank gemesse instantaneamente, pois agora ela não calaria mais a boca. Esse professor era atrante, e Frank não tinha dúvidas que Lindsey já estava caidinha por ele.

                “Hum, Senhor.” Um garoto chamado Brendon falou e, pelo seu tom de voz, Frank sabia que ele estava prestes a fazer algo. “Eu acho que seu amigo está um pouco perdido, a sala dos calouros é do outro lado da escola.”

                Ele começou a rir da sua piada idiota na mesma hora, acompanhado de alguns outros, mas não era engraçado assim. Ele queria zoar o cara que parecia ser muito jovem, pois ele realmente parecia, mas isso realmente era um problema?

                De qualquer modo, Frank não pôde se segurar, especialmente depois de ver como afetou o professor de forma negativa. Uma coloração rosa surgiu em suas bochechas e ele franziu a testa. Estava claro que ele estava nervoso, e agora também com vergonha.

                “Ei, Brendon, eu acho que você também está meio perdido. O ensino fundamental é no fim da rua, sabe? Aqueles anos que você só passou pois o diretor estava fodendo sua mãe.”

                Sua risada morreu na mesma hora e ele olhou para Frank com uma expressão desagradável. No entanto, todo o resto começou a rir, tirando a atenção de Mr. Way e colocando-a toda em Brendon.

                “Isso foi só uma vez!” Ele argumentou, cruzando seus braços e sentando de volta em sua cadeira. “Vão se foder.”

                Mr. Philips tentou repreender o uso das palavras de baixo calão, mas a classe toda estava barulhenta demais com as risadas para ouvi-lo.

                Frank olhou de volta para Mr. Way, vendo que ele também o olhava com um sorriso agradável em sua boca.

                “Como está Mr. Jones?” Lindsey riu, virando-se para Brendon. “Ou eu deveria dizer papai?

                Todos começaram a rir novamente e, dessa vez, até Mr. Way riu junto, mesmo que estivesse óbvio que ele tentava ficar quieto.

                “Ele não é meu pai.” Brendon grunhiu, escondendo seu rosto atrás de seus braços na mesa.

                Eventualmente, as risadas morreram e Mr. Way começou a fazer a chamada. Ele tinha uma voz adorável, Frank tinha que admitir, e a forma com que ele soltava risadinhas e pedia desculpas toda vez que errava o nome de alguém, provocava sorrisos em Frank.

                Ele ia se dar bem com esse professor, ele conseguia sentir isso.

                “Frank Iero?” Mr. Way chamou, seu olho correndo pelos alunos.

                “Aqui.” Frank respondeu, automaticamente pensando que ele tivesse pronunciado seu sobrenome errado. “Espera, você disse Iero?

                “Sim.” Mr. Way sorriu. “É italiano, certo?”

                “Sim...” Frank começou, ainda desacreditado que ele havia pronunciado corretamente. “Você é, tipo, a primeira pessoa que pronuncia certo na primeira tentativa.”

                “Eu sou de família italiana também.” Ele sorriu novamente, marcando presença para Frank e continuando a chamada.

                Jamia pegou a embalagem de Cheetos de Frank e começou a comê-los, encarando Frank com olhos arregalados de forma dramática.

                “Que foi?” Frank riu, pegando o salgadinho.

                “Esse cara é foda.”

                Frank apenas sorriu e balançou sua cabeça como resposta, tomando outro gole do Mountain Dew enquanto esperava as instruções para a aula.

                Mr. Way seria quem explicaria as instruções, e era possível sentir o nervosismo emanando dele.

                Frank meio que se sentia mal por ele. Ele continuava gaguejando ou confundindo palavras e as escrevendo incorretamente na lousa. Frank desejou que ele pudesse ter feito algo para animar Mr. Way e sua confiança na habilidade de ensinar, mas ele não conseguia pensar em nada, então ele foi forçado a suportar a tortura do pobre garoto passando vergonha.

                Por sorte, as instruções não eram tão complicadas, então os alunos foram capazes de entender e segui-las, mesmo com a explicação atrapalhada dele. Tudo o que eles tinham de fazer era ler um texto e destacar algumas coisas, bem simples.

                Mr. Way parecia estar mais confortável quando começou a distrubuir as folhas, considerando que ninguém estava o observando agora e ele não precisava mais falar com ninguém. Frank falou com ele do mesmo jeito, é claro.

                “Você não tem que ficar tão nervoso.” Frank deu risadinhas. “Nós não mordemos.”

                “Eu sei.” Mr. Way suspirou, colocando o papel na mesa de Frank. “Nervosismo do primeiro dia, sabe?”

                “Não muito.” Riu, estendendo a mão para o professor. “Sou Frank.”

                “É um prazer conhecê-lo, Frank.” Mr. Way apertou sua mão. “Aliás, gostei do moletom, é uma ótima banda.”

                “Sério?” Ele riu novamente, sentindo seu lado provocativo acordar. “Eu não sabia que caras velhos gostavam de ouvir música boa.”

                Um pequeno sorriso, que Frank não esperava, se formou em seu rosto.

                “Eu não sabia que garotos continuavam a vestir jeans skinny em 2015.”

                Jamia cuspiu seu refrigerante na mesa, e Frank recuou, mas rapidamente se recuperou e soltou um sorriso cínico ao professor.

                “Por acaso está tentando vencer o meu próprio jogo?”

                “Garoto, eu venci esse jogo há anos.”

                Ele sorriu para Frank antes de caminhar para outra direção, deixando Frank sem palavras.

                “Atrevido.” Jamia riu, voltando sua atenção para Frank.

                Frank apenas sorriu, pois ele sabia que ele definitivamente ia sair e se dar muito bem com esse cara. Ninguém nunca fez alguma brincadeira com Frank, geralmente ele apenas fingiam uma risada e saíam dali, mas não Mr. Way.

                Mr. Way parecia ser mais um estudante a um professor, também. E se Frank tivesse conhecido ele aleatoriamente na rua, ele pensaria que era outro aluno do ensino médio.

                Eles passaram o resto daquela aula trabalhando em suas tarefa, na qual Frank percebeu que ele odiava Inglês e marcar as partes importantes do texto não era seu forte.

                “Jams, o que temos que fazer, mesmo?”

                “Marcar o texto, Einsten.” Ela deu risadinhas, ainda focada em sua própria folha.

                “Não, merda, mas-“

                “Frank?” Mr. Way o interrompeu, olhando para ele da frente da classe. “Por que está conversando?”

                Frank não queria admitir que estava confuso, pois gostava de fingir que entendia tudo, e aquilo estragaria toda a fachada.

                “Oh, ah-” Frank começou, suas bochechas ficando vermelhas. “Jamia precisava de ajuda.”

                Jamia fez questão de zombá-lo, largando seu papel para virar-se e olhar para Frank.

                “Falou a pessoa com o papel em branco.”

                “Jamia!” Ele sibilou. “Siga o plano...”

                Mr. Way, no entanto, já havia feito o caminho até sua mesa, e era bem óbvio que Frank era quem precisava de ajuda.

                “Ah, oi...” Frank riu constrangido, encarando Jamia por trás de seu cabelo.

                “Olá.” Mr. Way sorriu, pegando uma cadeira e se sentando próximo a Frank. “Está tudo bem se precisar de ajuda, não precisa ter vergonha.”

                “Eu não-” Frank suspirou, percebendo que discutir não ajudaria no seu caso. “Tudo bem, o que eu faço?”

                “Apenas marque as coisas importantes no texto, eu vou te dar um exemplo.”

                Ele pegou uma caneta de seu colete e sublinhou com cuidado uma frase supostamente importante. Frank, entretanto, não sabia o que fazia aquela frase importante, então ele estava ainda mais confuso do que antes.

                “Eu não entendo.” Frank murmurou, olhando para Mr. Way. “Eu não-”

                Ele perdeu sua linha de pensamento quando teve uma visão de perto do rosto de Mr. Way, sua pele era perfeitamente limpa e seus olhos pareciam guardar galáxias dentro deles.

                Frank nem era tão fissurado em olhos, e enquanto ele não tivesse a atenção de Mr. Way, era como se eles fossem hipnotizantes e estivessem segurando o olhar de Frank com algum feitiço.

                “Frank?” Mr. Way o interrompeu, tirando Frank do transe que ele aparentava estar. “Está tudo bem?”

                “Sim, sim.” Frank tossiu constrangido, forçando-se a olhar para a mesa. “Eu só não entendo.”

                Mr. Way deixou que um suspiro escapasse e Frank já se preparou para receber um sermão sobre prestar mais atenção, mas nada desse tipo veio. Em vez disso, Mr. Way começou a marcar o texto novamente, sua mão se movendo com rapidez e um tanto desajeitado enquanto sublinhava frases aleatórias pela página toda.

                Em segundos a página inteira estava completa, Mr. Way deslizou a página de volta para Frank, fazendo parecer que ele tinha feito todo o trabalho. Frank olhou para o professor para questioná-lo, mas antes que ele pudesse dizer algo, Mr. Way sorriu e colocou o dedo indicador sobre os lábios, pedindo que Frank ficasse quieto sobre o assunto.

                “Nosso segredo.” Ele sussurrou e deu uma piscadela.

                “Mr. Way, eu preciso de ajuda.” Lindsey anunciou alto, captando a atenção de Frank e Mr. Way.

                Frank revirou seus olhos, sabendo muito bem que Lindsey não precisava de ajuda nenhuma, só achava o professor gostoso e queria uma desculpinha para poder falar com ele. Mr. Way sorriu para Frank como se pedisse desculpas antes de se levantar e ir até a mesa de Lindsey.

                Ele se sentiu mal pelo cara, ele não tinha a mínima ideia de onde estava se metendo e Frank se sentiu mal por não avisá-lo. Pelo menos ele já havia finalizado sua tarefa e agora podia relaxar e ouvir Lindsey fingindo ser uma idiota.

                Jamia olhou para ela e balançou sua cabeça quando viu o quão perto Lindsey estava do professor e o quanto ela estava o tocando. Ele não tinha uma reação exata, na verdade, ele estava fingindo que nada estava acontecendo. Ele só continuou a explicar a tarefa como se ela não estivesse se esfregando em seu braço.

                “Lindsey vai fazer esse cara ser preso.” Jamia suspirou, voltando seu olhar para o trabalho que agora estava terminado.

                “Nah.” Frank acenou negativamente. “Eu não acho que ele seja um desses estranhos que foderiam uma aluna.”

                “Eu não acho que ela está dando muitas escolhas.”

                Frank se virou novamente para olhá-los, e percebeu que Lindsey se tornou menos indiscreta com suas ações e Mr. Way estava claramente desconfortável. Ele continuava se distanciando dela ou desviando de seu toque, mas essa garota não desistiria. Frank não podia ficar sentado e assistindo Lindsey o tratar daquele jeito, especialmente depois de seus olhares se encontrarem com os dele e perceber que Mr. Way implorava por ajuda.

                “Mr. Way?” Frank os interrompeu, fazendo a expressão facial da garota se transformar numa carranca. “Você poderia conferir meu trabalho?”

                “É claro.” Ele respondeu, se segurando para não suspirar em alívio.

                Lindsey tentou contrariar, mas Mr. Way já havia voltado para a mesa de Frank, seus olhos no papel do garoto e verificando o trabalho que ele mesmo tinha feito.

                “Obrigado.” Ele agradeceu sem som nenhum, apenas movendo os lábios e sabendo que Frank era capaz de ler.

                “Iero.” Mr Philips chamou de trás de seu computador. “Você tem detenção depois da aula.”

                “Eu sei.” Frank suspirou, ignorando a risada quieta de Lindsey atrás dele. “Em qual sala é?”

                “Esse ano, é na minha. Então só fique no seu lugar quando o sinal tocar.”

                Frank suspirou de novo, relaxando em seu lugar.

                Pelo menos ele não teria que andar pelo corredor inteiro para isso. Ano passado, a sala de detenção era no lado oposto da escola. Além disso, talvez Mr. Way estaria ali e eles poderiam conversar um pouco mais.

                Eventualmente, Mr. Way deixou a mesa de Frank para ajudar outro aluno. Frank tentava explicar a situação e o porquê da detenção para Jamia, já que ela sempre desaprovava quando Frank estava com problemas ou algo desse tipo. Queria o melhor para o seu melhor amigo e sempre teve esse coração de mãe, era inevitável.

                O sinal finalmente tocou, e Jamia deu um abraço rápido em Frank antes de sair da sala com o resto dos alunos.

                “Parece que você é o único aqui por hoje.” Mr. Philips comentou, apagando suas instruções do quadro branco.

                “Bom, é o segundo dia de aula.” Frank respondeu, colocando seu trabalho de inglês na mochila. “Então, por quanto tempo ficarei aqui?”

                “Uma hora.”

                Frank não pôde evitar e acabou soltando um suspiro de irritação. Ele estava tão cansado, não queria nada além de ir para casa e tirar um cochilo. E como teria que perder uma hora lá, não teria tempo para uma soneca quando chegasse em casa.

                Mr. Way deu uma risadinha abafada pela reação de Frank, depois começou a arrumar a sala e guardar algumas coisas que as pessoas haviam deixado jogadas por aí.

                “Então, Gerard, como foi seu primeiro dia?” Mr. Philips perguntou quando ele se sentou novamente na cadeira, Gerard logo o seguindo e sentando-se próximo a ele.

                Frank não queria ouvir a conversa deles, especialmente pois não estava envolvido, mas em uma frase ele aprendeu o nome do professor e, honestamente, ele queria aprender mais.

                Gerard era um nome legal, Frank pensou, não era muito comum e era bem único.

                “Interessante.” Gerard riu, pegando seu celular em seu bolso. “Eu gostei, entretanto.”

                “Frank não te deu muito trabalho?” Ele provocou, fazendo com que a cabeça de Frank se inclinasse para prestar atenção na conversa.

                “Ei.” Frank se defendeu. “Estou bem aqui.”

                “Oh, Frank.” Gerard suspirou de forma dramática. “Ele foi quem me deu mais trabalho. Não podemos tirar o olho dele.”

                Frank zombou em resposta, cruzando seus braços como se estivesse ofendido. Mr. Philips riu e, em poucos minutos, já estava conversando outra vez com Mr. Way, falando sobre o dia ou os planos para amanhã.

                A conversa deixou Frank com ainda mais tédio, então ele colocou sua mochila sobre a mesa e deitou sua cabeça sobre ela. Ele estava muito cansado, e não tinha nenhuma tarefa a fazer, então não doeria tentar dormir um pouco.

                Ele deve ter realmente dormido um pouco sem perceber, pois a próxima coisa que ele sentiu foi Mr. Way cutucando seu braço, coisa que seu corpo fez questão de responder com um pulo na cadeira.

                “Hmm?” Frank murmurou sonolento, esfregando o lado da sua boca que talvez tivesse baba escorrendo.

                Mr. Way riu ao ver o quão engraçado Frank estava, seu cabelo levemente despenteado e seus olhos meio distraídos pelo sono.

                “Cansado?”

                “Você não faz a mínima ideia.” Frank grunhiu, olhando ao redor da sala. “Onde está Mr. Philips?”

                “Ele teve que encontrar outro professor.” Mr. Way deu de ombros, caminhando para o fim da sala de aula. “Somos só nós dois.”

                “Pobre Mr. Way.” Frank riu, olhando para o final da sala. “Você terá que me aturar.”

                Ele riu e foi até um armário, pegando uma máquina de café e uma embalagem de pó de café. Café, Frank pensou sonhador, café.

                “Eu prefiro que seja você, é melhor que aquela garota com tranças.”

                “Lindsey.” Frank riu, sua atenção sendo puxada pelo café. “Seu nome é Lindsey.”

                “Lindsey é uma garota bem sentimental e que gosta de toques.” Ele riu também, ligando a máquina de café e voltando para perto de Frank. “Por quê?”

                “Lindsey é uma pessoa que adora flertes e, bom, flertar.” Frank explicou. “E quando ela coloca o olho em alguém, é difícil que ela desista.”

                “Espera, está dizendo que ela está de olho em mim?”

                Frank não pôde fazer nada além de rir da reação de Mr. Way, pois ele parecia um cachorrinho perdido e assustado.

                “Mas eu sou o professor dela...?”

                “Ela tá pouco se fodendo.” Frank riu de novo, apreciando bastante a aflição do professor.

                “Estranho.” Mr. Way murmurou, se encostando na mesa na frente de Frank. “Mudando de assunto, por que pegou detenção?”

                Frank não sabia se era porque estava muito cansado, mas ele se pegou rindo de novo, pois Mr. Way tentou esquecer o assunto “Lindsey” trazendo um outro assunto relacionado a ela.

                “Você, na verdade.” Ele sorriu, divertindo-se com a confusão na expressão que cobria o rosto do professor.

                “O que eu fiz?”

                “Você começou a trabalhar aqui, isso é o que você fez. Lindsey estava tão ansiosa para a sua chegada, que ela não calava a boca e eu estava cansado disso. Então, eu meio que dei um tapa nela durante a aula de matemática. O professor me viu, mas é claro que ela saiu ilesa. Você deve imaginar o resto.”

                “Caralho.” Ele murmurou, seus olhos se arregalaram assim que ele percebeu o que falou. “Quer dizer, caramba.”

                Ele estava em estado de pânico, como se aquela simples palavra faria com que ele perdesse seu emprego, e Frank não podia fazer nada além de achar adorável.

                “Calma.” Frank deu risadinhas. “Vai ser nosso segredo.”

                Frank fez questão de adicionar uma piscadela no fim, simplesmente porque Mr. Way havia o feito mais cedo. Ele sorriu e relaxou depois disso, estava bem nervoso pelo dia, mas Frank o ajudou a relaxar.

                “Então... Misfits, huh?” Mr. Way falou, apontando para a blusa de Frank. “A banda que, supostamente, não é para caras velhos.”

                “Sim.” Frank riu, seus olhos voltados para o moletom. “É uma das minhas bandas favoritas.”

                “Você ouviu que eles vão se apresentar aqui em Novembro?”

                “Sim...” Frank suspirou, sabendo que não tinha jeito e ele nunca seria capaz de ir. “Eu não acho que poderei comprar os ingressos, estou duro. Você vai?”

                “Eu ia... eu ia com o meu namorado, na verdade. Mas nós terminamos.”

                Mr. Way ficou em silêncio depois de falar, e Frank achou que fosse pelo término que talvez tivesse o magoado. Em fato, Mr. Way só estava preocupado com a reação de Frank para sua sexualidade.

                Quando ele estava no ensino médio, as pessoas eram muito cruéis com o fato de que ele gostava de garotos, e ele não queria que isso se repetisse.

                E é por isso que doeu quando Frank começou a rir para si mesmo.

                Sequer passou pela mente de Frank que Mr. Way poderia pensar que ele estava rindo por ele ser gay. Em toda a sua vida, Frank nunca havia encontrado alguém que havia sofrido por causa daquilo. Ele tinha amigos gays e sua mente era bem aberta naquele assunto, então ele não pensou que sua risada podia ser mal interpretada.

                Frank percebeu a expressão de Mr. Way vacilar e parou de rir na hora.

                “O que há de errado? Ai meu Deus, eu não estava rindo do seu término. Sério, eu estava rindo de outra coisa.” Frank se aproximou de Mr. Way com rapidez, numa tentativa de deixar claro que não ria de seu sofrimento.

                “Você não estava rindo de mim?” Mr. Way questionou tímido, parecendo uma criança falando com alguém pela primeira vez, e não o adulto que era.

                “Claro que não, por que o faria?”

                Mr. Way se sentiu envergonhado depois disso, pois ele estava agindo como um cachorrinho ferido. Ele devia estar acostumado a se sentir daquele jeito agora, além disso, devia esconder melhor seus sentimentos, especialmente depois de ver que Frank não estava sequer rindo dele.

                “Eu acabei de te contar que tive um namorado, por que não riria?”

                “Porque... e daí? Eu estava em um relacionamento com uma garota, qual é a diferença?”

                A ficha de Mr. Way estava caindo, mostrando o quão simpático foi Frank, pois ele não agia como se aquilo fosse estranho. E não era estranho. Mas anos de tormenta fizeram com que ele pensasse de outra maneira.

                “Oh. Eu pensei que o fato de eu ser gay iria te irritar ou coisa do tipo. Ninguém foi legal comigo igual você foi quando eu estava no ensino médio, eu achei que você seria igual eles também.”

                “Tudo bem, ligeiramente ofendido por você ter pensado que eu seria igual eles.” Frank piscou e Mr. Way riu. “E eu estava rindo porque Lindsey provavelmente vai chorar quando ela descobrir.”

                “Desculpa.” Mr. Way deu risadinhas de constrangimento. “Mas, sim, eu não sei se eu vou ou não.”

                “Digo, se você pode pagar, vá. Não deixe um idiota te deixar para baixo só porque ele não pôde lidar com sua incriveldade.”

                “Você disse ‘incriveldade’?” Mr. Way riu, a tensão que ele sentia indo embora em pouco tempo. “Você sabe que estou treinando para ser um professor, né?”

                “Por acaso está dizendo que ‘incriveldade’ não é uma palavra?”

                “Não é!” Mr. Way riu, se levantando antes de andar até o fim da sala, onde seu café estava pronto agora.

                O café funcionou como um estalo para Frank, que cheirou o ar com avidez, o aroma do café preenchendo seus sentidos e fazendo com que ele suspirasse de forma suave. Ele mataria para ter um pouco de café agora, mas ele não poderia pedir, mesmo que tivesse o suficiente para os dois. Então, em vez disso, ele apenas assistiu Mr. Way enquanto mexia o creme em um copo de isopor cheio da deliciosa substância chamada café.

                Frank se sentiu patético ao encará-lo, pois ele estava ficando mais e mais desesperado do que ele gostaria de estar. Era só café, mas seu corpo agia como se fosse heroína ou algo assim. Então, ele rapidamente retirou seu olhar de Mr. Way e se virou, focando-se na mesa, fingindo que isso era o que ele esteve fazendo o tempo todo.

                Mr. Way voltou para o seu lugar de antes, mas dessa vez se sentou na mesa, com as pernas cruzadas e o café em mãos. Era óbvio que Frank queria o café, que estava bem na frente dele e ele não conseguia desviar seu olhar. Então, ele apenas o encarou de forma saudosa, como se fosse aquilo fosse trazê-lo.

                “Então.” Mr. Way sorriu, notando o comportamento estranho de  Frank e tomando um grande gole da bebida.

                “Então.” Frank repetiu, agora olhando para Mr. Way como se ele fosse um louco, considerando que o café havia acabado de ficar pronto, então ainda estava definitivamente quente. “Isso não está quente?”

                “Nope.” Mr. Way deu risadinhas, tomando outro gole.

                O olhar de Frank retornou para o café, mas suas pálpebras tentavam se fechar contra sua vontade. Ele perderia o pequeno sorriso na cara de Mr. Way se ele estivesse segurando o copo tão perto de seus lábios, mas por sua sorte, ele não estava, então Frank percebeu o meio sorriso adorável.

                “Que foi?” Frank questionou, sentindo como se Mr. Way soubesse de algo e ele não, e, subitamente, se sentindo nervoso.

                Mr. Way soltou mais risadinhas, então moveu o copo para a direita, observando como os olhos de Frank o acompanhava e moveu para esquerda, rindo quando teve o mesmo efeito.

                “Você gostaria de um pouco de café?”

                Os olhos de Frank voltaram rapidamente para os dele, arregalados e cheio de incerteza, quase sentindo como se Mr. Way estivesse apenas provocando-o. Mas ele devia saber o que Frank estava pensando, pois logo continuou sua fala antes que Frank pudesse dizer algo.

                “Se ajude.”

                “Porra... sim.” Frank murmurou, se levantando de sua mesa tão rápido que a cadeira bateu na carteira atrás dele.

                Ele fez seu caminho até o fundo da sala com rapidez, tentando parecer o mais casual possível, mas ele estava tão ansioso que derramou um pouco de café acidentalmente na mesa. Ele xingou baixinho para si mesmo enquanto pegava um guardanapo, e logo limpou o líquido escuro.

                Mr. Way assistiu com diversão a cena onde Frank limpava com pressa a bagunça que fez, ele achou um tanto engraçado o quão desesperado Frank estava por café. E depois de alguns minutos estressantes, ele voltou para o seu lugar com o café em mãos.

                Ele pensou em esperar para beber, mas ele lembrou que Mr. Way havia dito que não estava quente, então ele confiou nele. Levou o copo até os lábios e, em questão de segundos, todos os sentidos de seu corpo estavam gritando pelo líquido que queimava a sua boca.

                Sua reação imediata foi cuspir o café de volta para o copo, então foi isso o que ele fez, fazendo outra bagunça enquanto aquilo espirrava pelos lados.

                “Qu-” Frank respirou, tentando dizer ‘quente’. “Qu-porra-”

                Mr. Way não queria rir, mas ele não podia fazer nada, a reação de Frank foi simplesmente impagável. Ele se recompôs com rapidez, e tentou ser um bom professor ou até um bom amigo.

                “Você está bem?"

               “Você disse que não estava quente!” Frank engasgou, sua língua escapou da boca numa tentativa de suavizar a queimadura.

                “Não estava... para mim.”

                “Você é um idiota.” Frank riu fracamente. “Você fez de propósito.”

                Mr. Way fingiu estar ofendido, e então bebeu outro grande gole do café, segurando-o na boca para demonstrar.

                “Você é louco.” Frank balançou sua cabeça, levando o copo até os lábios para assoprar de forma suave.

                “Eu sei.” Foi a resposta de Mr. Way assim que Mr. Philips retornou para a sala.

                “Olha, café.” Ele falou prazeroso, caminhando até a máquina de café.

                “Cuidado.” Frank o avisou. “Essa merda tá quente pra porra.”

                “Olha o vocabulário.” Mr. Philips o repreendeu, enchendo seu próprio copo. “E por que eu não seria cuidadoso? Todo mundo sabe que café é quente.”

                Mr. Way riu em silêncio, seu olhar provocativo pousando em Frank.

                “É, Frank, todo mundo sabe disso.”

                Rapidamente, Frank se virou para trás, checando se Mr. Philips não estava o vendo, então mostrou o dedo do meio para Mr. Way, rindo enquanto fingia estar ofendido.

                Sendo cauteloso, Frank bebeu seu café, seu desejo vencendo a dor. Logo Mr. Way e Mr. Philips engataram uma conversa casual. Já estava quase na hora de Frank ir embora, e ele grunhiu alto quando ouviu o som das gotas de chuva no telado.

                Mr. Way notou o grunhido de Frank e sua irritação, então sua atenção voltou para ele.

                “Qual o problema?”

                “Está chovendo, eu não tenho blusa e todos os meus amigos já estão em casa, então não tenho carona.”

                Mr. Way franziu as sobrancelhas quando finalizou seu café, jogando o copo no lixo mais próximo.

                “Você mora longe?”

                “Cerca de uma ou duas milhas.” Frank suspirou, encarando a janela com medo.

                A chuva estava tão, tão forte, que você mal podia ver atráves dela. Frank sempre teve um sistema imunitário de merda, e ficar na chuva por mais de dois segundos com certeza faria com que ele ficasse doente, e ele realmente não queria perder a escola durante o último ano.

                Mr. Way se virou para Mr. Philips antes de perguntar algo que pegou Frank de surpresa.

                “Teria problema se eu o levasse para casa devido ao tempo?”

                Frank estava um pouco nervoso por isso, pois um professor nunca se ofereceu antes para levá-lo para casa, e isso era um pouco estranho para ele.

                Mas Mr. Way não era aquele cara velho assustador, ele não parecia ser o tipo te pessoa que te assassinaria.

                “Você teria que ligar para os pais dele, para ter certeza que estaria tudo bem para eles.” Mr. Philips respondeu quando se levantou para fechar uma das janelas.

                Mr. Way se virou de volta para Frank e sorriu de forma amigável, provavelmente depois de perceber que isso era um tanto quanto estranho, e e tentou mostrar que suas inteções eram puras e inocentes.

                “Quer uma carona?” Ele ofereceu, tentando soar o mais casual possível.

                “Eu- eu não quero incomodá-lo.” Frank respondeu com sinceridade, ele odiaria fazer com que Mr. Way desviasse de seu caminho só por causa dele.

                “Ah, por favor, olha a chuva! Você ficaria doente se tivesse que ir até em casa por isso e, realmente, não é problema nenhum. Não tenho que estar em nenhum outro lugar.”

                “Se tem tanta certeza...” Frank murmurou, sentindo-se um fardo, mesmo depois de suas palavras. “Posso usar seu celular?”

                Fazia muito mais sentido que Frank usasse o telefone da escola, mas ele pensou em Mr. Way como um amigo, então a pergunta escorreu de seus lábios antes mesmo que ele tivesse tempo de pensar duas vezes.

                “Claro.” Mr. Way acenou positivamente, pegando seu iPhone de seu bolso. “A senha é 5411.”

                Frank se sentiu um pouco honrado por Mr. Way ter confiado nele o bastante para passar sua senha, mas isso logo passou quando ele percebeu que ele nunca teria o seu telefone em mãos novamente, então aquela informação era inútil de qualquer modo.

                Ele deu risadinhas quando viu o wallpaper de Mr. Way, era uma foto do batman, o que ele achou hilário por estar no celular de um cara adulto.

                “Não me julgue.” Mr. Way também riu, sabendo o porquê de Frank ter o feito antes.

                Porém, ele não respondeu, apenas abriu o teclado e digitou o número da sua mãe.

                Tocou várias vezes antes que ela atendesse, considerando o fato de que era um número desconhecido. Frank ficou até preocupado, pensando que ela não fosse atender, pois então, teria de ir caminhando para a casa.

                “Alô?” Sua voz confusa foi ouvida por Frank.

                “Oi, mãe, é o Frank. Eu tive que ficar depois da escola e começou a chover. Um dos professores me ofereceu uma carona, tá tudo bem?”

                Mrs. Iero fez milhares de perguntas depois disso. ‘Que professor?’ ‘Por que teve de ficar depois da escola?’ ‘Por que não ligou antes?’.

                Eventualmente, Frank apenas passou o celular para Mr. Way, que explicou toda a situação para a mãe, ocultando que ele estava numa detenção – fazendo com que ele ficasse realmente grato – antes de, finalmente, obter seu consentimento e desligar o celular.

                “Ela disse que está tudo bem.” Ele falou, saindo de cima da mesa para pegar seus itens pessoais, que incluiam uma jaqueta de cuoro e uma pequena lancheira. “Podemos ir?”

                Frank se despediu de Mr. Philips, então pegou sua mochila e seguiu Mr. Way pelos corredores. A escola estava estranhamente quieta, e o silêncio deles apenas contribuiu para isso.

                Fez com que Frank se lembrasse de um filme de terror, mas ele tentou evitar ao máximo esse pensamento, já que um estranho estava quase o levando para a casa.

                Eles atravessaram o estacionamento em direção ao carro de Mr. Way – um dos últimos que continuava lá – e ele rapidamente destrancou a porta de Frank, abrindo-a para ele e colocando-o para dentro com urgência. Frank já estava molhado pela corrida no estacionamento. Seu corpo estava congelando e tremendo por inteiro, ele jurava que já se sentia doente.

                Seus dentes batiam audivelmente quando Mr. Way dentrou o carro e isso o preocupou. Frank era muito pequeno e, com o frio que estava ali, ele não tinha dúvida de que Frank pegaria uma hipotermia.

                “Aqui-” Mr. Way falou rapidamente, tirando sua jaqueta e entregando para ele. “Isso vai te manter pelo menos morno até que o carro esquente.”

                Frank geralmente negaria, mas ele estava com muito frio para se importar, então ele pegou a jaqueta com gratidão e cobriu sua tremedeira com aquilo. Até que o esquentou com rapidez, e cheirava muito bem também, dando uma distração para Frank que não fosse seu corpo tremendo.

                “Melhor?” Mr. Way perguntou, seus olhos cheios de preocupação.

                Frank acenou positivamente, murmurando um “obrigado” enquanto Mr. Way saía do estacionamento. Então, assim que o garoto passou seu endereço, eles começaram a pequena viagem até a casa.

                As ruas começavam a acumular uma certa quantidade de água, e isso assustava Frank. Ele não gostava de tempestades, na verdade, ele se cagava de medo delas. E sempre chovia assim antes de uma semana cheia delas.

                “D-desculpa.” Frank gaguejou enquanto sentia seus sentidos se recomporem em seu corpo.

                “Por quê?” Mr. Way perguntou, seus olhos focados na estrada.

                “Por fazer você ir até a minha casa para me levar e por roubar sua jaqueta.”

                “Não precisa se desculpar.” Mr. Way sorriu, olhando para Frank brevemente antes de voltar a olhar a rua. “O prazer é todo meu. Além disso, depois de ver como seu corpo reagiu por ficar na chuva por poucos minutos, foi ótimo eu ter oferecido.”

                “Novamente, não foi nada. E você pode me chamar de Gerard, se quiser. Eu não sei se isso é inapropriado ou coisa assim, mas Mr. Way faz eu me sentir tão velho.” Ele deu risadinhas, suas bochechas ganhando um tom avermelhado.

                “E você não é velho?” Frank provocou, encontrando diversão na reação de Gerard.

                “Eu sou um pouquinho mais velho que você.” Gerard brincou, tentando resistir à urgência de cutucar o braço de Frank, como se eles fosse um amigo de décadas.

                “É? Quantos anos você tem, então?”

                “21.”

                “Ahh.” Frank sorriu. “Então, hipoteticamente, você seria capaz de me comprar bebidas se eu pedisse?”

                “Frank.” Gerard tentou repreendê-lo, mas falhou ao soltar alguns risos. “Você vai me dar problemas.”

                “Só estou brincando.” Frank riu. “O quão estranho seria isso? Meu professor me comprando bebidas?”

                “Estranho para caralho.” Gerard respondeu, deixando Frank chocado com seu vocabulário.

                “Mr. Way!” Ele ofegou, sendo totalmente dramático e pousando as mãos sobre o peito em surpresa. “Você disse a palavra com C!”

                “Você disse a palavra com C umas dez vezes hoje!” Gerard se defendeu, sua boca se transformando em um sorriso enquanto Frank continuava sendo a drama queen.

                “Eu sou um rapaz impressionável e você, uma má influência.”

                “E você é um mentiroso!” Gerard ainda ria quando estacionou na frente da casa de Frank.

                Ele achava estranho o quão confortável ele ficava perto de Frank, mas ele não questionou muito, não tinha nada de errado em ter um relacionamento inocente como aquele com um aluno. Frank suspirou quando seu olhar caiu sobre a casa, temendo sua jornada até lá.

                Ele devolveu a jaqueta para Gerard com outro agaradecimento, antes de olhar novamente sua casa, tentando reunir toda a sua coragem para sair do carro.

                “Você consegue.” Gerard riu, tentando ajudar Frank. “Pense, tipo, na sua cama quentinha ou no ótimo banho que tomará quando entrar.”

                A menção do banho foi o que convenceu Frank, ele não queria nada além de passar um tempão no banho, deixando seus pensamentos livres.

                “Ok.” Frank suspirou, se virando para Gerard. “Obrigado.”

                “De nada.”

                Eles ficaram por alguns segundos daquele jeito, apenas encarando um ao outro, sentindo como se estivessem esquecendo algo. Entretanto, já começava a ficar constrangedor, então logo Frank alcançou a porta do carro, pronto para enfrentar a chuva.

                Porém, a voz de Gerard interrompeu seus pensamentos, com um pedido para que ele esperasse.

                “Sim?” Frank perguntou, e olhou por cima de seus ombros para Gerard.

                “Você tem meu número agora, então se precisar de uma carona na chuva, não hesite em me ligar.”

                “Ok.” Frank sorriu, mesmo sabendo que nunca se permitiria fazer isso. “E você sabe onde eu moro, então não hesite em trazer comida às 2 da manhã.”

                “Você é engraçado.” Gerard riu, chacoalhando a cabeça e fazendo com que gotinhas de água espirrassem pelo carro.

                “Eu sei.” Frank sorriu antes de abrir a porta. “Dirija com cuidado. Até amanhã.”

                Então, ele correu de volta para a sua casa, a chuva o molhando da cabeça aos pés antes mesmo que chegasse até a porta.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Adoraria comentários ♥ e qualquer erro me avisem, por favor.
O próximo capítulo sai sexta!


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