História Gerard Way, Student Teacher - Capítulo Treze

         “Pronto para ficar bêbado pra porra?” Lindsey sorriu, lançando o braço ao redor do ombro de Frank enquanto o puxava para a sua casa.

         “Com certeza.” Frank riu, um sorriso se abrindo em seu rosto quando virou a esquina e deu de cara com os amigos.

         “Então vamos ficar bêbados!” Lindsey se animou, assim como todos os outros, e logo a música estava tocando.

         Frank estava tendo um dia perfeito, especialmente porque suas costelas tinham parado de doer tanto, seu nariz ainda estava machucado, mas não incomodava tanto quanto as costelas.

         Além disso, todos estavam lá: Lindsey, Jamia, Brendon e Ryan. A única pessoa que faltava era Gerard. Frank queria tanto que ele estivesse lá, mas mesmo se Gerard pudesse estar lá, ele não confiaria em si mesmo bêbado perto do professor. Ele provavelmente confessaria seus sentimentos para o outro e enfiaria a mão em sua calça.

         “Água.” Jamia falou para Frank depois que passaram algumas horas, caindo em seu melhor amigo enquanto tentava entregar uma garrafa de água. “Beba.”

         “Não quero.” Frank grunhiu, já bêbado naquela altura. “Eu quero mais disso-” Frank pausou, tentando lembrar o nome da bebida que havia consumido a pela maior parte da noite. “Aquela merda boa-”

         “Beba isso e eu pego para você.”

         Frank bufou mas tentou beber de qualquer modo, fazendo várias tentativas antes de finalmente beber aágua. Ele conseguiu até a metade, então percebeu que precisava ir ao banheiro.

         “Porra.” Ele grunhiu, se esforçando para levantar do sofá onde estava, antes de finalmente cambalear até o banheiro.

         O bom da casa de Lindey era que ela tinha mais de um banheiro, então Frank não precisava se preocupar em mijar na roupa enquanto esperava na fila. Sério, era como se todos quisessem fazer xixi ao mesmo tempo, o tempo todo.

         Ele não percebeu o quão bêbado estava até abrir o zíper da calça para mijar, mas de alguma forma conseguiu se apoiar na parede e não urinar para tudo que era lado. Isso sim era um ótimo desempenho.

         Jamia não estava onde ele a deixou, então grunhiu baixo enquanto fazia seu caminho até a cozinha, onde as bebidas estavam, pronto para pegar um pouco daquela ‘merda boa’.

         Mas é claro que ele não conseguia lembrar o nome, então ele apenas misturou um monte de coisa junto e esperou pelo melhor.

         No entanto, quando ele se virou para sair, praticamente trombou com uma garota.

         “Oh-” Ele se sobressaltou, pronto para pedir desculpas, mas perdendo o fio da meada quando percebeu o vestido que ela usava, bem justo e preto, que mostrava praticamente tudo. Frank se encontrava incapaz de olhar para outro ponto. “Wow-”

         “Oi.” Ela riu, o que forçou o olhar de Frank a se levantar. “Você é Frank, né? É a sua festa?”

         “Uhh, é.” Frank forçou um sorriso, colocando o copo em outro lugar antes que derrubasse. “Quem é você?

         “Eu acabei de me mudar, Lindsey me convidou para que eu pudesse fazer amigos antes do meu primeiro dia de escola, meu nome é Kelly.”

         “Kelly.” Frank murmurou, acenando a cabeça positivamente. “Prazer em conhecê-la.”

         “Eu já estava indo para fora fumar um pouco, quer vir?”

         “Claro.” Frank concordou logo de cara, gesticulando atrapalhado para ela continuar em seu caminho para o lado de fora.

         Ele poderia sim ir primeiro, e definitivamente não pediu que ela fosse antes apenas para dar uma olhada em sua bunda. Nem Frank acreditou nisso, e se encontrou grunhindo para si mesmo por baixo da música enquanto ela andava na frente dele.

         Talvez fosse o álcool falando, mas agora, essa garota parecia ter o corpo de uma deusa. Ela o levou para o lado de fora, ele gostou de ver que não tinha mais ninguém lá, eles tinham exclusivamente o lugar.

         Eles não falaram enquanto ela acendia o cigarro, ou talvez ela falou, mas Frank estava ocupado demais em seus pensamentos para perceber. Tudo o que ele podia focar era na forma que a fumaça saia dos lábios brilhantes por gloss, ou em como os olhos brilhavam por causa da luz do luar.

         Considerando o quão frustado sexualmente estava desde que conheceu Gerard, ele provavelmente não deveria estar ficando chapado com alguém que achou extremamente atraente; mas em sua defesa, ele e Gerard eram apenas amigos agora, e era sua feta de aniversário, se ele queria tentar ficar com alguém, ele deveria.

         Lá no fundo, Frank sabia que provavelmente se arrependeria de ficar com algum estranho, mas enquanto o prazer cobria seu corpo com um manto de tranquilidade, tudo o que ele podia pensar era em como as pernas de Kelly pareciam perfeitas naquele vestido, e em como ele queria correr suas mãos entre suas coxas.

         Kelly parecia ter os mesmos pensamentos, porque no segundo em que acabou o cigarro, seus lábios se colaram aos de Frank.

         Seu corpo reagiu antes mesmo que ele percebesse, puxando-a para seu colo quando suas mãos alcançaram a parte de trás dela, agarrando a bunda que ele estava morrendo para tocar desde que viu.

         Ela choramingou no beijo quando ele o fez, seus dedos se entrelaçando no cabelo de Frank enquanto ela empurrava a si mesma contra a virilha dele.

         “Porra-” Frank ofegou quando o beijo terminou, sua cabeça se inclinando quando ela começou a beijar seu pescoço. “Vem cá-”

         Sua mão foi para os cabelos dela, juntando seus lábios de novo, desviando sua outra mão para o meio de suas coxas.

         “Por favor-” Ela implorou, abrindo um pouco suas pernas, arqueando as costas quando levou o rosto de Frank até seu peito exposto.

         Frank levou alguns segundos para focar em seu peito, sua língua deslizando com lentidão contra a pele suave antes de começar a chupar gentilmente.

         Então, deu o que ela queria, e sorriu contra o seu peito quando percebeu o quão excitada ela estava.

         “Você realmente quer isso, né?” Frank sorriu malicioso, seus dedos a provocando enquanto o olhar voltava para a sua face. “Já está tão pronta para mim-”

         “Por favor-” Ela grunhiu, agarrando em seus ombros. “Eu estava juntando coragem para falar com você durante a noite toda- porra!” Ela ofegou quando  ele finalmente introduziu um dedo, seu corpo se movendo contra ele. “Mais-”

         Frank definitivamente podia ter um orgasmo só de ver as pessoas se sentindo excitadas, então assistir essa garota estremecendo sobre ele enquanto quicava sobre seus dedos era a melhor coisa do mundo naquele momento.

         Sua outra mão alternava em apertar sua bunda e tatear seus seios, tudo enquanto ele relaxava contra a cadeira e a assistia com um sorriso de satisfação.

         Eventualmente, ele tomou o controle da situação, e ao invés de deixá-la se mover contra seus dedos, ele começou a estocar o mais rápido que podia, a mudança repentina fazendo a garota se arrepiar de prazer, seu rosto caindo contra a curvatura do pescoço de Frank enquanto repreendia gemidos.

         “Caralho.” Ele grunhiu, suas unhas cravadas na bunda dela. “Você vai vir pra mim?”

         Sua cabeça acenou positivamente contra seu pescoço, e logo quando colocou o terceiro dedo, ela praticamente gritou, seu corpo tremendo enquanto atingia o seu ápice.

         “Pronto.” Frank sorriu para si mesmo, seus movimentos sendo reduzidos antes de tirar de uma vez.

         “Porra, wow-” Ela ofegou, ainda tremendo e levantando seus olhos para encarar Frank. “E-Eu não acho que tenha gozado tão rápido antes apenas por dedos.”

         “Eu acho que apenas sou bom, baby.” Frank riu e, sim, talvez ele fosse um bêbado convencido.

         Ela não respondeu, apenas se abaixou e colocou sua mão dentro da calça de Frank, o fazendo calar a boca. Ele grunhiu e empurrou seu quadril para frente, umedecendo os lábios enquanto ela saia de seu colo, ficando de joelhos em sua frente.

         No entanto, na segunda vez que ela o tocou, tudo o que ele parecia pensar era sobre Gerard.

         Gerard tirando sua calça, Gerard acariciando suas coxas da maneira que ela estava.

         E, de repente, ele não queria mais aquilo.

         “Espera, espera, espera-” Frank gaguejou, empurrando as mãos dela, mesmo que seu corpo não quisesse aquilo. “Não.”

         “O que foi?” Ela franziu o cenho, se apoiando em suas panturrilhas.

         “Eu não quero que faça isso.”

         “Por quê?”

         “E-Eu- porra, é complicado.” Frank gaguejou outra vez, começando a se sentir muito mais sóbrio. “Eu não- eu não estou em um relacionamento com alguém, mas eu realmente gosto de uma pessoa e-”

         “Oh...” Ela falou suavemente, relaxando mais confortável na grama. “Me desculpa... eu não percebi...”

         “Não, porra, me desculpa.” Frank a interrompeu, se sentindo horrível, eu não deveria ter dado em cima de você assim- porra, me desculpa.”

         “Não, não.” Ela falou do nada, ficando de pé e levantando o seu olhar até o dela. “Não fica assim, não estou triste, na verdade estou morrendo de prazer agora.”

         Os dois riram então, pois, apesar de tudo, Frank era quem ainda estava excitado. Ela estava bem por pelo menos uma hora.

         “Certeza que não está, tipo... machucada? Eu me sinto um merda sobre isso.” Frank riu fracamente, olhando envergonhado para ela.

         “Estou um pouco desapontada... você é bem fofo, eu esperava que talvez isso levasse a outra coisa... mas eu entendo.” Ela fez uma pausa, mordendo o lábio. “Seja lá quem for, ela é muito sortuda.”

         “Ela.” Frank riu fraco novamente, mordendo sua boca enquanto pensava sobre Gerard. “Na verdade é ele.”

         “Oh.” Os olhos de Kelly se arregalaram, sua boca entreaberta. “Eu nunca saberia.”

         “Não se preocupe, eu acabei de descobrir.”

         Eles caíram no silêncio, eventualmente Lindsey chegou cambaleando no quintal, gritando totalmente bêbada sobre estar procurando por Kelly. Ela olhou para os dois, quase de forma suspeita, mas então explodiu em risadas, murmurando que Kelly não deveria perder o tempo dela, pois Frank era gay.

         Ele não era, mas todo mundo parecia pensar que ele era gay, então qual diferença fazia naquela altura do campeonato?

         Kelly corou quando Lindsey disso aquilo, vendo o que eles tinham acabado de fazer, mas disse um tchau baixinho para Frank, o deixando lá fora sozinho enquanto ela seguia Lindsey para dentro da casa.

         Frank grunhiu baixo e olhou para o céu, imaginando quando foi que tudo se tornou tão complicado.

         Há dois meses, se uma garota como Kelly oferecesse para chupar ele, sua calça estaria em seus pés em segundos; mas essa noite isso não aconteceu, ele não queria que acontecesse, ele apenas não entendia isso.

         Especialmente porque eles e Gerard não estavam sequer juntos, se eles estivessem, é claro que Frank não trairia ele, mas eles não estava, então por que Frank não podia se permitir um pouco de diversão?

         Ele podia com Ryan, mas algo havia mudado, e ele não conseguia descobrir que diabos era. Ele sequer considerava estar apaixonado por Gerard, mesmo que aquilo fosse a verdade.

         Ele estava tão apaixonado loucamente por Gerard que não podia imaginar ninguém mais o tocando, tão apaixonado que não queria que ninguém o fizesse.

         Antes de perceber o que estava fazendo, Frank sacou o celular, abriu no chat com Gerard, seus dedos atrapalhados tentando escrever uma mensagem.

         “Eu quero você...” Ele começou, Frank fazendo uma pausa para grunhir baixo, seus pensamentos ficando selvagens enquanto continuava a pensar sobre Gerard. “Eu quero beijar você... tocar você, foder você-” Frank gemeu alto nisso, sua mão discretamente em seu colo enquanto ele a prensava contra a virilha.

         “Frank, não!” Alguém gritou, e Frank franziu as sobrancelhas antes de olhar para cima, vendo Ryan correndo até ele antes de atacá-lo no chão. “Não mande mensagem bêbado!”

         “Ryan-” Frank grunhiu, tentando pegar o telefone, que agora estava fora de seu alcance. “Me deixe falar com Gerard.” Ele reclamou, choramingando quando percebeu que o celular estava longe demais. “Porra, eu quero muito ele-”

         “Shh-” Ryan o acalmou, virando Frank para cima, mas mantendo ele no chão com o seu corpo. “Não é o melhor começo-”

         “Mas Ryan.” Frank praticamente soluçou. “Não pode sentir? Estou desesperado, apenas me deixe mandar-”

         Frank se referia a protuberância massiva em sua boxer, porque estava definitivamente cutucando Ryan por causa da posição.

         “Você não pode.” Ryan tentou explicar. “Má ideia.”

         “Que porra está acontecendo aqui?” Outra voz falou, e Ryan se virou para ver Brendon.

         “Brendon, tira o seu namorado de mim, ele não me dá o meu celular-” Frank grunhiu, novamente tentando pegar o celular. “Ryaaaaaan-”

         “Ele está tentando mandar mensagem bêbado!” Ryan tentou explicar, por sorte Brendon acreditou nele. “Pega o telefone!”

         “Jogada estúpida, Iero.” Brendon balançou sua cabeça, pegando o telefone para que Ryan pudesse sair de cima de Frank. “Oooh, quem é G?” Frank murmurou cheio de felicidade apenas com a menção da letra, enquanto Brendon continuava lendo a mensagem. “Aw, Ryan, ele quer foder um pouco, eu deveria ajudá-lo e apertar enviar.”

         “Brendon, não!”

         “Para sua informação-” Frank começou, apontando para Brendon. “Eu não preciso de ‘ajuda’, eu acabei de masturbar aquela garota- então vai se foder. “Ele tentou levantar sua mão mais alto então. “Porra, veja- cheira-”

         “Tem cheiro?!” Ryan gritou, olhando para a mão de Frank com uma expressão petrificada. “Que nojo!”

         “Ryan- não é tão ruim assim, vamos lá-” Frank tentou, estendendo a mão para Ryan. “É só uma vagina-”

         Ryan apenas engoliu em seco e foi até Brendon, entrelaçando os braços ao redor dele de forma possessiva. Seu olhar caiu no celular de Frank, seus olhos se arregalaram quando ele notou algo.

         “Brendon!” Ele gritou. “Você apertou para enviar!”

         “Oh, merda.” Brendon riu. “Me desculpa.”

         “Isso é ruim!” Ryan gritou.

         “Hey, hey, o sinal aqui é uma merda, talvez não envie?”

         Essa foi a última coisa que Frank lembrou, os dois discutindo antes que ele desmaiasse na grama.

 

         Surpreendentemente, Frank não acordou com uma ressaca, obrigado Jamia por forçar a beber água.

         No entanto, acordou em um lugar familiar, e esse lugar familiar acabou sendo o quarto de Lindsey Ballato. Seus olhos arregalaram-se em choque, com muito medo de se mover no caso de Lindsey ainda estar com ele.

         Por favor, me diga que não transamos. Por favor, me diga que não transamos, Frank cantarolou para si mesmo em sua cabeça.

         De repente, a porta do quarto se abriu, e Lindsey entrou com uma xícara de café. Frank reagiu dando um pulo na cama e procurando ao seu redor, especialmente debaixo dos cobertores, onde ele se aliviou vendo que ainda vestia suas roupas.

         “Calma aí, a gente não fodeu.” Lindsey riu, achando a situação hilária. “Você apagou no meu quintal, então deixei Brendon carregar você até aqui.”

         “Oh.” Frank murmurou, esfregando os olhos cansados. “Obrigado.”

         “Sem problemas. E seu telefone ficou desligado a noite toda.”

         Frank murmurou outra vez em resposta, e Lindsey o deixou acordar em paz. Levou um tempão, mas finalmente encontrou seu telefone e desbloqueou. Tinha muita mensagem, algumas de sua mãe, Ryan e então, Gerard.

         Primeiro abriu a da mãe, com as mensagens comuns de como foi a noite e se ele gostou. Então, clicou nas mensagens de Ryan, e foi isso que o acordou completamente.

         ‘Me desculpa, sério, me desculpa, eu falei para Brendon não enviar a mensagem!’

         Frank congelou, seus olhos congelados na tela do celular enquanto tentava desesperadamente lembrar do que Ryan falava; mas ele já tinha uma ideia do que era, especialmente vendo que tudo o que ele podia pensar na noite passada era sobre Gerard.

         Nervoso, ele se forçou a clicar na mensagem de Gerard, seus olhos fechados por lonhos segundos até se forçar novamente a olhar na tela.

         Um suspiro de alívio deixou seus lábios quando leu a mensagem de Gerard, e tudo o que dizia era bom dia, e que estava ansioso pelo show naquela noite.

         Porra, Frank quase esqueceu sobre o show.

         Ele ia ver Misfits!

         Essa animação só durou alguns segundos, pois ele precisava ver de qual mensagem Ryan estava falando. Quando subiu a tela, seu coração parou em seu peito quando ele viu.

         Algum anjo devia estar cuidando dele, pois para o seu alívio, ao lado da mensagem estava uma pequena notificação dizendo ‘Falha ao enviar a mensagem’.

         “Porra.” Frank deixou escapar a respiração que mal sabia que segurava. “Puta merda, isso ia ser tão ruim.”

         Ele estremeceu quando seu celular perguntou se queria tentar reenviar, e deletou a mensagem o mais rápido que pôde, a escolha das palavras o fazendo passar vergonha.

         Ele demorou um tempinho para se recuperar daquele desastre, mas logo saiu da cama de Lindsey e fez seu caminho para sua casa.

 

         Frank estava dando pulinhos de alegria enquanto se arrumava para o show, o sorriso nunca deixando seus lábios quando colocou sua camiseta dos Misfits e uma jeans preta.

         Aquela seria a melhor noite da vida de Frank, ele não tinha nem sombras de dúvida sobre isso, e seria ainda melhor pois Gerard estaria lá. Falando dele, ele estaria na casa de Frank a qualquer segundo para buscá-lo, o que só o deixou ainda mais ansioso.

         “Amor?” A mãe de Frank bateu na porta do quarto, entrando depois que ele permitiu. “Eu sei que não podemos pagar pelos ingressos, mas temos dinheiro para você comprar comida, uma camiseta ou coisa assim.”

         “Obrigado!” Frank suspirou dramaticamente, jogando seus braços por cima da mãe. “Eu te amo.”

         “Também te amo, amor.” Ela sorriu, entregando o dinheiro para Frank. “Oh, eu acho que Gerard está lá fora.”

         “Tchau!” Frank se apressou, literalmente correndo para fora do quarto. “Eu te amo!”

         Gerard sorriu quando viu Frank correndo para o carro, sua face cortada por um sorriso.

         “Está animado?” Gerard riu quando Frank pulou em seu carro.

         “Sim! Vamos, vamos, vamos!” Frank pediu com urgência, querendo chegar o mais cedo possível no local para que pudessem pegar um bom lugar.

         Eles iriam pegar um lugar bom de qualquer jeito, estavam muitas horas adiantados. Mas Gerard não discutiu, apenas acelerou e dirigiu até o lugar. Frank ficou tagarelando o caminho todo, não podia ficar quieto sobre o quão animado estava ou o quão divertido seria. Ouvir Frank daquele jeito fazia Gerard tão feliz, pois ele sabia que era tudo graças a ele.

         Quando finalmente chegaram ao local, Frank estava feliz de ver que mal tinha gente na fila e eles ainda estariam perto das grades.

         Esse era o lugar favorito para ficar nos shows, era quase como se pudesse ouvir a voz do cantar passar pelo microfone, e esse era um dos sentimentos mais mágicos no mundo.

         “Frank, respira.” Gerard riu quando eles chegaram no portão, vendo que se Frank continuasse nervoso daquele jeito, desmaiaria antes mesmo do show começar.

         “Eu estou tão animado!” Frank sorriu, puxando Gerard para seus braços. “Sério, eu não sei como te agradecer.”

         “O abraço é o bastante.” Gerard sorriu, apertando Frank suavemente. “Seu sorriso é o bastante.”

         Frank se separou e esboçou o sorriso mais brilhante que pôde, que fez com que Gerard também sorrisse daquele jeito.

         Eles esperaram por horas na fila, e quando a ansiedade de Frank finalmente abaixou, eles abriram o portão, fazendo a ansiedade levantar para o nível máximo.

         Gerard estava bem ansioso para o show, mas honestamente, ver Frank sorrindo e pulando por aí fez com que seu coração palpitasse mais que o show.

         Era difícil acompanhar Frank no local, ele correu para as grades assim que pôde, e Gerard ria enquanto tentava acompanhá-lo.

         “Eba!” Frank gritou, sei virando quando Gerard o alcançou. “Nós ficamos na grade!”

         “Você ficou na grade.” Gerard riu, Frank havia se enfiado no último lugar contra as grades. “Estou aqui atrás.”

         “Você quer trocar?” Frank franziu o cenho, se sentindo culpado por ter corrido e ocupado o último lugar. “Nós podemos trocar-”

         “Não, não, eu vou ficar aqui atrás de você.” Gerard sorriu. “Eu posso proteger você e me certificar de que ninguém vai encoxar você.” Ele piscou então, e Frank se encontrou rindo antes mesmo que percebesse.

         “Ser encoxado em shows é parte da diversão.” Frank levantou uma sobrancelha para o outro, que sorriu malicioso como resposta.

         “Talvez ainda aconteça.” Gerard murmurou, as pontas de seus dedos encostando levemente na coxa de Frank antes de caírem ao seu lado. “Quem sabe?”

         Frank teve que virar o rosto para o palco, as luzes ainda estavam ligadas e estava bem claro que ele havia corado. Eles não conversaram enquanto esperavam o local lotar, o que era a parte mais chata de um show.

         Chegar lá cedo e ficar logo na frente era incrível, mas esperar enquanto todos os outros chegassem era uma tortura. Frank queria que o show começasse logo, ele era impaciente apesar de tudo. Finalmente, depois de mais ou menos uma hora de espera, o local encheu e as luzes se apagaram.

         Frank não sabia qual era a banda que abria o show, mas ele estava gostando da apresentação... ou talvez estivesse gostando da maneira com que os braços de Gerard estavam ao redor dele. Ele estava fazendo isso apenas para se segurar na grade, para que ninguém conseguisse empurrá-lo do lugar, mas Frank gostava de acreditar que ele apenas o queria entre seus braços.

         “Eles são bons!” Frank falou para Gerard, que apenas sorriu e concordou, mesmo que não tivesse ouvido nenhuma palavra.

         Frank estava sorrindo, então Gerard pensou que foi uma resposta segura. Ele era adorável em shows, Gerard percebeu depois de algumas horas, era como se ele não se importasse com o mundo, ele apenas pulava por aí e mexia a cabeça no ritmo da música, como se só ele estivesse lá.

         Honestamente, Gerard passaria mais tempo assistindo Frank do que a banda.

         “Wow.” Frank suspirou depois que a apresentação acabou, tentando se virar e relaxando contra as grades para olhar para Gerard. “Isso é tão legal.”

         “É?” Gerard sorriu. “Estou feliz que te dei os ingressos-”

         A multidão se agitou, todos se empurrando para frente para tentar se aproximar antes que os Misfits saíssem, o que fez com que Gerard praticamente empurrasse Frank contra a grade.

         “Porra, desculpa-” Gerard pediu desculpas instantaneamente, tentando se empurrar contra as pessoas, mas falhando.

         “Tudo bem.” Frank sorriu, tentando ignorar o quão perto Gerard estava, ou o fato de que seus corpos estavam literalmente amassados um contra o outro. “Não é um show se você não perder todo o seu espaço pessoal.”

         “Isso é verdade.” Gerard riu fraco, seu olhar grudado nos lábios de Frank, que estavam a pouco mais de cinco centímetros de distância.

         Gerard queria beijar Frank, ele queria beijá-lo até que fossem forçados a se separarem pela falta de ar... e ter ele tão perto era muito tentador.

         No entanto, quando Gerard estava prestes a se inclinar, as luzes se apagaram outra vez, indicando que Misfits estariam lá a qualquer segundo. Esse foi o intervalo mais rápido da história e Gerard tentou não suspirar em desapontamento quando Frank se virou com rapidez.

         Mas esse desapontamento logo desapareceu, porque alguns segundos depois, sua banda favorita entrou no palco.

         A multidão gritava quando a música começou a sair pelas caixas de som. Gerard agradeceu pelo volume ensurdecedor, pois abafou o gritinho que deu quando os membros entraram no palco. Porém, Frank o ouviu, mas fez um som similar também, então apenas sorriu e continuou os aplausos.

         O lugar virou uma loucura depois disso. Era como se todo o chão fosse um formigueiro, e Gerard teve de se agarrar na cintura de Frank para se prevenir e não ser arrastado pela multidão. Seu apoio na grade havia falhado, mas Frank ainda estava bem grudado, então se Gerard se segurasse em Frank, ele não seria puxado para trás.

         Muitas pessoas tentaram ocupar o lugar de Gerard, mas com ele segurando Frank do jeito que estava, ninguém conseguiu.

         A posição era, para dizer o mínimo, desconfortável, já que eles estavam tentando pular com a música, mas era complicado quando estavam tão colados um no outro. Mas é claro que nenhum deles se importava, uma de suas bandas favoritas estava logo na frente deles, e não é como se nunca tivessem ficado tão perto assim.

         “A gente tem mais uma para vocês!”

         “Não!” Frank sobressaltou-se, não querendo que o show já acabasse. “Seus filhos da puta, vocês ficam aí!”

         De alguma forma, eles o ouviram por cima da música, e ele ganhou um sorriso e um soquinho na mão do vocalista como resultado.

         “Puta merda!” Frank gritou, pulando extasiado. “Ele me deu um soquinho!”

         Gerard teve de admitir que estava com um pouco de inveja de Frank, mas ele não conseguia focar nisso, especialmente depois de ouvir seus gritinhos adoráveis.

         Eles acabaram tocando mais duas músicas depois disso, a galera pedindo um bis e é claro que a banda não desapontou. Mas logo a banda começou a se despedir, jogando baquetas e palhetas de guitarra na platéia, e Frank estava determinado a pegar uma baqueta.

         Infelizmente para Frank, ele era baixo pra porra, e a primeira baqueta voou por cima de si. Gerard notou sua tristeza quando ele não conseguiu alcançar, então quando outra foi jogada, ele pulou e pegou, rindo quando os olhos de Frank se arregalavam enquanto ele a entregava.

         “Obrigado!” Ele atacou Gerard com um abraço, vendo que o local estava se esvaziando. “Obrigado, obrigado, obrigado!”

         Gerard apenas sorriu e o abraçou de volta, logo eles estavam comprando besteiras na lojinha que havia lá. Frank insistiu em comprar uma camiseta para Gerard, já que sua mãe foi generosa com o dinheiro que deu e Gerard estava com o orçamento limitado.

         “Isso foi tão legal!” Frank ofegou quando eles finalmente saíram, praticamente dando pulinhos pela calçada. “Eles estavam logo na minha frente!!”

         “E você viu aquele solo de guitarra?” Gerard acrescentou, balançando a cabeça em descrença. “Aquilo foi fabuloso, lendário!”

         “Sim, foi!” Frank sorriu, parando seu caminho e se virando para olhar Gerard. “Isso foi incrível, você é incrível.”

         Gerard não podia aguentar mais, ele não conseguia suportar Frank dizendo todas aquelas coisas sobre ele, ele não conseguia suportar o olhar que ele o dava.

         Numa investida de pura adrenalina e desejo, Gerard prensou Frank contra a parede, seus lábios se colidindo desesperadamente com os dele.

         Frank havia esperado um beijo de Gerard tantas vezes antes, mas ele não esperava naquele momento, e em seu estado de choque, ele fez algo que nunca ia querer.

         Ele o empurrou.

         Gerard se distanciou de Frank no mesmo instante, seus olhos se arregalando e sua boca congelada em surpresa. Frank não podia se mover, não conseguia. O que ele esperava há tanto tempo finalmente aconteceu, e seu cérebro estava tendo dificuldades para alcançar a realidade.

         Eventualmente ele percebeu o que aquilo parecia. Percebeu que parecia que não queria beijar Gerard, e ele precisava deixar claro para ele que não era o caso.

         Estava prestes a se mover, seu pé mal dando um passo para frente enquanto se preparava para beijar Gerard, mas quando ele se aproximou, Gerard falou.

         “Porra, isso foi tão estúpido-” Frank congelou outra vez, seu coração palpitando em dor enquanto esperava que Gerard não estivesse dizendo o que ele pensava que estava. “Esse beijo foi estúpido, eu não deveria ter feito isso- me desculpa-”

         Frank podia sentir seu corpo se desmanchando, a pressão em seu peito fazendo-o se sentir como se seu coração estivesse quebrando fisicamente.

         “Não foi...” Frank falou baixinho, a rouquidão de sua voz de cantar extremamente alto cobrindo a emoção.

         “Sim, foi-” Gerard murmurou, obviamente interpretando de maneira errada a reação de Frank. “Foi tão idiota, eu não deveria ter feito isso. Me desculpa, foi a adrenalina e a animação-” Gerard estava muito ocupado gesticulando de forma selvagem para notar a tristeza nos olhos de Frank, ele estava focado demais no fato de que podia ter arruinado a melhor amizade que já teve. “Podemos apenas esquecer sobre isso?”

         Frank não podia descrever a agonia que sentiu, ele estava com tanta certeza de que Gerard gostava dele, ele finalmente se permitiu a acreditar que Gerard gostava. Porém, lá estava ele, chamando de estúpido uma coisa pela qual Frank estava morrendo para acontecer.

         “Claro.” Frank o acalmou, mesmo que estivesse fraco, não querendo bancar a pobre criança que foi rejeitada, que basicamente era ele naquele momento. “Adrenalina, entendi... tudo bem.”

         Gerard parecia aliviado com aquilo, cenários horríveis aconteciam em sua mente até que Frank falasse; como Frank contando para a escola o que aconteceu, Gerard sendo expulso da escola e perdendo todo o trabalho duro, e qualquer final negativo possível.

         Frank não podia gostar de Gerard, isso era o que ele falava a si mesmo, então no segundo em que Frank o empurrou foi como se todos os seus medos fossem confirmados, e que ele havia fodido toda a sua vida pois não conseguia se controlar.

         E lá estava Frank, o garoto de coração partido que acreditou em cada palavra dita por Gerard, o garoto de coração partido que estava lutando contra as lágrimas enquanto o outro pedia desculpas.

         “Muito obrigado, Frank, sério, me desculpa, me desculpa-”

         “Sim, tipo, tudo bem.” Frank tentou sorrir para ele, mas um sorriso que se desmanchou assim que foi formado. “V-você pode me levar para casa? Está ficando tarde...”

         “Sim, é claro.” Gerard concordou com rapidez, começando a caminhar até seu carro.

         Ficou um silêncio constrangedor no carro até a volta para a casa de Frank, e levou todo resquício de controle que Frank tinha para não começar a chorar contra a janela. Tudo doía, ele nunca se sentiu assim antes, era excruciante.

         “Obrigado por me deixar ir para o show com você.” Gerard falou quando estacionou na frente da casa de Frank. “Eu tive um dia perfeito.”

         “Sim, eu também.” Frank murmurou, evitando contato visual quando pegou suas coisas e fechou a porta. “Melhor noite da minha vida...”

         Ele saiu antes mesmo que desse tempo para Gerard responder, e no segundo em que virou as costas para ele, as lágrimas começaram a se formar.

         Por sorte, seus pais já estavam dormindo naquela hora, então ele não teve que lutar contra as lágrimas quando entrou em casa.

         Gerard ficou sentado em seu carro por alguns segundos depois de Frank entrar, ele percebeu a emoção na voz dele e se xingou por ser tão estúpido. Frank estava magoado, claramente, e mesmo que Gerard confundisse o motivo, de todo jeito seria sua culpa.

         Frank cambaleou até seu quarto, se jogando na cama, mesmo com a roupa toda suada. Ele não dava a mínima sobre o quão desconfortável era, tudo o que ele podia focar era em esconder sua face contra o travesseiro, deixando soluços baixos escaparem, esperando que sua mãe não ouvisse nada.